sexta-feira, 28 de março de 2025

POESIA: PARA MASCAR COM CHICLETS - (FRAGMENTO) - JOÃO CABRAL DE MELO NETO - COM GABARITO

 Poesia: Para Mascar Com Chiclets – Fragmento

            João Cabral de Melo Neto

Quem subiu, no novelo do chiclets,

ao fim do fio, ou do desgastamento,

sem poder não sacudir fora, antes,

a borracha infensa e imune ao tempo;

imune ao tempo ou o tempo em coisa,

em pessoa, encarnado nessa borracha,

de tal maneira, e conforme ao tempo,

o chiclets ora se contrai, ora se dilata,

e consubstante ao tempo, se rompe,

interrompe, embora logo se remende,

e fique a romper-se, a remendar-se,

sem usura nem fim, do fio de sempre.

No entanto quem, e saberente que ele

não encarna o tempo em sua borracha,

quem já ficou num primeiro chiclets,

sem reincidir nessa coisa (ou nada).

[...]

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg2M6bpVG4Q1fDyO_Z2_S2O8_NBf5rZkmRNhlpKV8dNqMB7X2Yo9uYGYkWcHgTixr5UKz_gIaSWYUk4sckvUNd6kLnxZB5JpTe7C1QXJxrO1FR8lydEkf3nbnxuBIvSmSU4rbIz2hfWFsvbH3cju7SBzcOY5mgE4XNAQ_VmLambljl6HLW27jzz3Tf8wKA/s320/CHICLETS.jpeg


Melo neto, João Cabral de. Obra completa. Rio de Janeiro, Aguilar, 1994.

Fonte: Português. Série novo ensino médio. Volume único. Faraco & Moura – 1ª edição – 4ª impressão. Editora Ática – 2000. São Paulo. p. 403.

Entendendo a poesia:

01 – Qual a metáfora central do poema?

      A metáfora central do poema é a do chiclete como representação do tempo e da experiência humana. O chiclete, com sua capacidade de se esticar, romper e remendar, simboliza a natureza efêmera e contínua do tempo.

02 – Como o tempo é personificado no poema?

      O tempo é personificado na borracha do chiclete, que se contrai, dilata, rompe e remenda, refletindo a natureza mutável e cíclica do tempo.

03 – Qual a reflexão sobre a experiência humana presente no poema?

      O poema reflete sobre a tendência humana de repetir experiências, mesmo sabendo que elas não encarnam a essência do tempo. A pergunta "quem já ficou num primeiro chiclets, sem reincidir nessa coisa (ou nada)" sugere a dificuldade de romper com padrões repetitivos.

04 – Qual a visão do poeta sobre a natureza do tempo?

      O poeta apresenta uma visão do tempo como algo que está em constante movimento, transformação e renovação. O tempo é visto como uma força que molda a experiência humana, mas que não pode ser completamente compreendida ou controlada.

05 – Qual a importância da repetição no poema?

      A repetição de palavras e frases, como "imune ao tempo", "romper-se, a remendar-se" e "fio de sempre", enfatiza a natureza cíclica do tempo e a persistência da experiência humana. A repetição também cria um ritmo que imita o movimento contínuo do chiclete e do tempo.

 

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