Soneto: NÃO COMEREI DA ALFACE A VERDE PÉTALA
Vinícius de Moraes
Não comerei da alface a verde pétala
Nem da cenoura as hóstias desbotadas
Deixarei as pastagens às manadas
E a quem mais aprouver fazer dieta.

Cajus hei de chupar, mangas-espadas
Talvez pouco elegantes para um poeta
Mas peras e maçãs, deixo-as ao esteta
Que acredita no cromo das saladas.
Não nasci ruminante como os bois
Nem como os coelhos, roedor; nasci
Omnívoro: deem-me feijão com arroz
E um bife, e um queijo forte, e parati
E eu morrerei, feliz, do coração
De ter vivido sem comer em vão.
MORAES, Vinícius de.
Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro, Nova Aguilar, 1987. p. 282-283.
Fonte: Português. Série
novo ensino médio. Volume único. Faraco & Moura – 1ª edição – 4ª impressão.
Editora Ática – 2000. São Paulo. p. 385.
Entendendo o soneto:
01 – Qual a posição do eu
lírico em relação à dieta vegetariana?
O eu lírico
expressa repúdio à dieta vegetariana, rejeitando legumes e verduras como alface
e cenoura, e ironizando aqueles que a seguem.
02 – Quais as frutas
preferidas do eu lírico?
O eu lírico
demonstra preferência por frutas tropicais como caju e manga, reconhecendo que
estas podem não ser consideradas elegantes para um poeta.
03 – Como o eu lírico se
define em relação aos animais?
O eu lírico se
define como onívoro, diferente dos bois (ruminantes) e dos coelhos (roedores),
expressando sua preferência por uma alimentação variada.
04 – Quais os alimentos que o
eu lírico deseja consumir?
O eu lírico
deseja consumir alimentos como feijão com arroz, bife, queijo forte e parati
(cachaça), representando uma culinária brasileira tradicional e saborosa.
05 – Qual a visão do eu lírico
sobre a morte?
O eu lírico
expressa que morrerá feliz do coração, por ter vivido intensamente e desfrutado
dos prazeres da vida, incluindo a boa comida.
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