domingo, 1 de junho de 2025

POEMA: O GATO - MÁRIO QUINTANA - COM GABARITO

 Poema: O GATO

             Mário Quintana

O gato chega à porta do quarto onde escrevo...
Entrepara... hesita... avança...
Fita-me.
Fitamo-nos.
Olhos nos olhos...
Quase com terror!
Como duas criaturas incomunicáveis e solitárias
que fossem feitas cada uma por um Deus diferente.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhELi7a90tErOi9chfbTAr-E77rhOgkzS9S9eSeoO_TchAOlHsX_3tII5W0XEFqK9M3XJs1ygXkQsujgq7e6bEnNmQNEoE6bPWhWxc_VbY42JA-913pdQ51Zr3y0dblpjyCQxVUYWm-xfdbrnSnhdpIK9XueX3p3SQx2D-CsF1nNMW-NqHjrLxCSug-C3A/s320/vida-de-gato.jpg


Mario Quintana. Preparativos de viagem. São Paulo: Globo, 1997. p. 25.

Fonte: Livro – Português: Linguagens, 3ª Série – Ensino Médio – William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 9ª ed. – São Paulo: Saraiva Editora, 2013. p. 204.

Entendendo o poema:

01 – Descreva a progressão da chegada do gato ao quarto do eu lírico, destacando os verbos utilizados.

      A chegada do gato é descrita em etapas, com verbos que indicam cautela e hesitação: "chega", "Entrepara", "hesita", "avança". Essa progressão lenta e gradual cria uma atmosfera de expectativa e um certo estranhamento no encontro.

02 – Qual a ação recíproca que ocorre entre o eu lírico e o gato após a entrada do animal no quarto?

      Após a entrada do gato, ocorre uma troca de olhares intensa: "Fita-me. / Fitamo-nos. / Olhos nos olhos...". Essa ação recíproca estabelece um momento de conexão visual direta entre os dois seres.

03 – Que emoção é quase explicitamente mencionada em relação a esse encontro visual?

      A emoção quase explicitamente mencionada em relação a esse encontro visual é o "terror". Essa palavra forte sugere um sentimento de estranheza profunda ou até mesmo de reconhecimento de algo desconhecido e potencialmente perturbador no outro.

04 – Qual a comparação utilizada pelo eu lírico para descrever a sensação de distância e incompreensão mútua entre ele e o gato?

      O eu lírico compara a sensação de distância e incompreensão mútua à de "duas criaturas incomunicáveis e solitárias / que fossem feitas cada uma por um Deus diferente". Essa comparação enfatiza a ideia de origens distintas e, consequentemente, de uma barreira fundamental na comunicação e na compreensão entre os dois seres.

05 – Qual a principal reflexão ou sentimento que o poema evoca sobre a natureza da comunicação e da solidão, mesmo em um encontro aparentemente simples?

      O poema evoca uma reflexão sobre a complexidade da comunicação e a persistência da solidão, mesmo em um encontro direto. A troca de olhares, apesar de intensa, não elimina a sensação de estranhamento e incomunicabilidade. A comparação com criaturas feitas por "Deus diferente" sugere uma barreira essencial que transcende a simples interação física, revelando a potencial solidão intrínseca a cada ser, mesmo na presença do outro.

 

 

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