Poema: Esvoaça... Esvoaça…
Ana Cristina César
É como a vela que se apaga,
E a fumaça sobe e se atenua.
É o amor fraco que se apaga,
Não adiantam poemas para a lua.
Sofre o homem, o amor acaba
E a doce influência esvoaça
Como o fio adelgaçado
De fina e translúcida fumaça
Esvoaça, esvoaça…
Atenua o amor,
Atenua a fumaça.
Para que tanta dor?
E o amor que vai sumindo,
Adelgaça,
esvoaça, esvoaça…
Ana Cesar Cristina. Inéditos e dispersos, 4 ed. São Paulo: Instituto
Moreira Salles e Ática, 1999, p. 24.
Fonte: livro Português:
Língua e Cultura – Carlos Alberto Faraco – vol. único – Ensino Médio – 1ª
edição – Base Editora – Curitiba, 2003. p. 89.
Entendendo o poema:
01 – Qual a principal metáfora
utilizada no poema e o que ela representa?
A principal
metáfora do poema é a comparação entre o amor que se apaga e a vela que se
consome, deixando para trás apenas a fumaça. A fumaça, por sua vez, representa
a fragilidade e o evanescente do amor que se esvai, tornando-se cada vez mais
tênue e tênue. Essa imagem poética serve para ilustrar a ideia de que o amor,
como uma chama, pode se extinguir, deixando apenas a lembrança de algo que um
dia foi intenso.
02 – Qual a sensação
transmitida pelos versos "Sofre o homem, o amor acaba / E a doce
influência esvoaça"?
Esses versos
transmitem uma profunda sensação de melancolia e impotência diante do fim de um
amor. A expressão "doce influência" sugere a lembrança de momentos
felizes e a dificuldade de se desapegar de algo que já não existe mais. A
palavra "esvoaça" reforça a ideia de algo leve e fugaz, que se perde
no ar como a fumaça.
03 – Qual o papel da repetição
da palavra "esvoaça" no poema?
A repetição da
palavra "esvoaça" cria um ritmo cadenciado e hipnótico,
intensificando a sensação de perda e de algo que se dissipa lentamente. Essa
repetição também enfatiza a ideia de que o amor que se acaba é como uma fumaça
que se dispersa no ar, tornando-se cada vez mais tênue e difícil de apreender.
04 – Qual a relação entre o
título do poema e seu conteúdo?
O título "Esvoaça... Esvoaça..." é uma onomatopeia
que evoca a imagem de algo leve e flutuante, como a fumaça. Essa repetição
antecipa o tema central do poema, que é a fragilidade e o fim do amor. O
título, portanto, funciona como uma espécie de premonição do que será
desenvolvido nos versos seguintes.
05 – Qual a principal mensagem
do poema?
A principal
mensagem do poema é a inevitabilidade da perda e a fragilidade do amor. Ana
Cristina César explora a dor da separação e a sensação de vazio que a acompanha.
A autora nos convida a refletir sobre a natureza efêmera das relações humanas e
a importância de valorizar os momentos de amor enquanto eles duram. O poema
também questiona o sofrimento causado pelo fim de um amor, expressando a
indagação: "Para que tanta dor?".
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