quinta-feira, 14 de março de 2019

POEMA: A SERRA DO ROLA-MOÇA - MÁRIO DE ANDRADE - COM GABARITO

Poema: A SERRA DO ROLA-MOÇA
           Mário de Andrade


A Serra do Rola-Moça
Não tinha esse nome não...

Eles eram do outro lado,
Vieram na vila casar.
E atravessaram a serra,
O noivo com a noiva dele
Cada qual no seu cavalo.

Antes que chegasse a noite
Se lembraram de voltar.
Disseram adeus pra todos
E se puserem de novo
Pelos atalhos da serra
Cada qual no seu cavalo.

Os dois estavam felizes,
Na altura tudo era paz.
Pelos caminhos estreitos
Ele na frente, ela atrás.
E riam. Como eles riam!
Riam até sem razão.

A Serra do Rola-Moça
Não tinha esse nome não.

As tribos rubras da tarde
Rapidamente fugiam
E apressadas se escondiam
Lá embaixo nos socavões,
Temendo a noite que vinha.

Porém os dois continuavam
Cada qual no seu cavalo,
E riam. Como eles riam!
E os risos também casavam
Com as risadas dos cascalhos,
Que pulando levianinhos
Da vereda se soltavam,
Buscando o despenhadeiro.

Ali, Fortuna inviolável!
O casco pisara em falso.
Dão noiva e cavalo um salto
Precipitados no abismo.
Nem o baque se escutou.
Faz um silêncio de morte,
Na altura tudo era paz ...
Chicoteado o seu cavalo,
No vão do despenhadeiro
O noivo se despenhou.

E a Serra do Rola-Moça
Rola-Moça se chamou.
                                                   Mário de Andrade
Entendendo o poema:

01 – Quais as palavras empregadas no texto com o sentido de:
a)   Desvio ou caminho mais curto fora da estrada comum?
Pelos caminhos estreitos.

b)   Ruído de um corpo ao cair?
Nem o baque se escutou.

c)   Pequeno calhau, pedrinha?
Que pulando levianinhos.

d)   Abismo, precipício?
Precipitados no abismo.

e)   Precipitar-se, cair de grande altura?
Buscando o despenhadeiro.

f)    Destino, sorte, fado?
O noivo se despenhou.

g)   Vermelho, vivo, cor de sangue?
Faz um silêncio de morte.

h)   Cadeia de montanha com muitos picos e quebradas?
E atravessaram a serra.

i)     Esconderijo, gruta, grande socava?
Lá embaixo nos socavões.

j)     Grupo de pessoas que têm a mesma língua, os mesmos costumes, as mesmas tradições?
As tribos rubras da tarde.

02 – Enumere os acontecimentos que compõem a trama da história contada no poema.
1 – Os noivos foram à vila.
2 – Passaram o dia na vila.
3 – Despediram-se de todos.
4 – Voltaram pelos atalhos da serra.
5 – Conversavam e riam muito.
6 – O cavalo pisou em falso e a moça se despenhou.
7 – Ao perceber o silêncio de paz o noivo também se despenhou.

03 – Busque no poema os versos em que o verbo casar significa:
a)   Unir-se pelo matrimônio.
“Vieram na vila casar.”

b)   Combinar, estar conforme, conformar-se.
“E os risos também casavam
Com as risadas dos cascalhos”.

04 – Complete, observe o exemplo:
a)   Que não pode ser violado.
       Inviolável

b)   Que não pode ser perdoado.
      Imperdoável.

c)   Que não pode ser controlado.
      Incontrolável.

d)   Que não pode ser saciado.
      Insaciável.

e)   Que não pode ser curado.
      Incurável.

f)    Que não pode ser tratado.
      Intratável.

05 – Explique como morreu cada um dos noivos e porque “A Serra do Rola-Moça”. Rola-Moça se chamou?
      A noiva, o cavalo pisou em falso e caíram no precipício.
      O noivo, vendo o que aconteceu, chicoteou seu cavalo e caiu também.

06 – Quantos versos tem o poema e em quantas estrofes estão distribuídos?
      Possui 46 versos, distribuídos em 09 estrofes.

07 – Dá-se o nome de “refrão” ao verso ou grupo de verso repetido após as estrofes. Qual o refrão de “A Serra do Rola-Moça”?
      Está no 1° e 2° refrão. Ou seja, no 1° e 20° verso.

08 – Por que o poeta diz várias vezes no texto que os noivos riam, riam até se razão?
      Porque estavam tão felizes, que tudo era motivo para sorrir.

09 – Por que os noivos estavam naquele local?
      Porque era um caminho mais curto.

10 – Pode se dizer que os noivos passavam por local seguro? Por quê? 
      Não. Porque era um caminho estreito e perigoso, ainda mais a noite.

11 – Cite um verso que se refira especificamente ao caminho que eles trilhavam.
      “Pelos caminhos estreitos”.

12 – O que o poeta quis dizer com o verso: “Ali. Fortuna inviolável!”?
      Por causa do acidente, a vida dos recém casados chegava ao fim, sem mesmo ter começado.

13 – Como você explica a atitude do noivo ante a tragédia?
      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Na tentativa de salvar a noiva ele nem percebeu o que estava fazendo.

14 – Que atitude você acha que ele deveria ter tomado?
      Resposta pessoal do aluno.

15 – Por que eles caminhavam um na frente e outro atrás?
      Porque o caminho era estreito, e só cabia uma pessoa por vez.



CRÔNICA: QUANDO O RIO NÃO ERA RIO - RUBEM BRAGA - COM GABARITO

Crônica: Quando o Rio não era Rio
            Rubem Braga

        Naquele tempo o Rio não era o Rio. Eu me lembro muito bem quando começou essa moda de dizer: vou ao Rio, cheguei do Rio. Até então nós todos dizíamos solenemente: Rio de Janeiro. E nos debruçávamos sonhadoramente sobre os cartões-postais que as pessoas que iam ao Rio de Janeiro mandavam: o bondinho do Pão de Açúcar (que era de Assucar) e o Corcovado, ainda sem o Cristo.
        Mas havia dois palácios de maravilha para a nossa imaginação; seus nomes soavam belíssimos: a Galeria Cruzeiro e o Pavilhão Mourisco. Não consigo refazer a ideia que eu tinha da Galeria Cruzeiro, creio que era uma ideia que variava muito. Um grande recinto sem plateia mas com muitas galerias, ou um palácio em forma de túnel com um Cruzeiro do Sul aceso na fachada, algo de estranho e imenso, pois toda gente encontrava toda gente na Galeria Cruzeiro. O Pavilhão Mourisco, este para nós era feérico, cheio de minaretes, odaliscas, bandeiras e punhais, talvez camelos, pelo menos grandes camelos pintados entre oásis.
        As pessoas grandes que chegavam do Rio traziam malas fabulosas, cheias de presentes para todos, além de dezenas de encomendas, todas escritas cuidadosamente em uma lista com letra feminina. Nós juntávamos todos para assistir à abertura das malas.
        “Isto é para você”! Era fascinante receber um embrulho de presente com o nome da loja impresso na fita que o amarrava.
        Mas o que mais me impressionou foi a sopa juliana. Eu nunca tinha ouvido falar de sopa juliana, não era prato que se usasse em minha casa. E não gostei da sopa: era de verduras e legumes. Mas o espantoso é que vinha seca, em um envelope, e quando se punha n’água crescia, tomava cores. As coisas do Rio de Janeiro eram assim, cheias de milagres e de astúcias. E à noite, quando vinham visitas, os viajantes contavam as últimas anedotas do Rio de Janeiro, pois naquele tempo não havia rádio.
        Lembro-me que, apesar de sentir esse fascínio do Rio de Janeiro, eu não pensava nunca em vir aqui. Isso simplesmente não me passava pela cabeça; o Rio era um lugar maravilhoso, onde vinham pessoas grandes e até eu pensava vagamente que no Rio de Janeiro só devia haver pessoas grandes. Era verdade que havia, por exemplo, um menino, o Zezé, filho de seu Osvaldo, que vinha ao Rio de Janeiro; ele usava sapatos, quando nós todos usávamos botinas. Mas, mesmo pelo fato de usar sapatos e vir ao Rio era como se ele fosse uma pessoa de outra raça, não uma criança como nós. Eu não chegava sequer a invejá-lo, tão diferente de nós eu o achava. Zezé tinha até um sapato de duas cores, branco e vermelho; e nós com nossas botinas pretas, sempre de bico esbranquiçado de tanto chutar pedra na rua, sempre com os cadarços meio arrebentados, difíceis de enfiar.
        Fiquei muito espantado quando minha irmã, que vinha ao Rio com o marido, me convidou para vir também. Ela disse que era um prêmio porque eu tinha tirado boas notas nos exames. Lembro-me de que minhas notas tinham sido apenas regulares, de maneira que achei aquele convite uma honra, uma distinção que eu mesmo sabia que não merecia muito. Eu tinha nove anos, e essa irmã era minha madrinha.
        [...]
BRAGA, Rubem. Ai de ti, Copacabana. Rio de Janeiro: Record, 1987.
Entendendo a crônica
01 – Na crônica de Rubem Braga que você acabou de ler, o cronista relata fatos de sua infância. Transcreva a expressão indicadora de tempo passado que aparece no texto.
      “Naquele tempo”.

02 – Que aspecto da paisagem do Rio Janeiro do passado está presente no primeiro parágrafo?
      O bondinho do Pão de Açúcar e o Corcovado, ainda sem o Cristo.

03 – Ainda no primeiro parágrafo, que trecho revela a paixão pelo Rio de Janeiro?
      “E nos debruçávamos sonhadoramente sobre os cartões-postais que as pessoas que iam ao Rio de Janeiro mandavam.”  
   
04 – Com relação à culinária, o que espantou o cronista quando era menino?
      A sopa juliana.

05 – A quem se refere a palavra VIAJANTES, no quinto parágrafo?
      Refere-se as pessoas que vinham do Rio de Janeiro.

06 – Ainda no quinto parágrafo, o que revela um tempo do passado distante?
        “Pois, naquele tempo não havia rádio”.

07 – Que trecho do texto mostra que o cronista morava no Rio no momento em que escrevia a crônica?
      “Lembro-me que, apesar de sentir esse fascínio do Rio de Janeiro, eu não pensava nunca em vir aqui.”  
   
08 – A que se refere a palavra ISSO, no sexto parágrafo?
      Refere-se a intenção de ir ao Rio de Janeiro.

09 – Aos olhos do cronista menino, o que distinguia Zezé das outras crianças?
      O Zezé usava sapato de duas cores, enquanto as outras crianças usavam botas pretas.

10 – No último parágrafo, por que o cronista menino considerava uma honra que ele não merecia?
      Porque as notas dele tinham sido regulares.

11 – No último parágrafo, substitua a expressão DE MANEIRA QUE por outra equivalente, sem mudar o sentido do trecho.
      DE MODO QUE achei aquele convite uma honra.

BIOGRAFIA: VOANDO PARA O RIO(CLARICE LISPECTOR) - BENJAMIN MOSER - COM GABARITO

BIOGRAFIA: VOANDO PARA O RIO(CLARICE LISPECTOR)
                        Benjamin Moser


        Quando Clarice Lispector tinha 15 anos, um ano depois de descobrir a possibilidade de escrever, seu pai fez sua última mudança. O destino agora era o Rio de Janeiro.
        O Rio estava no auge de sua reputação internacional. Se anteriormente os navios que viajavam a Buenos Aires anunciavam que não faziam escalas no Brasil – a mente estrangeira, quando pensava no país, imaginava um lugar infestado de macacos, febre amarela e cólera –, o Rio tinha se transformado num dos destinos mais chiques do planeta. Cruzeiros afluíam para a Baía de Guanabara, descarregando seus abastados passageiros nos novos hotéis que imitavam os brancos bolos de noiva originais da Riviera francesa: o Hotel Glória, perto do Centro, inaugurado em 1922; o lendário Copacabana Palace, inaugurado um ano depois, numa praia que ainda ficava fora da cidade. [...]
        Pedro Lispector tinha mais em comum com os imigrantes portugueses do que com aqueles que agora eram seus companheiros nordestinos. Depois de anos de trabalho, seus negócios ainda não estavam prosperando, e ele tinha esperança de que a capital do país oferecesse um campo mais amplo para suas ambições. Esperava também que o Rio de Janeiro, com uma grande comunidade judaica, pudesse oferecer maridos apropriados para suas filhas. Elisa agora tinha 24 anos, Tania estava com vinte e Clarice, quinze. [...]
        Clarice nunca descreveu a partida do Recife, onde ela passara toda a sua infância. Lembrava-se do barco inglês que as levara ao Rio na terceira classe: “Foi terrivelmente exciting. Eu não sabia inglês e escolhia no cardápio o que meu dedo de criança apontasse. Lembro-me de que uma vez caiu-me feijão-branco cozido, e só. Desapontada, tive que comê-lo, ai de mim. Escolha casual infeliz. Isso acontece”. [...]
        Depois de chegar ao Rio, em 1935, ela passou um breve tempo numa precária escola de bairro na Tijuca antes de entrar, em 2 de março de 1937, no curso preparatório para a Faculdade de Direito da Universidade do Brasil. [...] No Brasil inteiro, a carreira no direito era reduto da elite, e nenhuma escola do país tinha mais prestígio do que a da capital. [...]
        A carreira, porém, não foi o que motivou Clarice a entrar na escola de Direito. A ânsia de justiça estava inscrita em seus ossos. Tinha visto a horrível morte da mãe, e seu brilhante pai, incapaz de estudar, reduzido ao comércio ambulante de tecido. Cresceu pobre no Recife, mas sempre teve consciência de que sua família, apesar das dificuldades, estava melhor de vida que muitas outras. [...] “E eu sentia o drama social com tanta intensidade que vivia de coração perplexo diante das grandes injustiças a que são submetidas as chamadas classes menos privilegiadas”. [...]
        Ela mudara de perspectiva pouco antes de começar o curso. Durante o primeiro ano na faculdade descobrira um canal para dar vazão a sua verdadeira vocação, e em 25 de maio de 1940 publicou seu primeiro conto conhecido, “Triunfo”, na revista Pan.

MOSER, Benjamin. Clarice, uma biografia. São Paulo: Cosac Naify, 2009.
Entendendo o texto:
01 – Quem é o autor deste texto? De que se trata?
      Foi escrito por Benjamin Moser. Conta a história vivida pela Clarice na época de sua mudança para o Rio.

02 – Com que idade Clarice Lispector descobriu a possibilidade de se tornar escritora?
      Ela tinha 14 anos, quando descobriu o dom para ser escritora.

03 – Clarice, aos 15 anos, mudou-se para o Rio de Janeiro com sua família. Como a cidade era vista na época?
      O Rio estava no auge da sua reputação internacional. Era vista como um destino mais chique do Planeta.

04 – Quantas irmãs tinha Clarice? Qual o nome delas?
      Tinha 02 (duas) irmãs. Elisa, 24 anos e Tania, 20 anos.

05 – De acordo com o texto, em que ano ela chegou ao Rio? E quando foi feito o curso preparatório para a faculdade?
      Chegou ao Rio em 1935. Ela fez o curso em 1937, para a faculdade de Direito da Universidade do Brasil.

06 – O que motivou Clarice Lispector a ingressar na escola de Direito?
      A ânsia de justiça, por tudo o que eles tinham visto e passado.

07 – Que sentido tem a expressão em destaque no trecho “A ânsia de justiça estava inscrita em seus ossos”?
      Refere-se a vida de sofrimento, injustiça e dificuldades, pela qual eles tinham passados.

08 – Por que foram usadas as aspas no trecho “E eu sentia o drama social com tanta intensidade que vivia de coração perplexo diante das grandes injustiças a que são submetidas as chamadas classes menos privilegiadas”?
      Foi utilizada para dar mais ênfase (importância) para o assunto.

09 – Quando e qual era o nome da sua primeira publicação?
      Foi publicado em 25 de maio de 1940, na Revista Pan. Com o nome de “Triunfo”.

quarta-feira, 13 de março de 2019

POEMA: NAMORO A CAVALO - ÁLVARES DE AZEVEDO - COM GABARITO

Poema: NAMORO A CAVALO  

                  Álvares de Azevedo

Eu moro em Catumbi: mas a desgraça,
Que rege minha vida maldada,
Pôs lá no fim da rua do Catete
A minha Dulcinéia namorada.

Alugo três mil réis) por uma tarde
Um cavalo de trote que esparrela!)
Só para erguer meus olhos suspirando
A minha namorada na janela...

Todo o meu ordenado vai-se em flores
E em lindas folhas de papel bordado...
Onde eu escrevo trêmulo, amoroso,
Algum verso bonito... mas furtado.

Morro pela menina, junto dela
Nem ouso suspirar de acanhamento...
Se ela quisesse eu acabava a história
Como toda a comédia - em casamento...

Ontem tinha chovido... Que desgraça!
Eu ia a trote inglês ardendo em chama,
Mas lá vai senão quando... uma carroça
Minhas roupas tafuis encheu de lama...

Eu não desanimei. Se Dom Quixote
No Rocinante erguendo a larga espada
Nunca voltou de medo, eu, mais valente,
Fui mesmo sujo ver a namorada...

Mas eis que no passar pelo sobrado,
Onde habita nas lojas minha bela,
Por ver-me tão lodoso ela irritada
Bateu-me sobre as ventas a janela...

O cavalo ignorante de namoro,
Entre dentes tomou a bofetada,
Arrepia-se, pula e dá-me um tombo
Com pernas para o ar, sobre a calçada...

Dei ao diabo os namoros. Escovado
Meu chapéu que sofrera no pagode...
Dei de pernas corrido e cabisbaixo
E berrando de raiva como um bode.

Circunstância agravante. A calça inglesa
Rasgou-se no cair de meio a meio,
O sangue pelas ventas me corria
Em paga do amoroso devaneio!...
                                                           Álvares de Azevedo.
Entendendo o poema:

01 – A obra de Álvares de Azevedo, contida principalmente no seu livro póstumo, Lira dos Vinte Anos (1853), consta, por um lado, de poemas de tom grave, linguagem formal e temas românticos “sérios”. Por outro lado, há poemas de tom brincalhão, linguagem coloquial e romantismo irônico. Em qual dos dois grupos você classificaria o poema transcrito? Por quê?
      Romantismo irônico.

02 – No romantismo, a originalidade e a expressão individual são muito importantes para o poeta, pois garantem a expressão sincera e autêntica de suas emoções. Em “Namoro a Cavalo”, Álvares de Azevedo faz uma zombaria que envolve esse ponto. Em que trecho tal zombaria ocorre?
      Ocorre nos dois últimos versos da 3ª estrofe.

03 – Pode-se dizer que também o casamento é objeto de zombaria neste poema? Por quê?
      Sim. Porque o casamento não era tratado como algo sério.

04 – Qual a diferença entre a figura feminina deste poema e a que aparece nos poemas românticos “sérios”, inclusive os de Álvares de Azevedo (como, por exemplo. “Lembrança de Morrer”)?
      Sérios poemas românticos que traziam como lembrança a morte do personagem.

05 – Apresente dois trechos do texto em que o poeta explore o ridículo, invertendo situações românticas.
      São dois trechos em que exploram o ridículo, ou seja, foge da situação de todo texto.

06 – Como o poema é dividido?
      São quarenta versos (cada uma das linhas gráficas) divididos em dez estrofes (conjunto de versos).

07 – O que o jovem faz para ver a namorada?
      Aluga um cavalo por três mil reis, gasta seu ordenado em flores, furta versos bonitos, sonha com o casamento, reclama que um dia fora ver a namorada e uma carroça jogara lama em suas roupas bonitas, etc.

POEMA: REVELAÇÃO DO SUBÚRBIO - CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE - COM GABARITO


Poema: REVELAÇÃO DO SUBÚRBIO
              Carlos Drummond de Andrade


Quando vou para Minas, gosto de ficar de pé,
contra a vidraça do carro,
vendo o subúrbio passar.
O subúrbio todo se condensa para ser visto depressa,
com medo de não repararmos suficientemente
em suas luzes que mal têm tempo de brilhar.
A noite come o subúrbio e logo o devolve,
ele reage, luta, se esforça,
até que vem o campo onde pela manhã repontam laranjais
e à noite só existe a tristeza do Brasil.”

               Carlos Drummond de Andrade. Sentimento do mundo, 1940.

·        Carro: vagão ferroviário para passageiros.

Entendendo o poema:

01 – Segundo o crítico e historiador da literatura Antônio Cândido de Mello e Souza, justamente na década que presumivelmente corresponde ao período de elaboração do livro a que pertence o poema, o modo de se conceber o Brasil havia sofrido “alteração marcada de perspectivas”. A leitura do poema de Drummond permite concluir corretamente que, nele, o Brasil não mais era visto como país:
a)   Agrícola (fornecedor de matéria-prima), mas como industrial (produtor de manufaturados).
b)   Arcaico (retardatário social e economicamente) mas, sim, percebido como moderno (equiparado aos países mais avançados).
c)   Provinciano (caipira, localista) mas, sim, cosmopolita (aberto aos intercâmbios globais).
d)   Novo (em potência, por realizar-se), mas como subdesenvolvido (marcado por pobreza e atrofia).
e)   Rural (sobretudo camponês), mas como suburbano (ainda desprovido de processos de urbanização).

02 – No poema de Drummond, a presença dos motivos da velocidade, da mecanização, da eletricidade e da metrópole configura-se como:
a)   Uma adesão do poeta ao mito do progresso, que atravessa as letras e as artes desde o surgimento da modernidade.
b)   Manifestação do entusiasmo do poeta moderno pela industrialização por que, na época, passava o Brasil.
c)   Marca da influência da estética futurista da Antropofagia na literatura brasileira do período posterior a 1940.
d)   Uma incorporação, sob nova inflexão política e ideológica, de temas característicos das vanguardas que influenciaram o Modernismo antecedente.
e)   Uma crítica do poeta pós-modernista às alterações casa das, na percepção humana, pelo avanço indiscriminado da técnica na vida cotidiana.

03 – Em consonância com uma das linhas temáticas principais de Sentimento do mundo, o vivo interesse que, no poema, o eu lírico manifesta pela paisagem contemplada prende-se, sobretudo, ao fato de o subúrbio ser:
a)   Bucólico.
b)   Popular.
c)   Interiorano.
d)   Saudosista.
e)   Familiar.

04 – Considerados no contexto, dentre os mais de dez verbos no presente, empregados no poema, exprimem ideia, respectivamente, de habitualidade e continuidade:
a)   “Gosto” e “repontam”.
b)   “Condensa” e “esforça”.
c)   “Vou” e “existe”.
d)   “Têm” e “devolve”.
e)   “Reage” e “luta”.

05 – Para a caracterização do subúrbio, o poeta lança mão, principalmente, da(o):
a)   Personificação.
b)   Paradoxo.
c)   Eufemismo.
d)   Sinestesia.
e)   Silepse.




TEXTO: CUIDADOS COM A PELE NO VERÃO - ANDRÉ TARRAGÔ MARTINS - COM GABARITO

Texto: Cuidados com a pele no verão

        Durante o verão, aumentam as atividades realizadas ao ar livre. A radiação solar incide com mais intensidade sobre a Terra, aumentando o risco de queimaduras, câncer da pele e outros problemas. Por isso, não podemos deixar a proteção de lado. Veja a seguir dicas para aproveitar a estação mais quente do ano sem colocar a saúde em risco.

        Filtro solar

        O verão é o momento de intensificar o uso de filtro solar, que deve ser aplicado diariamente e não somente nos momentos de lazer.  Os produtos com fator de proteção solar (FPS) 30, ou superior, são recomendados para uso diário e também para a exposição mais longa ao sol (praia, piscina, pesca, etc.).
        Em crianças, inicia-se o uso do filtro solar a partir dos seis meses de idade, utilizando um protetor adequado para a pele que é mais sensível, de preferência filtros físicos. Recomenda-se buscar orientação com pediatra ou dermatologista sobre qual o melhor produto para cada caso. É preciso que crianças e jovens criem o hábito de usar o protetor solar diariamente.

        Alerta: pessoas de pele negra têm uma proteção “natural”, pela maior quantidade de melanina produzida, mas não podem se esquecer da fotoproteção, pois também estão sujeitas a queimaduras, câncer da pele e outros problemas. Assim como as pessoas de pele mais clara, precisam usar filtro solar, roupas e acessórios apropriados diariamente.

        Hábitos diários

        As temperaturas mais quentes exigem hidratação redobrada, por dentro e por fora. Portanto, deve-se aumentar a ingestão de líquidos no verão e abusar da água, do suco de frutas e da água de coco. Todos os dias, aplicar um bom hidratante, que ajuda a manter a quantidade adequada de água na pele.
        No verão estamos mais dispostos a comer de forma mais saudável, ingerindo carnes grelhadas, alimentos crus e cozidos; frutas e legumes com alto teor de água e fibras e baixo de carboidratos. Apostar nesses alimentos ajuda na hidratação do corpo, previne doenças e adia os sinais do envelhecimento.

André Tarragô Martins                                       
 Adaptado de www.sbd.org.br
Entendendo o texto:

01 – A leitura do primeiro parágrafo do texto:
a)   Mostra soluções para que evitemos as queimaduras do sol.
b)   Ensina como prevenir o câncer de pele e também como usar o protetor solar na época mais quente do ano.
c)   Mostra possíveis problemas vindos da radiação solar e apresenta o que será desenvolvido no texto como forma de prevenção.
d)   Aponta uma crítica a pessoas que não se cuidam ao se exporem exageradamente ao sol no verão.
e)   Mostra os principais problemas para o corpo em razão de não tomar banho de sol.

02 – De acordo com o texto, o filtro solar:
a)   Pode ser usado somente a partir da adolescência.
b)   Deve ser utilizado somente com o (FPS) 30.
c)   Deve ser utilizado sempre antes de ir à escola.
d)   Precisa ser um hábito diário na vida de crianças e jovens.
e)   Pode ser utilizado sempre, exceto nos momentos de lazer.

03 – Leia abaixo os fragmentos retirados do texto:
I – A radiação solar incide com mais intensidade sobre a Terra. (…)
II – não podemos deixar a proteção de lado. (…)
III – O verão é o momento de intensificar o uso de filtro solar. (…)
IV – Em crianças, inicia-se o uso do filtro solar a partir dos seis meses de idade. (…)
V – No verão estamos mais dispostos a comer de forma mais saudável. (…)
Marque a alternativa que somente traz trechos evidentes sobre o cuidado da pele em relação ao sol, ou seja, escolha a opção somente daquelas afirmativas que orientam ações que protegem a pele dos raios solares.
a)   I, II e III.
b)   I, II, III e IV.
c)   I, e IV.
d)   I, III e V.
e)   II, III e IV.

04 – A palavra mas (4º parágrafo):
a)   Faz uma conclusão.
b)   Serve para somar dois fatos.
c)   Justifica a omissão de um verbo.
d)   Introduz uma espécie de alerta.
e)   Liga frases para justificar uma finalidade.

05 – A partir da leitura do primeiro parágrafo de “Hábitos Diários”, podemos resumi-lo no que se refere à sua estratégia de escrita conforme está em uma das alternativas abaixo. Marque a correta:
a)   O autor faz uma afirmação geral e depois parte para o específico.
b)   O autor traz elementos predominantemente narrativos.
c)   O autor descreve críticas sobre o mau uso do filtro solar.
d)   O autor escreve uma situação bem específica e depois parte para o geral.
e)   O autor utiliza a ironia para escrever o contrário daquilo que pensa.

06 – A palavra apostar (último parágrafo) tem o sentido de:
a)   Competir.
b)   Confiar.
c)   Arriscar.
d)   Pôr em risco.
e)   Hesitar.

07 – Durante a leitura do texto, encontramos a palavra fotoproteção que, no contexto, traz o sentido de:
a)   Fotografia protegida.
b)   Proteção da foto.
c)   Proteção dos raios solares.
d)   Luz da foto.
e)   Proteção de máquinas fotográficas.

08 – A partir da leitura do texto, descreva pelo menos um modo de se proteger dos raios solares:
     Como exemplo, o aluno pode escrever que devemos aumentar a ingestão de líquidos no verão e abusar da água, do suco de frutas e da água de coco.