quarta-feira, 9 de abril de 2025

CONTO: MENINO - (FRAGMENTO) - LYGIA FAGUNDES TELLES - COM GABARITO

 Conto: Menino – Fragmento

             Lygia Fagundes Telles

        [...]

        Ela apertou-lhe o braço. Esse gesto ele conhecia bem e significava apenas: não insista!

        – Mas, mãe…

        Inclinando-se até ele, ela falou-lhe baixinho, naquele tom perigoso, meio entre os dentes e que era usado quando estava no auge, um tom tão macio que quem a ouvisse julgaria que ela lhe fazia um elogio. Mas só ele sabia o que havia debaixo daquela maciez.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj2Vg-Rg5fy2tNj4E7DnyzxtrcsjwP4q1cqoU8IBYFht-paIIBjZSgXz5yZwkAFBZtieJTRwAfTJ2LWNJ-srCpFPhk922FrMQIJBP-F_LwHNfkOQXS0m9xo4JN3Qa-X8_qbM3_qoLHUinzF9WYS8spLXM1c9JdXDAjvSwACrV85G3mfrK-6F0wdpPJFrz4/s320/MENINO.jpg


        – Não quero que mude de lugar, está me escutando? Não quero. E não insista mais.

        Contendo-se para não dar um forte pontapé na poltrona da frente, ele enrolou o pulôver como uma bola e sentou-se em cima. Gemeu. Mas por que aquilo tudo? Por que a mãe lhe falava daquele jeito, por quê? Não fizera nada de mal, só queria mudar de lugar, só isso… Não, desta vez ela não estava sendo nem um pouquinho camarada. Voltou-se então para lembrar-lhe que estava chegando muita gente, se não mudasse de lugar imediatamente, depois não poderia mais porque aquele era o último lugar vago que restava; Olha aí, mamãe, acho que aquele homem vem pra cá! Veio. Veio e sentou-se na poltrona vazia ao lado dela.

        [...]

Venha ver o pôr-do-sol e outros contos. São Paulo: Ática, 1988. p. 74.

Fonte: Livro – Português: Linguagem, 8ª Série – William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 4ª ed. – São Paulo: Atual Editora, 2006. p. 84.

Entendendo o conto:

01 – Qual é o tema central do fragmento do conto?

      O tema central do fragmento é a dinâmica complexa e tensa entre mãe e filho. Lygia Fagundes Telles explora as sutilezas do poder e da comunicação, revelando como as palavras e os gestos podem esconder sentimentos e intenções conflitantes.

02 – Como a autora utiliza a linguagem para construir a tensão entre os personagens?

      A autora utiliza uma linguagem precisa e carregada de subentendidos. A descrição do tom de voz da mãe, "macio" mas "perigoso", e a referência ao gesto do braço, que "significava apenas: não insista!", criam uma atmosfera de tensão e apreensão. A aparente calma esconde uma ameaça velada, que o menino reconhece e teme.

03 – Qual o significado da insistência do menino em mudar de lugar?

      A insistência do menino em mudar de lugar pode ser interpretada como uma tentativa de afirmar sua individualidade e autonomia. Ele busca desafiar a autoridade da mãe, mesmo que de forma sutil, e expressar seu descontentamento com a situação.

04 – Como a chegada do homem ao lado da mãe afeta a dinâmica da cena?

      A chegada do homem ao lado da mãe intensifica a frustração do menino. Ele se sente impotente diante da situação, pois sua tentativa de alertar a mãe sobre a falta de lugares vagos é ignorada. A presença do homem também pode sugerir um ciúme velado por parte do menino, que se sente excluído da atenção da mãe.

05 – Qual a mensagem principal que Lygia Fagundes Telles transmite com esse fragmento?

      Lygia Fagundes Telles transmite uma mensagem sobre a complexidade das relações familiares, especialmente a relação entre mãe e filho. O fragmento revela como o amor e o poder podem se entrelaçar, gerando conflitos e frustrações. A autora também explora a fragilidade da comunicação, mostrando como as palavras podem esconder sentimentos e intenções ocultas.

 

 

POEMA: FICO CHEIO DE TREMELIQUES - SÉRGIO CAPPARELLI - COM GABARITO

 Poema: Fico cheio de tremeliques

             Sérgio Capparelli

Se você demora suas mãos nas minhas,

fico cheio de tremeliques;

Se o telefone toca durante a noite,

fico cheio de tremeliques;

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjTMvMMRjKpwtOxoJ1y34-SI33bGy31VLIPEh6eHFVdZoIpIp5_DNN7diCAvznjtUYxHuN7bh9-iNOBsghNYV3A-JhcnPedyb5tVa3xQ2lTSL4Ij-jv99ZbkjnGLmNHk-1vdAzudv6bPaLwZjQpaUiJn9sEvBtVG5b7DTUudz8sx9NmTGhpWmhtOdKok7E/s320/images.png


Se o telefone não toca durante a noite,

fico cheio de tremeliques;

Se você esquece o seu olhar nos meus olhos,

fico cheio de tremeliques;

Se sua risada explode clara,

fico cheio de tremeliques;

Se fica escuro na sua tristeza,

fico cheio de tremeliques;

Se você se afasta de mim,

fico cheio de tremeliques;

Se eu me afasto de você,

fico cheio de tremeliques;

E quando você me abraça,

fico cheio de tremeliques.

 

Estou morrendo de tremeliques.

111 poemas para crianças. Porto Alegre: L&PM, 2003. p. 72.

Fonte: Livro – Português: Linguagem, 8ª Série – William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 4ª ed. – São Paulo: Atual Editora, 2006. p. 88.

Entendendo o poema:

01 – Qual é o tema central do poema?

      O tema central do poema é a vulnerabilidade emocional do eu lírico diante da presença ou ausência da pessoa amada. O poema explora a intensidade dos sentimentos, onde cada interação, seja ela positiva ou negativa, desencadeia uma reação física e emocional intensa, os "tremeliques".

02 – Como a repetição da frase "fico cheio de tremeliques" contribui para o significado do poema?

      A repetição da frase "fico cheio de tremeliques" enfatiza a intensidade e a constância da reação emocional do eu lírico. Essa repetição cria um ritmo que imita a própria natureza dos tremeliques, sugerindo uma sensação de nervosismo e ansiedade que permeia todas as interações com a pessoa amada.

03 – Qual o significado da expressão "Estou morrendo de tremeliques"?

      A expressão "Estou morrendo de tremeliques" intensifica a sensação de vulnerabilidade e fragilidade do eu lírico. Essa hipérbole sugere que a intensidade dos sentimentos está consumindo o eu lírico, levando-o a um estado de exaustão emocional.

04 – Como o poema explora a dualidade das emoções?

      O poema explora a dualidade das emoções ao mostrar que tanto a presença quanto a ausência da pessoa amada desencadeiam a mesma reação física e emocional. Isso sugere que o eu lírico está em um estado de constante tensão, onde cada interação, seja ela positiva ou negativa, é capaz de gerar um turbilhão de sentimentos.

05 – Qual a importância do uso de situações cotidianas no poema?

      O uso de situações cotidianas, como "o telefone toca durante a noite" ou "você esquece o seu olhar nos meus olhos", torna o poema mais acessível e identificável. Essas situações simples e corriqueiras servem para demonstrar que até os momentos mais banais podem ser carregados de emoção quando se trata de um relacionamento intenso.

06 – Que sentimento o poema busca transmitir?

      O poema busca transmitir um sentimento de ansiedade e vulnerabilidade diante da presença e da ausência da pessoa amada. O eu lírico demonstra a fragilidade de suas emoções através dos "tremeliques", que representam um misto de nervosismo, medo, e excitação.

07 – O que podemos entender da pessoa a quem o eu lírico se refere?

      A pessoa a quem o eu lírico se refere, é uma pessoa que causa um forte efeito nele. Pelas reações descritas no poema, ela é alguém que causa muita ansiedade, e que a sua presença ou ausência, é capaz de abalar o estado emocional do eu lírico.

 

POEMA: A GAIOLA - MARIA DO CARMO BARRETO CAMPELLO - COM GABARITO

 Poema: A GAIOLA

             Maria do Carmo Barreto Campello

E era a gaiola e era a vida era a gaiola

e era o muro a cerca e o preconceito

e era o filho a família e a aliança

e era a grade a fila e era o conceito

e era o relógio o horário o apontamento

e era o estatuto a lei e o mandamento

e a tabuleta dizendo é proibido.

 

Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEicSusYx0fmRrehjThvj4bGgZIzZiAe81UU3mM0db4sDv5vlSjCuJ5sGPjR-XQbRVGCo3ekBv5-hp2ZSw_YxkA9MAQXVI6R16PIU1z9jJrzb59Cg0lihAIMBf50XKR8wNrmfQdd_YbVfJ19E7biRmXn_DYi_KqlbqdwYsLb6uxawezZ-EmnvTFaXIoNMNc/s320/584-gaiola-para-papagaio-tropical.jpg

E era a vida era o mundo e era a gaiola

e era a casa o nome a vestimenta

e era o imposto o aluguel a ferramenta

e era o orgulho e o coração fechado

e o sentimento trancado a cadeado.

 

E era o amor e o desamor e o medo de magoar

e eram os laços e o sinal de não passar.

E era a vida era a vida o mundo e a gaiola

e era a vida e a vida era a gaiola.

Apud Alda Beraldo. Trabalhando com poesia. São Paulo: Ática, 1990. v. 2. p. 17.

Fonte: Livro – Português: Linguagem, 8ª Série – William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 4ª ed. – São Paulo: Atual Editora, 2006. p. 105.

Entendendo o poema:

01 – Qual é o tema central do poema?

      O tema central do poema é a sensação de aprisionamento e restrição que permeia a vida. Maria do Carmo Barreto Campello utiliza a metáfora da "gaiola" para representar as diversas formas de opressão social, emocional e pessoal que limitam a liberdade individual.

02 – Como a repetição da expressão "e era a gaiola" contribui para o significado do poema?

      A repetição da expressão "e era a gaiola" enfatiza a onipresença da sensação de aprisionamento. Essa repetição cria um ritmo que imita a monotonia e a circularidade da vida sob restrição, reforçando a ideia de que a "gaiola" é uma realidade constante e inescapável.

03 – Quais são os diferentes tipos de "gaiolas" mencionados no poema?

      O poema menciona diversos tipos de "gaiolas", incluindo:

      Gaiolas sociais: representadas por "o muro a cerca e o preconceito", "o estatuto a lei e o mandamento" e "a tabuleta dizendo é proibido".

      Gaiolas familiares: representadas por "o filho a família e a aliança".

      Gaiolas emocionais: representadas por "o orgulho e o coração fechado" e "o sentimento trancado a cadeado".

      Gaiolas da vida cotidiana: representadas por "o relógio o horário o apontamento", "o imposto o aluguel a ferramenta" e "a casa o nome a vestimenta".

04 – Como o poema explora a relação entre "vida" e "gaiola"?

      O poema estabelece uma relação de equivalência entre "vida" e "gaiola". A repetição da frase "e era a vida e a vida era a gaiola" sugere que a vida em si é uma forma de aprisionamento, onde as restrições sociais e emocionais se tornam parte integrante da experiência humana.

05 – Qual a mensagem principal que Maria do Carmo Barreto Campello transmite com esse poema?

      A mensagem principal do poema é uma crítica à natureza restritiva da sociedade e da vida em geral. Maria do Carmo Barreto Campello convida o leitor a refletir sobre as diversas formas de aprisionamento que limitam a liberdade individual e a buscar formas de transcender essas limitações.

PIADA: IDIOMA - DONALDO BUCHWEITZ - COM GABARITO

 Piada: Idioma

           Donaldo Buchweitz

        -- O idioma francês é o mais interessante e útil – dizia uma.

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhakzD4SJ7ReA_miEBUf6fThzoDG2VGHbvKHJ-ZsF3yyCi3h3_8mwPMw9kgA65gJ5KWnF5SDCpNnivCZy0f025D9SXj-6bkql1V_8M011YJ47purl7BLv2b47rhXhnLa2PPI5SPwTKXcf9LW62EYrJQeAHml_vceeATDAb65hfonmUGOXtZJXyxnVW1P6k/s320/Como-aprender-france%CC%82s.jpg


        A outra:

        -- Qual nada! Acho que é o idioma inglês.

        Uma outra:

        -- Mas o que vem a ser idioma?

        -- Idioma quer dizer língua.

        -- É?! Então fiquem sabendo que eu gosto muito é de idioma de vaca com cebolas e batatas.

Donaldo Buchweitz, org. Piadas para você morrer de rir. Belo Horizonte: Leitura, 2001. p. 180.

Fonte: Livro – Português: Linguagem, 8ª Série – William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 4ª ed. – São Paulo: Atual Editora, 2006. p. 109.

Entendendo a piada:

01 – Qual é o principal elemento cômico da piada?

      O principal elemento cômico da piada é o mal-entendido da terceira mulher sobre o significado da palavra "idioma". Enquanto as outras duas discutem sobre a beleza e utilidade de diferentes línguas, ela interpreta "idioma" como "língua" no sentido literal, referindo-se à língua de vaca como alimento.

02 – Como a piada explora a ambiguidade da palavra "língua"?

      A piada explora a ambiguidade da palavra "língua", que pode se referir tanto a um sistema de comunicação quanto a um órgão muscular presente na boca de animais. A terceira mulher, ao interpretar "idioma" como "língua", revela essa ambiguidade e cria um efeito cômico ao desviar o foco da discussão para um contexto culinário.

03 – Qual é o papel das duas primeiras mulheres na construção da piada?

      As duas primeiras mulheres desempenham o papel de estabelecer o contexto da discussão sobre idiomas. Suas opiniões sobre o francês e o inglês como línguas "interessantes e úteis" preparam o terreno para o mal-entendido da terceira mulher, que quebra a expectativa do leitor com sua interpretação literal da palavra "idioma".

04 – Como a piada utiliza o humor para criticar a falta de conhecimento?

      A piada utiliza o humor para satirizar a falta de conhecimento da terceira mulher sobre o significado da palavra "idioma". Sua resposta inesperada revela sua ignorância e gera um efeito cômico ao contrastar com a seriedade da discussão inicial.

05 – Qual a mensagem principal que Donaldo Buchweitz transmite com essa piada?

      A piada de Donaldo Buchweitz não tem uma mensagem profunda ou moral, mas sim busca entreter o leitor com um humor leve e inesperado. A piada explora o humor situacional, onde o mal-entendido de uma palavra gera um efeito cômico.

 

CONTO: ME RESPONDA, SARGENTO - DALTON TREVISAN - COM GABARITO

 Conto: Me responda, sargento 

            Dalton Trevisan

        Dez anos, sargento, apartada do João. Uma tarde, sem se despedir, montou no cavalinho pampa, em dez anos de espera nunca deu notícia. Com a morte do meu velho, que me deixou o sítio, quinze dias atrás lá estava eu, bem quieta, cuidando da casa e da criação, ajudada pelo meu afilhado José, esse anjo de oito aninhos. Quem vai entrando sem bater palma nem pedir licença? Chegou maltrapilho, chapéu na mão me rogou para fazer vida comigo. Mais de espanto que de saudade aceitei, bom ou mau, eu disse, é o meu João. 

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi1MGTFza2Tp4zynINPMNu-L5R-QUh274-oLdSYZs3dhlyBJ9-3LbpAY08T2VwXtQJ9t01Cj3DqyRlw1EtxMmfZtB4S31RGasB8rDx7X5bw4NYiyGBhDZNSsKE09EQO9gdd73MnDlJ0XBA6E8PKdPwUu_PK5YA6cBA3CcHJTklTJwsM1Ly9n2nj93mt_sw/s320/SARGENTO.jpeg


        Nos primeiros dias foi bonzinho, quem não gosta de uma cabeça de homem no travesseiro? Logo começou a beber, não me valia em nada no sítio. Eu saía bem cedo com o menino a lidar na roça, o bichão ficava dormindo. Bocejando de chinelo e desfrutando as regalias, não quer castigar o corpinho, não joga um punhado de milho para as galinhas. Só então, sargento, burra de mim, descobri o mistério: ele voltou por amor da herança. Na primeira semana vendeu o leitão mais gordo do chiqueiro, não me deu satisfação, o sargento viu algum dinheiro? Nem eu. 

        Ontem chegou bêbado e de óculos escuro, espantou o menino para o terreiro e, fechados no quarto, bradou que eu tinha um amante, o meu afilhado bem que era filho e, antes de contar até três, eu dissesse o nome do pai. Por mais que, de joelho e mão posta, negasse que havia outro homem, por mim o testemunho dos vizinhos, ele me cobriu de palavrão, murro, pontapé. Pegou da espingarda, me bateu com a coronha na cabeça. Obrigou a rezar na hora da morte e pedir louvado. Que eu abrisse a boca, encostou o cano, fez que apertava o gatilho. Não satisfeito, sacou da garrucha, apagou o lampião a bala. Disparou dois tiros na minha direção, só não acertou porque me desviei. Uma bala se enterrou na porta, a outra furou a cortina, em três pedaços a cabeça do São Jorge. 

        Cansado de reinar, deitou-se vestido e de sapato, que a escrava servisse a janta na cama. Provou uma garfada e atirou o prato, manchando de feijão toda a parede: “Quero outra, esta não prestou”. Deus me acudiu, ao voltar com a bandeja ele roncava espumando pelo dente de ouro. Agarrei meu filho, chorando e rezando corri a noite inteira, ficasse lá no sítio era dona morta. E agora, sargento, que vai ser da minha vida, que é que eu faço? 

Dalton Trevisan. Vozes do retrato. São Paulo: Ática, 1991. p. 47.

Fonte: Livro – Português: Linguagem, 8ª Série – William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 4ª ed. – São Paulo: Atual Editora, 2006. p. 118.

Entendendo o conto:

01 – Qual é o tema central do conto?

      O conto aborda a violência doméstica e a exploração, retratando a história de uma mulher que sofre nas mãos do marido. Dalton Trevisan explora as profundezas da crueldade humana e a fragilidade das relações interpessoais.

02 – Como a linguagem utilizada por Dalton Trevisan contribui para a atmosfera do conto?

      Trevisan utiliza uma linguagem crua e direta, com frases curtas e objetivas, que intensificam a sensação de urgência e desespero da narradora. A ausência de floreios e a precisão das descrições criam uma atmosfera sufocante e opressiva.

03 – Qual o significado da figura do sargento na narrativa?

      O sargento representa a figura da autoridade, a quem a narradora recorre em busca de ajuda e proteção. Ele é o ouvinte silencioso da história, e sua presença implícita intensifica a sensação de impotência da narradora diante da violência que sofre.

04 – Como a personagem feminina é retratada no conto?

      A personagem feminina é retratada como uma vítima da violência doméstica, mas também como uma mulher forte e resiliente. Apesar do sofrimento, ela busca ajuda e tenta proteger seu afilhado. A personagem é complexa e multifacetada, e sua voz ressoa com a dor e a esperança de muitas mulheres que sofrem com a violência.

05 – Qual a importância do cenário rural na narrativa?

      O cenário rural, com o sítio e a vida simples, contrasta com a violência e a brutalidade das ações do marido. Essa dicotomia intensifica a sensação de isolamento e vulnerabilidade da narradora, que se encontra à mercê do marido em um ambiente remoto e isolado.

06 – Como o título do conto se relaciona com a narrativa?

      O título "Me responda, sargento" expressa o apelo desesperado da narradora por ajuda e orientação. A pergunta implícita no título reflete a sua incerteza quanto ao futuro e a sua busca por respostas em meio ao caos e à violência.

07 – Qual a mensagem principal que Dalton Trevisan transmite com esse conto?

      Dalton Trevisan transmite uma mensagem de alerta sobre a violência doméstica e a necessidade de combater esse problema social. O conto expõe a crueldade e a brutalidade da violência, mas também celebra a força e a resiliência das vítimas.

 

 

POEMA: OS DEGRAUS - MÁRIO QUINTANA - COM GABARITO

 Poema: OS DEGRAUS

             Mário Quintana

Não desças os degraus do sonho
Para não despertar os monstros.
Não subas aos sótãos - onde
Os deuses, por trás das suas máscaras,
Ocultam o próprio enigma.

Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgBeKW_sbzqqn5JWqBqCC7l0TgGp6J6IM5Y3aaSGa_qV9uyDHacZu4Xz53qB2v_P0DSKp7t7RIEU0EOO7y4VvUGLTqEGNuiJjZ-CglZJPi-ztVZgGIZME261-qjU9wXn3qpSCo7CMphWjaHscpiKZrf8oRSVj9mTiK-Cdi3joqn-T4XFxEJlhd6PkWXSOE/s320/degraus1.jpg

Não desças, não subas, fica.
O mistério está é na tua vida!
E é um sonho louco este nosso mundo...

Mário Quintana. Antologia poética. Porto Alegre: L&PM, 2003. p. 94.

Fonte: Livro – Português: Linguagem, 8ª Série – William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 4ª ed. – São Paulo: Atual Editora, 2006. p. 130.

Entendendo o poema:

01 – Qual é o tema central do poema?

      O tema central do poema é a exploração do mistério da vida e a importância de permanecer no presente. Mário Quintana sugere que a busca por respostas em outros lugares (sonhos ou planos superiores) pode ser perigosa e que o verdadeiro mistério reside na experiência cotidiana.

02 – Qual o significado da metáfora dos "degraus do sonho"?

      A metáfora dos "degraus do sonho" representa a busca por conhecimento ou experiências que estão além da realidade imediata. O poeta adverte para não se aventurar nesse território, pois pode despertar "monstros", ou seja, enfrentar medos e angústias desconhecidas.

03 – Como a imagem dos "sótãos" contribui para o significado do poema?

      A imagem dos "sótãos" simboliza os lugares onde os "deuses" ocultam seus enigmas, representando os planos superiores da existência, onde se busca respostas para os mistérios da vida. O poeta adverte que esses lugares podem ser perigosos, pois os "deuses" usam máscaras, escondendo a verdade.

04 – Qual a mensagem principal do verso "O mistério está é na tua vida"?

      Esse verso é a chave para a interpretação do poema. Mário Quintana sugere que a busca por respostas para os mistérios da vida em outros lugares é inútil, pois o verdadeiro mistério reside na própria experiência cotidiana. O poeta convida o leitor a apreciar a vida em sua totalidade, com seus mistérios e incertezas.

05 – Qual o significado da expressão "E é um sonho louco este nosso mundo"?

      Essa expressão final do poema reforça a ideia de que a vida é um mistério insondável. O poeta reconhece a natureza caótica e imprevisível do mundo, mas convida o leitor a abraçar essa loucura e a encontrar beleza e significado na experiência cotidiana.

 

POESIA: SONETO DO AMOR COMO UM RÍO - VINÍCIUS DE MORAES - COM GABARITO

 Poesia: Soneto do amor como um rio

             Vinícius de Moraes

Este infinito amor de um ano faz
Que é maior do que o tempo e do que tudo
Este amor que é real, e que, contudo
Eu já não cria que existisse mais.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQvD9sscnhxzrlBwr93X2VjwpoX_LyxzIe9yO7Ugmv7OJuDR_OzvZt6HRlPq3WD1oBK7lDvtvqrVDzh0qflF6WqW2-Fir91Q0G9iQ77XbJctOXR7rzgNDratD5OE0TmiKXwfkyFnrC70e2336CHJ1_2QEh2CbKOFixvMKYS0iFw0a1FEq4TIVM8tHOqIU/s1600/06_sunset_river_sea.jpg



Este amor que surgiu insuspeitado
E que dentro do drama fez-se em paz
Este amor que é o túmulo onde jaz
Meu corpo para sempre sepultado.

Este amor meu é como um rio; um rio
Noturno interminável e tardio
A deslizar macio pelo ermo

E que em seu curso sideral me leva
Iluminado de paixão na treva
Para o espaço sem fim de um mar sem termo.

Para viver um grande amor. Rio de Janeiro: José Olympio, 1973. p. 164.

Fonte: Livro – Português: Linguagem, 8ª Série – William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 4ª ed. – São Paulo: Atual Editora, 2006. p. 144.

Entendendo a poesia:

01 – Qual é a principal metáfora utilizada no poema para descrever o amor?

      A principal metáfora é a do rio. O eu lírico compara seu amor a um rio noturno, interminável e tardio, que o leva para um mar sem termo. Essa metáfora sugere a ideia de um amor fluído, constante e profundo, que o transporta para um estado de paixão e entrega.

02 – Como o eu lírico descreve a natureza do amor que sente?

      O eu lírico descreve o amor como algo surpreendente e inesperado, que surgiu em meio ao drama e trouxe paz. Ele o considera maior que o tempo e todas as coisas, algo real, embora já não acreditasse que pudesse existir. Ele também o define como um túmulo onde seu corpo está eternamente sepultado.

03 – Que sentimentos o poema evoca em relação ao amor?

      O poema evoca sentimentos de paixão intensa, entrega total, transcendência e a sensação de ser levado por uma força maior. O amor é apresentado como algo que transforma e absorve o ser, conduzindo-o a um estado de plenitude e imensidão.

04 – Qual é o significado da expressão "túmulo onde jaz meu corpo para sempre sepultado"?

      Essa expressão sugere que o amor representa uma espécie de morte simbólica para o eu lírico, onde ele se entrega completamente e se perde em seus sentimentos. É uma metáfora para a intensidade e a profundidade do amor, que o absorve por completo.

05 – Como o poema utiliza a imagem do rio para expressar a ideia de eternidade e imensidão do amor?

      A imagem do rio noturno, interminável e tardio, que desliza suavemente pelo ermo e leva o eu lírico para um mar sem termo, sugere a ideia de um amor que transcende o tempo e o espaço. O rio representa a continuidade e a fluidez do amor, enquanto o mar simboliza a sua imensidão e eternidade.



 

NOTÍCIA: TIREM A TV DO QUARTO - RIAD YOUNES

 Notícia: Tirem a TV do quarto

              Riad Younes

        Pesquisas revelam: crianças que ficam mais tempo diante da telinha têm pior desempenho escolar.  

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhaf9wQ-rsqGaRbWzK6kyu1kaUmeGfDycI_f0v2DS7h0ZTtvZbNOH-KcZSFy3BaotqosdDPffHppWkhHi1xNva8uWqO1Dpi8chipK0P8-yshTcQgGXHNFxRiSoXI-ndQs4_ZbRZhN6HyVXlVkuUA8NUaePYKv00JpNq2Up76NbJejZAw0nJGbuGUDG1_FQ/s1600/QUARTO.jpg


        Fixar os olhos nas telas de televisão pode não ser tão inofensivo quanto se pensa. A preocupação constante de pais, educadores e autoridades de saúde sobre os problemas potenciais de crianças passarem parte considerável de seus dias vendo tevê ou brincando em computadores pode ter fundamento.

        A revista Archives of Pediatrics & Adolescent Medicine apresentou recentemente trabalhos científicos que tentam quantificar e mostrar com detalhes os eventuais efeitos prejudiciais da televisão, tanto a curto quanto a longos prazos.

        De acordo com o primeiro estudo, realizado por R. J. Hancox, da Universidade da Nova Zelândia, as pessoas que haviam assistido mais a tevê entre 5 e 15 anos têm menor probabilidade de completar o curso superior e obter um diploma universitário. 

        Outro trabalho, dirigido pela pesquisadora D. L. G. Borzekowski da Faculdade de Saúde Pública Johns Hopkins, dos EUA, avaliou o efeito da tevê sobre o desempenho escolar de 386 estudantes do ensino primário. Foram correlacionados na pesquisa o tempo que as crianças passavam assistindo à tevê, o número de aparelhos de tevê em cada casa e a localização dos aparelhos (na sala, no quarto da criança etc.), com as notas obtidas na escola.

        Verificou-se que as crianças que dispunham de tevê no quarto passavam mais tempo diante da telinha, provavelmente devido ao menor controle dos pais. Coincidentemente, essas crianças obtiveram notas significativamente inferiores que seus colegas que não tinham tevê no quarto.

        Borzekowski alerta os pais que aparelhos de tevê no quarto das crianças podem afetar de forma dramática seu desempenho escolar, apesar de não conseguir estabelecer com segurança a causa desse fenômeno. Especula a cientista que nessas situações os pais não sabem ou não controlam o tempo em que a tevê fica ligada nem o conteúdo dos programas que as crianças assistem.

        Talvez as notas mais baixas na escola possam ser explicadas pelo simples fato de que a criança que possui tevê no quarto fique acordada até mais tarde, vendo algum programa. Quaisquer que sejam os mecanismos que gerem a diferença de desempenho nos estudos, os pesquisadores sugerem que os pais controlem o tempo e o conteúdo de programas que as crianças assistem. E que não deixem a tevê nos quartos delas.

Carta Capital, 27 de julho de 2005.

Fonte: Livro – Português: Linguagem, 8ª Série – William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 4ª ed. – São Paulo: Atual Editora, 2006. p. 140-141.

Entendendo a notícia:

01 – Qual é a principal preocupação abordada na notícia?

      A principal preocupação é o impacto negativo que o excesso de tempo gasto assistindo televisão, especialmente em quartos de crianças, pode ter no desempenho escolar e no desenvolvimento educacional.

02 – Quais são as principais descobertas dos estudos apresentados na notícia?

      Os estudos revelam que crianças com televisão no quarto tendem a passar mais tempo assistindo TV, o que está associado a notas escolares mais baixas. Além disso, um estudo de longo prazo indicou que o tempo excessivo de televisão na infância e adolescência pode estar relacionado a uma menor probabilidade de conclusão do ensino superior.

03 – Por que a localização da televisão no quarto da criança é considerada um fator de risco?

      A presença da televisão no quarto da criança está associada a um menor controle dos pais sobre o tempo de exposição e o conteúdo assistido. Isso pode levar a um aumento do tempo gasto em frente à tela e a uma diminuição do tempo dedicado aos estudos e outras atividades educacionais.

04 – Quais são as possíveis explicações para a correlação entre televisão no quarto e baixo desempenho escolar?

      As possíveis explicações incluem a falta de controle dos pais sobre o tempo e o conteúdo assistido, a possibilidade de as crianças ficarem acordadas até mais tarde assistindo televisão e a consequente diminuição do tempo dedicado aos estudos.

05 – Qual é a recomendação principal dos pesquisadores e do autor da notícia?

      A recomendação principal é que os pais controlem o tempo e o conteúdo dos programas que as crianças assistem e que evitem colocar televisões nos quartos das crianças.

06 – Como a pesquisa de R. J. Hancox complementa o estudo de D. L. G. Borzekowski?

      Enquanto o estudo de Borzekowski foca no impacto imediato da televisão no desempenho escolar de crianças do ensino primário, a pesquisa de Hancox examina os efeitos a longo prazo do tempo excessivo de televisão na vida acadêmica, acompanhando indivíduos desde a infância até a idade adulta.

07 – Qual a relevância desta notícia no contexto atual?

      Com o aumento do acesso a dispositivos eletrônicos e plataformas de streaming, a preocupação com o tempo de tela excessivo e seus efeitos negativos continua relevante. A notícia destaca a importância do controle parental e do equilíbrio entre o tempo de tela e outras atividades para o desenvolvimento saudável das crianças.

 



 

ARTIGO DE OPINIÃO: A MEMÓRIA DA VELHICE - (FRAGMENTO) - DRÁUZIO VARELLA - COM GABARITO

 Artigo de opinião: A memória da velhice – Fragmento

           Dráuzio Varella

        [...]

        Estímulos intelectuais e atividade física

        Ao comentar essas pesquisas, o pesquisador Robert Friedland concluiu que não apenas a leitura, mas simples passatempos como a montagem de quebra-cabeças ou a prática de palavras cruzadas são atividades capazes de proteger o cérebro. No final, acrescentou que vários trabalhos demonstram que assistir à televisão está associado ao efeito contrário: aumenta a probabilidade de Alzheimer. Num inquérito conduzido entre 135 portadores da doença, comparados a 331 de seus familiares saudáveis, cada hora diária adicional diante da TV multiplicou o risco de Alzheimer por 1,3.

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjKMDfeaTcqZC3BlUZ8XwyjSVgu_102YM7MLbHIfrQ_YwVPfNO12kBPKShhAzTEHwUxZSBsBGc5uksM3-knjmqOVVLmj2g4hrHFT3cETgDnXXe33S5fgDCvYh1bvk9LUDyCQPLc1Z_bBpRKlc2pVLQyJ-sgdc8sP4SoxiyzwtGalBl-PnMXUluWx17FfBY/s1600/DRAUZI.jpg


        Vários estudos apresentados na conferência reforçam a ideia de que nem só do intelecto vive o cérebro: o exercício físico também é capaz de torná-lo mais resistente.

        [...]

        Trabalhos experimentais confirmam essa conclusão: o exercício físico melhora o fluxo sanguíneo cerebral através da formação de novos capilares no córtex -área essencial para a cognição – e induz a produção de proteínas que estimulam o crescimento e favorecem a formação de novas conexões entre os neurônios.

        [...].

Folha de São Paulo, 3/9/2005.

Fonte: Livro – Português: Linguagem, 8ª Série – William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 4ª ed. – São Paulo: Atual Editora, 2006. p. 141.

Entendendo o artigo:

01 – Qual é a principal conclusão do pesquisador Robert Friedland sobre atividades que protegem o cérebro?

      Robert Friedland concluiu que atividades como leitura, montagem de quebra-cabeças e palavras cruzadas são capazes de proteger o cérebro. Ele também destacou que assistir à televisão está associado ao efeito contrário, aumentando o risco de Alzheimer.

02 – Como o hábito de assistir à televisão pode influenciar o risco de desenvolver Alzheimer, de acordo com o estudo mencionado no artigo?

      Um estudo com portadores de Alzheimer e seus familiares saudáveis revelou que cada hora diária adicional diante da TV aumentou o risco de Alzheimer em 1,3 vezes.

03 – Além dos estímulos intelectuais, que outro fator é destacado no artigo como benéfico para a saúde do cérebro?

      O artigo destaca que o exercício físico também é capaz de tornar o cérebro mais resistente. Estudos mostram que o exercício melhora o fluxo sanguíneo cerebral e estimula a produção de proteínas que favorecem novas conexões entre os neurônios.

04 – Quais são os benefícios do exercício físico para o cérebro, segundo os trabalhos experimentais mencionados no artigo?

      Os trabalhos experimentais confirmam que o exercício físico melhora o fluxo sanguíneo cerebral através da formação de novos capilares no córtex, área essencial para a cognição. Além disso, induz a produção de proteínas que estimulam o crescimento e favorecem a formação de novas conexões entre os neurônios.

05 – Qual a principal mensagem que Dráuzio Varella transmite neste fragmento do artigo?

      Dráuzio Varella transmite a mensagem de que a saúde do cérebro na velhice pode ser preservada através de uma combinação de estímulos intelectuais e atividade física. Ele alerta para os riscos do sedentarismo intelectual, representado pelo excesso de televisão, e destaca a importância de manter o cérebro ativo e o corpo em movimento para uma vida mais saudável e com menor risco de doenças neurodegenerativas.

 

NOTÍCIA: INTELIGÊNCIA NA TV - (FRAGMENTO) - GILBERTO DIMENSTEIN - COM GABARITO

 Notícia: Inteligência na TV – Fragmento

             GILBERTO DIMENSTEIN

        Ao completar 18 anos, o americano já assistiu na televisão a 40 mil assassinatos e 200 mil agressões. Essa é mais uma das estatísticas que municiam o tiroteio contra um dos sacos de pancadas prediletos dos americanos: emissoras comerciais.

 Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEif2U9auVmrFfkAcBPR_o0rtXh8lH6L5JCfA7kJAYCxXM7qopzz0t03HQ2LwMtCgz_QWsoujOVxu96HrAsPzT7MzEQ-7g58tSfVw7RhZ7wu9yEYF4XpgQ6Vl3V0uKlxCLs8BlRzACQnQaAvlJJeSK-UM6TcoNTf81TP8Q2K88x_Eo8_PCzo4DdnAwZKUpc/s320/o-que-inteligencia-artificial-smart-tvs.jpg


        Apoiada em centenas de pesquisas sobre efeitos negativos da TV na formação das crianças, a ofensiva de pais, professores, psicólogos e médicos se espalhou pelo país, obtendo ontem uma vitória expressiva.

        [...] Os americanos mostram nas pesquisas que desejam mais educação na TV, responsabilizada pela degeneração de costumes, a começar da violência.

        [...]

        Na verdade, são dezenas as causas da violência, cada qual agindo de forma diferente em cada comunidade. Mas apenas uma mula-sem-cabeça deixaria de reconhecer que o bombardeio diário de lixo visual influencia, em algum grau, negativamente.

        Há toneladas de experiências de psicólogos que submeteram crianças a vídeos sangrentos e, rapidamente, se constatou aumento da agressividade.

        A exposição excessiva a cenas violentas no cinema e na TV age no inconsciente das pessoas, contribuindo para o aumento da agressividade e tornando-as cada vez mais insensíveis à violência.

        [...]

Gilberto Dimenstein. Aprendiz do futuro – Cidadania hoje e amanhã. São Paulo: Ática, 1997. p. 76.

Fonte: Livro – Português: Linguagem, 8ª Série – William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 4ª ed. – São Paulo: Atual Editora, 2006. p. 141.

Entendendo a notícia:

01 – Qual é a principal preocupação levantada na notícia em relação à televisão?

      A principal preocupação é o impacto negativo da exposição excessiva à violência na televisão, especialmente na formação de crianças e adolescentes. A notícia destaca como a programação televisiva, repleta de cenas de violência, contribui para o aumento da agressividade e a dessensibilização das pessoas.

02 – Quais são os grupos que lideram a "ofensiva" contra as emissoras comerciais mencionadas na notícia?

      A "ofensiva" é liderada por pais, professores, psicólogos e médicos, que se baseiam em centenas de pesquisas sobre os efeitos negativos da TV na formação das crianças.

03 – Como a notícia relaciona a exposição a vídeos violentos com o comportamento agressivo?

      A notícia menciona experiências de psicólogos que submeteram crianças a vídeos sangrentos e constataram um aumento rápido da agressividade. Além disso, afirma que a exposição excessiva a cenas violentas no cinema e na TV age no inconsciente, contribuindo para o aumento da agressividade e tornando as pessoas mais insensíveis à violência.

04 – Qual é a posição do autor em relação à influência da televisão na violência?

      O autor reconhece que a violência tem múltiplas causas, mas argumenta que é inegável que o "bombardeio diário de lixo visual" da televisão influencia negativamente, em algum grau, o comportamento das pessoas.

05 – Qual é a mensagem principal que Gilberto Dimenstein transmite neste fragmento da notícia?

      Gilberto Dimenstein transmite uma mensagem de alerta sobre os perigos da exposição excessiva à violência na televisão, especialmente para crianças e adolescentes. Ele destaca a necessidade de uma programação televisiva mais educativa e responsável, e a importância do controle parental sobre o conteúdo que as crianças assistem.