ARTIGO DE OPINIÃO: O PODER DA AMIZADE NA ADOLESCÊNCIA
Rosely Sayão
Nunca é demais lembrar que a presença firme e tuteladora dos pais ainda é imprescindível na vida dos filhos, acima de tudo por meio de palavras e condutas que orientam, limitam, impõem e reafirmam as regras e normas de vida que são valorizadas no convívio familiar. Ao mesmo tempo, é nessa fase que os pais devem iniciar o processo de substituição das imposições por propostas e sugestões naquilo que diz respeito à vida do filho.
Entretanto
esse é um processo longo, que apenas tem sua largada nessa fase e deve terminar
lá pelos 17 ou 18 a nos afim de
precipitar a autonomia
e a maturidade.
Agir com urgência ou
impaciência e abortar
o processo ainda
em andamento prejudica sua chance
de bom termo.
Muitas
coisas os jovens devem aprender com educadores escolares e pais nessa fase, e
hoje vamos conversar a respeito de uma delas, que é crucial para que eles
tenham um norte nos relacionamentos que passam a ter com seus pares de geração:
as relações de amizade. A respeito das relações de coleguismo e das impessoais
e incidentais, falaremos em outra oportunidade.
Num mundo em que se aponta a popularidade – ser
conhecido por um grande número de pessoas – como característica social das mais
cobiçadas e reveladoras de prestígio, nada mais importante e necessário do que
esse tema na educação.
Muitos fatores têm contribuído para que os jovens
tenham um conceito pouco sólido a respeito da amizade, já que quase todas as pessoas
com quem eles se relacionam são chamadas de amigos. Talvez o mau hábito de pais
e professores de, desde que a criança
é bem pequena,
nomearem como amigos
todos os colegas
de classe, de
prédio ou de
clube, por exemplo,
tenha um grande peso nessa
história. O fato é que eles não têm em conta como amigos apenas aqueles a quem
eles querem bem e a quem
têm grande consideração. Então, eles precisam saber que nem todo relacionamento
é de amizade.
Fazer amigos é uma escolha, se bem que viver sem amigos talvez torne a vida mais árdua do que já é ou, quem sabe, até impossível de ser vivida. Amigo não deixa de ser um recurso para fazer frente às vicissitudes da vida. E os jovens precisam aprender que tal escolha traz compromissos: de disponibilidade, de dedicação, de generosidade, de tolerância e de lealdade, entre outros.
Fazer amigos ajuda a combater a ideologia consumista de nosso tempo, que pega tão pesado com os jovens, já que ter amigos subverte a lógica do consumo. Quem cultiva amizades entende que mais importante do que ter o poder de ter algo é ter alguém ao lado, poder contar com alguém.
Ao
despedir - se da infância, o jovem se depara com uma grande empreitada: saber
quem é, reconhecer o outro e suas diferenças
e respeitá-lo. Essa é uma questão das mais importantes
do início de
adolescência, que
acompanhará o jovem
pelo resto da vida, pois as relações de amizade são um campo fértil de
experimentações que contribuem de forma criativa para essas descobertas.
Tudo isso e muito mais os jovens podem aprender se pais e escolas, principalmente, contribuírem para que eles encarem a amizade como um valor. Mas, pelo jeito, temos é colaborado para que tal questão seja cada vez mais banalizada.
Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/fsp/equilibrio/eq2508200510.htm>. Acesso em: 26 mar 2019.
A respeito das relações de coleguismo e das impessoais e incidentais, falaremos em outra oportunidade.” Refletindo acerca do enunciador do trecho, explique por que houve silepse de número no verbo grifado.
Houve
silepse de número em “falaremos”, pois a mensagem do texto está sendo
transmitida por uma única pessoa, Rosely Sayão, então não havia a necessidade
de se usar o plural, mas, provavelmente, ela fez isso para dar um tom de
humildade ao texto.
O pronome em destaque refere-se à/ao:
( a ) urgência. ( c ) processo.
( b ) impaciência. ( d ) maturidade
03. Releia três trechos do texto e transcreva o
único que serviria adequadamente de resposta ao título (entre as opções), caso fosse
um questionamento: Qual é o poder da amizade na adolescência?
II)“Muitos fatores têm contribuído para que os
jovens tenham um conceito pouco sólido a respeito da amizade, já que quase
todas as pessoas com quem eles se relacionam são chamadas de amigos.”
III)“
Quem cultiva amizades entende que mais importante do que ter o poder de ter
algo é ter alguém ao lado, poder contar com alguém.”
( a ) “Agir com urgência ou impaciência e abortar o
processo ainda em andamento prejudica sua chance de bom termo.”
(
b) “A respeito das relações de coleguismo e das impessoais e incidentais,
falaremos em outra oportunidade.”
( c ) “Então, eles precisam saber que nem todo
relacionamento é de amizade.”
( d ) “Mas, pelo jeito, temos é colaborado para que
tal questão seja cada vez mais banalizada.”
ARRASOU MUITOOO!
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