Anedotas: Pulga sonhadora e Bem explicado
Pulga sonhadora
Duas pulgas conversando:
– O que você faria se ganhasse na
loteria?
A amiga responde, com ar de sonhadora:
– Eu comprava um cachorro só para mim!
Brasil Almanaque de
Cultura Popular, n. 61, abr. 2004.
Bem
explicado
Dizem que esta se deu em casa de
conhecida, rica e antiga família paulista.
Tendo enviuvado o Cel. Eulálio,
deixou-lhe a esposa três filhinhos.
Mais tarde casou-se com a viúva D.
Eugênia, mãe de três pimpolhos.
Do segundo casamento tiveram mais dois
filhos.
Certo dia, ao entrar em casa, ouviu o
berreiro dos dois menores e perguntou à esposa:
– Que aconteceu lá dentro?
– Nada demais: teus filhos e meus
filhos estão batendo em nossos filhos.
Pires, Cornélio.
Mixórdia: contos, anedotas. São Paulo: Companhia editora Nacional, s.d.
Fonte: Livro – Tecendo Linguagens – Língua Portuguesa – 8º
ano – Ensino Fundamental – IBEP 4ª edição São Paulo 2015 p. 135-6.
Entendendo as anedotas:
01 – Na anedota “Pulga
sonhadora”, que frase identifica quem está conversando?
A frase: “Duas pulgas conversando”.
02 – O que provoca humor
nessa primeira anedota?
O elemento-surpresa
dado pelo fato de a pulga ter um sonho de consumo, como se fosse um ser humano.
03 – Releia o trecho a
seguir:
“A amiga responde, com ar de
sonhadora […].”
· A construção do humor seria prejudicada se a expressão destacada fosse omitida? Explique.
Sim, porque a expressão destacada caracteriza o jeito de ser da
personagem e mostra de que forma ela manifesta seu desejo. Se ela fosse
retirada, provavelmente a anedota não teria tanta graça.
04 – A segunda anedota, “Bem
explicado”, apresenta um tipo de introdução diferente da primeira. Releia-a a
seguir:
“Dizem que esta se deu em casa de
conhecida, rica e antiga família paulista.”
a) O que essa introdução revela a respeito da época em que se passam os fatos narrados?
Que os fatos narrados não se passam em uma época recente –
informação reforçada pelo uso do título “coronel”, muito valorizado antigamente,
atribuído à personagem Eulálio.
b) Esse tipo de introdução poderia ser usado para contar um causo? Por quê?
Sim, porque vários causos têm origem desconhecida e sobrevivem da
tradição oral.
c) A história contada pode não ser verdadeira? Que expressão do texto confirma sua resposta?
Sim, ela pode não ser verdadeira. A expressão “Dizem que” atesta
isso, pois não identifica quem contou, mas atribui o caso contado a pessoas
anônimas, que foram passando a história de boca em boca.
d) De que forma a expressão que você identificou no item anterior interfere na credibilidade da história?
Ao usar a expressão “Dizem que”, o narrador não se compromete com o
fato de a história ser ou não verdadeira. Isso não impede, porém, que o leitor
entre no clima da anedota e se divirta.
05 – Levante uma hipótese: Por
que as anedotas costumam ser breves?
Resposta pessoal.
Sugestão: As anedotas costumam ser curtas e rápidas para conseguir o riso
imediato do ouvinte ou leitor, efeito primordial nesse tipo de “contação”. Para
que isso ocorra, é fundamental que o ouvinte ou o leitor não se desconcentre,
não se distraia e não se canse.
06 – No geral, as anedotas
provocam risos durante toda a “contação” ou mais ao final? Por que você acha
que isso acontece?
Geralmente, mais
ao final, quando se apresenta o desfecho surpreendente, inesperado e criativo,
que costuma provocar surpresa e humor.
07 – As anedotas que você
leu foram elaboradas utilizando o discurso direto. Que efeito o uso desse
recurso gera nesses textos?
O uso do discurso direto torna a narração
mais expressiva, contribuindo para o efeito cômico do texto.
08 – Em seu caderno,
reescreva as falas das personagens das duas anedotas utilizando o discurso
indireto.
Sugestão: “Duas pulgas estavam
conversando e uma delas perguntou à outra o que ela faria se ganhasse na
loteria. A amiga respondeu, com ar de sonhadora, que compraria um cachorro só
pra ela.”; “Certo dia, ao entrar em casa, ouviu o berreiro dos dois menores e
perguntou à esposa o que havia acontecido. A esposa respondeu que não era nada
demais: os filhos que eram só dela e os filhos que eram só dele estavam batendo
nos filhos dos dois”.
a) O efeito de humor das anedotas é o mesmo no discurso indireto?
Professor, espera-se que os alunos respondam que não.
b) Em sua opinião, qual seria a melhor escolha para a construção de uma anedota: o discurso direto ou o indireto? Por quê?
Resposta pessoal do aluno. Sugestão: as anedotas que utilizam o
discurso direto são mais expressivas, mais engraçadas.
09 – Em sua opinião, o que é
necessário para se contar uma boa anedota?
Resposta pessoal. Sugestões: Conhecer
muito bem a anedota que será contada, prender a atenção do ouvinte, manter um
bom ritmo, saber o momento certo de fazer pausas, criar expectativa, etc.
10 – Você se lembra de
alguma situação em que você ou outra pessoa foi contar uma anedota e esqueceu
ou se atrapalhou com as palavras, provocando o riso pelo seu deslize e não por
causa da piada? Foi engraçado? Conte para os seus colegas.
Resposta pessoal
do aluno.
11 – Muitos dizem que não
sabem contar anedotas. Em sua opinião, por que é considerado difícil provocar
humor?
Resposta pessoal
do aluno. Sugestão: Na maioria das vezes, o humor não é gerado de forma
espontânea ou improvisada. É preciso planejamento e preparo para contar uma
anedota, além de técnicas próprias de uso da linguagem oral, que podem ser mais
ou menos fáceis para cada pessoa.
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