Artigo de opinião: Trânsito: Uma questão de saúde pública
Lucinéia Maria dos Santos Gomes e Andréa Yumi
Sugishita Kanikadan
A violência no trânsito cresceu
significativamente e, atualmente, é a segunda maior causa de mortes no Brasil. Acidentes
de trânsito estão ocorrendo com maior frequência e, infelizmente, estão se
tornando parte do nosso dia a dia, seja por meio de notícias no jornal, na
televisão, seja, muitas vezes, ocorrendo na nossa rua, no nosso bairro, no
nosso caminho para o trabalho. Segundo dados do DPVAT, o seguro obrigatório
pago aos acidentados, mais de 50 mil pessoas morrem anualmente no país, vítimas
de acidentes de trânsito. Isso significa 136 mortes todos os dias ou ainda 5 a
cada hora. Os acidentes de trânsito tornaram-se, pois, um grave problema de
saúde pública no país.
Esses números, que envolvem os diversos
tipos de acidentes, mostram que até mesmo os menores deslizes podem resultar em
um desastre. Dentre as principais causas dos acidentes, provocadas por negligência
ou erro humano, estão a distração decorrente do uso de celular ao volante,
seguida pelas ocorrências de dirigir embriagado e ter atitudes imprudentes,
como não usar o cinto de segurança e dirigir acima da velocidade permitida.
Somadas a esse contexto, não podemos
deixar de citar as péssimas condições das rodovias brasileiras, como também a
falha ou a falta de sinalização, fatores que muito colaboram com o índice de
acidentes. Muitas rodovias têm problemas estruturais que prejudicam e comprometem
a logística no país e, sobretudo, a segurança de motoristas, passageiros e
pedestres.
Os gastos públicos com acidentes de
trânsito envolvem desde a ocupação de leitos hospitalares até internações
hospitalares e cirurgias. Esses custos, quando pagos com recursos provenientes
dos cofres públicos, poderiam ser aplicados em medidas preventivas, como
métodos de educação de condutores e reestruturação de rodovias, que venham a
representar melhores condições para o trânsito do país.
Esse aumento do número de acidentes
remete-nos a uma reflexão e questionamento: Isso é consequência do crescimento
da frota de veículos nas ruas, da nossa pressa cotidiana ou do processo natural
de desenvolvimento?
Qualquer que seja a resposta, até que ponto
é aceitável ou justificável termos danos materiais e até perdermos vidas em
troca de uma rotina agitada, de um trânsito caótico ou de uma estrada sem
condições adequadas?
Estamos vivendo um período em que
muitas pessoas não respeitam o próximo, não se preocupam com quem está no
veículo ao lado ou atravessando a faixa de pedestres. Nota-se falta de
sensibilidade e sobra de egoísmo. Infelizmente, uma parte dos números dos
acidentes nas estradas e rodovias não retrata fatalidades, mas sim a falta de
educação, conscientização e respeito por meio de atitudes irresponsáveis, que
colocam vidas em risco.
O trânsito deve ser um ambiente
harmonioso, seguro, de cooperação e colaboração entre as pessoas, onde todos
têm os mesmos direitos e deveres e, portanto, todos correm o mesmo risco. Não
podemos aceitar tudo isso como algo inevitável, tão pouco natural. Isso é
consequência de atitudes muitas vezes irresponsáveis e da falta de práticas
essenciais, que deveriam proporcionar o desenvolvimento e a evolução da
sociedade brasileira.
Lucinéia Maria dos Santos Gomes e Andréa Yumi Sugishita Kanikadan.
Trânsito: uma questão de saúde pública. Correio do Estado, 28 abr. 2015.
Disponível em: www.correiodoestado.com.br//opiniao/transito-uma-questao-de-saude-publica/245230. Acesso em: 30 abr. 2022.
Entendendo o artigo:
01
– Qual é o principal problema abordado no artigo?
O artigo aborda a
crescente violência no trânsito e como ela se tornou um grave problema de saúde
pública no Brasil, com um número alarmante de mortes e acidentes.
02
– Quais são as principais causas dos acidentes de trânsito mencionados no
texto?
As principais
causas dos acidentes de trânsito, segundo o texto, são: distração ao volante
(uso de celular), dirigir embriagado, imprudências como não usar cinto de
segurança e excesso de velocidade, além das péssimas condições das rodovias e
da falta de sinalização.
03
– Qual o impacto dos acidentes de trânsito na saúde pública e na economia?
Os acidentes de
trânsito geram um grande impacto na saúde pública, resultando em mortes,
ferimentos, incapacidades e custos elevados para o sistema de saúde. Além
disso, causam um impacto econômico significativo, com gastos em tratamentos,
perdas de produtividade e prejuízos para a sociedade.
04
– Qual a relação entre as condições das rodovias e a ocorrência de acidentes?
As péssimas condições das
rodovias brasileiras, como buracos, falta de sinalização e problemas
estruturais, contribuem significativamente para o aumento do número de
acidentes. Essas condições comprometem a segurança dos motoristas, passageiros
e pedestres.
05
– Quais as consequências da falta de educação e conscientização no trânsito?
A falta de educação e conscientização
no trânsito resulta em atitudes irresponsáveis, como dirigir embriagado, não
usar cinto de segurança e ultrapassar em locais proibidos. Essas atitudes
colocam em risco a vida das pessoas e contribuem para o aumento do número de
acidentes.
06
– Qual a proposta do texto para solucionar o problema da violência no trânsito?
O texto sugere
que a solução para o problema da violência no trânsito passa por medidas
preventivas, como a educação para o trânsito, a melhoria das condições das
rodovias, a fiscalização mais rigorosa e a conscientização da população sobre a
importância de seguir as regras de trânsito.
07
– Qual a importância de tratar o trânsito como uma questão de saúde pública?
Tratar o trânsito
como uma questão de saúde pública permite que sejam adotadas medidas mais
eficazes para prevenir acidentes e salvar vidas. Ao reconhecer a gravidade do
problema, é possível mobilizar recursos e implementar políticas públicas
voltadas para a segurança no trânsito.
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