Texto: As
influências do cinema na saúde
Cinema é local de lazer, entretanto,
alguns filmes podem ser considerados danosos à saúde. Médicos australianos,
após casos de desmaios e enjoos, advertiram os cidadãos do país de que o
filme 127 Horas, não é indicado para algumas pessoas devido ao realismo da
cena de uma mutilação. Além dele, alguns filmes
como Babel e Tropa de Elite causaram reações em alguns
telespectadores, devido ao nível de realidade em cena.
Segundo Marisa Palácios, vice-diretora
e professora do Instituto de Estudos em Saúde Coletiva (Iesc-UFRJ), é possível
que o sistema nervoso dos espectadores, ao se deparar com a realidade
forçadamente, cause reações indesejáveis. Ela destaca, no entanto, que, para
que saber mais sobre o assunto, é preciso um estudo aprofundado sobre os filmes
e cada pessoa, avaliando faixa etária, sexo e histórico médico.
Do ponto de vista psicológico, Marisa
acredita que a reação que o filme provoca não é diferente da sensação diante de
uma situação semelhante na vida cotidiana. Para ela, a censura seria algo
negativo, já que não há censura para a realidade. “Poderíamos dizer que essas
coisas sem dúvida fazem mal à saúde. Mas não é possível simplesmente não
exibi-las, elas não deixam de acontecer”, expõe a vice-diretora do Iesc.
Marisa ainda acredita que, apesar de
algumas situações serem extremas e desconfortáveis, mesmo na vida real,
apresentá-las no cinema é uma forma interessante de reflexão.
Filmes
3D
Alguns especialistas questionam as
exibições de tecnologia 3D, que acrescentam maior realidade às cenas. Os riscos
são reduzidos quando os óculos, que tem a finalidade de transformar a ilusão da
tela em 3D, são utilizados de maneira correta e sem grandes frequências. Além
disso, a predisposição para algumas doenças, principalmente dores de cabeça,
enxaquecas, tonturas, náuseas e até vertigem são fatores importantes para o
mal-estar causado ao longo da sessão.
Marisa orienta para a higienização dos
óculos: “qualquer coisa que se ofereça ao uso individual tem que ter padrões
adequados de higienização, particularmente os óculos podem estar contaminados e
produzir uma conjuntivite, por exemplo”. Algumas Secretarias de Saúde
Brasileiras já se manifestaram a respeito da higiene do material e notificaram
diversas salas de cinema para que façam a correta higienização dos óculos, mas,
para isso, é necessária severa fiscalização.
Entendendo o texto:
01 – A reportagem é um texto
que costuma apresentar a opinião de pessoas envolvidas, direta ou
indiretamente, com o assunto. Essas pessoas, ao opinarem sobre os fatos,
comumente empregam expressões indicadoras de intenção, sentimentos e/ou grau de
envolvimento em relação ao conteúdo da informação. O sentido das expressões é
possível (2º parágrafo) e sem
dúvida (3º parágrafo) no texto, é, respectivamente:
a)
Certeza – obrigação.
b)
Obrigação – permissão.
c)
Apreciação – proibição.
d)
Proibição – obrigação.
e)
Probabilidade - certeza.
02 – Os tempos verbais
utilizados na reportagem podem denotar uma intenção do falante, e não o momento
da ação. É o caso do futuro do pretérito. A forma verbal poderíamos (3º parágrafo) foi utilizada com a intenção de:
a)
Expor o ponto de vista de uma especialista.
b)
Tornar menos autoritária a afirmação.
c)
Mostrar compromisso com as influências do
cinema na saúde.
d)
Revelar um posicionamento coletivo
sobre o assunto.
e)
Convencer os leitores das influências
maléficas do cinema na saúde.
03 – A alternativa em que a
palavra ou a expressão destacada NÃO
tem como referente no texto o que vem explicitado nos parênteses é:
a)
3º parágrafo: "Poderíamos
dizer que essas coisas..."
(Refere-se a "reações dos telespectadores".).
b)
1º parágrafo: "Além dele, alguns filmes..." (Refere-se a "o filme 127
Horas".).
c)
2º parágrafo: "Ela destaca, no entanto, que..." (Refere-se a
"Marisa Palácios".).
d)
4º parágrafo: "...apresentá-las..." (Refere-se a
"algumas situações".).
e)
2º parágrafo: "...para saber mais sobre
o assunto..." (Refere-se
à possibilidade de o sistema nervoso dos espectadores, ao se deparar com a
realidade forçadamente, causar reações indesejáveis.).
04 – A reportagem é um texto
predominantemente expositivo que costuma apresentar a opinião de pessoas
envolvidas, direta ou indiretamente, com o assunto. Essas pessoas, ao opinar
sobre os fatos, comumente empregam expressões indicadoras de intenção,
sentimentos e ou grau de envolvimento em relação ao conteúdo da informação. É o
caso das expressões “é possível” e “sem dúvida”. O que elas indicam no texto?
São elementos
modalizadores que indicam menor ou maior comprometimento do autor com as
informações apresentadas, respectivamente.
05 – Os tempos verbais
também podem denotar uma intenção do falante, e não o momento da ação. É o caso
do futuro do pretérito. Por que a entrevista utilizou a forma “poderíamos” no
3° parágrafo?
Para tornar menos
autoritária a afirmação.
06 – As opiniões dos
entrevistados podem ser apresentadas através do discurso indireto, como ocorre
no 2° parágrafo, ou através do discurso direto.
a)
Qual sinal de pontuação está sendo usado no
texto para separar o discurso direto?
Aspas.
b)
Por que a inclusão desse recurso é importante
nesse gênero textual?
O discurso direto na reportagem confere maior credibilidade às informações.
07 – Os pronomes pessoais
são importantes elementos de coesão textual, podendo fazer referência a
elementos do contexto extralinguístico/situacional e linguístico/textual.
Indique a que se referem, na reportagem, os pronomes sublinhados a seguir:
a)
“Além dele,
alguns filmes...” (1° parágrafo).
“O filme 127 horas”
b)
“Ela
destaca, no entanto, que...” (2° parágrafo).
“Marisa Palacios”
c)
“Para ela,
a censura...” (3° parágrafo).
“Marisa”
d)
“... elas
não deixam de acontecer” (3° parágrafo).
“Essas coisas”
e)
“... não exibi-las...” (3° parágrafo).
“Essas coisas”
f)
“... apresenta-las...” (4° parágrafo).
“Algumas situações”
08 – Além dos pronomes,
expressões nominais também podem ter função referencial. Indique os referentes
das expressões “essas coisas” e “o assunto”. Elas denotam sentido menos
ou mais específico que seus referentes?
“Essas
coisas” possui referente implícito no texto, deduzido a partir das
informações. Seriam as cenas realistas mostradas nos filmes, que podem causar
reações indesejáveis nos espectadores. “O
assunto” refere-se ao fato de que o sistema nervoso dos espectadores, ao se
deparar com a realidade forçadamente, possa causar reações.
09 – As conjunções e
locuções conjuntivas não só sintática, mas também semanticamente os segmentos
textual. Além de ajudarem a estabelecer a coesão textual, muitas vezes, são
pistas para perceber as intensões expressas no texto. Indique os sentidos
produzidos por esses conectivos nos trechos a seguir:
a)
“Cinema é local de laser, entretanto, alguns filmes...”
(1° parágrafo).
b)
“Ela destaca, no entanto, que...” (2° parágrafo).
Demonstram que o
jornalista deseja apresentar diferentes pontos de vista ao contrapor fatos:
aspectos positivos e negativos do cinema (a) e resultado da pesquisa e
necessidade de aprofundar os estudos (b).
10 – As preposições e
locuções prepositivas também são importantes para o estabelecimento da coesão
textual, exprimindo diferentes valores semânticos. Indique as circunstâncias
introduzidas por elas nos trechos a seguir:
a)
“Após
casos de desmaios e enjoos” (1° parágrafo).
Tempo.
b)
“Devido
ao realismo da cena...” (1° parágrafo).
Causa.
c)
“Sobre
os filmes e cada pessoa” (2° parágrafo).
Assunto
d)
“Para
saber mais” (2° parágrafo)
Finalidade.
e)
“Apesar
de algumas situações serem extremas e desconfortáveis” (4° parágrafo).
Oposição,
contraste.
11 – Qual o objetivo do
autor ao utilizar a expressão “vice-diretora e professora do Instituto de
Estudos em Saúde Coletiva (LESC-UFRJ)” (2° parágrafo. As virgulas poderiam ser
retiradas? Explique.
Tem
função explicativa/informativa, principal característica da reportagem. Costuma
materializar a intenção do produtor do texto de destacar alguma característica
– no caso da reportagem, de apresentar as credenciais da entrevistada, que
fazem com que seja aceita como “autoridade” no assunto. O termo deve ser
separado, por vírgulas (travessões ou parênteses), do elemento a que se refere
visto ser um esclarecimento complementar.
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