terça-feira, 26 de julho de 2022

POEMA: NEM LUZ DE ASTRO NEM LUZ DE FLOR SOMENTE: UM MISTO... ALPHONSUS DE GUIMARAENS - COM GABARITO

 Poema: Nem luz de astro nem luz de flor somente: um misto ...

             Alphonsus de Guimaraens


Nem luz de astro nem luz de flor somente: um misto
De astro e flor. Que olhos tais e que tais lábios, certo,
(E só por serem seus) são muito mais do que isto...
Ela é a tulipa azul do meu sonho deserto.

Onde existe, não sei, mas quero crer que existo
No mesmo nicho astral entre luares aberto,
Em que branca de luz sublime a tenha visto,
Longe daqui talvez, talvez do céu bem perto.

Ela vem, (sororal!) vibrante como um sino,
Despertar-me no leito: ouro em tudo, — na face
De anjo morto, na voz, no olhar sobredivino.

Nasce a manhã, a luz tem cheiro... Ei-la que assoma
Pelo ar sutil... Tem cheiro a luz, a manhã nasce...
Oh sonora audição colorida do aroma!

Alphonsus de Guimarães. Obra completa. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1960. p. 100.

Fonte: Livro Língua Portuguesa – Singular & Plural – 7° ano – Laura de Figueiredo – 2ª edição. São Paulo, 2015 – Moderna. p. 231-2.

Entendendo o poema:

01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo:

·        Sororal: característico de sóror, isto é, de freira.

·        Sobredivino: mais que divino.

·        Ei-la: aí está ela; veja-a.

·        Assoma: aparece.

02 – Na terceira estrofe do poema, o eu lírico descreve sua amada. Copie no caderno três palavras dessa estrofe que remetem à religiosidade.

      Sororal, anjo, sobredivino.

03 – Copie no caderno a alternativa que resume melhor a descrição feita pelo eu lírico.

·        Ele descreve uma mulher de “carne e osso”, bem sensual.

·        Ele descreve uma mulher meio angelical, mais ligada às coisas do céu que às coisas da terra.

04 – Depois de ter sido despertado no leito pela amada, o eu lírico observa a manhã nascendo.

I – Na sua descrição que ele faz desse momento, aparece uma das figuras de linguagem que estudamos neste capítulo. Qual? Explique.

      Aparece a sinestesia, porque o eu lírico afirma que a luz tem cheiro. A figura torna-se ainda mais marcante no último verso, em que ele exclama: “Oh sonora audição colorida do aroma!”, misturando audição com visão e olfato.

II – Em sua opinião, em uma manhã luminosa, quando se está ao lado da pessoa amada, que cheiro a luz pode ter?

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Um cheiro doce, um cheiro de alegria, um cheiro divino, etc.

 

 

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