Texto: Existem receitas para fazer uma boa dissertação?
Pascal Ide
Não existem receitas, mas apenas
métodos. A diferença é capital: a receita é do padronizado, o método é do sob
medida. Todos gostariam de “macetes” (supostamente infalíveis); ora, não há
macetes.

O conselho mais importante é o
seguinte: para avançar, o único meio é fazer o máximo possível de planos.
Pratique. Se você está terminando o secundário, faça planos uma hora por
semana. Estude também os do professor, mas jamais para aprendê-los de cor,
seria cair outra vez na mania da receita. E cumpre reconhecer que o estresse do
vestibular, a perspectiva do exame, faz aumentar a tentação. Mas ela não
fortalece a inteligência, pois a receita jamais integra-se ao espírito: ela lhe
é imposta de fora, não penetra, apenas veste o espírito.
Não é lendo um manual de natação que se
aprende a nadar, é mergulhando na piscina. O mesmo vale para a dissertação.
Pascal Ide. A arte de pensar. São Paulo: Martins Fontes,
1995.
Fonte: Português –
Novas Palavras – Ensino Médio – Emília Amaral; Mauro Ferreira; Ricardo Leite;
Severino Antônio – Vol. Único – FTD – São Paulo – 2ª edição. 2003. p. 563.
Entendendo o texto:
01
– Qual a principal diferença entre "receitas" e "métodos"
na elaboração de uma dissertação?
Receitas são
padronizadas e inflexíveis, enquanto métodos são personalizados e adaptáveis às
necessidades individuais.
02
– Qual o conselho mais importante dado pelo autor para quem deseja aprimorar
suas habilidades em dissertação?
O autor enfatiza
a importância de praticar a elaboração de planos, dedicando tempo regular a
essa atividade.
03
– Por que o autor adverte contra a prática de decorar planos de dissertações,
mesmo os de professores?
Decorar planos
leva à padronização e impede o desenvolvimento do pensamento crítico e da
capacidade de adaptação, características essenciais para uma boa dissertação.
04
– Como o estresse do vestibular ou de outros exames pode influenciar a busca
por "receitas" prontas?
O estresse
aumenta a tentação de buscar soluções rápidas e fáceis, como
"macetes", mas essas soluções não contribuem para o desenvolvimento
intelectual.
05
– Qual a analogia utilizada pelo autor para ilustrar a importância da prática
na aprendizagem da dissertação?
O autor compara a
dissertação ao aprendizado da natação: assim como não se aprende a nadar apenas
lendo um manual, não se aprende a dissertar apenas lendo sobre isso, é preciso
praticar.
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