quarta-feira, 1 de janeiro de 2025

ARTIGO DE OPINIÃO: O AMANHÃ DOS LIVROS - GABRIEL BOCORNY GUIDOTTI - COM GABARITO

 Artigo de Opinião: O amanhã dos livros

Gabriel Bocorny Guidotti – Jornalista e escritor

        Sou um “livrólatra”. Tenho vício em livros. Começo um, devoro e parto para outros. Não posso evitar. Devo admitir que o momento de pós-leitura é melhor do que a leitura em si, pois passo a diagnosticar os motivos pelos quais o enredo chegou ao clímax. Refletir faz parte dessa arte léxica. Assim posto, meu gostar de livros é condicionado: jamais cederei à literatura digital. A experiência não tem a mesma tenacidade, em minha opinião.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhRQQXu9puqDz8tVCv7H35mignjvE2ngm5FurzRad08q3BEJJM0hMlHg42X-oYrZjgfflqE_uJ0dcEqAXHSkvsPIpSxmv31lMlxY466xzYHkvrRFYcP6EsPBb4F23kqwuVb1ym3Y9zOP249tPPqHS5yG9SHfuVVBGzsPKEG-xc3obDw0JJqoImdbE3LVmU/s1600/livro.jpg


        Durante a semana observei, dentro de um ônibus, alguns jovens usando aparelhos de e-books. Sem temer olhares paralelos, eles liam arquivos que outrora eram impressos e colocados com orgulho na estante. Parei para pensar. Será que os livros eletrônicos vão acabar com o bom e velho livro em sua forma ortodoxa? Será que todo papel, por uma questão de praticidade, será substituído por um link dentro de computadores?

        Desde Gutenberg, fundador da prensa gráfica – que permitiu a propagação de um imenso universo literário – o homem deu asas à criação. A comunicação escrita, restrita então às classes dominantes, viu na impressão uma expansão por todos os cantos da Europa e do mundo. E tal evolução permanece em constante movimento, pois os impressos, tidos como grande referência de conhecimento, tiveram de se adaptar às novas tendências, ganhando outros formatos e se propagando pelo meio digital.

        E-books, desse modo, são a prensa gráfica do século XXI. Se eles vão amealhar corações e acabar com a forma tradicional de leitura? Bem, o futuro dirá. Jamais se pode condenar a tecnologia, pois ela surge para nos auxiliar. A inovação sempre será uma opção. Você pode utilizá-la ou não. Eu optei. Tocar o papel, sentir o cheiro de um livro novo, manusear as páginas do conhecimento… o livro impresso é mais do que mera circunstância de leitura.

        Um livro digital pode ser carregado em um mínimo pen drive. Mais do que isso, dentro de leitores digitais é possível armazenar milhares de títulos e explorar universos que vão muito além da tela de cristal líquido. Os impressos, entretanto, são cult  e carregam as memórias de um passado brilhante. Observar suas capas, escolher entre um e outro num jogo de encontros e desencontros são fatores diferenciais para leitores assíduos como eu. Um caso de amor, diga-se de passagem, para a vida inteira.

GUIDOTTI, Gabriel Bocorny. O amanhã dos livros. Gazeta do Triângulo. Disponível em: www.gazetadotriangulo.com.br/tmp/noticias/artigo-de-opiniao-o-amanh-a-dos-livros. Acesso em: 30 abr. 2022.

Fonte: Língua Portuguesa. Linguagens – Séries finais, caderno 1. 8º ano – Larissa G. Paris & Maria C. Pina – 1ª ed. 2ª impressão – FGV – MAXI – São Paulo, 2023. p. 45.

Entendendo o artigo:

01 – Qual a principal tese defendida pelo autor sobre a leitura de livros físicos e digitais?

      O autor defende a superioridade da experiência de leitura em livros físicos, valorizando o contato com o papel, o cheiro da tinta e a sensação de manusear um objeto físico. Apesar de reconhecer as vantagens dos livros digitais, como a praticidade e a capacidade de armazenamento, ele argumenta que a experiência de leitura em um livro físico é única e irreprodutível.

02 – Qual a importância histórica da invenção da prensa móvel para a disseminação da leitura?

      A invenção da prensa móvel por Gutenberg revolucionou a forma como as informações eram disseminadas, permitindo a produção em massa de livros e democratizando o acesso à leitura. Antes da prensa, os livros eram copiados à mão, o que limitava sua produção e os tornava inacessíveis à maioria da população.

03 – Como o autor compara os livros digitais com a prensa móvel?

      O autor compara os livros digitais com a prensa móvel, argumentando que ambos representam revoluções na forma como lemos e acessamos informações. Assim como a prensa móvel democratizou o acesso à leitura no passado, os livros digitais têm o potencial de transformar a forma como lemos no presente.

04 – Quais são os principais argumentos do autor em defesa da leitura em livros físicos?

      O autor argumenta que a leitura em livros físicos proporciona uma experiência mais rica e completa, envolvendo os sentidos da visão, do tato e do olfato. Ele destaca a importância do contato físico com o livro, da possibilidade de marcar as páginas e de construir uma biblioteca pessoal.

05 – Qual a sua opinião sobre a coexistência de livros físicos e digitais?

      Essa pergunta não possui uma resposta única e correta, pois é uma questão de opinião. No entanto, a partir da leitura do texto, é possível inferir que o autor acredita na coexistência de ambas as formas de leitura, cada uma com suas próprias vantagens e desvantagens. Ele valoriza a experiência da leitura em livros físicos, mas reconhece a importância dos livros digitais como ferramentas complementares.

 

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