sexta-feira, 28 de março de 2025

HISTÓRIA: EVA TUPINAMBÁ - RONALD RAMINELLI - COM GABARITO

 História: EVA TUPINAMBÁ – Fragmento

              Ronald Raminelli

        A FAMÍLIA INDÍGENA

        Para os europeus, as relações de parentesco nas comunidades indígenas eram pouco rígidas, já que o tio poderia desposar a sobrinha. Entretanto, os casamentos entre filho e mãe, filho e irmã e pai e filha eram proibidos. Os enlaces matrimoniais seguiam uma regra muito simples, segundo Léry. Desejando se unir, os varões se dirigiam a uma mulher, viúva ou donzela, e perguntavam sobre sua vontade de casar. Se o interesse fosse recíproco, pediam a permissão do pai ou do parente mais próximo. Depois de obtida a permissão dos parentes, os noivos consideravam-se casados. Não havia cerimônias, nem promessa recíproca de indissolubilidade ou perpetuidade da relação. O marido poderia expulsar a mulher e vice-versa. Se ficassem fartos do convívio, a união estaria desfeita. Ambos poderiam, então, procurar outros parceiros, sem maiores constrangimentos. Entre os selvagens era costume, quando o esposo se enfadava da companheira, presentear outro homem com sua mulher. A maioria dos índios tinha somente uma mulher. A poligamia, porém, era amplamente difundida entre os grandes guerreiros e caciques. Os chefes podiam viver com catorze mulheres sem causar estranhamento. [...]

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgDX474BRHBeMQ8vnyU2bN8M2Q999wuiXVZ71Jy553NTnx2j1RLjM0ytQ62zQAUcONoQG8eSip3ST0usFSgfTSupFFJb_-8ordjqlDOmXZRQah1hFEpBHwY5DwOAtWLcj7EVA-E1GIIYMGJFyR7Au4-09yLSDi1K_aPyxAWUhHphw3xYR0VIKR3P1MlTNc/s320/Entre-a-terra-e-a-eternidade-1-322x280.png


        A poligamia, entre os bravos guerreiros, era símbolo de prestígio. Enumerar as esposas era uma forma de homenagear a sua virtude. Quanto maior o número de mulheres, mais valentes eram considerados os homens. Muitas vezes, os pais prometiam suas filhas, ainda meninas, aos chefes da tribo ou aos homens que com eles tivessem amizade. A união realizava-se somente depois que a menina atingisse a idade de casar. O enlace, contudo, persistia até o momento em que se repudiassem mutuamente. O casamento do chefe seguia os mesmos pressupostos de qualquer outra união entre casais da tribo.

        [...]

RAMINELLI, Ronald. Eva Tupinambá. In: História das mulheres no Brasil. São Paulo, Contexto/Unesp, 1997. p. 18-19.

Fonte: Português. Série novo ensino médio. Volume único. Faraco & Moura – 1ª edição – 4ª impressão. Editora Ática – 2000. São Paulo. p. 107-108.

Entendendo a história:

01 – Como os europeus percebiam as relações de parentesco nas comunidades indígenas?

      Os europeus achavam as relações de parentesco indígenas pouco rígidas, estranhando costumes como o casamento entre tio e sobrinha.

02 – Quais tipos de casamento eram proibidos nas comunidades indígenas?

      Casamentos entre filho e mãe, filho e irmã, e pai e filha eram proibidos.

03 – Como funcionava o processo de casamento entre os indígenas, segundo Léry?

      O homem manifestava seu interesse à mulher, e se fosse recíproco, pedia permissão aos pais dela. Após a permissão, eram considerados casados, sem cerimônias ou promessas de união eterna.

04 – Qual a visão dos indígenas sobre a dissolução do casamento?

      O casamento poderia ser desfeito por vontade de ambas as partes, sem constrangimentos, e ambos poderiam buscar novos parceiros.

05 – Como a poligamia era vista nas comunidades indígenas?

      A poligamia era comum entre guerreiros e caciques, sendo um símbolo de prestígio e virilidade.

06 – Qual o papel do número de esposas na sociedade indígena?

      Quanto maior o número de esposas, mais valente e prestigiado o homem era considerado.

07 – Como funcionava o costume de prometer filhas em casamento?

      Pais prometiam suas filhas, ainda meninas, a chefes ou amigos, mas a união só se concretizava quando a menina atingia a idade de casar, podendo ser desfeita por mútuo repúdio.

 

 

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