domingo, 31 de outubro de 2021

DEBATE: A POSTURA DO BRASILEIRO DIANTE DAS LEIS - PARTE 1 - DIÁLOGOS NA USP - RÁDIO USP FM 93,7 (SP) - COM GABARITO

Debate: A postura do brasileiro diante das leis” – Parte 1

TRECHO 1: Corrupção, um problema complexo

        Marcello Rollemberg, jornalista e apresentador do Diálogos na USP: Professores, antes de mais nada, muito obrigado pela presença dos senhores aqui conosco. Vamos lá [...] Segundo os dados da Organização Transparência Internacional, o Brasil ocupa o 79° lugar no ranking de corrupção do mundo entre 76 países. Já o Fórum Econômico Mundial apontou o Brasil como o quarto país mais corrupto do mundo, atrás apenas do Chade, da Bolívia e da Venezuela. São números que não dá para comemorar. [...] Professor Justino, por que estamos em uma colocação tão alar mante como essa?

        Justino de Oliveira, professor de Direito Administrativo na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo: O tema realmente é bastante complexo [...] A corrupção é daqueles problemas chamados de wicked problems (problemas complexos). Nós não vamos encontrar uma única solução e rápida para resolvermos. Então esse é um primeiro ponto.

        Rollemberg: E também não há uma única justificativa, não é?

        Justino: Exato. Ela é multifatorial. As causas da corrupção são várias. Então esse é um primeiro ponto. Segundo, eu tenho sempre um pouco de cuidado para retirar consequências desses rankings. [...] mas o que eu quero dizer: é importante sabermos onde estamos em rankings mundiais, porque as organizações mundiais hoje realmente são importantes, no sentido de nos comunicar qual é a percepção de corrupção a respeito de um determinado país. E, para se chegar nesse resultado, ou vai se indagar aos cidadãos daquele país qual é a percepção que eles têm sobre o problema ou, eventualmente, de empresas e estrangeiros que têm contato com aquele país, por exemplo, na área do comércio. Então, as pesquisas são muito diferentes, as metodologias são diferentes. Agora, as causas da corrupção, elas são inúmeras... É... talvez, até porque estamos aqui na presença da professora Marilene, um ponto de partida é saber qual é o valor da intenção.

        Rollemberg: Sim, exatamente...

        Justino: A corrupção é feita por pessoas, não é? Pessoas integram instituições. Então nós vamos dizer que a corrupção é institucional; ela pode ser sistêmica, pode ser endêmica... aí ela ganha uma grande relevância, mas a intenção é da pessoa.

TRECHO 2: Questões culturais e históricas em torno da corrupção

        Rollemberg: [...] Professora, a intenção, como disse o professor Justino, é da pessoa. Onde fica o cidadão nessa história? Ou, melhor dizendo, a cidadania e a questão ética?

        Marilene Proença Rebello de Souza, professora e diretora do Instituto de Psicologia da USP: Eu diria que, também pela Psicologia, é um problema extremamente complexo, multifatorial. Eu acho que tudo isso o professor Justino colocou. Nós temos trabalhado no campo da Psicologia com duas grandes categorias:  a constituição do significado social dos nossos atos, das nossas ações, e o sentido pessoal que nós damos para esses atos e para essas ações. E o nosso sentido pessoal é constituído no significado social. Então essa relação entre a intenção... a presença da intenção... ela tem essas duas dimensões. Ela não é algo intrínseco, psíquico, internalizado pelo indivíduo, mas é algo que vai ser constituído nas relações que esse indivíduo estabelece durante toda a sua história de vida. [...] Na medida em que a gente vai crescendo, vai se desenvolvendo, nós vamos aprendendo outras formas de relação com a realidade. Por que nós vamos aprendendo? Porque nós estamos em um meio onde essas maneiras de pensar a sociedade e a cultura e as relações sociais estão postas. Então a infração, a delinquência, as saidinhas, as escapadas, nós aprendemos isso no campo social, à medida que isso também é ensinado para nós. E aí os fatores realmente são múltiplos. Como é que esse aprendizado se dá? Por que esse aprendizado se dá?

        Rollemberg: Por quê? Então vou trazer para o professor Justino... por que esse aprendizado se dá numa sociedade como a nossa, por exemplo? Quer dizer, por que... a gente pode fazer um paralelo... esse aprendizado se dá, por exemplo, na Finlândia... ou no Chade? Ou seja, depende também da sociedade, também depende do tecido social no qual nós estamos incorporados?

        Justino: Sim, mas eu queria voltar a sua pergunta... que foi o tema da cidadania.

        Rollemberg: Sim, sim. Por favor...

        Justino: Sem dúvida, as práticas de corrupção... embora hoje elas aconteçam em uma escala global e há também uma escalada das práticas de corrupção, ao mesmo tempo em que isso traz uma reação dos países, de acordos entre países, tratados e convenções para conter e combater essa corrupção. Mas a corrupção tem a ver com a cultura de cada país, ela tem a ver com a sociedade, com o perfil de sociedade de cada país. Vamos falar de Brasil. Quando a gente pensa no Brasil, qual é a nossa história? [...] Bom, de uma maneira muito sintética, nós temos um histórico – e isso faz parte da nossa história – de espoliação, de ... Aqueles que estão no poder, eles se apropriam dos recursos que seriam públicos. Há uma apropriação privada de recursos públicos.  [...] Então você tem uma trajetória de espoliação, uma trajetória de abusos, você tem uma trajetória em que há uma luta pela sobrevivência das pessoas e o Estado vai ensinando, e ensinando muito mal as pessoas, de que elas são dependentes do Estado. Elas são dependentes do governo. É aí que nós vamos formar a base, infelizmente, ainda política da sociedade brasileira: de clientelismo, de fisiologismo, de nepotismo sem limites... Esses “ismos” todos são decorrências do abuso de um exercício de poder que deveria ser contido sobretudo por quem está no poder. [...]

        Rollemberg: Nesse ponto, professora Marilene, o sem limites...  Isso é claro para o cidadão? Ou ele faz de uma maneira quase que... inconsciente... dentro da sociedade que nós vivemos?

        Marilene: É... Talvez a gente possa pensar de uma maneira naturalizada, mais do que inconsciente. Quer dizer, a gente trata isso como uma coisa natural, como uma coisa trivial. Ah, o meu colega fez, por que eu não vou fazer? Ah eu vi alguém fazendo, deu certo. Não houve nenhum tipo de questionamento a uma deter minada atitude, não é? Então o que nós vemos é uma naturalização dos processos de corrupção na sociedade. Aí esse significado social vai se transformando no sentido pessoal. E você vai tratando, introjetando aquilo como uma coisa dos seus pares. 

OLIVEIRA, Justino de; SOUZA, Marilene Proença Rebello de. Debate [2017]. Mediador: Marcello Rollemberg. 

São Paulo: Rádio USP FM 93,7 (SP). Debate promovido pelo programa Diálogos na USP com o tema “Especialistas discutem a postura do brasileiro diante das leis”. Publicado no site da emissora em 10 nov. 2017.  Disponível em:

<https://jornal.usp.br/atualidades/especialistas-discutem-postura-do-brasileiro-diante-das-leis/>. Acesso em: 16 jul. 2018. Transcrição feita para esta edição.

Fonte: Língua Portuguesa – Programa mais MT – Ensino fundamental anos finais – 9° ano – Moderna – Thaís Ginícolo Cabral. p. 278-287.

Entendendo o debate:

01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo:

·                   Clientelismo: prática de troca de favores entre quem detém o poder e quem vota.

·                        Endêmico: o que é restrito a determinada região.

·        Fisiologismo: prática que visa à satisfação de interesses pessoais em detrimento do bem comum.

·        Introjetar: interiorizar algo externo como se fosse constitutivo de sua personalidade.

·                        Nepotismo: favoritismo para e com parentes.

·                      Sistêmico: o que afeta todo o sistema.

02 – Após a leitura, retome as anotações que fez previamente e comente com seus colegas e professor:

a)   As palavras que você anotou em relação ao tema do debate correspondem ao que foi discutido pelos convidados do programa Diálogos na USP?

Resposta pessoal do aluno.

b)   A leitura do debate atendeu a sua expectativa de antes da leitura? Justifique.

Resposta pessoal do aluno.

03 – Imagine que você é jornalista e tenha de escrever uma breve descrição sobre esses dois trechos do debate. Como faria essa apresentação? Escreva esse texto limitando-o a quatro linhas.

      Resposta pessoal do aluno.

04 – Leia a transcrição editada da parte em que o jornalista introduz o debate.

        “Marcello Rollemberg: Bom dia! Mesmo que em tempos politicamente conturbados o discurso anticorrupção seja pauta diária, brasileiros não avaliam como graves pequenas fraudes no cotidiano, segundo um estudo da empresa Flyfrog, especializada em pesquisa de mercado. [...] Mas afinal como o brasileiro se posiciona diante das leis? Por que alguns criticam políticos e empresários que infringem a legislação, mas são capazes de atos ilícitos, desculpando-se por serem menos graves? Justamente para entendermos como se dá a aplicação e a compreensão das leis no Brasil, o Diálogos da USP recebe agora os professores Gustavo Justino de Oliveira, professor de Direito Administrativo na Faculdade de Direito da USP [Universidade de São Paulo]. Ele é advogado, consultor jurídico e árbitro especializado em direito público e ministra curso sobre corrupção na administração pública no mestrado e doutorado na Faculdade de Direito da USP. Essa disciplina é ofertada pela primeira vez no Brasil. E a professora Marilene Proença Rebello de Souza, professora titular da Universidade de São Paulo, pesquisadora do programa de pós-graduação em Psicologia escolar e do Desenvolvimento Humano no Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo e ela é também a atual diretora do Instituto de Psicologia da USP.

OLIVEIRA, Justino de; SOUZA, Marilene Proença Rebello de. Debate [2017]. Mediador: Marcello Rollemberg. São Paulo: Rádio USP FM 93,7 (SP). De bate promovido pelo programa Diálogos na USP com o tema “Especialistas discutem a postura do brasileiro diante das leis”. Publicado no site da emissora em 10 nov. 2017.  Disponível em: <https://jornal.usp.br/atualidades/especialistas-discutem-postura-do-brasileiro-diante-das-leis/>. Acesso em: 16 jul. 2018. Transcrição feita para esta edição.

a)   Com base na introdução, o que parece ter motivado a escolha do tema do debate?

O estudo da empresa Flyfrog parece ter sido o mote para o tema do debate no programa Diálogos na USP.

b)   Retome as duas perguntas feitas nesta introdução. Qual é a função das duas perguntas nesta introdução?

É apresentar o tema, norteando as questões iniciais do debate. Além disso, as perguntas evidenciam ao ouvinte/leitor a delimitação do tema, ou seja, o debate tratará da corrupção na sociedade brasileira.

Diálogos na USP

        Criado em 2016, o programa Diálogos na USP faz parte da programação da rádio universitária dessa instituição de ensino e pesquisa. O objetivo do programa é discutir temas que estão em pauta na sociedade. É comum pesquisadores da USP participarem do programa para debater temas da Ciência, do país e do mundo, oferecendo sua visão a respeito dos assuntos e propiciando a reflexão dos ouvintes. O acervo do programa pode ser encontrado na Internet.

Disponível em: <https://jornal.usp.br/tag/dialogos-na-usp/>. Acesso em: 12 jun. 2019.

c)   Nessa introdução também são apresentados, em debate, o currículo dos debatedores. Com que propósito essa forma de apresentação é feita aos ouvintes/leitores? 

Com o propósito de convencê-los de que eles são pessoas que têm formação e credibilidade para tratar do tema.

05 – Considerando os participantes do debate, responda:

a)   Qual é o papel do jornalista Marcello Rollemberg no debate?

O jornalista Marcello Rollemberg faz a moderação ou a mediação do debate.

·        O que ele propõe aos convidados?

Ele propõe questões aos convidados, determinando a vez de cada um falar. Há momentos ainda em que ele procura sintetizar a fala dos convidados.

b)   Justino de Oliveira e Marilene de Souza foram convidados a participar do programa. Que fatores profissionais justificam o convite feito a eles?

Ambos são professores da Universidade de São Paulo “a rádio pertence à instituição) onde atuam em pesquisas relacionadas ao tema que é desenvolvido no programa, embora sejam de faculdades e áreas diferentes. O professor Justino Oliveira é professor de Direito Administrativo, com pesquisas ligadas à administração pública e participação popular. Já Marilene Proença Rebello de Souza é professora de Psicologia e estuda temas ligados à Psicologia Escolar e Desenvolvimento Humano.

06 – No primeiro parágrafo do texto transcrito, o jornalista cita dados a respeito do tema em debate.

a)   Quais são esses dados?

São dados referentes à colocação do Brasil nos Índices Globais de Corrupção.

b)   Quais são as fontes de informação?

São a Organização Transparência Internacional e o Fórum Econômico Mundial.

c)   Por que ele menciona esses dados?

Porque quer introduzir o tema e mostrar aos ouvintes a relevância da corrupção para o debate.

d)   Como o professor Justino recebe esses dados iniciais mencionados pelo jornalista?

Ele recebe os dados com certa reserva, problematizando as metodologias dessa pesquisas e destacando que elas se referem à percepção sobre a corrupção.

e)   Você diria que o professor expõe o posicionamento sobre os dados iniciais de maneira polida?

Sim. Ele comenta “eu sempre tenho um pouco de cuidado para retirar consequências desses ranking”, empregando a expressão um pouco para modalizar seu discurso. Além disso, ele pondera os aspectos positivos e negativos desses rankings.

07 – O debate é um texto que vai se construindo coletivamente à medida que a interação avança. Por isso, há retomadas do tema, desvios em relação à pergunta proposta acréscimos. Releia os quatro primeiros parágrafos para observar esses movimentos. Então, responda:

a)   Como o professor reage à primeira pergunta do jornalista?

O professor se desvia da pergunta do apresentador. No lugar de responder diretamente à questão, destaca que o problema é complexo, deixando implícito que não há uma única causa para o país ocupar essa colocação nos índices.

b)   Por que o professor destaca duas vezes que o problema da corrupção é complexo?

Porque ele deseja que o ouvinte compreenda o quão complexo é o tema que vão discutir. Ao mesmo tempo, revela sua visão sobre o assunto ao apresentador.

c)   Por meio da segunda pergunta do jornalista, é possível afirmar que ele compreendeu o primeiro ponto colocado pelo professor? Justifique.

Sim. O apresentador compreendeu que o professor enxerga a corrupção como algo complexo, porque infere que, se não há uma única solução, também não há uma única justificativa.

08 – Leia o texto a seguir sobre o que faz um psicólogo e responda às questões:

        Saiba mais sobre o que faz um psicólogo.

        O psicólogo estuda os fenômenos psíquicos e de comportamento do ser humano por intermédio da análise de suas emoções, suas ideias e seus valores. Ele diagnostica, previne e trata doenças mentais, distúrbios emocionais e de personalidade. Ele observa e analisa as atitudes, os sentimentos e os mecanismos mentais do paciente e procura ajudá-lo a identificar as causas dos problemas e a rever comportamentos inadequados. Este profissional atua em consultórios, em hospitais e nas mais variadas instituições de saúde, contribuindo para a recuperação da saúde psicológica e física das pessoas. Em escolas, colabora na orientação educacional. É necessário registrar-se no Conselho Regional de Psicologia para exercer a profissão.

              PROFISSÕES: saúde e bem-estar. Guia do estudante e profissões: vestibular 2018. São Paulo:  Abril, [S.I.], p. 137, 2018.

a)   Com base nessa informação, qual é o papel da professora Marilene no debate?

Ela foi convidada para o debate para contribuir com seu ponto de vista a respeito da relação entre corrupção e comportamento humano.

b)   Retome o texto e transcreva o trecho em que o mediador convoca a professora Marilene para o debate.

“Agora, as causa da corrupção, elas são inúmeras... É... talvez se pudermos, porque estamos aqui na presença da professora Marilene, um ponto de partida é saber qual é o valor da intenção”.

c)   Por que ele faz menção à professora quando comenta sobre a intenção do ser humano?

Porque ele considera que a professora é, dos dois debatedores, a pessoa mais apropriada para tratar sobre o que leva alguém a ser corrupto, uma vez que é psicóloga, especialista na análise dos comportamentos e valores humanos.

d)   Levando em conta o papel que a professora desempenha no debate, em que momento ela reforça essa expectativa?

Quando ela afirma que, no campo da Psicologia, trabalha-se com duas grandes categorias: a constituição do significado social dos atos e o sentido pessoal que o ser humano dá a esses atos. Então, ela explica que uma atitude corrupta não é algo somente psíquico, como também algo relacionada à cultura e às relações sociais.

e)   Se em vez de uma psicóloga, fosse convidada uma professora de Direito, o que mudaria no debate?

Seria outro debate, com foco especial na área do Direito, Já que os dois debatedores seriam dessa mesma área.

09 – Releia o trecho a seguir e desenvolva, no caderno ou em uma folha avulsa, junto com um colega, um esquema para expor a visão da professora Marilene.

        “Marilene: [...] Nós temos trabalhado no campo da Psicologia com duas grandes categorias:  a constituição do significado social dos nossos atos, das nossas ações, e o sentido pessoal que nós damos para esses atos e para essas ações. E o nosso sentido pessoal é constituído no significado social. Então essa relação entre a intenção... a presença da intenção... ela tem essas duas dimensões. Ela não é algo intrínseco, psíquico, internalizado pelo indivíduo, mas é algo que vai ser constituído nas relações que esse indivíduo estabelece durante toda a sua história de vida. [...]”

OLIVEIRA, Justino de; SOUZA, Marilene Proença Rebello de. Debate [2017]. Mediador: Marcello Rollemberg. São Paulo: Rádio USP FM 93,7 (SP). De bate promovido pelo programa Diálogos na USP com o tema “Especialistas discutem a postura do brasileiro diante das leis”. Publicado no site da emissora em 10 nov. 2017.  Disponível em: <https://jornal.usp.br/atualidades/especialistas-discutem-postura-do-brasileiro-diante-das-leis/>. Acesso em: 16 jul. 2018. Transcrição feita para esta edição.

      Resposta pessoal do aluno.

10 – Em um debate, é importante compreender o posicionamento de cada um dos participantes. Relacione as afirmações aos nomes dos participantes.

I – Justino de Oliveira.

II – Marilene Proença Rebello de Souza

(II) Há uma naturalização do processo de corrupção na sociedade brasileira.

(I) É possível relacionar a corrupção à cultura de cada país.

(I) É fundamental compreender a história brasileira para entender as origens da corrupção.

(II) A corrupção não é algo inconsciente, mas algo que é aprendido nas relações sociais ao longo da vida.

11 – Em um debate, os participantes concordam e discordam sobre os pontos apresentados.

a)   Identifique um momento de concordância entre os dois participantes.

Os dois convidados concordam que a corrupção é um problema complexo, multifatorial, isso fica evidente nos seguintes trechos: “O tema é bastante complexo” (Justino); “Ela é multifatorial” (Justino); “Eu diria que, também pela Psicologia, é um problema complexo, multifatorial”. (Marilene).

b)   E qual é o momento de discordância entre os participantes nesse debate? Justifique.

Nos trechos selecionados para esta Leitura 1, não há discordância entre os dois debatedores. Mas há uma pequena discordância entre Marilene e o mediador, quando ela diz que é possível pensar em naturalização do processo de corrupção, mas não em algo inconsciente.

12 – Observe o modo como o jornalista se dirige aos debatedores e a maneira como os convidados se tratam.

a)   Que pronome de tratamento o jornalista utiliza para se dirigir aos convidados?

É o pronome senhores.

b)   Como os debatedores se dirigem um ao outro? Por quê?

Ambos se dirigem um ao outro, inserindo na frente do primeiro nome o título de professor(a), como sinal de respeito e polidez.

c)   Essas formas de tratamento revelam que a situação de comunicação é:

(X) mais formal.                           (  ) mais informal.

* Justifique sua resposta.

Elas revelam que se trata de uma situação de comunicação mais formal, em que o moderador se dirige aos debatedores em tom respeitoso e polido.

13 – Releia o seguinte trecho:

        “Marilene: [...] Na medida em que a gente vai crescendo, vai se desenvolvendo, nós vamos aprendendo outras formas de relação com a realidade. Por que nós vamos aprendendo? Porque nós estamos em um meio onde essas maneiras de pensar a sociedade e a cultura e as relações sociais estão postas. Então a infração, a delinquência, as saidinhas, as escapadas, nós aprendemos isso no campo social, à medida que isso também é ensinado para nós. E aí os fatores realmente são múltiplos. Como é que esse aprendizado se dá? Por que esse aprendizado se dá?”

OLIVEIRA, Justino de; SOUZA, Marilene Proença Rebello de. Debate [2017]. Mediador: Marcello Rollemberg. São Paulo: Rádio USP FM 93,7 (SP). De bate promovido pelo programa Diálogos na USP com o tema “Especialistas discutem a postura do brasileiro diante das leis”. Publicado no site da emissora em 10 nov. 2017.  Disponível em: <https://jornal.usp.br/atualidades/especialistas-discutem-postura-do-brasileiro-diante-das-leis/>. Acesso em: 16 jul. 2018. Transcrição feita para esta edição.

a)   Para quem a debatedora faz a primeira pergunta presente nesse trecho? Com qual intenção?

Ela faz a pergunta para si mesma, como estratégia para organizar seu discurso e chamar a atenção o ouvinte.

b)   As duas últimas perguntas têm a mesma finalidade? Esse propósito é alcançado?

As duas últimas perguntas também ajudam a professora a organizar sua fala e a atrair o interesse do ouvinte. No entanto, ela não consegue desenvolver a resposta, pois o mediador toma a palavra da debatedora, pedindo que o professor Justino responda às questões.  

14 – Tanto na fala como na escrita, utilizamos alguns marcadores que ajudam na construção do sentido do texto. São os chamados articuladores textuais. Com base no debate, preencha as colunas em branco do quadro a seguir. FUNÇÃOMARCADOR (expressão linguística) – QUEM UTILIZA.

Ordenar o texto em partes complementares: primeiro ponto, segundo   –   Justino.

Reformular seu próprio discurso anterior: o que eu quero dizer, quer dizer   –   Justino e Marilene.

Posicionar-se diante do que é dito pelo outro interlocutor: exatamente     –   Rollemberg.

15 – Coloque-se no lugar do mediador e formule três perguntas para prosseguir a discussão proposta pelo programa.

      Resposta pessoal do aluno.

 

 

 

 

 

  

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