sexta-feira, 15 de outubro de 2021

ANEDOTAS: PULGA SONHADORA E BEM EXPLICADO - BRASIL ALMANAQUE-CORNÉLIO PIRES - COM GABARITO

 Anedotas: Pulga sonhadora e Bem explicado

      Pulga sonhadora

        Duas pulgas conversando:

        – O que você faria se ganhasse na loteria?

        A amiga responde, com ar de sonhadora:

        – Eu comprava um cachorro só para mim!

Brasil Almanaque de Cultura Popular, n. 61, abr. 2004.

        Bem explicado

        Dizem que esta se deu em casa de conhecida, rica e antiga família paulista.

        Tendo enviuvado o Cel. Eulálio, deixou-lhe a esposa três filhinhos.

        Mais tarde casou-se com a viúva D. Eugênia, mãe de três pimpolhos.

        Do segundo casamento tiveram mais dois filhos.

        Certo dia, ao entrar em casa, ouviu o berreiro dos dois menores e perguntou à esposa:

        – Que aconteceu lá dentro?

        – Nada demais: teus filhos e meus filhos estão batendo em nossos filhos.

Pires, Cornélio. Mixórdia: contos, anedotas. São Paulo: Companhia editora Nacional, s.d.

Fonte: Livro – Tecendo Linguagens – Língua Portuguesa – 8º ano – Ensino Fundamental – IBEP 4ª edição São Paulo 2015 p. 135-6.

Entendendo as anedotas:

01 – Na anedota “Pulga sonhadora”, que frase identifica quem está conversando?

      A frase: “Duas pulgas conversando”.

02 – O que provoca humor nessa primeira anedota?

      O elemento-surpresa dado pelo fato de a pulga ter um sonho de consumo, como se fosse um ser humano.

03 – Releia o trecho a seguir:

        “A amiga responde, com ar de sonhadora […].”

·        A construção do humor seria prejudicada se a expressão destacada fosse omitida? Explique.

Sim, porque a expressão destacada caracteriza o jeito de ser da personagem e mostra de que forma ela manifesta seu desejo. Se ela fosse retirada, provavelmente a anedota não teria tanta graça.

04 – A segunda anedota, “Bem explicado”, apresenta um tipo de introdução diferente da primeira. Releia-a a seguir:

        “Dizem que esta se deu em casa de conhecida, rica e antiga família paulista.”

a)   O que essa introdução revela a respeito da época em que se passam os fatos narrados?

Que os fatos narrados não se passam em uma época recente – informação reforçada pelo uso do título “coronel”, muito valorizado antigamente, atribuído à personagem Eulálio.

b)   Esse tipo de introdução poderia ser usado para contar um causo? Por quê?

Sim, porque vários causos têm origem desconhecida e sobrevivem da tradição oral.

c)   A história contada pode não ser verdadeira? Que expressão do texto confirma sua resposta?

Sim, ela pode não ser verdadeira. A expressão “Dizem que” atesta isso, pois não identifica quem contou, mas atribui o caso contado a pessoas anônimas, que foram passando a história de boca em boca.

d)   De que forma a expressão que você identificou no item anterior interfere na credibilidade da história?

Ao usar a expressão “Dizem que”, o narrador não se compromete com o fato de a história ser ou não verdadeira. Isso não impede, porém, que o leitor entre no clima da anedota e se divirta.

05 – Levante uma hipótese: Por que as anedotas costumam ser breves?

      Resposta pessoal. Sugestão: As anedotas costumam ser curtas e rápidas para conseguir o riso imediato do ouvinte ou leitor, efeito primordial nesse tipo de “contação”. Para que isso ocorra, é fundamental que o ouvinte ou o leitor não se desconcentre, não se distraia e não se canse.

06 – No geral, as anedotas provocam risos durante toda a “contação” ou mais ao final? Por que você acha que isso acontece?

      Geralmente, mais ao final, quando se apresenta o desfecho surpreendente, inesperado e criativo, que costuma provocar surpresa e humor.

07 – As anedotas que você leu foram elaboradas utilizando o discurso direto. Que efeito o uso desse recurso gera nesses textos?

      O uso do discurso direto torna a narração mais expressiva, contribuindo para o efeito cômico do texto.

08 – Em seu caderno, reescreva as falas das personagens das duas anedotas utilizando o discurso indireto.

      Sugestão: “Duas pulgas estavam conversando e uma delas perguntou à outra o que ela faria se ganhasse na loteria. A amiga respondeu, com ar de sonhadora, que compraria um cachorro só pra ela.”; “Certo dia, ao entrar em casa, ouviu o berreiro dos dois menores e perguntou à esposa o que havia acontecido. A esposa respondeu que não era nada demais: os filhos que eram só dela e os filhos que eram só dele estavam batendo nos filhos dos dois”.

a)   O efeito de humor das anedotas é o mesmo no discurso indireto?

Professor, espera-se que os alunos respondam que não.

b)   Em sua opinião, qual seria a melhor escolha para a construção de uma anedota: o discurso direto ou o indireto? Por quê?

Resposta pessoal do aluno. Sugestão: as anedotas que utilizam o discurso direto são mais expressivas, mais engraçadas.

09 – Em sua opinião, o que é necessário para se contar uma boa anedota?

      Resposta pessoal. Sugestões: Conhecer muito bem a anedota que será contada, prender a atenção do ouvinte, manter um bom ritmo, saber o momento certo de fazer pausas, criar expectativa, etc.

10 – Você se lembra de alguma situação em que você ou outra pessoa foi contar uma anedota e esqueceu ou se atrapalhou com as palavras, provocando o riso pelo seu deslize e não por causa da piada? Foi engraçado? Conte para os seus colegas.

      Resposta pessoal do aluno.

11 – Muitos dizem que não sabem contar anedotas. Em sua opinião, por que é considerado difícil provocar humor?

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Na maioria das vezes, o humor não é gerado de forma espontânea ou improvisada. É preciso planejamento e preparo para contar uma anedota, além de técnicas próprias de uso da linguagem oral, que podem ser mais ou menos fáceis para cada pessoa. 

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