quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

EDITORIAL: PARA EVITAR UMA DEMOCRACIA CORRUPTA - FOLHA DE SÃO PAULO - COM GABARITO

PARA EVITAR UMA DEMOCRACIA CORRUPTA


    A revelação de que dois deputados federais receberam dinheiro para votar a favor da emenda da reeleição confirma o que todos suspeitavam – sem que houvesse provas – desde janeiro, quando ela foi aprovada pela câmara. Houve negociações de todo tipo, numa gama que vai da legitimidade duvidosa até a pura e simples corrupção.
   Este jornal apoio o direito de o presidente da República disputar um mandato consecutivo nas urnas, embora preferisse que tal mudança de regra fosse decidida em plebiscito. Essa teria sido a fórmula mais democrática e a única capaz de evitar que episódios patéticos, como os revelados agora pelo repórter Fernando Rodrigues, comprometessem a tese.
        Infelizmente, apenas a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito destinada a apurar as responsabilidades e identificar os infratores devolverá, ao trâmite da emenda que faculta a reeleição, o mínimo de legitimidade de que ela precisa para merecer o respeito da opinião pública.
        Sabemos que CPIs tendem a se transformar em palco de exibicionismo demagógico e que a convocação de mais uma delas desviará as atenções do fundamental: as reformas na estrutura do Estado, que o governo corretamente pleiteia e que o Congresso tarda em discutir e aprovar. Mas não há opção.
        Seja para não perdemos o passo da evolução internacional, seja para preservarmos a estabilidade, é imprescindível que as contas públicas sejam saneadas e o Estado atue com mais racionalidade e promova justiça social. Em suas linhas gerais, a Folha tem apoiado o programa de privatização e as propostas de reforma administrativa, fiscal e previdenciária.
        Mas não basta modernizar a economia, é preciso melhorar a política, aumentar sua transparência, corrigir suas mazelas.
        Este jornal acredita cumprir sua tarefa ao publicar informações relevantes, amparadas em provas. Caberá as instituições agir sem condescendência, se não queremos uma modernização de fachada e uma democracia corrupta.

                                         Editorial – Folha de São Paulo, 18 de abril de 1997.

Entendendo o texto:
01 – Esse texto é um exemplo de um editorial. Seção do formal em que são expressas as opiniões do editor-chefe ou do proprietário do formal a respeito dos principais acontecimentos tratados numa determinada edição.
        O editorial é o parecer particular, a opinião pessoal do editor. A partir dessas informações, responda:

           a) Dentre as modalidades discursivas – dissertativa, narrativa, descritiva – qual delas o texto representa por definição e composição? Justifique.
      Preponderantemente dissertativo, já que encerra opinião do editor.

           b) Qual o assunto-base de que trata o texto?
      A corrupção.

           c)     Qual o tema abordado?
      Por uma democracia sem corrupção.

           d) Qual a tese defendida pelo editor?
      Sem que o Governo aja com firmeza, não estabeleceremos uma democracia sem corrupção.

           e) Em qual argumento fundamental se apoia o autor, para sustentar a sua tese?
      A necessidade de reformas na estrutura do Estado.

    02 – O texto apresenta três partes bem definidas:
           a) Há uma síntese do assunto, em que o jornalista põe o leitor a par dos fatos. Que fatos são esses?
      A síntese: a denúncia de que dois deputados federais foram subornados, a fim de votar a favor da emenda da reeleição, aprovada em janeiro pela Câmara.

           b) No corpo do texto o autor revela a linha de pensamento do jornal. Que ações são defendidas pelo jornal?
      O corpo: apoia o direito de o presidente da república disputar a reeleição; sugeriu uma CPI par apurar as irregularidades; apela pela justiça social; aprova e confia no Governo quanto às suas decisões de privatizar e fazer reformas.

           c) Na conclusão, o autor expõe suas expectativas e leva o leitor a refletir sobre as posições editoriais apresentadas. Qual(is) é(são) a(s) expectativa(s) do formal?
      A conclusão: o editor espera que as instituições ajam sem condescendência.

    03 – A respeito do título:
          a) A oração constituinte do título possui que valor expressivo?
      Finalidade.

          b) Que reescritura ele receberia, se acrescentássemos uma conjunção e empregássemos o verbo numa forma do modo indicativo, sem que alterássemos o sentido da frase?
      Para que se evite uma democracia corrupta.

          c) Que frase do último parágrafo poderia ser agregada ao título, dando sentido completo, resumindo, dessa forma, o pensamento global editorial?
      Para evitar uma democracia corrupta, caberá às instituições agir sem condescendência.

   04 – No segundo e no quinto parágrafo, o autor faz uso da metonímia na sua comunicação, para indicar ações e posições assumidas. Transcreva essas passagens em referência.
       Este jornal apoiou “... a Folha tem apoiado...”

   05 – “Caberá às instituições agir sem condescendência...” Em relação à expressão sublinhada na frase acima:
a)   Justifique a ocorrência da crase.
       A crase ocorre em função da predicação do verbo “caber”, que exige complemento acompanhado pela preposição “a”, e esse complemento está representado por vocábulo feminino no plural.

b)   Classifique-a sintaticamente.
       Objeto indireto.

   06 – “... é imprescindível / que as contas públicas sejam saneadas / e o Estado atue com mais racionalidade / e / promova a justiça social.”
       A estrutura sintática registrada no trecho acima, constante no quinto parágrafo, é também encontrada no parágrafo seguinte. Transcreva o trecho em que se constata situação de mesmo valor sintático no parágrafo citado.
       “... é preciso melhorar a política, aumentar sua transparência, corrigir suas mazelas”.

   07 – No segundo parágrafo, o autor, ao expor o posicionamento filosófico do jornal, faz uma ressalva. A propósito:
a)   Qual é essa ressalva a que nos referimos?
      O jornal preferia que a mudança de regra a que faz referência fosse decidida através de plebiscito.

b)   Que elemento de coesão ocorre nessa situação e qual o seu valor semântico?
     “Embora” – valor concessivo.

   08 – Explique o emprego dos pronomes “estes” e “essa” que ocorrem no segundo parágrafo.
       O pronome “este” foi empregado para designar o jornal do qual ele, editor, faz parte, é integrante, participante, ou em que se encontra. Já o outro, “esse”, retoma a tal fórmula, o plebiscito, trazendo-o de volta ao texto.

   09 – A respeito da passagem “sem que houvesse provas”:
            a) Explique o emprego dos travessões que a destaca.
       Separa, dá destaque, a uma interferência do editor, com o sentido de emprestar um esclarecimento necessário ao conjunto de ideias apresentado.

            b) Substitua a expressão “sem que” por outra de igual valor.
       Mesmo que não / ainda que não.

            c) Reescreva a frase substituindo o verbo haver pelo verbo existir, e comente a mudança sintática processada na estrutura frasal.
Sem que existissem provas.
       Com a presença do verbo haver, na frase original, decorre a função sintática do objeto direto, representado pelo vocábulo “provas”, e a inexistência de um sujeito na oração. Com a reescritura, o verbo existir, porque possui uma outra predicação, não exige complemento e expõe o termo “provas”, agora como sujeito.

   10 – O texto não é abundante quanto a imagens produzidas por conotações, mas registra algumas imagens que merecem ser decodificadas. Então, decodifique-as:
         a) “Sabemos que CPIs tendem a se transformar em palco de exibicionismo demagógico...”
      Palco – lugar da cena, local para apresentar.

           b) “... se não queremos uma modernização de fachada...”.
      Fachada – aparência, sem consistência, sem valor real.




TEXTO: VIAJANDO COM OS POETAS ROMÂNTICOS BRASILEIROS - MARISA LAJOLO - COM GABARITO

Viajando com os poetas românticos brasileiros
                 Marisa Lajolo


        O Romantismo foi um estilo de arte. Foi a moda dominante na Europa de meados do século XVIII até a metade do século XIX. A arte romântica valorizava o indivíduo, dava rédea solta à imaginação, exprimia sentimentos íntimos, expressa ideias de liberdade, buscava as raízes dos diferentes povos.
        Parece que é por valorizar o indivíduo e os sentimentos que a expressão romantismo (e todas as palavras daí derivadas) acabou desenvolvendo o significado mais coerente que tem hoje, de clima, de estado de espírito sentimental, afetivo, apaixonado. Como se canta na música popular, por exemplo.
        Enquanto estilo artístico, o Romantismo chegou ao Brasil logo depois da Independência e prolongou-se até quase o final do século XIX. A literatura romântica muito contribuiu para a construção da imagem do Brasil independente. O romance romântico ensinou o Brasil a ler histórias que tinham por cenário a paisagem carioca em vez de capitais europeias como Lisboa ou Londres. E a poesia romântica, além de também exaltar a paisagem nacional, foi responsável pelas primeiras e sugestivas imagens do povo e da cultura brasileiros.
        Sem sotaque lusitano, escrita num português já abrasileirado, sonoro e muito musical, a poesia romântica pôde circular bem num país com um baixo índice de leitores como era o Brasil do século XIX. Mais do que a prosa, a poesia presta-se a ser lida e ouvida coletivamente, a ser declamada de memória.
        [...] A poesia romântica tem entre seus temas a celebração das diferentes etnias que constituem o povo brasileiro. Índios, africanos e brancos serviram de inspiração a homens e mulheres - brancos, negros e mestiços - que foram construindo a identidade plural brasileira.
        Com Gonçalves Dias, a poesia celebra a América anterior ao descobrimento; [...]. Em Luís Gama ecoa o vivo protesto pelo preconceito racial, e a poesia de Castro Alves inspira-se em movimentos antiescravistas.
        Além desses temas mais coletivos, a expressão de individualidade e a confissão intimista são também temas românticos. E esse foi um outro caminho para os escritores brasileiros conquistarem seu público. [...] Casimiro de Abreu e Álvares de Azevedo escreveram poemas líricos [...].
        Foi assim, com o Romantismo, que a literatura brasileira tornou-se uma linguagem na qual aprendemos a nos exprimir, quer enquanto povo mestiço de diferentes etnias, quer enquanto indivíduos com diferentes sonhos de felicidade. [...]

LAJOLO, Marisa. Apresentação. In: Poesia romântica brasileira. São Paulo: Moderna/FNDE, 2003. p.3-4. (Palavra da Gente, EJA, 4).

Entendendo o texto?
01 – Qual é o objetivo do texto "Viajando com os poetas românticos brasileiros"?
      Ensinar e dar informações a respeito do Romantismo como estilo de arte e do Romantismo literário brasileiro.

02 – Segundo o texto, em que período predominou o Romantismo brasileiro?
      Iniciou-se após a independência do Brasil e prolongou-se até quase o final do século XIX. (Comente com os alunos que estudiosos do assunto consideram algumas obras do Arcadismo brasileiro como pré-românticas.)

03 – Qual é a relação que a autora estabelece entre a Independência do Brasil e o Romantismo brasileiro?
      Segundo a autora, a literatura romântica contribuiu para a construção da imagem do Brasil independente.

04 – Segundo o texto, quais são as principais características da poesia brasileira produzida no Romantismo?
      Busca das raízes das diferentes etnias que compõem o povo brasileiro; emprego da língua "abrasileirada"; exaltação da paisagem brasileira; denúncia da escravidão - todas as características que favorecem a construção da plural identidade brasileira. 

05 – Leia e explique o trecho a seguir: "[...] a poesia romântica pôde circular bem num país com um baixo índice de leitores como era o Brasil do século XIX."
      A autora atribui a circulação da poesia romântica brasileira, mesmo com um baixo índice de leitores, ao uso do português abrasileirado ("sem sotaque lusitano"); à sonoridade e à melodia da poesia; à facilidade para ser lida e ouvida coletivamente e declamada, de memória.

06 – Segundo a autora, qual foi a importância da prosa romântica no Brasil?
      O romance romântico teria ensinado o brasileiro a ler histórias que se passavam no Brasil, que tinham como cenário a paisagem carioca em vez de capitais europeias.

 07 – Segundo o texto que você leu, assinale as alternativas que estão relacionadas ao movimento romântico. Justifique.
a)   Expressão de sentimentos íntimos (subjetivismo).
b) Negação da liberdade da linguagem e dos temas nativos.
     c) Idealização da infância e valorização do indivíduo.
     d) Incorporação de temas sociais e políticos.
     e) Exaltação da diversidade cultural e da liberdade.

     Exemplo de Justificativa: durante o Romantismo ocorre a valorização da linguagem e a exaltação dos temas nativos. Apesar de a valorização da infância ser tema presentes em obras românticas, isso não foi mencionado no texto.
 
08 – Leia as proposições a seguir e assinale as alternativas corretas.
a)   A poesia romântica brasileira difundiu-se entre o público graças a características como sonoridade e sotaque próprios.
b)   A literatura romântica ajuda a construir a imagem de país independente.
c)   O cenário urbano brasileiro é retratado em romances da época.
Todas as proposições estão corretas.






ARTIGO DE OPINIÃO : CRIANÇAS NO SINAL - JORNAL O GLOBO - COM GABARITO


ARTIGO DE OPINIÃO - CRIANÇAS NO SINAL


     É o poder aquisitivo da população que atrai para as ruas da Zona Sul mendigos de todas as regiões do Rio e até de outros municípios do Estado. No entanto pelas estimativas da Secretaria de Desenvolvimento Social, o número total de famílias que fica nas ruas não passaria de 70, algo como 350 pessoas.
        A operação Zona Sul Urgente, que a prefeitura acabou de pôr em prática para enfrentar o problema, já começa a dar resultados. Conta com a ajuda da Guarda Municipal necessária porque há resistência dos mendigos; mas também participam ativamente do programa educadores sociais, assistentes sociais e psicólogos.

        Hoje, a criança inspira pena; amanhã, poderá inspirar medo.

        No último fim de semana foram recolhidas quatro famílias (num total de 36 pessoas), uma das quais foi enviada para o abrigo no Alto da Boa Vista. As outras três não moravam nas ruas: tinham casas, e para lá voltaram, depois de receberem uma bolsa de alimentação.
        Dentro desse pequeno drama há um drama bem grande, que finalmente, ao que parece, vai ser combatido para valer: o da exploração de crianças. Estima-se que mais da metade dos mendigos da Zona Sul seja menores de idade. Mesmo para quem está perfeitamente cônscio que é sempre melhor não dar esmola, é difícil resistir ao ar infeliz do menino ou da menina que vende chicletes no sinal de trânsito. É essa caridade equivocada que é explorada, agravando e perpetuando o problema.
        Hoje, a criança inspira pena; amanhã, como observa a secretaria de Desenvolvimento Social, Wanda Engel, poderá inspirar medo.
        As autoridades municipais estão corretas ao montar, paralelamente à operação Zona Sul Urgente, uma campanha com o objetivo de convencer a população a não dar esmolas. Mas é bom não confiar muito em seus efeitos, e sim na ação concreta de resolver os mendigos.
        Não são muitos, são até bem poucos, e, como a experiência tem mostrado, na maioria dos casos não vivem realmente nas ruas. A operação, assim, tem todas as condições de dar certo, desde que não se limite a um esforço ocasional.

                                                                Jornal O Globo, 14/10/1998.

01 – Qual a tese que o autor do texto defendeu?
       O poder aquisitivo da população da zona sul atrai pessoas em condição de rua de vários pontos do Estado.

02 – A tese foi articulada a partir da relação de causa e consequência.
a)   Qual a consequência apresentada?
      A vinda das pessoas em condição de rua.

b)   Qual a causa apresentada para tal fato, constante da resposta “A”?
      O poder aquisitivo da população da zona sul.

03 – Explique o emprego da palavra “até” no primeiro parágrafo.
       Inclui mendigos (inclusão).

04 – Por que motivo o autor, ainda no primeiro parágrafo, empregou o conector “no entanto”?
       Para apresentar posição contrária (porém suavizadora).

05 – Que posição o autor assume para defender a diminuição (ou extinção) dos mendigos nos sinais de trânsito?
       Não dar esmolas.

06 – Sobre a Operação Zona Sul Urgente, Qual o ponto de vista do autor?
      O autor está de acordo, mas acrescenta que outras medidas devem ser assumidas, como não dar esmolas, por exemplo.

07 – Para fundamentar seus argumentos, de que elementos se utiliza o autor?
       Dados estatísticos, exemplos.

08 – Na opinião do autor, qual o maior drama, componente da situação em questão?
       A caridade equivocada e não resistir ao ar infeliz dos menores em situação de rua.

09 – Sobre o texto:
        “É essa caridade equivocada que é explorada,
         Agravando e perpetuando o problema”.
       Pergunta-se:
           a) Qual ideia o termo “essa” recupera?
      Não resistir ao ar infeliz dos menores mendigos.

           b) A que “problema” o autor se refere?
      Exploração de menores.

           c) Como ficaria o trecho se eliminássemos a expressão “É... que....”, usássemos conector conclusivo nas orações de verbo no gerúndio?
      Essa caridade é equivocada e é explorada; logo, agrava e perpetua o problema.

10 – Acima do que o autor aprova, porque considera válido, Há uma posição firmada sobre a ação a ser praticada quanto à permanência de mendigos na rua. Qual é essa posição?
        Fazer campanha para não dar esmolas.

11– Sobre as ideias do texto:
    a) Você concorda com a tese do autor?
    (   ) Sim.              (    ) Não               (    ) Parcialmente.
     Resposta pessoal.

         b) Redija uma tese sobre o assunto:
     Resposta pessoal.

12 – Que argumentos você usaria para fundamentar sua tese?
     Resposta pessoal.

13 – Supondo que você tenha aprovado integralmente tudo o que foi colocado pelo autor do texto, reescreva (resumindo) o último parágrafo, mantendo a ideologia nele contida.
     Resposta pessoal.

FÁBULA: A CAUSA DA CHUVA - MILLÔR FERNANDES - COM GABARITO

FÁBULA: A CAUSA DA CHUVA
                      MILLÔR FERNANDES

        Não chovia há muitos e muitos meses, de modo que os animais ficaram inquietos. Uns diziam que ia chover logo, outros diziam que ainda ia demorar. Mas não chegavam a uma conclusão.
        – Chove só quando a água cai do teto do meu galinheiro, esclareceu a galinha.
        – Ora, que bobagem! disse o sapo de dentro da lagoa. Chove quando a água da lagoa começa a borbulhar suas gotinhas.
        – Como assim? disse a lebre. Está visto que chove quando as folhas das árvores começam a deixar cair as gotas d’água que tem dentro.
        Nesse momento começou a chover.
        – Viram? gritou a galinha. O teto do meu galinheiro está pingando. Isso é chuva!
        – Ora, não vê que a chuva é a água da lagoa borbulhando? disse o sapo.
        – Mas, como assim? tornava a lebre. Parecem cegos? Não veem que a água cai das folhas das árvores?

                                                Millôr Fernandes. Fábulas Fabulosas.
Entendendo o texto:
Assinale a única opção correta de acordo com o texto:
01 – Percebe-se claramente que a causa principal da inquietação dos animais era:
a.(   ) a chuva que caía
b.(X) a falta de chuva    
c.(   ) as discussões sobre animais
d.(   ) a conclusão  a que chegaram.

02 – A resposta à questão 1 é evidenciada pela seguinte frase do texto:
a.(   ) “Uns diziam que ia chover…”.
b.(   ) “… outros diziam que ainda ia demorar.”
c.(   ) “Mas não chegavam a uma conclusão.”
d.(
X) “Não chovia há muitos e muitos meses.”

03 – O sapo achou que o esclarecimento feito pela galinha era:
a.(   ) correto 
b.(   ) aceitável  
c.(X) absurdo  
d.(   ) científico.

04 – A expressão do texto que justifica a resposta da questão 3 é:
a.(   ) “Como assim?”.
b.(   ) “Viram?”.   
c.(X) “Ora, que bobagem!”.
d.(   ) “Parecem cegos?”.

05 – A atitude da lebre diante das explicações dadas pelos outros animais foi de:
a.(   ) dúvida interrogativa  
b.(   ) aceitação resignada    
c.(   ) conformismo exagerado       
d.(
X) negação peremptória.

06 – Expressão do texto que confirma a resposta à questão 5 é:
a.(X) “Como assim?”.
b.(   ) “Viram?”.  
c.(   ) “Ora, que bobagem!”.
d.(   ) “Parecem cegos?”.

07 – A fábula de Millôr Fernandes é uma afirmativa de que:
a.(  ) as pessoas julgam os fatos pela aparência
b.(X) cada pessoa vê as coisas conforme o seu estado e seu ponto de vista
c.(   ) todos tem uma visão intuitiva dos fenômenos naturais
d.(   ) o mundo é repleto de cientistas

08 – O relato nos leva a concluir que:
a.(   ) a galinha tinha razão
b.(   ) a razão estava com o sapo
c.(   ) A lebre julgava-se dona da verdade.
d.(
X) as opiniões estavam objetivamente erradas.

09 – Cada um dos animais teve sua afirmação satisfeita quando:
a.(   ) a discussão terminou
b.(   ) chegaram a um acordo
c.(
X) começou a chover
d.(   ) foram apartados por outro animal.

10 – Toda fábula encerra um ensinamento. Podemos sintetizar o ensino desta fábula através da frase:
a.(   ) A mentira tem pernas curtas.
b.(
X) As aparência enganam.
c.(   ) Água mole em pedra dura tanto bate até que fura.
d.(   ) Não julgueis e não sereis julgados.


quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

ARTIGO DE OPINIÃO: OS MUITOS FANTASMAS - CLÓVIS ROSSI - COM GABARITO

ARTIGO DE OPINIÃO: OS MUITOS FANTASMAS
                                          Clóvis Rossi


     O encontro de ontem entre o presidente da Federação da Indústria do Estado de São Paulo, Mário Amato, e o presidente da Central Única dos trabalhadores, Jair Meneguelli, em torno de uma pauta comum de combate à inflação é revelador do tamanho que ganhou o fantasma da disparada de preços.
  Meneguelli e Amato, representantes de um pedaço expressivo da sociedade, têm tão tremendas diferenças de opinião a respeito de quase tudo que seria inimaginável vê-los discutindo com proveito qualquer coisa. Mas a presença de um inimigo comum, externo a ambos, colocou-os lado a lado, o que é primeiro passo positivo.
        O problema é que subsistem outros fantasmas, além da inflação, a travar p aprofundamento dos contados entre sindicalistas e empresários. Vicente Paulo da Silva, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo, aponta um deles: “Os empresários são contraditórios. falam em pacto, mas gastam um dinheiro para tentar remover da Constituição direitos sociais mínimos”.
        Vicentinho pede “um gesto concreto” de Mário Amato na direção do atendimento de reivindicações dos sindicatos.
        Entre os dois outros interlocutores da mesa tripartite de um pacto contra a inflação, empresário e o governo, pesa a mesma sombra de desconfiança. Os empresários acham que o governo não faz o que deve, em matéria de corte do déficit público, enquanto o governo jura que está fazendo tudo o que pode.
        Também entre governo e sindicalistas, há uma óbvia desconfiança, a ponto de Vicentinho generalizar. “Falta credibilidade tanto por parte do governo como por parte do empresário”. É muito possível que os empresários e o governo achem que a mesma credibilidade deles exigida falte aos líderes sindicais.
        Fica difícil, nesse terreno pantanoso, caminhar na direção de um acordo que abata o inimigo comum, a inflação. A única perspectiva é a constatação de que algo precisa ser feito, porque mesmo as mais negras previsões feitas até o fim do primeiro semestre começam a ser atropeladas por uma realidade ainda mais feia.

                       Clóvis Rossi – Folha de São Paulo: A-2, 20 jul. 1998.

Entendendo o texto:

01 – No primeiro parágrafo, o produtor do texto afirma que o encontro ente Mário Amato e Jair Meneguelli serve para revelar que a disparada dos Preços ganhou proporções assustadoras. Qual o argumento que Clovis Rossi usa para demonstrar a afirmação que faz?
       A inflação é tão assustadora que colocou à mesma mesa filosofias opostas para debater um problema comum.

02 – Embora reconheça que o encontro entre sindicalistas e empresários seja um passo positivo para tentar resolver o problema da inflação, o articulista considera difícil que esses contatos progridam e se estreitem mais. Qual o argumento usado pelos sindicalistas e mencionado pelo autor para comprovar sua visão pessimista?
       A contradição dos empresários.

03 – Quando diz “Os empresários são contraditórios. Falam em pacto, mas gastam um dinheirão para tentar remover da Constituição direitos sociais as palavras do líder sindical.
        Em termos de argumentação, que efeito produz a citação textual?
        Comprovação da verdade.

04 – Clóvis Rossi cita textualmente as palavras de Vicente Paulo da Silva para argumentar a favor de uma afirmação que fez anteriormente. De que afirmação se trata?
       Há muitos fantasmas além da inflação.

05 – Qual o argumento que usa para demonstrar que entre o governo e os empresários também existe desconfiança?
       O corte do déficit público.

06 – Por que o articulista afirma cautelosamente que “é muito possível que os empresários e o governo achem que a mesma credibilidade deles exigida falte aos líderes sindicais”?
       Porque ele vê falta de credibilidade entre empresários e governo.

07 – Lendo o texto, no seu todo, pode-se concluir que Clóvis Rossi usou vários argumentos para afirmar que:
     a) A inflação é o maior de todos os problemas que separam empresários e sindicalistas.
    b)    Apesar de um pequeno progresso, o pacto entre empresários e sindicalistas encontra obstáculos pela frente.
    c)     O governo desconfia dos empresários tanto quanto os empresários desconfiam dos sindicalistas.
      d)    Não há base alguma para um acordo entre empresários e sindicalistas.
      e)     Os próprios sindicalistas estão divididos entre si.