sexta-feira, 28 de março de 2025

CONTO: A HISTÓRIA DA ARTE - (FRAGMENTO) - ERNEST H. GOMBRICH - COM GABARITO

 Conto: A história da arte – Fragmento

           Gombrich

        [...]

        Todos nós somos inclinados a aceitar formas ou cores convencionais como as únicas corretas. Por vezes, as crianças pensam que as estrelas devem ter o formato estelar, embora não o tenham naturalmente. As pessoas que insistem em que, num quadro, o céu deve ser azul e a grama verde, não são muito diferentes dessas crianças. Indignam-se se veem outras cores num quadro, mas se tentarmos esquecer tudo o que ouvimos a respeito de grama verde e céu azul, e olharmos o mundo como se tivéssemos acabado de chegar de outro planeta numa viagem de descoberta e o víssemos pela primeira vez, talvez concluíssemos que as coisas são suscetíveis de apresentar as cores mais surpreendentes.

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiajZK0WliMvDYET-gG5dfFwlJ9aiQUzIMrD0hB0urr51boKd67kCh2WbaHzkOtr-0rQqOpCClHNpDZWxdCSImR3rk4qCr6PsGhL_Zb1ZDRNl_YTDh8Pkx3SeKLhW4JAWfFnSF85y0x6Od_bC5BadYgg7n_K6vlxSuZ-01I2MQeSzEc3yUa05peeocZABQ/s320/Historiadaarte.jpg


        Ora, os pintores sentem, às vezes, como se estivessem empreendendo tal viagem de descoberta. Querem ver o mundo como se fosse uma novidade e rejeitar todas as noções aceitas e todos os preconceitos sobre a carne ser rosada e as maçãs amarelas ou vermelhas. Não é fácil libertarmo-nos dessas ideias preconcebidas, mas os artistas que melhor conseguem fazê-lo produzem frequentemente as obras mais excitantes. São eles quem nos ensinam a ver na natureza novas belezas de cuja existência nunca havíamos sonhado. Se os acompanharmos e aprendermos através deles, até mesmo um relance de olhos para fora de nossa própria janela poderá converter-se numa aventura emocionante.

 GOMBRICH, Ernest H. A história da Arte. Trad. Álvaro Cabral. 16. ed. Rio de Janeiro, Livros Técnicos e Científicos, 1999. p. 29.

Fonte: Português. Série novo ensino médio. Volume único. Faraco & Moura – 1ª edição – 4ª impressão. Editora Ática – 2000. São Paulo. p. 420-421.

Entendendo o conto:

01 – Qual a tendência comum que o autor identifica em relação à percepção das cores?

      O autor observa que as pessoas tendem a aceitar cores convencionais como as únicas corretas, como o céu azul e a grama verde, sem questionar a variedade de cores presentes na natureza.

02 – Como o autor compara a visão das crianças com a de algumas pessoas em relação à arte?

      O autor compara a crença infantil de que as estrelas têm formato estelar com a insistência de algumas pessoas em que a arte deve representar o mundo de forma realista, com cores convencionais.

03 – Qual a proposta do autor para uma nova forma de observar o mundo?

      O autor sugere que devemos olhar o mundo como se o víssemos pela primeira vez, livres de preconceitos e noções pré-concebidas, para perceber as cores surpreendentes da natureza.

04 – Qual o papel dos artistas na nossa percepção da natureza, segundo o autor?

      Segundo o autor, os artistas nos ensinam a ver novas belezas na natureza, mostrando-nos aspectos que antes não percebíamos, e transformando nossa visão do mundo.

05 – Qual o impacto da arte na nossa vida cotidiana, de acordo com o autor?

      O autor afirma que, ao aprendermos a ver o mundo através dos olhos dos artistas, até mesmo a paisagem da nossa janela pode se tornar uma aventura emocionante.

 

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