domingo, 29 de outubro de 2023

HISTÓRIA: O COELHINHO QUE NÃO ERA DE PÁSCOA - RUTH ROCHA - COM GABARITO

 História: O coelhinho que não era de Páscoa 

              Ruth Rocha

        Vivinho era um coelhinho. Branco, redondo, fofinho. 

        Todos os dias Vivinho ia à escola com seus irmãos.

        Aprendia a pular, aprendia a correr... 

        Aprendia qual a melhor couve para se comer.

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhwp2utkmwkg3Qj864hB43IHOZe3e9aA_nhnyaTsty80yZhkVphRB2dt_5JQYk8V-gxR-AlRuBV-o7nfPMp3191DFymJJy2lqqap0Cz0t2YPyls_K8R8SXOvjfQA1j-k1a7wc0ms9pfS1ZafSPij3u63AIefnItyJaRWueou-YWrkYFwLVW-eDQJBovLEQ/s320/COELHO%20BRANCO.jpg
 

        Os coelhinhos foram crescendo, chegou a hora de escolherem uma profissão.

        Os irmãos de vivinho já tinham resolvido:

        -- Eu vou ser coelho de Páscoa como meu pai.

        -- Eu vou ser coelho de Páscoa, como o meu avô.

        -- Eu vou ser coelho de Páscoa como meu bisavô.

        E todos queriam ser coelhos de Páscoa, como o trisavô, o tataravô, como todos os avôs. Só Vivinho não dizia nada.

        Os pais perguntavam, os irmãos indagavam:

        -- E você Vivinho, e você?

        -- Bom – dizia Vivinho – eu não sei o que quero ser.

        Mas sei o que não quero: Ser coelho de Páscoa.

        O pai de Vivinho se espantou, a mãe se escandalizou e desmaiou:

        -- OOOOOHHHHH!!!

        Vivinho arranjou uma porção de amigos: O beija-flor Florindo, Julieta a borboleta, e a abelha Melinda.

        -- Onde é que já se viu coelho brincar com abelha?

        -- Os irmãos de Vivinho diziam.

        Os pais de Vivinho se aborreciam:

        -- Um coelho tem que ter uma profissão. Onde é que nós vamos parar com essa vadiação?

        -- Não se preocupem – Vivinho dizia – Estou aprendendo uma ótima profissão.

        -- Só se ele está aprendendo a voar – os pais de Vivinho diziam.

        -- Só se ele está aprendendo a zumbir – os irmãos de Vivinho caçoavam.

        Vivinho sorria e saía, pula, pulando para se encontrar com seus amigos.

        O tempo passou. A Páscoa estava chegando.

        Papai e Mamãe Coelho foram comprar os ovos para distribuir.

        Mas as fábricas tinham muitas encomendas. Não tinham mais ovinhos para vender. Em todo lugar a resposta era a mesma:

        -- Tudo vendido. Não temos mais nada...

        O casal Coelho foi a tudo que foi fabrica da floresta. Do seu Antão, do seu João, do seu Simão, do seu Veloso, do seu Matoso, do seu Cardoso, do seu Tônio, do seu Petrônio, seu Sinfrônio. Mas a resposta era sempre a mesma.

        -- Tudo vendido seu coelho, tudo vendido...

        Os dois voltaram pra casa desanimados.

        -- Ora essa. Isso nunca aconteceu...

        -- Não podemos desapontar as crianças...

        -- Mas nós já fomos a todas as fábricas. Não tem jeito, não...

        Os irmãos do coelhinho estavam tristes:

        -- Nossa primeira distribuição... Ai que tristeza no coração!...

        Vivinho vinha chegando com Melinda.

        -- Por que não fazemos os ovos nós mesmos?

        -- É que nós não sabemos.

        Coelho de Páscoa sabe distribuir ovos. Não sabe fazer!

        -- Pois eu sei – disse Vivinho – Eu sei.

        -- Será que ele sabe? – Disse o pai?

        -- Ele disse que sabe – disseram os irmãos.

        -- Ele sabe, ele sabe – disse a mãe.

        -- E como você aprendeu? – perguntaram todos.

        -- Com meus amigos. Eu não disse que estava aprendendo uma profissão? Pois eu aprendi a tirar o pólen das flores com Julieta e Florindo. E Melinda é a maior doceira do mundo. Ela me ensinou a fazer tudo o que é doce...

        A casa da família Coelho virou uma verdadeira fábrica. Todos ajudavam: Papai Coelho, Mamãe Coelha e os coelhinhos... e os amiguinhos também: Florindo o beija-flor, a borboleta Julieta e a abelha Melinda, a maior doceira do mundo.

        E era Vivinho quem comandava o trabalho.

        E quando a Páscoa chegou, estavam todos preparados. As cestas de ovos estavam prontas.

        E os pais de Vivinho estavam contentes.

        A mãe de Vivinho disse:

        -- Agora, nosso filho tem uma profissão.

        E o pai de Vivinho falou:

        -- Cada um deve seguir a sua vocação...

Ruth Rocha.

Entendendo a história:

01 – Qual era a cor do coelhinho chamado Vivinho?

      Vivinho era branco.

02 – O que os irmãos de Vivinho decidiram ser quando cresceram?

      Os irmãos de Vivinho decidiram ser coelhos de Páscoa, como seus pais, avós e bisavós.

03 – Qual era a decisão de Vivinho em relação à sua profissão?

      Vivinho não queria ser um coelho de Páscoa.

04 – Quem eram os amigos de Vivinho na história?

      Os amigos de Vivinho eram: Florindo o beija-flor, Julieta a borboleta e Melinda a abelha.

05 – O que Vivinho aprendeu com seus amigos?

      Vivinho aprendeu a tirar o pólen das flores com Julieta e Florindo, e Melinda a ensinou a fazer doces.

06 – O que a família Coelho fez quando não encontrou ovos para distribuir na Páscoa?

      A família Coelho decidiu fazer os ovos eles mesmos.

07 – Quem comandou o trabalho de preparação dos ovos de Páscoa na história?

      Vivinho comandou o trabalho de preparação dos ovos de Páscoa.

 

HISTÓRIA: A FAMÍLIA DO COELHO TIBÚRCIO - CAMILA FARIAS - COM GABARITO

 História: A família do coelho Tibúrcio

              Camila Farias

        Dia lindo campo verdinho, folhas fresquinhas e cenouras deliciosas. Ah! Se tem algo a que Tibúrcio não resiste, são as cenouras…

        E não é por gula, não! É que Tibúrcio tem muita energia. Tibúrcio possui dentões engraçados, que crescem muito. Por isso, faz o que mais gosta na fazenda! Então, vai mais uma cenoura?

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjWI39EtJbF0865LGdoWRlCen8I8cmxH63zdMKFqlw7HPvvoJ4yt9Np6N5AOxjawMWuvwqfNVXQotnA8CgVtRVYG2lDSLOeme4RgOR_fgTYuxIlq0sD09zd4pUD0x9dBNkAV0BY1jkLlhl7Ih7vxFYkt4VLhyU0i14DDnEZtq_AWNE2FOxwoxfHw7qV0ho/s1600/COELHOO.png


        Tibúrcio tem muitos amiguinhos na fazenda. Ismael e Matias sempre chegam atrasados para o almoço. Mas eles nunca brigam. Os coelhos estão sempre com seu nariz tremendo, principalmente quando farejam alguma coisa boa. E têm tantos amigos na fazendo, como os patinhos, os pintinhos, os passarinhos, as borboletas e tantos outros, que nem dá pra enumerar.

        Certo dia, Tibúrcio encontrou uma coelhinha para acasalar. Ela era muito linda e se chamava Isolda. Meses depois, Isolda fez sozinha um ninho magnífico. Estava muito feliz, porque ia dar à luz seus primeiros filhotinhos.

        Tibúrcio e Isolda sabem que precisam ficar atentos aos filhotes. Hei! Cuidado com o pato, coelhinho! Uma bicada machuca… E muito! Tibúrcio e Isolda se tornam os coelhos mais felizes. Eram oito lindos filhotes para cuidarem, todos saudáveis e brincalhões. Que responsabilidade!

        Mas os filhotes de coelho crescem tão depressa, que Tibúrcio e Isolda nem precisam se preocupar com eles por muito tempo.

        Ouvem e sentem o cheiro tão bem, de longe, que Tibúrcio nunca consegue fazer surpresa ao trazer uma deliciosa cenoura para eles.

        Uma coisa é certa: os filhotes pegaram a mania de Tibúrcio: jamais largam suas cenouras preferidas!

Camila Farias.

Entendendo a história:

01 – Quem é o protagonista da história e qual é sua característica marcante?

      O protagonista da história é o coelho Tibúrcio, e sua característica marcante são seus dentões engraçados que crescem muito.

02 – Quais são os amigos de Tibúrcio na fazenda?

      Tibúrcio tem muitos amigos na fazenda, incluindo Ismael, Matias, patinhos, pintinhos, passarinhos, borboletas e outros animais.

03 – Como Tibúrcio se sente em relação às cenouras?

      Tibúrcio adora cenouras porque elas lhe fornecem energia, não por gula.

04 – Quem é a coelhinha que Tibúrcio encontra e o que acontece depois?

      Tibúrcio encontra uma coelhinha chamada Isolda, e meses depois, ela dá à luz oito filhotinhos.

05 – Qual é a responsabilidade que Tibúrcio e Isolda têm após o nascimento dos filhotes?

      Tibúrcio e Isolda têm a responsabilidade de cuidar dos oito filhotes de coelho, garantindo que eles cresçam saudáveis e felizes.

06 – Por que Tibúrcio não consegue fazer surpresa ao trazer cenouras para seus filhotes?

      Tibúrcio não consegue fazer surpresa ao trazer cenouras para seus filhotes porque eles ouvem e sentem o cheiro muito bem de longe, então sempre sabem quando ele está chegando com as cenouras.

07 – O que os filhotes de Tibúrcio têm em comum com ele?

      Os filhotes de Tibúrcio têm em comum com ele o gosto por cenouras, assim como seu pai Tibúrcio. Eles nunca largam suas cenouras preferidas.

 

HISTÓRIA: A ABELHINHA JULITA - A VIDA NA FAZENDA - COM GABARITO

 História: A abelhinha Julita

              A vida na fazenda

        No começo da primavera, quando as flores começam a se abrir, a abelhinha Julita sai para buscar o néctar. É para fazer o mel, um alimento muito nutritivo.

        Julita é uma abelhinha operaria. Ela vive numa colmeia junto com milhares de amiguinhas.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEio8p4w3hSuFGWW97JRG1Ui3bbvRrBh8gfBFznYQSWOM0sB9x1F1RHl4fcc6W_T6PxmxSkS-rBip_LvYYLWzo4oMw6nXmKfrJl94wsDo3OkMvXkxn1IhSpz4AiT2DoByFIrDIIZOgSxmuybSyZfmSKRVUeqE-gIXAkdrN96THDHOHa7HjzBeDrz8NANdbM/s320/ABELHINHA.jpg


        Dentro da colmeia, suas amiguinhas operarias trabalham o dia todo para depositar o néctar dentro de favos de mel.

        Toda feliz, Julita cai com suas amiguinhas e pousa nas flores mais lindas do campo. Ela recolhe o néctar e o pólen, que ficam bem no centro dessas flores.

        Antes de o dia se pôr, a abelhinha Julita e milhares de amiguinhas voltam para a casa, a colmeia. Até aí, elas já fizeram muitas idas e vindas e estão muito cansadas e com muito soninho. Essas abelhinhas são mesmo muito espertas. Elas fazem suas colmeia dentro de árvores ou em lugares secos, na mata, bem protegidos da água da chuva.

        Julita e suas amiguinhas fabricam o favo com uma cera especial, para servir à abelha mais importante da colmeia: a rainha. A rainha deposita seus ovinhos, que se tornarão novas abelhinhas. Tudo graças a Julita, que fez pequenas células de cera virarem uma caminha com capricho.

        Julita gosta muito de suas amiguinhas. Um dia, ela foi bem longe, para além do rio e do vale, e encontrou três abelhinhas que aviam se perdido. Então, Julita ensinou a elas o caminho de volta. A abelha-rainha ficou muito feliz com Julita e a premiou, dando-lhe um dia inteirinho de folga. Julita adorou. Assim, pode ajudar na produção da geleia real!

        Foi assim que Julita participou do nascimento de muitas abelhinhas. Dentro da célula comum, existe uma larva, que é bem pequenininha. Julita precisou alimentá-la durante um tempo para ela crescer. Depois, foi preciso fechar a célula. Aí, aconteceu a transformação da larva em abelha operaria.

        Existem larvas que são alimentos pela geleia real, um mel muito puro e fortificante. Elas vão se desenvolvendo até se transformarem em abelhas grandes. A geleia real é o alimento das rainhas. Elas voam pelos campos quando saem da célula. Julita ficou muito contente e orgulhosa por ter criado outras abelhinhas.

        A abelha-rainha, quando nasce, escolhe um dia ensolarado para voar pelo campo. E todos os zangões saem para namora-lá. Essa rainha é mesmo muito importante! Quando a rainha volta, é a época mais importante da colmeia. Três dias após de ser fecundada, ela passa a pôr seus ovos como a antiga rainha fazia. Enquanto isso, as amiguinhas de Julita continuam os seus trabalhos de operarias, recolhendo pólen e néctar para fabricar cera e mel.

        Pegar o pólen e o néctar é o que as amiguinhas de Julita mais amam fazer. E a maior paixão de Julita é a natureza. Num dia maravilhoso de primavera ou de verão, lá vai ela de flor em flor, sempre com muita alegria e vontade de trabalhar.

A vida na fazenda.

Entendendo a história:

01 – Qual é a tarefa principal da abelhinha Julita na colmeia?

      A tarefa principal da abelhinha Julita na colmeia é coletar néctar e pólen das flores para fazer mel.

02 – Onde Julita e suas amiguinhas constroem suas colmeias?

      Julita e suas amiguinhas constroem suas colmeias dentro de árvores ou em lugares secos na mata, bem protegidos da água da chuva.

03 – Por que a abelhinha Julita fabrica favos de cera na colmeia?

      Julita fabrica favos de cera na colmeia para servir à abelha-rainha, que deposita seus ovos neles.

04 – O que acontece dentro das células comuns da colmeia?

      Dentro das células comuns da colmeia, as larvas se desenvolvem e se transformam em abelhas operárias.

05 – Qual é o alimento das larvas que se transformarão em rainhas?

      As larvas que se transformarão em rainhas são alimentadas com geleia real, um mel muito puro e fortificante.

06 – O que a rainha faz três dias após ser fecundada?

      Três dias após ser fecundada, a rainha começa a pôr ovos, da mesma forma que a antiga rainha fazia.

07 – Qual é a maior paixão de Julita na história?

      A maior paixão de Julita na história é a natureza, e ela adora voar de flor em flor para coletar néctar e pólen, sempre com alegria e vontade de trabalhar.

 

POEMA: CASAMENTO - ADÉLIA PRADO - COM GABARITO

 Poema: Casamento 

              Adélia Prado

Há mulheres que dizem:

Meu marido, se quiser pescar, que pesque,

mas que limpe os peixes.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjFgsUeV1pM-jMSjfAiz0LkowSYSr2xXzKNScK0uK8pyLEaFOia5jpUMV6DENeiLiVtbbCopxjaZ1Yn1DKFdWpiLv5Y1-_eEbwb_BQfSuXd-_bXNPZ6yjTrp9Arvmum5VKauF-VwCh1scrjvS1kDfD4AslMgV0cwNzaYTqxFH89_JBqGfj2b-CRi0QcfeY/s320/PEIXE.jpg


Eu não. A qualquer hora da noite me levanto,

Ajudo a escamar, abrir, retalhar e salgar.

É tão bom, só a gente sozinhos na cozinha,

de vez em quando os cotovelos se esbarram,

ele fala coisas como “este foi difícil”

“prateou no ar dando rabanadas”

e faz o gesto com a mão.

O silêncio de quando nos vimos a primeira vez

atravessa a cozinha como um rio profundo.

Por fim, os peixes na travessa,

vamos dormir.

Coisas prateadas espocam:

somos noivo e noiva.

Terra de Santa Cruz (1981).

Entendendo o poema:

01 – Qual é o tema principal do poema?

      O tema principal do poema é a intimidade e o amor no casamento, representado pela ação de preparar peixes juntos na cozinha.

02 – Como a protagonista do poema se diferencia de algumas outras mulheres em relação ao marido pescar?

      A protagonista do poema diferencia-se de algumas outras mulheres, pois está disposta a ajudar seu marido a limpar e preparar os peixes, ao contrário de simplesmente permitir que ele o faça sozinho.

03 – Como a cozinha é descrita no poema?

      A cozinha é descrita como um lugar íntimo, onde o casal trabalha em conjunto, compartilhando momentos especiais, e onde a atmosfera é carregada de significado e silêncio profundo.

04 – O que o gesto com a mão mencionado no poema simboliza?

      O gesto com a mão mencionado no poema simboliza a ação de preparar o peixe, a habilidade e o cuidado que o marido dedica a isso, e também pode representar a conexão e a comunicação não verbal entre o casal.

05 – Como o poema termina e o que isso simboliza?

      O poema termina com a imagem dos peixes na travessa e a referência ao casal como "noivo e noiva." Isso simboliza a renovação do amor e do compromisso no casamento, como se toda vez que trabalham juntos na cozinha, eles estivessem renovando seus votos.

 

 

POEMA: TODAS AS CARTAS DE AMOR SÃO RIDÍCULAS - ÁLVARO DE CAMPOS - COM GABARITO

 Poema: Todas as cartas de amor são ridículas

             Álvaro de Campos

Todas as cartas de amor são
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiB9UXDFRK36WX8K2UVB_IwrfCXDZdOPUJumn-WF5JIZO5W1BnJvI9uKUv5AKYkq8be1WN8ZiJ6xIZHZjFhzYLacvsy26X2z7Dtf8CGECb49QIeVNEAiVXvyQY_J05cd1wtM50PNGsQFHIuHhsI-2xpPcf9RQA28BEoG_cU_XhrypP3E1ngq13S1OpWvp0/s320/CARTAS.jpg


Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas.

As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser
Ridículas.

Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas.

Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas.

A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas cartas de amor
É que são
Ridículas.

(Todas as palavras esdrúxulas,
Como os sentimentos esdrúxulos,
São naturalmente
Ridículas.)

Álvaro de Campos, in “Poemas” Heterónimo de Fernando Pessoa.

Entendendo o poema:

01 – Qual é a ideia central do poema?

      A ideia central do poema é que todas as cartas de amor são inerentemente ridículas, e essa característica é parte integrante do gênero.

02 – Por que o autor considera as cartas de amor como sendo ridículas?

      O autor acredita que as cartas de amor são ridículas porque refletem sentimentos intensos e muitas vezes irracionalidades, tornando-se estranhas e até cômicas.

03 – Qual é a ironia presente no poema?

      A ironia no poema é que, embora o autor considere as cartas de amor como ridículas, ele mesmo já as escreveu, o que sugere uma dualidade na natureza humana quando se trata de amor e sentimentos.

04 – Como o poema retrata as memórias do autor em relação às cartas de amor?

      O autor afirma que, olhando para trás, as memórias de suas cartas de amor são igualmente ridículas.

05 – O que o poema sugere sobre as palavras esdrúxulas e sentimentos esdrúxulos?

      O poema sugere que tanto as palavras esdrúxulas quanto os sentimentos esdrúxulos são naturalmente ridículos, de acordo com a perspectiva do autor.

06 – Qual é a relação entre as cartas de amor e a natureza humana, conforme retratada no poema?

      O poema sugere que as cartas de amor são uma expressão intrínseca da natureza humana, e aqueles que nunca as escreveram são considerados "ridículos" de uma maneira diferente, ou seja, por não terem experimentado os sentimentos intensos que vêm com o amor e a paixão.

 

 

POEMA: MEU POVO, MEU POEMA - FERREIRA GULLAR - COM GABARITO

 Poema: Meu povo, meu poema

             Ferreira Gullar

Meu povo e meu poema crescem juntos

como cresce no fruto

a árvore nova

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEggrVQjiFmOf0Za4KjQovIvbk707UOfmbGzszBLS2tbdBkL-M4kZvFMz0n_p4oFQVznw-NCIDwNqXWWcWHpZfghmm_38zz4KR_qKkp4ZJ9_gCn2W7O1tt2pYlUisUUAnOBbg3KyoxX9S7AmOc44KY8w1cv_zP0Ipyo1wXnfxqax9AP_nu-vTE11Zq-md0Y/s1600/POVO.jpg


 

No povo meu poema vai nascendo

como no canavial

nasce verde o açúcar

 

No povo meu poema está maduro

como o sol

na garganta do futuro

 

Meu povo em meu poema

se reflete

como a espiga se funde em terra fértil

 

Ao povo seu poema aqui devolvo

menos como quem canta

do que planta.

Ferreira Gullar. Toda poesia. José Olympio: Rio de Janeiro, 2000.

Entendendo o poema:

01 – Qual é o tema principal do poema "Meu Povo, Meu Poema" de Ferreira Gullar?

      O tema principal do poema é a relação entre o povo e a poesia, destacando como a poesia se desenvolve a partir das experiências e da cultura do povo.

02 – Como o poeta descreve a conexão entre o povo e a poesia no poema?

      O poeta descreve a conexão entre o povo e a poesia usando metáforas, comparando-a ao crescimento de árvores, canaviais e ao sol na garganta do futuro.

03 – Qual é a metáfora usada para ilustrar como a poesia se desenvolve no povo?

      O poema usa a metáfora do crescimento do açúcar no canavial, sugerindo que a poesia cresce naturalmente a partir das raízes do povo.

04 – O que o poeta quer dizer quando afirma que "Meu povo em meu poema se reflete"?

      O poeta está dizendo que o povo está incorporado à poesia, influenciando e sendo parte integrante do poema.

05 – Como o poema expressa a ideia de que o poeta está devolvendo a poesia ao povo?    

      O poeta expressa a ideia de devolução ao povo comparando-a a alguém que planta algo que crescerá e prosperará, enfatizando a importância de compartilhar a poesia com o povo.

06 – Que movimento literário Ferreira Gullar estava associado, e como isso pode influenciar a interpretação do poema?

      Ferreira Gullar estava associado ao Concretismo, um movimento literário que enfatizava a precisão e a clareza na poesia. Isso pode influenciar a interpretação do poema, pois o poema tende a ser conciso e simbólico, buscando uma relação direta entre a poesia e o povo.

07 – Qual é o tom geral do poema "Meu Povo, Meu Poema"?

      O tom geral do poema é de celebração e conexão entre o poeta e o povo, com um toque de otimismo e esperança em relação ao futuro.

 

POEMA: CORAÇÃO NUMEROSO - CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE - COM GABARITO

 Poema: Coração numeroso

            Carlos Drummond de Andrade

Foi no Rio.
Eu passava na Avenida quase meia-noite.
Bicos de seio batiam nos bicos de luz estrelas inumeráveis.
Havia a promessa do mar
e bondes tilintavam,
abafando o calor
que soprava no vento
e o vento vinha de Minas.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhNADL6cZ6IzR_ZP_FPtFURZrPwuWhbUzhmPLZb9Son0KFISbbXkS17R3sFeOtCddwJIeV3FD8qSHlsLde4cvVUCCwbSM7SEOKzaQaoS-DZPKqmNi38aEzdipgffQTpw1lfMYczIXSoiKxq11EzuqsMm1BDwOtQ7rvtMBxMiH64ZUbH7bilsUey-QNpPhg/s320/CRUZEIRO.jpeg



Meus paralíticos sonhos desgosto de viver
(a vida para mim é vontade de morrer)
faziam de mim homem-realejo imperturbavelmente
na Galeria Cruzeiro quente quente
e como não conhecia ninguém a não ser o doce vento mineiro,
nenhuma vontade de beber, eu disse: Acabemos com isso.

Mas tremia na cidade uma fascinação casas compridas
autos abertos correndo caminho do mar
voluptuosidade errante do calor
mil presentes da vida aos homens indiferentes,
que meu coração bateu forte, meus olhos inúteis choraram.

O mar batia em meu peito, já não batia no cais.
A rua acabou, quede as árvores? a cidade sou eu
a cidade sou eu
sou eu a cidade
meu amor.

De: “Alguma poesia”. In: Poesia completa. Org. de Gilberto Mendonça Teles. Introdução de Silviano Santiago. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2002, p.20-12.

Entendendo o poema:

01 – Qual é o cenário do poema "Coração numeroso"?

      O cenário do poema é a cidade do Rio de Janeiro, especificamente a Avenida, quase à meia-noite.

02 – Que elementos naturais são mencionados no poema?

      O poema menciona estrelas, o mar e o vento que vem de Minas Gerais.

03 – Como o poeta descreve seus sentimentos em relação à vida?

      O poeta descreve seus sentimentos como "paralíticos sonhos" e "desgosto de viver", expressando uma vontade de morrer.

04 – O que o poeta compara a si mesmo na Galeria Cruzeiro?

      O poeta se compara a um "homem-realejo imperturbavelmente" na Galeria Cruzeiro.

05 – Por que o poeta menciona "a cidade sou eu"?

      O poeta menciona "a cidade sou eu" para expressar uma profunda identificação com a cidade e seus elementos.

06 – O que causa uma forte reação emocional no poeta no poema?

      O poeta tem uma forte reação emocional devido à "voluptuosidade errante do calor" e à beleza da cidade e do mar.

07 – Qual é a promessa que o poeta sente em relação ao mar?

      O poeta sente a promessa do mar, possivelmente sugerindo uma sensação de esperança ou expectativa em relação ao futuro.

 

 

POEMA: TODAS AS VIDAS - CORA CORALINA - COM GABARITO

 Poema: Todas as vidas

              Cora Coralina

Vive dentro de mim
uma cabocla velha
de mau-olhado,
acocorada ao pé do borralho,
olhando pra o fogo.
Benze quebranto.
Bota feitiço...
Ogum. Orixá.
Macumba, terreiro.
Ogã, pai-de-santo...

 Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhV7T25dlBajupopLczC60fTB0xQbhrvTlMa6-_KaKOgIFPptjihPySO4yJnvdG92NWcWLqCE_xZZtiv4BHLYERbznS1vnNl-LObxeNTm21XvvQEiA3O7OHll-GEHSi-e2-qunstKavHDenWQbbHDkjwiCQEQPxwUAxN1eydmaIIPMKaZMihPV_l3QjZ8c/s320/Cora_Coralina.jpg


Vive dentro de mim
a lavadeira do Rio Vermelho,
Seu cheiro gostoso
d’água e sabão.
Rodilha de pano.
Trouxa de roupa,
pedra de anil.
Sua coroa verde de São-Caetano.

Vive dentro de mim
a mulher cozinheira.
Pimenta e cebola.
Quitute bem feito.
Panela de barro.
Taipa de lenha.
Cozinha antiga
toda pretinha.
Bem cacheada de picumã.
Pedra pontuda.
Cumbuco de coco.
Pisando alho-sal.

Vive dentro de mim
a mulher do povo.
Bem proletária.
Bem linguaruda,
desabusada, sem preconceitos,
de casca-grossa,
de chinelinha,
e filharada.

Vive dentro de mim
a mulher roceira.
– Enxerto da terra,
meio casmurra.
Trabalhadeira.
Madrugadeira.
Analfabeta.
De pé no chão.
Bem parideira.
Bem criadeira.
Seus doze filhos.
Seus vinte netos.

Vive dentro de mim
a mulher da vida.
Minha irmãzinha...
tão desprezada,
tão murmurada...
Fingindo alegre seu triste fado.

Todas as vidas dentro de mim:
Na minha vida –
a vida mera das obscuras.

Cora Coralina, em “Poemas dos becos de Goiás e estórias mais”, Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora, 1965.

Entendendo o poema:

01 – Qual é a principal ideia ou tema do poema?

      O poema celebra e homenageia a diversidade de experiências e vidas das mulheres brasileiras, destacando diferentes aspectos de suas vidas e papéis na sociedade.

02 – Quais são algumas das figuras femininas mencionadas no poema?

      O poema menciona diversas figuras femininas, como a cabocla velha, a lavadeira, a mulher cozinheira, a mulher do povo, a mulher roceira e a mulher da vida.

03 – O que a mulher cozinheira simboliza no poema?

      A mulher cozinheira simboliza a habilidade culinária e a cultura alimentar do povo brasileiro, destacando a importância da comida tradicional e da cozinha caseira.

04 – Qual é o papel da mulher roceira no poema?

      A mulher roceira representa a vida rural e o trabalho árduo no campo, enfatizando a relação próxima com a terra, a maternidade e a criação dos filhos.

05 – O que o poema sugere sobre a diversidade das vidas das mulheres brasileiras?

      O poema sugere que as mulheres brasileiras desempenham papéis diversos e desempenham uma ampla gama de atividades, desde tarefas domésticas até trabalhos na roça, enfatizando a riqueza da cultura e das experiências femininas.

06 – Qual é a mensagem geral transmitida pelo poema "Todas as vidas"?

        A mensagem geral do poema é a celebração e a valorização das múltiplas facetas da vida das mulheres brasileiras, reconhecendo a importância de todas as suas experiências e contribuições para a sociedade.

 

 

POEMA: RIO TEJO - MARCELO ANDRADE - COM GABARITO

 Poema: Rio Tejo

             Marcelo Andrade

Tejo rio da Espanha e Portugal
Rio Tejo de Lisboa e Toledo capital
Tejo rio das forjas de muitas espadas
Rio Tejo das naus de águas navegadas

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhpV3A5frT5mBEsW0iAgOHPVV2OwPp-wmBlAELIUSzPuvp2e3YX7pUaAZf4heo8xh2nnW5GAqYW5RJihxdEQd-YbpuBVpwoaFSdTt5QoSDxOYnv0x8m6zGEAsRbhsaYdiPS13kv3BcnCMOh_VmIg8BLyDKeM4knI667AaxV6zv4HwtykktYkiIa2XQ-lto/s1600/Tejo.jpg


Teu leito é da meseta e da montanha
Tua terra é da Espanha
Tua nascente é do Monte Universal
Tua foz é do mar de Portugal

Rio Tejo, és o rio da Torre de Belém
A guardiã branca e casta do mar d’além
Tejo rio, és o rio do Alcácer de Toledo
A fortaleza incorruptível sem medo

Rio Tejo, acompanhaste a clássica civilização
Testemunhaste os bárbaros e sua conversão
Choraste pelos mouros e a injusta conquista
Alegraste pelos cruzados e a justa reconquista

Rio Tejo, a água que, por todo seu leito, percorre
É o sangue que, nas veias de Portugal e Espanha, corre
O sangue que Portugal deu pelos mares navegados
E a Espanha deu pelos territórios conquistados

De suas águas saíram as caravelas de futuras vitórias
Para suas águas voltaram as naus com muitas histórias
Suas águas foram usadas para a forja de espadas
Que na mão de reis ajudaram terras a serem tomadas

Rio Tejo, não chores por rios mais famosos
Tampouco por outros mais formosos
Teu curso é de terras majestosas
Teu leito é de águas corajosas

Tejo rio, não chores por rios maiores
Ou pretensamente melhores
Rio Tejo, tens belas histórias
Escritas com lutas e glórias.

Marcelo Andrade. Rio Tejo. Nov. / 2002.

Entendendo o poema:

01 – Qual é o tema central do poema "Rio Tejo" de Marcelo Andrade?

      O tema central do poema é o Rio Tejo, destacando sua importância histórica e geográfica para Espanha e Portugal.

02 – Quais cidades são mencionadas no poema em relação ao Rio Tejo?

      O poema menciona Lisboa, Toledo e Alcácer de Toledo em relação ao Rio Tejo.

03 – De que maneira o poema descreve a história e a importância do Rio Tejo?

      O poema descreve a história do Rio Tejo ao destacar seu papel nas navegações, conquistas territoriais, e sua associação com eventos históricos relevantes para Portugal e Espanha.

04 – Quais são alguns dos elementos simbólicos associados ao Rio Tejo no poema?

      O poema associa o Rio Tejo a elementos simbólicos como a Torre de Belém, a guardiã branca do mar, Alcácer de Toledo como uma fortaleza incorruptível e as caravelas que partiram de suas águas em busca de vitórias.

05 – Como o poema descreve a relação entre o Rio Tejo e a história de Portugal e Espanha?

      O poema descreve o Rio Tejo como um símbolo do sangue derramado por Portugal e Espanha em suas jornadas marítimas e conquistas territoriais.

06 – Qual é a atitude do poema em relação ao Rio Tejo? Como ele o descreve?

      O poema exalta o Rio Tejo, descrevendo-o como um rio majestoso e corajoso, repleto de histórias de lutas e glórias.

07 – O que o poema sugere sobre a importância do Rio Tejo em relação a outros rios?

      O poema sugere que o Rio Tejo é importante e digno de reconhecimento, mesmo em comparação com rios mais famosos ou considerados melhores, devido à sua rica história e significado para as nações de Portugal e Espanha.

 

 

 

POEMA: A EDUCAÇÃO PELA PEDRA - JOÃO CABRAL DE MELO NETO - COM GABARITO

 Poema: A educação pela pedra

              João Cabral de Melo Neto

Uma educação pela pedra: por lições;
para aprender da pedra, frequentá-la;
captar sua voz inenfática, impessoal
(pela de dicção ela começa as aulas).
A lição de moral, sua resistência fria
ao que flui e a fluir, a ser maleada;
a de poética, sua carnadura concreta;
a de economia, seu adensar-se compacta:
lições da pedra (de fora para dentro,
cartilha muda), para quem soletrá-la.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgcab5sRSJZGYLxVAQ2m8GCYyKsU7FRvojU-fS1ZEc0DOfllCi32pbbSnUrgLQdlNaujpnMRgi61-mQgURdK_Qmoh8nu49GEnwwxUwIhyphenhyphenV0mO3nBV2wKpcNiHKPneXchic8FdWUlCyQf9yqhIYe5bmR682CeV0ZcHQLwllBLExPrWGWQ9yAMIYPgiJOkZM/s320/educa%C3%A7%C3%A3o-aa.png 



Outra educação pela pedra: no Sertão
(de dentro para fora, e pré-didática).
No Sertão a pedra não sabe lecionar,
e se lecionasse, não ensinaria nada;
lá não se aprende a pedra: lá a pedra,
uma pedra de nascença, entranha a alma.

             Melo Neto, João Cabral de. A educação pela pedra. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1996. p. 21.

Entendendo o poema:

01 – Qual é o tema principal do poema "A Educação pela Pedra"?

      O tema principal do poema é a pedra e as lições que ela pode ensinar.

02 – O que o poeta sugere ser a primeira lição que a pedra oferece?

      A primeira lição que a pedra oferece, de acordo com o poema, é uma lição de moral, mostrando sua resistência fria ao que flui e a fluir.

03 – Como o poeta descreve a pedra em relação à lição de poética?

      O poeta descreve a pedra como tendo uma "carnadura concreta" na lição de poética.

04 – Qual é o cenário onde a pedra não pode lecionar de acordo com o poema?

      A pedra não pode lecionar no Sertão, como mencionado no poema.

05 – Qual é a razão pela qual a pedra no Sertão não pode lecionar?

      No Sertão, a pedra não sabe lecionar e, mesmo que soubesse, o poema sugere que não ensinaria nada.

06 – Qual é a diferença entre as lições da pedra "de fora para dentro" e "de dentro para fora"?

      As lições "de fora para dentro" referem-se à pedra ensinando a quem a estuda de fora, enquanto as lições "de dentro para fora" se referem a como a pedra faz parte da alma das pessoas no Sertão, mesmo sem ensinar nada.

07 – Como o poema caracteriza a pedra em termos de comunicação?

      O poema caracteriza a voz da pedra como "inenfática" e "impessoal", sugerindo que a pedra tem uma comunicação não verbal e fria, como uma lição muda para aqueles que a estudam.