Soneto: Essa pavana é para uma defunta
Jorge de Lima
Essa pavana é para uma defunta
infanta, bem-amada, ungida e santa,
e que foi encerrada num profundo
sepulcro recoberto pelos ramos.

de salgueiros silvestres para nunca
ser retirada desse leito estranho
em que repousa ouvindo essa pavana
recomeçada sempre sem descanso,
sem consolo, através dos desenganos,
dos reveses e obstáculos da vida,
das ventanias que se insurgem contra.
a chama inapagada, a eterna chama
que anima esta defunta infanta ungida
e bem-amada e para sempre santa.
Jorge de Lima. Obra poética. ed. compl. org. por Otto Maria Carpeaux.
Rio de Janeiro, Getúlio Costa, 1950. p. 609.
Fonte: Lições de texto.
Leitura e redação. José Luiz Fiorin / Francisco Platão Savioli. Editora Ática –
4ª edição – 3ª impressão – 2001 – São Paulo. p. 365.
Entendendo o soneto:
01
– Qual o tema central do poema?
O tema central do
poema é a morte de uma jovem infanta, idealizada e santificada, e a melancolia
que a envolve. A pavana, uma dança lenta e solene, serve como um lamento
fúnebre eterno.
02
– Qual o significado da pavana no contexto do poema?
A pavana
simboliza um ritual de luto contínuo e incessante. Ela é repetida eternamente,
representando a dor e a saudade que persistem após a morte da infanta.
03
– Como a figura da defunta infanta é apresentada no poema?
A infanta é
apresentada de forma idealizada e santificada, descrita como "bem-amada,
ungida e santa". Ela é envolta em um mistério poético, com seu sepulcro
coberto por ramos de salgueiro, sugerindo um afastamento do mundo terreno.
04
– Quais elementos da natureza são utilizados no poema e qual o efeito que eles
causam?
O poema utiliza
elementos como "salgueiros silvestres" e "ventanias" para
criar uma atmosfera sombria e melancólica. Esses elementos reforçam a sensação
de isolamento e a ideia de que a morte da infanta foi um evento trágico e
irremediável.
05
– Qual a interpretação da "chama inapagada" mencionada no poema?
A "chama
inapagada" pode ser interpretada como a memória eterna da infanta, ou a
persistência da dor e do amor que ela inspirou. Também pode simbolizar a
essência da alma que permanece, apesar da morte física.
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