Artigo de opinião: Festa de Iemanjá
Marcelo Xavier
Cinco horas da manhã do dia 2 de
fevereiro. O bairro do Rio Vermelho, em Salvador, acorda com um foguetório
daqueles. Está começando mais uma festa de Iemanjá, e vai durar o dia todo. As
primeiras pessoas chegam, com seus presentes para a Rainha do Mar. São
perfumes, espelhos, flores, brinquedos, colares, pulseiras. No barracão dos
pescadores, os organizadores recebem as oferendas, que vão colocando em grandes
balaios redondos. Algumas baianas jogam água-de-cheiro na cabeça do povo.
Outras dançam, girando e cantando pontos de candomblé, ao som de atabaques,
agogôs, tambores e pandeiros. O sol brilha sobre tudo, como o mais ilustre dos
convidados. O mar espera, paciente. Ele sabe que, ao final da tarde, como
sempre, todos aqueles presentes vão acabar em suas águas. O mar é a casa de
Iemanjá – portanto, festa é dele, também.

O presente principal é arrumado com
todo o carinho, por um grupo de pessoas. Trata-se da escultura de um enorme
golfinho, cercado de bonecos, espelhos e outros presentes menores.
A certa altura do dia, a fila de
oferendas parece uma enorme serpente, enfeitada de flores, arrastando-se
lentamente na direção do barracão. No corpo dessa fila-serpente tem gente de
todo tipo. A maioria se veste de branco. Na cabeça, lenços e chapéus. Nas mãos,
os presentes para Iemanjá.
Todo a região é tomada pelos cheiros,
gostos e sons da festa: são vendedores de fitinhas coloridas, colares, comida,
bebida, flores; baianas, com seus tabuleiros, e bandos de devotos.
Às quatro horas da tarde, como bem
sabia o mar, os balaios, carregados de presentes e de flores, são levados para
os barcos, junto com o presente principal. Ao som de palmas, vivas, batuques e
cantos, o cortejo parte para o alto-mar, onde vão ser deixados os presentes.
No bairro do Rio Vermelho, a festa
continua até o amanhecer.
XAVIER, Marcelo. Festas
– O folclore do Mestre André. Belo Horizonte, Formato, 2000. p. 14.
Fonte: Linguagem Nova.
Faraco & Moura. 5ª série – 17ª ed. 3ª impressão – São Paulo – Editora Ática
– 2003. p. 158-159.
Entendendo o artigo:
01 – Quando e onde ocorre a
festa de Iemanjá descrita no artigo?
A festa de
Iemanjá ocorre no dia 2 de fevereiro, no bairro do Rio Vermelho, em Salvador.
02 – Quais tipos de presentes
são oferecidos a Iemanjá durante a festa?
Os presentes
incluem perfumes, espelhos, flores, brinquedos, colares e pulseiras.
03 – Quem organiza e recebe as
oferendas durante a festa?
Os pescadores
organizam e recebem as oferendas no barracão.
04 – Que atividades ocorrem
durante a festa além da entrega de presentes?
As atividades
incluem baianas jogando água-de-cheiro na cabeça do povo, danças, cantos de
candomblé, e a venda de fitinhas coloridas, colares, comida e bebida.
05 – Como é a fila de
oferendas descrita no artigo?
A fila de
oferendas parece uma enorme serpente enfeitada de flores, composta por pessoas
de todo tipo, a maioria vestida de branco e carregando presentes para Iemanjá.
06 – O que é feito com os
balaios de presentes ao final da tarde?
Os balaios de
presentes são levados para os barcos, junto com o presente principal, e depois
são deixados no alto-mar.
07 – Até que hora a festa
continua no bairro do Rio Vermelho?
A festa continua até o amanhecer do dia
seguinte.
Nenhum comentário:
Postar um comentário