domingo, 26 de junho de 2022

POEMA - REGINA WERNECK - COM GABARITO

Poema: Poema

              Regina Werneck

Minha memória é um rio caudaloso
Onde, às vezes, eu me vejo submersa,
Afogada, asfixiada.
É um rio de torrentes que me arrasta
E me joga de um lado para outro,
Contra rostos, mãos, casas, esperanças,
Ideias, planos, ruas, despedidas,
Montes, mares, angústias e caminhos,
Pernas, pés, praias, solidão...
Estendo as mãos, as margens longe...
E vou me debatendo
Até que a voz do tempo
E o correr dos dias
Me salvem de mim mesma
E me coloquem outra vez
Nas margens tranquilas do esquecer.

Regina Werneck. Poema. Disponível em: http://www.releituras.com/ne_rwerneck_poema.asp. Acesso em: 22 jul. 2009.

Fonte: Língua portuguesa 2 – Projeto ECO – Ensino médio – Editora Positivo – 1ª edição – Curitiba – 2010. p. 262-3.

Entendendo o poema:

01 – Segundo Freud, os pacientes psicanalíticos sofriam de “reminiscências”, ou seja, ficavam recordando de forma incessante fatos traumáticos do passado. A memória, no poema de Regina Werneck, demonstra ser geradora de lembranças positivas ou de sofrimentos? Justifique sua resposta.

      Sofrimentos. A memória é comparada a um rio caudaloso, onde o eu lírico sente-se submerso e asfixiado, ou seja, sofre com as memórias que não o abandonam.

02 – Interprete o sentido do último verso do poema.

      O esquecimento é visto, no poema, como uma possibilidade de livrar o eu lírico de seu sofrimento, de ele poder viver tranquilamente a partir do momento em que se esquecer das memórias que trazem dor.

03 – É possível afirmar que o poema apresenta um aproveitamento das ideias freudianas? Explique seu ponto de vista.

      Sim, pois o tema do sofrimento gerado pela memória aparece no poema e está implícita também a ideia de que o ser humano não controla totalmente suas lembranças: o inconsciente também age sobre ele, por isso não basta querer esquecer, não depende apenas da vontade consciente de alguém o ato de esquecer.


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