CRÔNICA: ESTRANHO EQUILÍBRIO
Fabrício Carpinejar
Faz muito sentido. Amigo é não se meter, por mais que tenhamos intimidade,
é respeitar a decisão mesmo que não seja o que você pensa.
Se ele procura namorar alguém que você não gosta, é
dar apoio igual. Se ele pretende permanecer num emprego que você não acha
justo, é dar apoio igual. Se ele busca manter uma vida que você não considera
ideal, é dar apoio igual.
É estar junto apenas, para qualquer dos lados.
Amizade é dança. Acompanhar o ritmo da música.
É opinar, expor sua crítica, mas não viver pelo outro.
É não intervir, não pesar a mão, não exagerar.
Amigo não é ser pai, não é ser mãe, não é educar.
É aceitar o que ele é, é reconhecer o que ele deseja, ainda que seja
muito diferente de suas crenças.
É entender o momento de falar e entender também o momento de silenciar.
Análise demais estraga a amizade. Você estará sendo terapeuta, não
amigo.
É discordar e seguir adiante. Não é discordar e fazer oposição, boicote,
greve. Até que nosso amigo mude de ideia.
Amigo é oferecer conselho, não um sermão. É alertar, jamais insistir.
Amizade é fugir do julgamento, é compreender a
alternância, os altos e baixos, os desabafos.
Amigo não cobra coerência, não fica em cima cutucando feridas.
É saber tudo e agir como se não soubesse de nada. É não ficar apontando
o que é certo ou errado.
Amizade é difícil. Amizade é um estranho equilíbrio.
Mas amizade não é cegueira. É a arte de enxergar com os ouvidos.
Disponível em: <http://carpinejar.blogspot.com/2014/03/estranho-equilibrio.html>.
Acesso em: 26 mar. 2019.
O que motivou a escrita da crônica foi Fabrício Carpinejar descobrir um provérbio sobre a amizade que considerou perfeito.
A
silepse está no trecho: “por mais que tenhamos intimidade”, pois a crônica
estava na terceira pessoa, referindo-se a “você”, mas, nesse momento, o
cronista usou a 1ª pessoa, a fim de se incluir na ideia apresentada.
“É não intervir, não pesar a mão, não exagerar.”
Sabendo que a outra nomenclatura para conjunção é SÍNDETO, a que figura de
construção Carpinejar recorreu, no trecho transcrito: Assíndeto ou polissíndeto?
Explique.
Ocorreu a
figura de construção
ASSÍNDETO, pois o autor
optou por não
usar uma conjunção
entre a segunda oração
e a terceira, na qual se encerrou
o período. Poderia ter usado a conjunção E.
( a ) não magoam.
( b ) não revelam segredos.
( c ) precisam saber cuidar.
( d ) evitam assuntos
desagradáveis.
( a ) Tato
( b ) Visão
( c ) Audição
( d ) Paladar
( a ) fazer amigos é fácil, mas mantê-los é difícil.
( b ) estar entre amigos é bom, mas gostar de estar sozinho é
fundamental.
( c ) amigos
aconselham, mas não podem comandar as atitudes do outro.
( d ) amigos antigos devem se mesclar a amigos novos, para haver
renovação
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