MÚSICA(ATIVIDADES): SAUDOSA MALOCA
ADONIRAN BARBOSA
Si o senhor
num tá lembrado
Dá licença
de conta
Que aqui
onde agora está
Esse edifício
arto
Era uma casa
véia
Um palacete
assobradado
Foi aqui,
seu moço
Que eu, Mato
Grosso e o Joca
Construímos nossa
maloca
Mais um dia
Nóis nem pode
se alembrá
Veio os homi
cas ferramenta
O dono mandô
derrubá
Peguemos todas
nossas coisa
E fumos pro
meio da rua
Apreciá a
demolição
Que tristeza
que nóis sentia
Cada tauba que caía
Duía no
coração
Mato Grosso
quis gritá
Mas de cima
eu falei:
Os homi tá
cá razão
Nóis arranja
outro lugar
Só se
conformemo quando o Joca falou:
“Deus dá o
frio conforme o coberto”
E hoje nóis
pega a paia nas grama do jardim
E pra esquecer
nóis cantemos assim:
Saudosa maloca,
maloca querida,
Dim dim
donde nóis passemo os dias feliz de nossas vida
Saudosa maloca,
maloca querida,
Dim dim
donde nóis passemo os dias feliz de nossas vida.
BARBOSA, Adoniran. Saudosa maloca.
São Paulo: Continental, 1951.
1)
Que
história é contada nesse texto?
Nessa música, o compositor conta a história de três
pessoas que foram despejadas e viram o local onde moravam ser destruído. Elas
hoje sentem saudade do lugar onde moravam e viveram dias felizes.
2)
Busque
os significados das palavras saudosa e maloca no dicionário. Como você entende
o título do texto?
Maloca é um tipo de moradia e saudosa,
nesse contexto, é aquilo que inspira saudade. O título da música de Adoniram
Barbosa refere-se ao modo como os personagens se identificavam com o local onde
moravam e que foi destruído, daí a saudade que sentem.
3) O registro desse texto é da linguagem
formal ou informal? Justifique sua resposta.
Espera-se que os alunos percebam
que o texto faz uso do registro informal e não foi escrito de acordo com a
variedade padrão.
4) Encontre no texto palavras ou
expressões que representem a variedade social.
Possibilidades de resposta:
si, conta, cas, mandô, fumos, nóis arranja, nas grama, paia, dim donde, entre
outras.
5) Você teve alguma dificuldade de
compreender o texto? Por quê?
Espera-se que os alunos
indiquem que não. O autor reproduz a forma de algumas pessoas falarem, muito
comum no dia a dia. Por mais que essa forma fuja à norma-padrão, ela é
facilmente compreensível.