terça-feira, 8 de setembro de 2020

VERBETE: VACINAS - ESCOLA BRITÂNNICA - COM GABARITO

 VERBETE: VACINAS

INTRODUÇÃO

VACINAS são substâncias que impedem a disseminação de doenças. A vacinação da população contra determinadas doenças salva milhões de vidas. O caso da varíola exemplifica bem isso: a doença matou cerca de 2 milhões de pessoas em 1967, mas graças a um programa mundial de vacinação estava erradicada doze anos depois.

COMO ATUAM AS VACINAS

Muitas doenças são causadas por organismos minúsculos chamados bactérias ou vírus. Ao serem vacinadas contra uma doença, as pessoas recebem a bactéria ou o vírus que causa essa doença. Isso pode ser feito por meio de uma injeção, de uma gota na boca ou de um spray no nariz.

bactéria de uma vacina está morta ou enfraquecida. Ela causa pouca ou nenhuma reação na pessoa que a recebe, mas leva o sistema imunológico do corpo a fabricar proteínas chama das anticorpos, que combatem a doença. Se mais tarde a mesma bactéria entrar no corpo, o sistema imunológico saberá combatê la.

HISTÓRIA

Um médico inglês chamado Edward Jenner criou a primeira vacina, em 1796. Jenner observou pessoas que haviam tido a doença branda chamada varíola bovina, notando que elas raramente contraíam a modalidade humana da varíola, uma doença mais grave. Ele fez experiências para descobrir a razão disso. Primeiramente, introduziu material de uma ferida de varíola bovina num garoto saudável. O garoto contraiu a varíola bovina. Jenner então, introduziu material de uma ferida de varíola no braço do garoto, que permaneceu saudável. O material da varíola bovina havia agido como vacina contra a varíola humana.

cientista francês Louis Pasteur foi outro pesquisador importante. Na década de 1880, ele desenvolveu uma vacina contra a raiva. Pasteur usou uma forma atenuada do vírus da raiva para obter a proteção contra um ataque do vírus em plena força. Desde a época de Pasteur, os cientistas vêm produzindo vacinas contra muitas doenças.

Em meados do século XX, Jonas Salk criou uma vacina que praticamente erradicou a poliomielite. Desenvolveram se também vacinas contra sarampo, caxumba, cólera, peste bubônica, tuberculose, gripe e hepatite.

Escola Britannica. CAPES. Disponível em: https://escola.britannica.com.br/artigo/vacina/482763. Acesso em: 24/07/2020.

01. Sobre qual assunto trata-se o texto lido?

Vacinas.

02. Qual a importância desse tipo de texto para a comunidade em geral?

Informar como atuam as vacinas e para que servem.

03. O formato desse texto auxilia no seu entendimento? Por quê?

Sim, pois ele foi dividido em três partes focando no que é uma vacina, forma de atuação e história, deixando o texto coeso e claro.

04. Há um público específico para este tipo de texto? Qual?

Estudante e/ou pessoas interessadas no assunto.

2 — Vamos planejar a produção de um verbete de enciclopédia.

01. Escolha um tema de seu interesse e que você conheça bastante e escreva-o abaixo.

Resposta pessoal.

02. Escreva em tópicos as informações que você sabe sobre o tema escolhido. Se possível, pesquise em livros e revistas.

Introdução sobre o assunto

Resposta pessoal.

Informações históricas

Resposta pessoal.

Informações gerais

Resposta pessoal.

3 — Agora que você já conhece um verbete de enciclopédia e já possui todas as informações necessárias, vamos escrever um verbete no espaço abaixo.

Resposta pessoal.



CONTO: PARA CONTAR ESTRELAS - DIETER MANDARIN - REVISTA NOVA ESCOLA - COM GABARITO

CONTO: PARA CONTAR ESTRELAS

— Pai, como é que a gente conta estrelas do céu? — perguntou Lelê. O pai, baixando o jornal,

foi logo fazendo pose de explicação.

— Bem, existem equipamentos especiais para isso. Eles tiram fotos do céu e fazem medições.

E tem o Hubble, que é o bambambã dos telescópios! Mas só os cientistas podem usá-lo.

Então, cada um conta com o que tem à mão.

— Ah! — disse Lelê com admiração, mesmo sem ter entendido muito bem (ele ainda estava

no segundo ano).

A mãe o chamou na cozinha para um lanche. Ele se sentou à mesa pensando ainda no que o

pai tinha dito. Decidiu perguntar para ela também.

— Isso seu pai deve saber. Por que não pergunta para ele?

— Já perguntei. Ele falou várias coisas, mas não entendi direito: o que cada um tem nas

mãos e...

— Ora, nas mãos a gente tem dedos! Por que você não conta nos dedos? — disse a mãe, que

era bem mais esperta que o pai nos assuntos práticos.

— Hum... — pensou Lelê. Assim eu sei! E foi logo devorando o sanduíche.

Uns minutinhos depois, Lelê já estava no quintal. Olhava para o alto, bem fundo no céu de estrelas.

Para começar, mirou a mais brilhante e passou a contar em voz alta: Um... Dois... Três...,

recolhendo um dedo de cada vez. Chegou até dez. Olhou para as mãos, olhou para o céu.

Suspirou. O problema é que ele tinha só dez dedos, e o céu tinha muito mais estrelas.

Desanimado, sentou-se na varanda, apoiando o queixo nas mãos. Sua avó, que sempre

observava tudo bem quietinha, foi lá falar com ele.

— O que foi, filho?

— Nada...

— Hum. Sabe, eu conheço um jeito de fazer caber todas as estrelas na mão, de uma só

vez. Lelê olhou desconfiado, mas ficou atento, esperando o resto da história.

Dieter Mandarin. Nova Escola. Disponível em: <https://novaescola.org.br/conteudo/3169/para-contar-estrelas>.

Acesso em:w 20/08/2020.

ENTENDENDO A HISTÓRIA

01. O narrador participa da história, ou apenas conta o que aconteceu?

Ele apenas conta o que aconteceu.

02. Qual conflito gerou o enredo?

O fato de o pai dizer: “[...]cada um conta com o que tem à mão[...]” e o garoto não entender.

03. As indagações da criança foram respondidas em que momento?

No momento em que a avó ensinava-lhe um modo diferente de contar as estrelas.

04. Segundo o texto, o que o pai quis dizer com “Então, cada um conta com o que tem à mão.”?

Que cada um usa o que tem a disposição, ou seja, usa o que pode.

05. Após o desenvolvimento do clímax, passada a tensão, que sentimento se percebe entre a criança e a avó?

Saudade


ARTIGO: O PODER TRANSFORMADOR DA EMPATIA NAS RELAÇÕES HUMANAS - ALZIRA AZEREDO - COM GABARITO

 O poder transformador da empatia nas relações humanas

Ao tentar se colocar no lugar do outro no trabalho, temos muito a ganhar expandindo nossa capacidade de compreensão

“A empatia é a arte de se colocar no lugar do outro por meio da imaginação, compreendendo seus sentimentos e perspectivas e usando essa compreensão para guiar as próprias ações.” Segundo John Donne, nenhum homem é uma ilha, sendo cada indivíduo um pedaço do continente, uma parte do todo. 

Durante muito tempo pensou-se que a empatia fosse uma capacidade exclusivamente humana. Hoje, sabemos que diversas espécies animais são capazes de sentir empatia e coordenar impulsos “levando em consideração” o outro. Assim, nossa capacidade de sentir empatia está ligada à herança genética, que é uma consequência evolucionista. 

Segundo o autor (KRZNARIC, p. 28) do livro “O Poder da Empatia – A arte de se colocar no lugar do outro para transformar o mundo”, a empatia é o antídoto para o individualismo absorto em si mesmo, que herdamos do século passado. A necessidade de desenvolver empatia está no cerne do esforço de encontrarmos soluções para problemas mundiais como violência étnica, intolerância religiosa, pobreza extrema, fome, abusos dos direitos humanos, aquecimento global. O autor denomina esta capacidade como uma espécie de pílula da paz.

Historicamente, conseguimos enxergar alguns “impedimentos” que nos colocamos para usarmos intensamente a empatia: Preconceito, autoridade, distância e negação. O preconceito é como uma venda em nossos olhos, é um julgamento feito em um momento considerando informações superficiais, sem comprovação; é um estereótipo do qual devemos fugir. Ao exercer enorme influências sobre os indivíduos, a autoridade foi utilizada como desculpa para cumprir tarefas execráveis. Também, não só a distância física, mas a temporal e, principalmente, a social, nos induzem a ser menos empáticos. E ainda, após sermos bombardeados com imagens de problemas sociais em diversas partes do mundo, com o tempo vamos nos tornando insensíveis a elas, “negando’’ sua existência.

O uso de nosso eu empático pode também estar intrinsecamente ligado à resolução de questões do nosso dia a dia. Ao tentar se colocar no lugar do outro no ambiente de trabalho, temos muito a ganhar expandindo nossa capacidade de compreensão dos problemas que nos rodeiam. Este exercício nos proporciona experimentar outras visões diferentes das nossas e observar aspectos antes ignorados por nós, pela simples constatação que enxergamos tudo a nossa volta considerando nossas próprias experiências pregressas. Essas mesmas experiências nos moldam ao longo do tempo, desenvolvendo, mesmo que inconscientemente, o poder da empatia. 

A habilidade de aceitar e conviver bem com a diversidade nos torna mais empáticos e tolerantes. É o que vai nos permitir entrar numa sala de reuniões de uma organização transnacional para uma apresentação a ser feita e transmitir a mensagem que queremos de forma adequada para cada membro da plateia.

Outro aspecto muito importante que a empatia contribui é para a liderança. Nos dias de hoje, e com o modelo dinâmico de organizações que vivemos, não cabe mais o líder autocrático, altamente técnico, mas que não consegue se comunicar bem com seus liderados. É um exercício diário observar os colegas, subordinados e superiores e desenvolver a habilidade de ser empático com cada um deles. 

Isso significa compreender as demandas individuais e atendê-las de forma abrangente. Um subordinado demanda orientações para o desenvolvimento da tarefa de forma a contribuir com a meta do grupo em que está inserido. Um superior demanda informações já tratadas para o processo decisório. Mesmo tratando de um assunto comum, as abordagens são completamente diversas e cabe ao líder compreender essa diferença. Para isso, vai usar muito de sua capacidade de ser empático com ambos.

Ser empático não se restringe às pessoas que conhecemos, mas principalmente com os desconhecidos ou mesmo com personalidades antagônicas. Este é um grande esforço que demanda sensibilidade, inteligência emocional e vontade, para se colocar no lugar do outro e experimentar uma nova perspectiva. Esta é uma habilidade que pode ser aprendida, mas que precisa ser diariamente cultivada. 

As organizações têm muito a ganhar desenvolvendo a empatia em seus colaboradores, que naturalmente passam a trabalhar mais alinhados com seus líderes, uma vez que se sentem compreendidos. Isso gera coesão na equipe, e é um diferencial de mercado, que impacta na rentabilidade, gerando mais resultados. 

Precisamos reconhecer a empatia como uma força capaz de promover mudanças nos diversos meios onde atuemos. Podemos fazer esse exercício diariamente, em nossas famílias e em nosso ambiente de trabalho, melhorando nossas relações interpessoais. 

Fazer esforço consciente para se colocar no lugar de outra pessoa – inclusive no de nossos inimigos – para rasgar rótulos, reconhecer sua humanidade, individualidade e perspectivas: eis um dos grandes diferenciais daqueles que se esforçam para se destacarem em liderança.

* Este artigo é de autoria de Alzira Azeredo (diretora Financeira e de Recursos Humanos da Abramundo) e não representa necessariamente a opinião da revista.

 ENTENDENDO O ARTIGO

1)   Qual é o assunto tratado?

Que não estamos sozinhos, não existe apenas um jeito de pensar ou de viver. Fazemos parte de um todo. Todos estamos juntos, portanto, cada atitude nossa gera impactos no todo. Pensar no outro é pensar também sobre um bem-estar coletivo.

2)   O que o autor defende nesse texto?

Todas as pessoas tem um histórico de vida, experiências e opiniões. É preciso saber ouvir o outro. Cada um tem sua verdade. Por isso é importante aprender a se colocar no lugar do outro. E aprender a conviver com as diferenças.

 3)   Grife as partes principais do texto e transcreva-as abaixo.

“ A empatia é a arte de se colocar no lugar do outro por meio da imaginação, compreendendo seus sentimentos e perspectivas e usando essa compreensão para guiar as próprias ações.”

            “Fazer esforço consciente para se colocar no lugar de outra pessoa – inclusive no de nossos inimigos – para rasgar rótulos, reconhecer sua humanidade e perspectivas: eis um dos grandes diferenciais daqueles que se esforçam para se destacarem em liderança. “

    4) Relate uma situação vivida por você, onde houve o uso da empatia por você ou por outra pessoa.

Resposta pessoal.

5)Qual a importância desse sentimento nas relações entre as pessoas?

Todas as pessoas tem um histórico de vida, experiências e opiniões. É preciso saber ouvir o outro. Cada um tem sua verdade. Por isso é importante aprender a se colocar no lugar do outro. E aprender a conviver com as diferenças.

6)O que o autor quis dizer com a expressão “nenhum homem é uma ilha, sendo cada indivíduo um pedaço do continente, uma parte do todo”?

Que não estamos sozinhos, não existe apenas um jeito de pensar ou de viver. Fazemos parte de um todo. Todos estamos juntos, portanto, cada atitude nossa gera impactos no todo. Pensar no outro é pensar também sobre um bem-estar coletivo.

 

 

terça-feira, 1 de setembro de 2020

MÚSICA(ATIVIDADES): PASSARINHOS - EMICIDA(PART. VANESSA DA MATA) - COM QUESTÕES GABARITADAS

 Música(Atividades): Passarinhos

                                                             Emicida (Participação Vanessa da Mata)

Despencados de voos cansativos
Complicados e pensativos
Machucados após tantos crivos
Blindados com nossos motivos

Amuados, reflexivos
E dá-lhe anti-depressivos
Acanhados entre discos e livros
Inofensivos

Será que o sol sai pra um voo melhor
Eu vou esperar, talvez na primavera
O céu clareia e vem calor vê só
O que sobrou de nós e o que já era

Em colapso o planeta gira, tanta mentira
Aumenta a ira de quem sofre mudo
A página vira, o são, delira, então a gente pira
E no meio disso tudo tamo tipo

Passarinhos
Soltos a voar dispostos
A achar um ninho
Nem que seja no peito um do outro
Passarinhos
Soltos a voar dispostos
A achar um ninho
Nem que seja no peito um do outro

Laia, laia, laia, laia
Laia, laia, laia, laia
Laia, laia, laia, laia
Laia, laia, laia, laia

A Babilônia é cinza e neon, eu sei
Meu melhor amigo tem sido o som, ok
Tanto carma lembra Armagedon, orei
Busco vida nova tipo ultrassom, achei
Cidades são aldeias mortas, desafio nonsense
Competição em vão, que ninguém vence
Pense num formigueiro, vai mal
Quando pessoas viram coisas, cabeças viram degraus

No pé que as coisas vão, Jão
Doidera, daqui a pouco, resta madeira nem pros caixão
Era neblina, hoje é poluição
Asfalto quente, queima os pés no chão
Carros em profusão, confusão
Água em escassez, bem na nossa vez
Assim não resta nem as barata
Injustos fazem leis e o que resta pro cêis?
Escolher qual veneno te mata
Pois somos tipo

Passarinhos
Soltos a voar dispostos
A achar um ninho
Nem que seja no peito um do outro
Passarinhos
Soltos a voar dispostos
A achar um ninho
Nem que seja no peito um do outro

Laiá, laiá, laiá, laiá
Laiá, laiá, laiá, laiá
Laiá, laiá, laiá, laiá
Laiá, laiá, laiá, laiá

Passarinhos
Soltos a voar dispostos
A achar um ninho
Nem que seja no peito um do outro
Passarinhos
Soltos a voar dispostos
A achar um ninho
Nem que seja no peito um do outro.

Composição: Emicida.

Entendendo a canção:

01 – A palavra “Amuados” tem o mesmo significado de outra palavra no texto que é:

a)   Complicados.

b)   Dispostos.

c)   Cansativos.

d)   Desanimados.

e)   Inofensivos.

02 – Na letra da canção, o autor constata que:

a)   Tomar antidepressivos é necessário para ficar entre discos e livros.

b)   Procurar ninhos de pássaros é a solução para fugir do caos da cidade.

c)   Orar é o que resta para sobreviver diante do cenário de destruição instaurada.

d)   Achar um ninho, tal qual o passarinho, é uma esperança de salvação.

e)   Transformar a cabeça de pessoas em degrau é a saída.

03 – Analisando o videoclipe dessa canção, Conte, com suas palavras, a narrativa encenada no videoclipe.

      Resposta pessoal do aluno.

04 – O comportamento dos meninos representados no videoclipe é reprovável? Justifique sua resposta.

      Os meninos roubam os livros, o que é considerado, culturalmente, um comportamento reprovável.

05 – No contexto do videoclipe, no entanto, essa prática não é tratada como algo inaceitável. Há uma justificativa, na narrativa, para essa ação. Como a livraria age sobre os meninos e de que modo faz isso?

      A livraria aparece como um espaço que tem a capacidade de atrair os meninos, por isso dela saem a luz e a fumaça misteriosa. Ao entrar em contato com ela e com os livros, os meninos são conquistados.

06 – O videoclipe, portanto, não tem uma moral negativa, ruim. Que ideia está sendo defendida?

      A ideia de que todos devem ter a oportunidade de se encantar com a ficção e com os conhecimentos que estão disponíveis nos livros.

07 – Os meninos do videoclipe são os passarinhos da canção. Por que foi feita essa associação?

      Os meninos encontram a liberdade e várias possibilidades para sua vida ao se encantar com os livros, livrando-se de uma realidade triste, que poderia aprisiona-los.

08 – Que relação existe entre a personagem feminina e o livreiro? Que figuras da realidade podem ser associadas a ela?

      A personagem feminina foi responsável, no passado, por apresentar o menino aos livros, algo que ele repassou para o jovem engraxate. Essa figura pode, por exemplo, ser associada aos professores, aos familiares e a outros adultos que estimulam as crianças a ler.

 

POEMA: ÁRVORE - MANOEL DE BARROS - COM GABARITO

 Poema: Árvore

             Manoel de Barros

Um passarinho pediu a meu irmão para ser sua árvore.
Meu irmão aceitou de ser a árvore daquele passarinho.
No estágio de ser essa árvore, meu irmão aprendeu de
sol, de céu e de lua mais do que na escola.
No estágio de ser árvore meu irmão aprendeu para santo
mais do que os padres lhes ensinavam no internato.
Aprendeu com a natureza o perfume de Deus.
Seu olho no estágio de ser árvore aprendeu melhor o azul.
E descobriu que uma casca vazia de cigarra esquecida
no tronco das árvores só serve pra poesia.
No estágio de ser árvore meu irmão descobriu que as árvores são vaidosas.
Que justamente aquela árvore na qual meu irmão se transformara,
envaidecia-se quando era nomeada para o entardecer dos pássaros
E tinha ciúmes da brancura que os lírios deixavam nos brejos.
Meu irmão agradecia a Deus aquela permanência em árvore
porque fez amizade com muitas borboletas.

Manoel de Barros. Ensaios fotográficos. Rio de Janeiro: Editora Record, 2000.

Fonte: Livro – Se liga na língua – Língua Portuguesa – 6° ano – Ed. Moderna. P. 258-9.

Entendendo o poema:

01 – Qual é o fato principal narrado pelo eu lírico nesse poema?

      O irmão do eu lírico passou a viver como uma árvore a pedido de um passarinho.

02 – Qual é o desfecho desse fato?

      O irmão aprendeu a entender melhor o mundo e se sentiu satisfeito com sua experiência.

03 – A poesia de Manoel de Barros faz referência frequente à natureza. Nesse poema, como ele a humaniza?

      Ele atribui ações e sentimentos humanos à natureza: o passarinho faz um pedido, e as árvores apresentam sentimentos como a vaidade e o ciúme.

04 – O poeta se valeu de repetições como um recurso para produzir efeito expressivo. Entre os substantivos e verbos, quais são as três palavras que mais se repetem? O que explica essa escolha?

      Irmão, árvores, aprendeu.

      Estas palavras formam o núcleo do sentido, já que o poema fala da aprendizagem do irmão para ser árvore, e enfatizam, portanto, a experiência fundamental que ele teve.

 

 

POEMA: AMOR EM VIAGEM - CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE - COM GABARITO

 Poema: Amor em viagem

             Carlos Drummond de Andrade

Trem arquejante, cansado,

A subir a Mantiqueira,

Também eu chego atrasado,

Não encontro quem me queira.

 

Do Rio Grande ao Pará,

De Mato Grosso a Sergipe,

Coitado de quem está

Procurando amor num jipe.

 

Numa jangada de vela,

Eu beijei e fui beijado,

Mas no vento foi-se aquela

Que navega a meu lado.

 

Piloto que dás teu giro

Montado em peixe de prata,

Carrega este meu suspiro,

E leva a quem me maltrata.

Carlos Drummond de Andrade. Poesia e prosa. Volume único. Antologia organizada pelo autor. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1992. P. 984.

Fonte: Livro – Se liga na língua – Língua Portuguesa. Ed. Moderna, 6° ano – p. 143.

Entendendo o poema:

01 – Que sentimento o eu lírico expressa no poema?

      Frustação ou tristeza.

02 – O que provoca esse sentimento?

      O amor que ele dedica a alguém e não é correspondido.

03 – O poema cita quatro meios de transporte. Quais?

      Trem, jipe, jangada e “peixe de prata”.

04 – O que o eu lírico quis dizer com a expressão “peixe de prata”?

      Talvez seja uma referência a um veículo aquático, como um barco ou uma lancha.

05 – Quantos versos tem o poema?

      Dezesseis versos.

06 – Em quantas estrofes esses versos estão organizados?

      Quatro estrofes.

07 – Observe as palavras que formam o final dos versos. Copie as duplas que terminam com sons semelhantes.

      Cansado/atrasado; Mantiqueira/queira; Pará/está; Sergipe/jipe; vela/aquela; beijado/lado; giro/suspiro; prata/maltrata.

08 – Você percebeu que há um padrão nessa repetição de sons? Como poderia descrevê-lo?

      Em cada estrofe, o primeiro verso rima com o terceiro, e o segundo, com o quarto.

 

POEMA: UM AMIGO - MATILDE ROSA ARAÚJO - COM GABARITO

 Poema: Um Amigo

              Matilde Rosa Araújo

Esta noite deitei-me triste.
Abri um livro, passei uma folha, outra folha.
Quando cheguei ao fim tinha o coração cheio
de folhas e de flores…

ARAÚJO, Matilde Rosa. Cantar da Tila. Lisboa: Livros Horizonte, 1986.

Fonte: Livro – Se liga na língua – Língua Portuguesa. Ed. Moderna, 6° ano. P.145-6.

Entendendo o poema:

01 – O eu lírico sentia-se triste quando se deitou. O que ele resolveu fazer enquanto não dormia?

      Ler um livro.

02 – Depois disso, o estado de espírito dele mudou ou continuou igual? Justifique sua resposta.

      Mudou, porque seu coração ficou “cheio de folhas e de flores”, o que sugere que a tristeza passou.

03 – A palavra folha foi usada com dois sentidos no texto. Quais são eles?

      “Pedaço de papel” e “Parte de árvore ou de planta”.

04 – O segundo sentido de folha permitiu ao eu lírico relacioná-la a uma palavra que não se refere normalmente aos livros. Qual é ela?

      Flores.

05 – No verso final, as palavras folhas e flores foram usadas com sentido conotativo. O que elas passaram a significar? Por quê?

      “Alegria”; “felicidade”, porque são elementos que remetem a coisas belas, positivas.

06 – O “amigo” citado no título é o livro. Transcreva a frase a seguir e complete-a, valendo-se das ideias presentes no poema. O livro é como um amigo, porque...

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: O livro é como um amigo, porque nos conforta quando estamos tristes.

07 – No poema, a ideia de que o “amigo” é o livro está dita claramente ou o leitor precisa deduzir esse sentido?

      O leitor precisa deduzir o sentido.

 

POEMA: CONSIDERAÇÕES DE ANINHA - CORA CORALINA - SE LIGA NA LÍNGUA - COM GABARITO

 Poema: Considerações de Aninha

               Cora Coralina

Melhor do que a criatura,
fez o criador a criação.
A criatura é limitada.
O tempo, o espaço,
normas e costumes.
Erros e acertos.
A criação é ilimitada.
Excede o tempo e o meio.
Projeta-se no Cosmos.

Fonte: Livro – Se liga na língua – Língua Portuguesa, 6° ano – p. 125.

Entendendo o poema:

01 – O eu lírico compara a “criatura” e a “Criação”. Que diferença de sentido há entre essas palavras?

      A criatura é o resultado da criação, que é o ato de criar.

02 – Segundo o eu lírico, a criatura está relacionada a “tempo”, “espaço”, “normas” e “costumes”. Como você entende essa ideia?

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Ele relaciona a criatura é um ser que não é eterno, mas limitado pela sociedade em que vive.

03 – Criatura, criador e criação são substantivos formados a partir do radical de um mesmo verbo. Qual?

      Criar.

04 – De acordo com o trecho: “Melhor do que a criatura, / fez o criador a criação”. A que se refere a criação?

      A criação citada no trecho refere-se ao que fora criado pelo homem.

 

CRÔNICA: A RUA - JOÃO DO RIO - FRAGMENTO - COM GABARITO

 Crônica: A RUA

                    João do Rio – fragmento

        Eu amo a rua. Esse sentimento de natureza toda íntima não vos seria revelado por mim se não julgasse, e razões não tivesse para julgar, que este amor assim absoluto e assim exagerado é partilhado por todos vós. Nós somos irmãos, nós nos sentimos parecidos e iguais; nas cidades, nas aldeias, nos povoados, [...] porque nos une, nivela e agremia o amor da rua. É este mesmo o sentimento imperturbável e indissolúvel, o único que, como a própria vida, resiste às idades e às épocas. Tudo se transforma, tudo varia – o amor, o ódio, o egoísmo. Os séculos passam, deslizam, levando as coisas fúteis e os acontecimentos notáveis. Só persiste e fica, legado das gerações cada vez maior, o amor da rua. [...]

        A rua! Que é a rua?

        A verdade e o trocadilho! Os dicionários dizem: "Rua, do latim ruga, sulco. Espaço entre as casas e as povoações por onde se anda e passeia". A rua era para eles apenas um alinhado de fachadas por onde se anda nas povoações.

       Ora, a rua é mais do que isso, a rua é um fator da vida das cidades, a rua tem alma!

       A rua faz as celebridades e as revoltas, a rua criou um tipo universal, tipo que vive em cada aspecto urbano, em cada detalhe, em cada praça – a rua criou o garoto!

       Oh! sim, as ruas têm alma! Há ruas honestas, ruas ambíguas, ruas sinistras, ruas nobres, delicadas, trágicas, depravadas, puras, infames, ruas sem história, ruas tão velhas que bastam para contar a evolução de uma cidade inteira, ruas guerreiras, revoltosas, medrosas...

        Balzac* dizia que as ruas de Paris nos dão impressões humanas. São assim as ruas de todas as cidades, com vida e destinos iguais aos do homem.

JOÃO DO RIO. A alma encantadora das ruas. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.

Entendendo a crônica:

01 – Que revelação o cronista faz para iniciar sua crônica?

      Ele revela seu amor pela rua.

02 – Após sua revelação, o cronista expressa a opinião de que se trata de um sentimento muito pessoal. Que expressão ele usa para qualificar seu sentimento dessa maneira?

      Que é um sentimento de natureza toda íntima.

03 – Como o cronista expressa aos leitores sua opinião de que se trata de um sentimento que é também de todos os leitores a que se dirige?

      Expressa que este amor assim absoluto e exagerado é partilhado por todos vós, pois somos irmãos.

04 – Na opinião do cronista o que iguala, irmana e une todos os habitantes de um local?

      O amor da rua.

05 – Que vocábulo é utilizado, no final do parágrafo, para se referir ao sentimento de amor pela rua e da rua como algo atemporal e um bem que é passado como herança de geração a geração?

      Legado.

06 – Que expressão o cronista utiliza para:

a) referir-se a seus leitores? Vós.

b) irmanar-se aos leitores? Nós.

07 – “A rua! Que é a rua?” Pelo modo como inicia a segunda parte, que intenção do narrador pode ser percebida, em relação ao assunto da crônica?

      Usando a exclamação demonstra emoção e entusiasmo, e depois faz uma pergunta.

08 – A que trocadilho o cronista se refere e que verdade estabelece, a partir do trocadilho?

      O trocadilho seria Rua no sentido denotativo (dicionário) e ele estabelece o significado no sentido conotativo quando diz que a rua tem alma.

09 – Que função tem as aspas (abrindo e fechando), em trecho do 3.º parágrafo?

      As aspas foram usadas para destacar o significado retirado do dicionário.

10 – Em: “A rua era para eles apenas um alinhado de fachadas...”, a que se refere o vocábulo em destaque?

      Se refere ao sentido literal de uma rua.

11 – Observe os elementos destacados nos trechos abaixo. Faça a correspondência, de acordo com a relação de circunstância que cada elemento estabelece:

(1) “Espaço entre as casas e as povoações por onde se anda e passeia” (3.º parágrafo).

(2) “Ora, a rua é mais do que isso ...” (4.º parágrafo).

(3) “...ruas tão velhas que bastam para contar a evolução de uma cidade inteira...” (6.º parágrafo)

(2) comparativa.

(3) causa e consequência.

(1) aditiva.

12 – Observe que, a partir do trocadilho, o cronista passa a usar o recurso da PERSONIFICAÇÃO e, dessa forma, passa a humanizar a rua. Transcreva dessa parte da crônica o primeiro trecho que indica a personificação:

      “... a rua tem alma!”.

13 – Pode-se dizer que, na opinião do cronista, o homem faz a rua e a rua faz o homem? Justifique sua resposta com um trecho da crônica.

      Sim. “Há ruas honestas, ruas ambíguas, ruas sinistras, ruas nobres, delicadas, trágicas, depravadas, puras, infames...”.

 

 

 

NOTÍCIA: CANSADA DE LER SOBRE GAROTOS, MENINA REÚNE 4.000 LIVROS COM GAROTAS NEGRAS - FOLHA.UOL - COM GABARITO

 Notícia: Cansada de ler sobre garotos, menina reúne 4.000 livros com garotas negras

               ISABEL SETA de SÃO PAULO

        Cansada de ler livros na escola sobre "garotos brancos e seus cachorros", Marley Dias, 11, resolveu começar um desafio ousado: reunir mil livros cujas personagens principais fossem meninas negras.

        Com ajuda de sua mãe, Janice, a garota, que vive em New Jersey, nos Estados Unidos, começou a campanha na internet em novembro do ano passado com a hashtag #1000blackgirlbooks (1.000 livros de garotas negras).

        "Eu estava na quinta série e fiquei frustrada porque só líamos livros sobre garotos brancos e seus cachorros. Daí, eu falei com a minha mãe e ela me disse: 'ok, mas o que você vai fazer sobre isso?' E eu decidi que ia colecionar mil livros", contou ela em entrevista à Folha.

        "Não me entenda mal, eu gostava daquelas histórias, eu só queria algo com que eu pudesse me relacionar", explicou.

        Para Marley, se ver em um personagem é muito importante, porque ajuda a entender e a lembrar melhor da mensagem dos livros.

        No começo, conta Janice, foi difícil. Elas receberam algumas doações, mas em janeiro, depois de aparecerem em um jornal, os livros começaram a chegar – e muitos, muitos deles.

        Até agora, o projeto já reuniu mais de 4.000 livros (neste índice on-line, você pode dar uma olhada em 700 deles), muitos dos quais Marley e a organização social de sua mãe, a GrassROOTS Community Foundation – que acabou participando ativamente da campanha e da organização dos livros –, doaram para a antiga escola da garota, além de outros colégios nos Estados Unidos e na Jamaica, onde Janice nasceu.

        "Eu fiquei orgulhosa de mim por ter conseguido atingir o objetivo e depois ultrapassa-lo", contou Marley. "E mil era um número grande para mim, porque eu só tenho 11 anos", brinca.

        Ela e sua mãe esperam continuar recebendo doações. "Acho que nós não tínhamos noção do dilema internacional que é essa questão da falta de diversidade e a Marley teve a chance de dar voz a um desafio que muitas pessoas preferem não falar", disse Janice.

        Entre os favoritos de sua grande coleção, Marley destaca o livro Brown Girl Dreaming (não há traduções em português), que conta, em poemas, a história de uma garota afro-americana criada no sul dos Estados Unidos durante os anos 1960 e 1970, em um contexto de segregação racial.

        "Eu gostei, porque foi um desafio ler esse livro, já que era poesia", conta ela. "Foi bom para eu desenvolver minhas habilidades de leitura e foi muito divertido. Poesia é mais misterioso, porque os autores não tentam te contar o significado direto, você pode ir lendo e fazer o seu caminho."

        Agora, Marley já tem planos de formar um clube de leitura de livros sobre garotas negras. A ideia, explica ela, é que os participantes leiam o volume escolhido durante o verão e depois discutam por Skype ou na internet.

        "São livros sobre garotas negras, mas, na verdade, os livros são para todas as pessoas que quiserem ler e você pode aprender muito neles sobre racismo e cultura", diz ela.

Fonte: Livro – Se liga na língua – Língua Portuguesa – 6° ano. Ed. Moderna p. 267-9.

Folha de São Paulo. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br / folhinha/2016/04/1758611.

Entendendo a notícia:

01 – Entre os gêneros jornalísticos, a notícia tem lugar central.

a)   Por que a história de Marley se tornou notícia?

Porque, embora muito jovem, Marley lutou contra um preconceito e realizou uma campanha que obteve muito destaque.

b)   Algumas informações são fundamentais em uma notícia e costumam ser apresentadas logo no início do texto. Localize os dados referentes ao fato noticiado.

·        O que aconteceu?

Foram reunidos quatro mil livros com histórias protagonizadas por meninas negras.

·        Quem estava envolvido?

Marley e sua mãe.

·        Onde aconteceu?

New Jersey, EUA.

c)   O momento em que o fato aconteceu também costuma ser informado, mas não está evidente nesse texto. Como você pode descobri-lo?

O dado está disponível nas referências bibliográficas que seguem o texto.

02 – Algumas das afirmativas a seguir são incorretas. Copie-as e explique por que são falsas.

I – Marley Dias não apreciava histórias com garotos brancos e seus cachorros.

      A menina apreciava essas histórias, mas, achava que não deveria haver apenas personagens diferentes dela.

II – A menina entendia que as histórias lidas na escola não tinham relação com sua própria identidade.

      A afirmação é verdadeira.

III – Quando ouviu a reclamação da filha, Janice estimulou-a a encontrar uma solução para seu problema.

      A afirmação é verdadeira.

IV – Desde o início, Marley e Janice não tiveram dificuldade para conseguir os livros desejados.

      Antes de a campanha ser divulgada nos jornais, era difícil conseguir os livros.

V – A menina guarda as obras que obteve com muito carinho.

      Marley e a organização social de sua mãe, a Grass-ROOTS Community Foundation, doaram muitos dos livros para bibliotecas.

VI – O caso de Marley revela que as escolas só oferecem a leitura de livros com meninos brancos e seus cachorros por não haver obras com outros personagens.

      A menina reuniu mais de quatro mil livros, o que sugere que há material disponível.

VII – Marley mostra-se interessada em livros que estimulem sua habilidade de leitura.

      A afirmação é verdadeira.

03 – A campanha de Marley começou com um incômodo pessoal, mas a menina acabou tocando em um problema social, coletivo. Qual?

      O preconceito ou o privilégio de alguns grupos sociais. A predominância de obras com meninos brancos revela preconceitos étnico-raciais e de gênero.

04 – A menina ainda tem outro projeto ligado à literatura. Qual é ele?

      Criar um clube de leitura para discussão das obras pela Internet.

05 – A história de Marley, contada nessa notícia, poderia dar um bom conto. Quais seriam a situação inicial, o conflito (complicação) e o desfecho?

      Situação inicial: a escola oferece à personagem apenas histórias de meninos brancos.

      Conflito: a personagem se incomoda com a situação e resolve reunir livros com meninas negras como protagonistas.

      Desfecho: a personagem consegue reunir mais de quatro mil livros e divulga sua campanha.