domingo, 1 de junho de 2025

POEMA: PEQUENA CANÇÃO DA ONDA - CECÍLIA MEIRELES - COM GABARITO

 Poema: Pequena canção da onda

             Cecília Meireles

Os peixes de prata ficaram perdidos,
com as velas e os remos, no meio do mar.
A areia chamava, de longe, de longe,
ouvia-se a areia chamar e chorar!

 Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiKBax4yemmXjoxnzvuo8XBWN1NzoOqcegibxjIQ8WICLDr1t3Ak2-vdIRG-NskfV7pWUhxRae11pCXgnqLsP2oNZcFg-uM0Usi0uNNDIBUD2mEL41e9bJS9PORoIJ1i7rSdc8qD2VDlcv6hrO14ox97dStvpNrqKzJ-J-5TsZonvNI5YGaIIForxehSMk/s320/65118921-desenho-animado-desenhado-%C3%A0-m%C3%A3o-da-paisagem-do-mar-desenho-animado-colorido-do-fundo-do-mar-ou-do-oc.jpg


A areia tem rosto de música
e o resto é tudo luar!

Por ventos contrários, em noite sem luzes,
do meio do oceano deixei-me rolar!
Meu corpo sonhava com a areia, com a areia,
desprendi-me do mundo do mar!

Mas o vento deu na areia.
A areia é de desmanchar.
Morro por seguir meu sonho,
longe do reino do mar!

Cecília Meireles. Obra poética. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1987. p. 145.

Fonte: Livro – Português: Linguagens, 3ª Série – Ensino Médio – William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 9ª ed. – São Paulo: Saraiva Editora, 2013. p. 269.

Entendendo o poema:

01 – Qual a situação inicial apresentada no poema em relação aos "peixes de prata" e onde eles se encontram?

      A situação inicial apresenta os "peixes de prata" como perdidos "com as velas e os remos, no meio do mar". Essa imagem sugere uma desorientação e uma mistura de elementos marítimos (velas e remos) com a natureza dos peixes, criando uma sensação de deslocamento e talvez de busca.

02 – Como a areia é personificada no poema e qual o seu apelo para o eu lírico?

      A areia é personificada como algo que "chamava, de longe, de longe" e que se podia "ouvir a areia chamar e chorar!". Esse apelo distante e carregado de emoção (choro) sugere um forte desejo ou nostalgia do eu lírico pela terra firme, pela estabilidade e talvez por um estado de ser diferente do oceano.

03 – Que características são atribuídas à areia na segunda estrofe e como essa descrição se contrasta com o "resto" do cenário?

      À areia é atribuído um "rosto de música", sugerindo uma qualidade sonora, rítmica e talvez melancólica. Essa descrição contrasta com o "resto" do cenário, que é definido como "tudo luar!", evocando uma atmosfera mais etérea, luminosa e talvez fria ou distante.

04 – Qual a decisão tomada pelo eu lírico em relação ao oceano e qual o seu destino ao alcançar a areia?

      O eu lírico decide se deixar rolar "do meio do oceano" por "ventos contrários, em noite sem luzes", impulsionado pelo sonho com a areia. No entanto, ao alcançar a areia, descobre que "a areia é de desmanchar", revelando a fragilidade e a impermanência do seu objeto de desejo.

05 – Qual o sentimento final expresso pelo eu lírico e qual a causa desse sentimento?

      O sentimento final expresso pelo eu lírico é de morte iminente: "Morro por seguir meu sonho, / longe do reino do mar!". A causa desse sentimento é a desilusão ao perceber a natureza efêmera da areia, o que o leva a um destino fatal por ter abandonado seu ambiente natural (o reino do mar) em busca de um sonho que se desfaz. O poema evoca uma reflexão sobre a busca por ideais e as possíveis consequências da desilusão.

 

 

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