sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

POEMA: LIÇÃO DE GRAMÁTICA - DAVID CHERICIÁN - COM QUESTÕES GABARITADAS

Poema: Lição de Gramática
               
               David Chericián

Eu estou, você está,
e ela está, e ele também;
e todos os que estavam estiveram
e estão muito bem.

Estamos, estaremos
nós, ela e ele
estarão lado a lado, e eu, que estive,
estarei.

E, se acaso estivesse
alguém que não tenha estado naquela vez,


bem-vindo!, porque estar é o que importa
-- e que todos estejam.

(In: Poesia latino-americana para meninos e meninas.
São Paulo: Melhoramentos, 2000. p. 33.)
Entendendo o poema:

01 – O título do poema é “Lição de Gramática”. Nele, uma classe de palavras recebeu uma atenção especial. Das classes de palavras relacionadas a seguir, qual tem destaque no poema?
a)   Substantivo.
b)   Adjetivo.
c)   Artigo.
d)   Pronome.
e)   Verbo.

02 – Observe as formas verbais empregadas no texto.
a)   De que verbo elas são?
Do verbo estar.

b)   Esse verbo geralmente indica ação, estado ou fenômeno natural?
Geralmente indica estado.

03 – O poema apresenta formas verbais e pronomes em diferentes pessoas do discurso. Associe as colunas:
a)   1ª pessoa do discurso, no singular.
b)   2ª pessoa do discurso, no singular.
c)   3ª pessoa do discurso, no singular.
d)   1ª pessoa do discurso, no plural.
e)   3ª pessoa do discurso, no plural.

    (c) “Ela está”.
    (e) “Ela e ele estarão”.
    (a) “Eu estou”.
    (b) “Você está”.
    (d) “Estamos, estaremos nós”.

04 – Observe as formas verbais empregadas nestes trechos do poema: “Eu estou, você está
             “Todos os que estavam estiveram”.
             “Estamos, estaremos nós”.
             “Ela e ele estarão lado a lado”.

a)   Quais dessas formas expressam a noção de tempo passado?
Estavam, estiveram.

b)   Quais expressam a noção de tempo presente?
Estou, está.

c)   Quais expressam a noção de tempo futuro?
Estaremos, estarão.

05 – Compare as formas verbais consideradas na questão anterior com as destacadas nestes outros trechos do poema:
“E, se acaso estivesse alguém”
“E que todos estejam”.

a)   Quais delas são formas verbais que expressam a ideia de que as ações com certeza acontecem, aconteceram ou acontecerão?
As formas verbais presentes nos trechos reproduzidos na questão 4.

b)   Quais expressam a ideia de que as ações talvez venham a acontecer?
As formas verbais presentes nos trechos reproduzidos nesta questão.

c)   Identifique o modo em que estão as formas verbais consideradas.
As formas verbais presentes nos trechos reproduzidos na questão 4 estão no indicativo e as presentes nos trechos reproduzidos nesta questão estão no subjuntivo.

06 – Compare estes trechos do poema:
“Todos os que estavam estiveram / e estão muito bem”.
“Ela e ele / estarão lado a lado, e eu, que estive, / estarei”.

Qual é a ideia transmitida por esses versos? Assinale a resposta correta.
a)   Estar com outras pessoas causa desconforto, pois as pessoas são individualistas e preferem ficar sozinhas.
b)   O eu lírico do poema gostaria de estar com outras pessoas, mas não pode; por isso se sente só.
c)   Estar com outras pessoas causa bem-estar e há o desejo de estar mais vezes com outras pessoas.
d)   Estar com outras pessoas é impossível, pois as pessoas do discurso são sempre diferentes e nunca haverá união entre elas.

07 – Com base na última estrofe, responda: O círculo de pessoas e de relacionamentos é fechado ou outras pessoas também podem participar dele? Justifique sua resposta com palavras ou expressões do texto.
      O círculo está aberto a pessoas que queiram participar dele, conforme a expressão “bem-vindo!” e o verso “E que todos estejam”.



CRÔNICA: A HISTÓRIA MAIS OU MENOS - LUÍS FERNANDO VERÍSSIMO - COM GABARITO

Crônica: A História Mais ou Menos
                              Luís Fernando Veríssimo

        Negócio seguinte. Três reis magrinhos ouviram um plá de que tinha nascido um Guri. Viram o cometa no Oriente e tal e se fla­graram que o Guri tinha pintado por lá. Os profetas, que não eram de dar cascata, já tinham dicado o troço: em Belém da Judeia vai nascer o Salvador, e tá falado. Os três magrinhos se mandaram. Mas deram o maior fora. Em vez de irem direto para Belém, como mandava o catálogo, resolveram dar uma incerta no velho Herodes, em Jerusalém. Pra quê! Chegaram lá de boca aberta e entregaram toda a trama. Perguntaram: Onde está o rei que acaba de nascer? Vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo. Quer dizer, pegou mal. Muito mal. O velho Herodes, que era um oligão, ficou grilado. Que rei era aquele? Ele é que era o dono da praça. Mas comeu em boca e disse: Joia. Onde é que esse guri vai se apresentar? Em que canal? Quem é o empresário? Tem baixo elétrico? Quero saber tudo. Os magrinhos disseram que iam flagrar o Guri e na volta dicavam tudo para o coroa.
        Bom. Seguiram o cometa, chegaram numa estrebaria e lá esta­va o Guri com a Mãe e o Pai. Sensacional. Parecia até presépio vivo. Os magrinhos encheram o Guri de presente. Era Natal, pô. Mirra, incenso, ouro, autorama. Tava na hora de darem no pé quando chega um telex. É do céu. Um anjo avisando aos magrinhos que não, repi­to, não voltem à presença de Herodes porque o coroa tá a fim de apagar o Guri. E, depois que os magrinhos se mandaram, chega outro telex, desta vez para o velho do Guri. Te manda e leva a família. O Herodes vem atrás de vocês e não é pra dar presente. O velho pegou a mulher e o Guri e voou para o Egito. Na estrebaria as vacas ficaram se entreolhando meio acanhadas, mas depois esquece­ram tudo. Aliás, um dos carneiros, mais tarde, quis vender a história toda para um jornal de Jerusalém, mas não acertaram o tutu.
      Bom, o Herodes, é claro, ficou chutando as paredes quando soube da jogada dos magrinhos. Mandou que todo bebinski nascido nas bocas fosse cancelado. Se tiver fralda, apaga. Foi chato. Muito chato. Morreu neném que não foi fácil. Mas o Guri tava no Egito, vivão. Pouco depois Deus achou que o Herodes tava se passando e cassou a licença dele. E mandou passar outro telex para o velho do Guri: Pode voltar. Segue carta. Mas o velho foi vivo e em vez de pintar na Judeia – onde o filho de Herodes, outro mauca, reinava ­foi para a Galileia, para uma cidadezinha chamada Nazaré. Ali o Guri cresceu legal. Acabou Rei mesmo, dando o maior Ibope. Aliás, os profetas já tinham dito que o Guri seria chamado Nazareno. Naquela época, profeta não dava uma fora! Se tivesse a Loteria Esportiva, já viu, né?

              VERÍSSIMO, Luís Fernando. A História, mais ou menos. In:
O nariz e outras crônicas. São Paulo: Ática, 1994, p. 30-1. (Para gostar de ler).

Entendendo a crônica:
01 – Qual é o texto que serviu de base para essa crônica de Luís Fernando Veríssimo?
      O texto bíblico que narra o nascimento de Jesus.

02 – A crônica possui um narrador, cujas características podem ser facilmente deduzidas a partir de uma análise das escolhas linguísticas feitas. Quais dos perfis abaixo se aproxima do narrador representado no texto?
a)   Criança, com 8 ou 9 anos.
b)   Adolescente, com 13 a 17 anos.
c)   Adulto, executivo, pai.

03 – É possível classificar o texto “A História, mais ou menos” como sendo uma paródia ou uma paráfrase? Por quê?
      É difícil classificar o texto como sendo uma paródia ou uma paráfrase, porque, apesar de não haver inversões em relação aos sentidos do enredo original, dá-se voz a um narrador totalmente diferente do narrador bíblico, o que implica em um outro texto, produzido com outra finalidade, para outros interlocutores, em outra situação comunicativa.

04 – Apesar de usar muitas gírias, o texto também possui algumas palavras inventadas, atitude essa própria da criatividade jovem. A partir de semelhança com palavras que você conhece e de análise do contexto linguístico, deduza o que significam as seguintes palavras abaixo:
·        “Oligão” = é uma referência à Oligarquia, forma de governo em que poucas pessoas governam.

·        “Mauca” = deduzindo-se pelo contexto, pode significar “pessoa desprezível” ou “cruel”.

05 – Que palavras no texto representam objetos que “atualizam” a história?
      Telex, autorama, baixo elétrico, fralda.

06- Observe as expressões a seguir: "ouviram um plá", "maior fora" e "dar uma incerta". Considerando o contexto apresentado nesse trecho da crônica, o que cada uma delas significa?
"ouviram um plá" = ficaram sabendo de algum acontecimento;
"maior fora" = cometer um erro;
"dar uma incerta" = verificar, sem avisar previamente.

07 - Qual é o tipo de linguagem utilizada no texto?
O texto apresenta linguagem informal.

08 - De acordo com a situação de uso, qual é o efeito de sentido produzido no texto com o uso dessas expressões?
O efeito é de tornar a história descontraída e bem-humorada, pois é uma forma não convencional de narrar uma história conhecida mundialmente.



ARTIGO DE OPINIÃO: JERIMUM TRESANDADO - RICARDO VALLADARES - COM QUESTÕES GABARITADAS

ARTIGO DE OPINIÃO: Jerimum tresandado
                         Ricardo Valladares


  Por que é ridículo o sotaque dos atores da Globo que interpretam personagens nordestinos.

    Sempre que a Rede Globo coloca no ar uma novela passada fora do eixo Rio – São Paulo, nordestinos alisam o cabo da peixeira. Tudo por causa do sotaque dos personagens, que soa ridículo aos ouvidos dos moradores dessa região do Brasil. Segundo pesquisa do Ipesp, instituto pernambucano, feita no Ceará durante a exibição da novela A Indomada, no ano passado, apenas 13% dos moradores da região se sentiram bem representados nas falas dos personagens. Os demais se dividiam entre os que achavam ridículo e os que encaravam tudo como piada. No centro dessa discussão está a professora de prosódia da Globo, Iris Gomes da Costa, hoje responsável pelas aulas de “dialeto cearense” da novela Meu Bem Querer. Fluminense de São Fidélis, Iris é formada em português e francês e faz um trabalho meticuloso. Sempre que viaja leva um gravadorzinho na bolsa. Quando entabula uma conversa com alguém do lugar que está visitando, pede autorização para gravar um trecho do diálogo. Com isso, formou um arquivo de prosódias que mapeia o jeito de falar de cada região. Ela o usa em suas aulas na emissora.
        Mesmo com esse cuidados, o sotaque nordestino dos atores da Globo está longe de ser realista. Um dos motivos principais é que imitar o jeito de falar de uma região é uma das coisas mais difíceis da arte dramática. Se atores de cinema tarimbados evitam esse constrangimento – o britânico Hugh Grant, por exemplo, sempre faz papel de inglês em filmes americanos –, que dizer, então, de galãs da Globo, recém-saídos da escola de modelos, que tentam aprender o sotaque nos intervalos entre uma gravação e outra? A própria Iris admite que a fala cearense da novela é de mentirinha. “É uma obra de ficção, o importante é ter uma referência vaga”, defende-se.
        A Globo começou a utilizar sotaques regionais em novelas em 1975, quando o diretor Walter Avancini contratou Lúcia Rocha, mãe do cineasta Glauber, para ensinar os personagens de Gabriela a falar “baianês”. Quando fez isso, contrariou uma regra de ouro da dramaturgia: aquela que reza que sotaques falsos devem ser utilizados apenas em peças cômicas, já que soam invariavelmente ridículos. É assim desde a commedia dell’arte, italiana, na qual os criados falavam sempre com acento napolitano – uma brincadeira com o fato de que era do sul pobre do país que vinham os serviçais da nobreza. A cantora baiana Daniela Mercury não se importa com a fajutice do sotaque nordestino global. “Tem a vantagem de não massificar a televisão com as falas de São Paulo e Rio”. O humorista Tom Cavalcante, que é cearense, acha que imitações só caem bem em piadas. O escritor Ariano Suassuna, paraibano, é radicalmente contra. “Nas adaptações de minhas peças para TV exijo que não façam sotaque nenhum”. Quando o interlocutor pergunta a razão, Ariano começa a imitar o jeito de falar de cariocas e paulistas – e se diverte com as risadas que provoca.
         VALLADARES, Ricardo. Jerimum tresandado.
In: Veja, Abril, São Paulo, ed. 1572, p. 198, 11 nov. 1998.
Entendendo o texto:
01 – Observe as acepções do dicionário para as seguintes palavras:
·        Jerimum: Abóbora, aboboreira, abóbora-moranga.
·        Tresandar: Fazer andar para trás, desandar, transformar, confundir, perturbar, desordenar.

Explique a escolha do título para esse texto.
      Jerimum e tresandar são palavras mais comumente usadas no norte e nordeste do Brasil. Ao se aproveitar as duas palavras para formar a expressão Jerimum desandado, obteve-se uma sugestão de confusão, de desordem.

02 – Afirma-se que o sotaque dos atores da Rede Globo que interpretam personagens nordestinos é ridículo. Que dados estatísticos o autor usa para fundamentar essa ideia?
      A professora de “sotaque nordestino” e a atriz Carolina Pavanelli. Adianta que, apesar das tentativas, o sotaque é falso.

03 – Que estratégias a professora usa para ensinar “sotaque” a seus alunos? Por que, segundo o texto, as aulas não dão resultado satisfatório?
      Grava falares em regiões diferentes e usa-os em suas aulas. Porque imitar o jeito de falar de uma região é muito difícil.

04 – Qual foi o resultado da pesquisa feita pela IPESP, com a relação à exibição da novela A Indomada, no Ceará?
      Apenas 13% dos moradores da região se sentiram representados durante a exibição de uma novela com personagens nordestinos. Os demais se dividiram entre os que acharam ridículo e os que encaravam tudo como piada.

05 – Releia: “Se atores de cinema tarimbados evitam esse constrangimento – o britânico Hugh Grant, por exemplo, sempre faz papel de inglês em filmes americanos –, que dizer, então, de galãs da Globo, recém-saídos da escola de modelos, que tentam aprender o sotaque nos intervalos entre uma gravação e outra?”
O que o autor do texto sugere a respeito dos atores da Globo nesse trecho? Que pistas linguísticas dão conta disso?
      Os atores da Globo são inexperientes (em oposição aos “tarimbados atores de cinema); “galãs” e não atores (“recém- saídos da escola de modelos”).

06 – Que personalidades foram consultadas para dar um parecer sobre o assunto? Que pontos em comum têm essas pessoas que justifica a consulta?
      Tom Cavalcante, Daniela Mercury e Ariano Suassuna. Todos são do nordeste do Brasil e ligados à área artística: respectivamente, humorista e ator, cantora e dramaturgo.
     

quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

FILME(ATIVIDADES): DR. FANTÁSTICO - COM SINOPSE E QUESTÕES GABARITADAS

Filme(ATIVIDADES): DR. FANTÁSTICO

Data de lançamento 20 de julho de 1964 (1h 35min)
Direção: Stanley Kubrick
Gêneros Comédia Guerra
Nacionalidades Reino UnidoEUA

SINOPSE E DETALHES
        Um general americano acredita que os soviéticos estão sabotando os reservatórios de água dos Estados Unidos e resolve fazer um ataque anticomunista, bombardeando a União Soviética para se livrar dos "vermelhos". Com as comunicações interrompidas, ele é o único que possui os códigos para parar as bombas e evitar o que provavelmente seria o início da Terceira Guerra Mundial.

Entendendo o filme:
01 – Qual é o significado do termo Guerra fria?
      Guerra Fria é a designação de um período histórico de disputas entre os Estados Unidos e a União Soviética.

02 – Por que este filme é considerado uma sátira política de humor negro?
      Porque ele conta como um general insano, que acredita em uma conspiração comunista, dá ordens para bombardear a Rússia, iniciando uma Guerra Nuclear.

03 – Este filme tornou-se um clássico do cinema. O que ele é para:
a)   Os amantes de tecnologia?
Ele mostra seus primórdios, da telefonia de longa distância até computadores capazes de tomar decisões.

b)   Os cinéfilos?
Por sua linguagem cinematográfica inovador.

c)   Historiadores e cientistas políticos?
Por relatar um período dramático da história mundial a Guerra Fria.

04 – Por que o General Jack D. Ripper ordena a execução do plano R?
      O General Ripper estava preocupado com a pureza dos nossos “fluidos corporais” e empreende a execução do plano R que consiste em um ataque a bases militares e complexos industriais estratégicos na Rússia.
      O problema é que apenas ele possui o código que cancelaria esse ataque, mas se fecha em seu quartel e ordena ao seu pelotão que ataque quem ousar invadir sua base.

05 – A cena final do filme causou um forte impacto na plateia. Por quê?
      Mostrou uma guerra nuclear entre Estados Unidos e União Soviética, com ogivas espocando no céu e formando monstruosos cogumelos atômicos.


MÚSICA(ATIVIDADES): VOVÔ - PALAVRA CANTADA - COM QUESTÕES GABARITADAS

Música(Atividades): Vovô

                  Palavra Cantada

Quando eu vejo meu vovô
Que é pai do meu papai
Penso que há um tempo atrás
Ele era o que eu sou

Agora sou criança
E o vovô também já foi
A vida é uma balança
Ontem, hoje e depois

Amanhã talvez quem sabe
Eu serei um outro avô
E o filho do meu filho
Será o que hoje eu sou

Ontem, hoje e depois

Amanhã talvez quem sabe
Eu serei um outro avô
E o filho do meu filho
Será o que hoje eu sou

Ontem, hoje e depois
Ontem, hoje e depois
Ontem, hoje e depois
                                Composição: Edith Derdyk / Paulo Tatit

Entendendo a canção:
01 – O eu lírico da canção tem alguns pensamentos filosóficos.
a)   Sobre o que ele pensa?
Sobre a passagem do tempo, ou sobre como nós, desde que nascemos, vamos crescendo e envelhecendo.

b)   O que ele quer dizer com o trecho “A vida é uma balança / Ontem, hoje e depois”?
Quer dizer que, na vida, ora ocupamos uma posição, ora outra.

c)   Das palavras ontem, hoje e depois, qual equivale ao centro do equilíbrio da balança?
A palavra hoje.

d)   Você também costuma ter pensamentos filosóficos desse tipo? Se sim, conte como são seus pensamentos.
Resposta pessoal do aluno.

02 – O eu lírico se compara ao avô e pensa no que cada um é, foi e será. Observe estes três grupos de versos:
“[meu avô] Que é pai do meu pai
[...]

Ele era o que eu sou”.
“Agora eu sou criança
E o vovô também já foi.”
“Eu serei um outro avô”.

a)   Que versos expressam o que o avô foi no passado? Nesses versos, em que tempo estão os verbos que se referem ao avô?
“Ele era o que eu sou” e “E o vovô também já foi”. Estão no passado: era e foi.
b)   Que versos expressam o que o eu lírico e o avô são no presente? Em que tempo estão os verbos desses versos?
“Que é pai do meu pai” e “Agora eu sou criança”. Estão no presente: é e sou.

c)   Que verso expressa o que o eu lírico vai ser no futuro? Em que tempo está o verbo desse verso?
“Eu serei um outro avô”. Está no futuro: serei.

d)   As formas verbais dos versos acima expressam ação, estado ou fenômeno natural? Na sua opinião, por que esse tipo de verbo é o mais adequado ao tema da canção?
Em todos os versos foi empregado o verbo ser, que é um verbo de estado e o mais adequado para tratar do tema da canção, que são as mudanças do ser humano no decorrer do tempo.

e)   Conclua: Qual é a importância dos tempos verbais na construção da letra da canção?
Os tempos verbais – passado, presente e futuro – foram utilizados para tratar das diferentes fases da vida. Sem a flexão de tempos verbais, seria impossível expressar essas diferenças.

03 – Observe a penúltima estrofe da letra da canção. Como o eu lírico vê a passagem do tempo e da vida?
      Ele vê a vida como algo circular, ou seja, todos nós passamos pelas mesmas etapas, da infância à velhice.

POEMA: GATO NO MATO - SEBASTIÃO NUVENS - COM QUESTÕES GABARITADAS

Poema: Gato no mato
             Sebastião Nuvens


Um gato
Foi passear no mato
Quando chegou
No meio do mato encontrou
Outro gato.

Os dois gatos
Foram caçar patos.
Quando chegaram perto dos patos,
Surgiram outros
Dois gatos.

Os quatro gatos
Foram procurar
Ninho de carrapato
Quando chegaram
Perto dos chatos
Apareceram outros
Quatro gatos.

Os oitos gatos foram
Brincar de dar saltos
Enquanto davam
Saltos muitos altos,
Se encontraram com mais oito gatos.

Os dezesseis gatos
Resolveram sair do mato
Quando saíram do mato, deram de cara com
Outros dezesseis gatos.

Os trintas e dois gatos
Decidiram caçar ratos
Enquanto caçavam ratos,
Apareceram outros trinta e dois gatos.

Aí, os ratos gritaram:
--Assim, não! Desse jeito é covardia!

Envergonhados,
Os gatos foram saindo
De mansinho,
Cada um para o seu lado.

E, como não tinha
Nada para fazer,
Um dos gatos resolveu
Ir passear no mato.
         Sebastião Nuvens. Ciência Hoje das Crianças. n° 128.
Entendendo o poema:

01 – “Personificação" é um recurso de linguagem que consistem em atribuir qualidades humanas a seres não humanos ou inanimados. No poema, que ações ou atitudes dos gatos são exemplos de personificação?
      Os gatos foram caçar patos, foram procurar ninho de carrapatos, foram brincar de dar saltos.

02 – A cada estrofe, o número de gatos dobra no poema. Em quais estrofes isso não ocorre? Por quê? 
      Pois, Trinta e dois gatos, foram caçar ratos. Os ratos gritaram, que seria uma covardia.

03 – O poema é inspirado em brincadeiras populares feitas com numerais.
a)   Identifique alguns numerais empregados no poema e classifique-os.
Entre outros: dois, quatro, oito. São todos numerais cardinais.

b)   Você conhece outras brincadeiras populares que também exploram numerais? Se sim, conte para os colegas como são.
Resposta pessoal do aluno. Sugestão: “Sete e sete são catorze / Três vezes sete vinte um...”; “Um, dois, feijão com arroz...”; “A galinha do vizinho bota ovo amarelinho, bota um, bota dois...”

04 – A diversão dessa brincadeira está na mudança da quantidade de gatos. De uma estrofe para outra, o que acontece com o número de gatos?
      Ele dobra a cada estrofe.

05 – Na 7ª estrofe, os ratos põe fim à sequência crescente do número de gatos.
a)   Explique: O que os ratos querem dizer com a frase: “—Assim, não! Desse jeito é covardia”?
Querem dizer que são muitos gatos para poucos ratos, ou que é uma luta desigual.

b)   Se os ratos não quebrassem a sequência, como você acha que seria a 7ª estrofe do poema? Crie uma estrofe, dando continuidade à sequência, de acordo com sua imaginação. Depois, leia-a para a classe.
Pela lógica, haveria sessenta e quatro gatos, que encontrariam outros sessenta e quatro.

06 – A palavra um foi empregada na primeira e na última estrofes do poema. Leia o boxe “um: artigo ou numeral?” e discuta com os colegas. A palavra um, nessas situações do poema, é artigo indefinido ou numeral?
      Entendemos que há as duas possibilidades de análise. Inicialmente, a palavra um parece ser artigo indefinido, ou seja, um gato qualquer vai passear no mato. A partir da 2ª estrofe, entretanto, fica claro que o texto explora numerais; portanto, o numeral dois estaria em oposição ao numeral um.

07 – Compare a primeira e a última estrofes do poema. O que você acha que pode acontecer depois da última estrofe?
      Provavelmente vai começar tudo de novo.

08 – O numeral, como qualquer outra palavra da língua, pode ter uma participação especial na construção de textos. Conclua: Qual é o papel do numeral na construção do poema lido?
      Ele é o centro do texto, pois todo o jogo sugerido pela brincadeira é construído em torno dos numerais ou da noção de dobro.