sexta-feira, 8 de julho de 2022

REPORTAGEM: A QUÍMICA DO AMOR - ARETHA YARAK/GUILHERME ROSA - COM GABARITO

 Reportagem: A química do amor 


Embora seja agradável pensar que seguimos o coração, a verdade é que a ciência tem explicações menos poéticas para as demandas românticas. Saiba como ela explica as questões amorosas, resultado de mecanismos puramente fisiológicos, que envolvem hormônios e receptores cerebrais. E por que nada disso vai importar quando você estiver apaixonado.

             Por Aretha Yarak e Guilherme Rosa Atualizado em 6 Maio 2016, 16h19 - Publicado em 12 jun. 2013, 07h34

                          Amor: respiração e batimentos cardíacos acelerados são causados pelo excesso de dopamina no organismo; níveis mais elevados de norepinefrina causam alegria excessiva e falta de sono.

        “Os homens devem saber que do cérebro, e só do cérebro, derivam prazer, alegria, riso e divertimento, assim como tristeza, pena, dor e medo”. A frase foi dita por Hipócrates (460-377 a.C.) há milhares de anos, mas continua certeira. Significa que aquele amor envolto em corações flutuantes, que foi incessantemente idealizado por escritores, poetas e cineastas não é bem do jeito que eles pintam. Esqueça o cupido, a sorte ou mesmo a união sublime e inexplicável de almas. “Nada é tão ao acaso, nem tão romântico”, diz Carmita Abdo, psiquiatra coordenadora do Projeto Sexualidade (ProSex) do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo. O amor nada mais é do que o resultado de uma complexa cadeia de reações químicas do cérebro, e existe com o intuito único de propagar a nossa espécie. Em outras palavras, amamos porque somos o resultado de um processo evolutivo bem sucedido: ao entrarmos em uma relação estável, as chances de criarmos com sucesso nossos descendentes são muito maiores.

        De acordo com a biologia evolutiva, o vínculo criado por casais apaixonados garante a segurança da espécie. Focado na sua família, o homem gasta energia em mantê-la bem provida, oferecendo todas as oportunidades para que seus filhos cresçam e perpetuem sua carga genética. Para unir o casal, o cérebro se inunda de amor – no caso, há um aumento na liberação dos hormônios dopamina e norepinefrina. São eles que causam todas as sensações típicas da paixão, como insônia, frio na barriga e pensamento obsessivo na pessoa amada.

        Passado o rompante da paixão, outro hormônio entra em ação: a oxitocina. É ela que faz com que os casais criem vínculos, evoluam para o sentimento de amor romântico, e continuem juntos por anos a fio. De acordo com o psiquiatra Larry Young, coautor do livro A Química entre Nós (Ed. Best Seller, 348 pág.), é a oxitocina que nos faz focar a atenção no parceiro. “O amor é esse emaranhado de complexas reações químicas no cérebro”, diz. E é nosso organismo ainda quem ajuda a escolher por quem nos apaixonamos: enquanto os homens tendem a procurar mulheres com o quadril largo (característica vinculada à progesterona, que sinaliza uma boa fertilidade), as mulheres procuram um homem que transpire sucesso e segurança. Os dois caçam ainda alguém com um sistema imunológico diferente do seu – a variabilidade garante o sucesso da espécie e evita anomalias do cruzamento entre parentes.

        Ah, o amor – Embora a ciência consiga ainda explicar por que, afinal, os homens levam a fama de ser mulherengos (eles são fábricas de espermatozoides que precisam ser espalhados), ela ainda não nos tirou o gosto pelas incertezas do amor. Por mais que você saiba que o hormônio que corre no seu corpo e te faz sentir frio na barriga é a dopamina, você ainda vai, sim, curtir o primeiro beijo, o primeiro amor e sua primeira paixão. E vai se emocionar com os filmes românticos de Hollywood, com as poesias de Vinícius de Moraes e as músicas melosas de Adele. “A paixão pode ser desconfortável, uma situação de extremo êxtase. Mas quanto mais descomunal, melhor. O ser humano vive buscando situações de risco, de perigo, que saiam do cotidiano e da mesmice”, diz Carmita Abdo.

YARAK, Aretha; ROSA, Guilherme. Veja, São Paulo, seção Ciência, 12 jun. 2013. Disponível em: http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/a-quimica-do-amor/. Acesso em: 11 fev. 2015.

Fonte: Livro Língua Portuguesa – Singular & Plural – 7° ano – Laura de Figueiredo – 2ª edição. São Paulo, 2015 – Moderna. p. 23-7.

Entendendo a reportagem:

01 – Segundo o texto, o amor é um encontro de almas ou é apenas consequência de reações químicas do cérebro? Que trechos do texto comprovam isso?

      De acordo com o texto, o amor é resultado de reações químicas do cérebro. Trechos: “O amor nada mais é do que o resultado de uma complexa cadeia de reações químicas do cérebro, e existe com o intuito único de propagar a nossa espécie.”; “De acordo com o psiquiatra Larry Young, coautor do livro A Química entre Nós (Ed. Best Seller, 348 pág.), é a oxitocina que nos faz focar a atenção no parceiro. ‘O amor é esse emaranhado de complexas reações químicas no cérebro’, diz.”

02 – Quais são os hormônios que ajudam na primeira aproximação dos casais e causam as sensações da paixão?

      Os hormônios dopamina e norepinefrina.

03 – Como é o hormônio que faz a paixão evoluir para o amor? Como ele age?

      A oxitocina. De acordo com o trecho, “Passado o rompante da paixão, outro hormônio entra em ação: a oxitocina. É ela que faz com que os casais criem vínculos, evoluam para o sentimento de amor romântico, e continuem juntos por anos a fio.”

04 – Que tipo de informação encontramos no texto?

      Informações científicas sobre como os hormônios e outras substâncias químicas em nosso cérebro influenciam nossos sentimentos de paixão e amor.

05 – Observe a linguagem usada pelo autor. Você diria que ela é mais formal ou informal, mais literária, cotidiana ou científica? Explique sua resposta recorrendo a exemplos do texto.

      Formal, pois não apresenta gírias ou expressões mais coloquiais e pelo fato de o autor fazer uso de muitos termos científicos próprios das áreas de Biologia evolutiva, da Neurociência ou da Psiquiatria.

06 – Observe que o autor cita várias outras pessoas ao longo do texto, fazendo, inclusive, referência a um livro.

a)   Por que você acha que ele fez isso?

O autor recorre aos estudos de outras pessoas e a suas obras para apresentar informações/resultados de pesquisa sobre o assunto de que está tratando.

b)   Essas pessoas podem ser consideradas especialistas em suas áreas de estudo?

Sim, pois se trata de estudiosos de psiquiatria.

c)   O fato de o autor citar essas pessoas e seus trabalhos torna as informações apresentadas no texto mais ou menos confiáveis? Explique sua resposta.

Mais confiáveis, porque ajudam a dar credibilidade a textos desta natureza, é fruto de estudo de várias pessoas e não apenas de suas próprias ideias.

07 – Em várias passagens do texto, o autor usou aspas. Leia novamente algumas dessas passagens e explique a função das aspas em cada uma delas.

a)   “Os homens devem saber que do cérebro, e só do cérebro, derivam prazer, alegria, riso e divertimento, assim como tristeza, pena, dor e medo”. A frase foi dita por Hipócrates (460-377 a.C.) há milhares de anos, mas continua certeira.

b)   “Nada é tão ao acaso, nem tão romântico”, diz Carmita Abdo [...].

c)   De acordo com o psiquiatra Larry Young, coautor do livro A Química entre Nós (Ed. Best Seller, 348 pág.), é a oxitocina que nos faz focar a atenção no parceiro. “O amor é esse emaranhado de complexas reações químicas no cérebro”, diz.

d)   “A paixão pode ser desconfortável, uma situação de extremo êxtase. Mas quanto mais descomunal, melhor. O ser humano vive buscando situações de risco, de perigo, que saiam do cotidiano e da mesmice”, diz Carmita Abdo.

      Em todos os trechos, as aspas foram usadas com a mesma função: reproduzir e marcar a fala de outras vozes diferentes da voz do autor do texto.

08 – O que mudaria se esses trechos não estivessem entre aspas?

      Provavelmente o leitor teria mais dificuldade em discernir quem é o responsável por cada uma das afirmações: o autor do texto ou outras pessoas. Ou seja, ficaria difícil diferenciar, por exemplo, o que o autor desse texto diz do que os outros autores que ele consultou dizem.

09 – Também aparece algumas vezes outro sinal de pontuação: os parênteses. Explique para que esse sinal foi usado, observando os tipos de informação que estão neles.

      Para acrescentar uma explicação em relação ao que acabou de ser dito ou acrescentar detalhes sobre a informação dada.

10 – Em algumas passagens, foi usado um travessão (--). Observe.

        “[...] Para unir o casal, o cérebro se inunda de amor – no caso, há um aumento na liberação dos hormônios dopamina e norepinefrina. São eles que causam todas as sensações típicas da paixão, como insônia, frio na barriga e pensamento obsessivo na pessoa amada.”

        “[...] Os dois caçam ainda alguém com um sistema imunológico diferente do seu – a variabilidade garante o sucesso da espécie e evita anomalias do cruzamento entre parentes.”

a)   As informações introduzidas por essa pontuação ajudam a entender melhor o que está sendo dito ou não fariam nenhuma falta no texto? Explique sua resposta.

Esses esclarecimentos são importantes para compreender melhor o texto.

b)   A função do travessão é mais semelhante à função das aspas ou dos parênteses? Por quê?

É mais semelhantes à função dos parênteses, pois ambos servem para acrescentar explicações ou informações adicionais relevantes para a compreensão do que foi dito.

11 – Observe, logo abaixo do texto lido, as referências bibliográficas que indicam onde ele foi publicado.

a)   De que tipo de publicação se trata?

Trata-se de uma revista semanal que traz assuntos diversos: notícias sobre política, esporte, arte, ciência, artigos de opinião, etc.

b)   Em que seção da publicação o texto foi publicado?

Na seção de Ciência.

c)   Para que tipo de leitor é destinada essa publicação e sua respectiva seção?

Para o público adulto em geral, principalmente os interessados nas novidades da Ciência.

d)   Qual é a intencionalidade discursiva do autor desse texto? Explique recorrendo ao boxe ao lado.

Divulgar novos conhecimentos científicos sobre a natureza química do amor.

e)   Se você tivesse que dar um nome a textos escritos com essa finalidade, que nome daria?

Resposta pessoal do aluno.

 

 

 

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