Poema: A
SERRA DO ROLA-MOÇA
Mário de Andrade
A Serra do Rola-Moça
Não tinha esse nome não...
Eles eram do outro lado,
Vieram na vila casar.
E atravessaram a serra,
O noivo com a noiva dele
Cada qual no seu cavalo.
Antes que chegasse a noite
Se lembraram de voltar.
Disseram adeus pra todos
E se puserem de novo
Pelos atalhos da serra
Cada qual no seu cavalo.
Os dois estavam felizes,
Na altura tudo era paz.
Pelos caminhos estreitos
Ele na frente, ela atrás.
E riam. Como eles riam!
Riam até sem razão.
A Serra do Rola-Moça
Não tinha esse nome não.
As tribos rubras da tarde
Rapidamente fugiam
E apressadas se escondiam
Lá embaixo nos socavões,
Temendo a noite que vinha.
Porém os dois continuavam
Cada qual no seu cavalo,
E riam. Como eles riam!
E os risos também casavam
Com as risadas dos cascalhos,
Que pulando levianinhos
Da vereda se soltavam,
Buscando o despenhadeiro.
Ali, Fortuna inviolável!
O casco pisara em falso.
Dão noiva e cavalo um salto
Precipitados no abismo.
Nem o baque se escutou.
Faz um silêncio de morte,
Na altura tudo era paz ...
Chicoteado o seu cavalo,
No vão do despenhadeiro
O noivo se despenhou.
E a Serra do Rola-Moça
Rola-Moça se chamou.
Não tinha esse nome não...
Eles eram do outro lado,
Vieram na vila casar.
E atravessaram a serra,
O noivo com a noiva dele
Cada qual no seu cavalo.
Antes que chegasse a noite
Se lembraram de voltar.
Disseram adeus pra todos
E se puserem de novo
Pelos atalhos da serra
Cada qual no seu cavalo.
Os dois estavam felizes,
Na altura tudo era paz.
Pelos caminhos estreitos
Ele na frente, ela atrás.
E riam. Como eles riam!
Riam até sem razão.
A Serra do Rola-Moça
Não tinha esse nome não.
As tribos rubras da tarde
Rapidamente fugiam
E apressadas se escondiam
Lá embaixo nos socavões,
Temendo a noite que vinha.
Porém os dois continuavam
Cada qual no seu cavalo,
E riam. Como eles riam!
E os risos também casavam
Com as risadas dos cascalhos,
Que pulando levianinhos
Da vereda se soltavam,
Buscando o despenhadeiro.
Ali, Fortuna inviolável!
O casco pisara em falso.
Dão noiva e cavalo um salto
Precipitados no abismo.
Nem o baque se escutou.
Faz um silêncio de morte,
Na altura tudo era paz ...
Chicoteado o seu cavalo,
No vão do despenhadeiro
O noivo se despenhou.
E a Serra do Rola-Moça
Rola-Moça se chamou.
Mário de Andrade
Entendendo o poema:
01 – Quais as palavras empregadas no texto com o sentido
de:
a) Desvio
ou caminho mais curto fora da estrada comum?
Pelos caminhos
estreitos.
b) Ruído
de um corpo ao cair?
Nem o baque se
escutou.
c) Pequeno
calhau, pedrinha?
Que pulando
levianinhos.
d) Abismo,
precipício?
Precipitados no
abismo.
e) Precipitar-se,
cair de grande altura?
Buscando o
despenhadeiro.
f) Destino,
sorte, fado?
O noivo se
despenhou.
g) Vermelho,
vivo, cor de sangue?
Faz um silêncio de
morte.
h) Cadeia
de montanha com muitos picos e quebradas?
E atravessaram a
serra.
i) Esconderijo,
gruta, grande socava?
Lá embaixo nos
socavões.
j)
Grupo de pessoas que têm a mesma língua, os
mesmos costumes, as mesmas tradições?
As tribos rubras da tarde.
02 – Enumere os
acontecimentos que compõem a trama da história contada no poema.
1 – Os noivos foram à vila.
2 – Passaram o dia na vila.
3 – Despediram-se de todos.
4 – Voltaram pelos atalhos da serra.
5 – Conversavam e riam muito.
6 – O cavalo pisou em falso e a moça se
despenhou.
7 – Ao perceber o silêncio de paz o noivo
também se despenhou.
03 – Busque no poema os versos em que o verbo casar
significa:
a) Unir-se
pelo matrimônio.
“Vieram na vila
casar.”
b) Combinar,
estar conforme, conformar-se.
“E os risos também
casavam
Com as risadas dos cascalhos”.
Com as risadas dos cascalhos”.
04 – Complete, observe o exemplo:
a) Que
não pode ser violado.
Inviolável
b) Que
não pode ser perdoado.
Imperdoável.
c) Que
não pode ser controlado.
Incontrolável.
d) Que
não pode ser saciado.
Insaciável.
e) Que
não pode ser curado.
Incurável.
f) Que
não pode ser tratado.
Intratável.
05 – Explique como morreu
cada um dos noivos e porque “A Serra do Rola-Moça”. Rola-Moça se chamou?
A noiva, o cavalo pisou em falso e caíram
no precipício.
O noivo, vendo o que aconteceu, chicoteou
seu cavalo e caiu também.
06 – Quantos versos tem o
poema e em quantas estrofes estão distribuídos?
Possui 46 versos,
distribuídos em 09 estrofes.
07 – Dá-se o nome de
“refrão” ao verso ou grupo de verso repetido após as estrofes. Qual o refrão
de “A Serra do Rola-Moça”?
Está no 1° e 2°
refrão. Ou seja, no 1° e 20° verso.
08 – Por que o poeta diz
várias vezes no texto que os noivos riam, riam até se razão?
Porque estavam
tão felizes, que tudo era motivo para sorrir.
09 – Por que os noivos estavam naquele local?
Porque era um caminho mais curto.
10 – Pode se dizer que os
noivos passavam por local seguro? Por quê?
Não. Porque era um caminho estreito e
perigoso, ainda mais a noite.
11 – Cite um verso que se
refira especificamente ao caminho que eles trilhavam.
“Pelos caminhos estreitos”.
12 – O que o poeta quis
dizer com o verso: “Ali. Fortuna inviolável!”?
Por causa do
acidente, a vida dos recém casados chegava ao fim, sem mesmo ter começado.
13 – Como você explica a atitude do noivo ante a
tragédia?
Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Na tentativa de salvar a
noiva ele nem percebeu o que estava fazendo.
14 – Que atitude você acha que ele deveria ter tomado?
Resposta pessoal do aluno.
15 – Por que eles caminhavam um na frente e outro atrás?
Porque o caminho era estreito, e só cabia uma pessoa por vez.