Notícia: ATRAÇÃO PERIGOSA
Lia Bock e Mônica Tarantino
O brasileiro exagera nos remédios,
consumindo-os sem consultar o médico e colocando a sua saúde em risco.
Levante a mão quem jamais tomou um
remedinho "receitado" por um amigo ou foi até a farmácia comprar um
medicamento e saiu de lá levando dois ou mais na sacola. Esse é apenas um dos
sintomas da tendência para a automedicação que o Brasil tem.
Usar remédio sem prescrição médica é um
hábito muito frequente entre nós. Os produtos com tarja vermelha são o
principal alvo de venda fácil. O controle é mais rígido com as drogas com tarja
preta (podem causar dependência), pois uma via da receita fica retida na
farmácia. Um dos desdobramentos dessa situação é que muita gente usa
substâncias potentes sem necessidade.
Abusos como esse são culpa de quem?
Para os especialistas, a automedicação é resultado de um contexto em que vários
atores contracenam. Ela passa pelo sistema público de saúde, que não dá conta
da demanda, pela prática da empurroterapia (venda comissionada de medicamentos)
nas farmácias, por uma vocação do brasileiro para pajelança (todo mundo gosta
de receitar soluções) e pela necessidade de fiscalização mais eficaz. Esses são
alguns dos pilares da encrenca, que traz sérias consequências.
Há mais uma ponta a considerar quando
se trata de automedicação: as farmácias. No Brasil, há cerca de 55 mil
estabelecimentos desse tipo, o equivalente a uma farmácia por três mil
habitantes. O número excessivo de medicamentos à venda põe mais lenha na
fogueira.
A automedicação é uma praga e, contra
ela, é necessário ter uma abordagem ampla e organizada.
Adaptação da reportagem
de Lia Bock e Mônica Tarantino, Isto É, nº 1671, 10/10/2001, p. 80-85.
Fonte: Português –
Novas Palavras – Ensino Médio – Emília Amaral; Mauro Ferreira; Ricardo Leite;
Severino Antônio – Vol. Único – FTD – São Paulo – 2ª edição. 2003. p. 598.
Entendendo a notícia:
01
– Qual o principal problema abordado na notícia?
O principal
problema abordado é a automedicação, um hábito frequente entre os brasileiros,
que consiste em consumir medicamentos sem prescrição médica, colocando a saúde
em risco.
02
– Quais os principais fatores que contribuem para a automedicação no Brasil?
Os principais
fatores são: o sistema público de saúde que não atende à demanda, a prática da
"empurroterapia" nas farmácias (venda comissionada de medicamentos),
a tendência do brasileiro a "receitar soluções" e a falta de
fiscalização eficaz.
03
– Qual a diferença entre medicamentos de tarja vermelha e tarja preta, e qual a
relação dessa diferença com a automedicação?
Medicamentos de
tarja vermelha são vendidos com menos controle, enquanto os de tarja preta (que
podem causar dependência) exigem receita retida na farmácia. A facilidade de
acesso aos medicamentos de tarja vermelha contribui para a automedicação.
04
– Qual a relação entre o número de farmácias e a automedicação no Brasil?
O grande número
de farmácias no Brasil (uma para cada três mil habitantes) e a vasta quantidade
de medicamentos à venda contribuem para a automedicação, facilitando o acesso e
incentivando o consumo excessivo.
05
– Qual a solução proposta para combater a automedicação no Brasil?
A notícia propõe
uma abordagem ampla e organizada para combater a automedicação, envolvendo
ações de diversos setores da sociedade e do governo.
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