terça-feira, 30 de maio de 2017

TEXTO: Escrita criativa: os segredos de escritores e professores de redação criativa para a realização de um bom texto.; E OUTROS TEXTOS COM GABARITO

Textos para as questões de 01 a 03.


Escrita criativa: os segredos de escritores e professores de redação criativa para a realização de um bom texto.
 Texto 1
 Eliane Brum
"Começo a escrever dentro de mim. Vou ao computador com o texto já em mim. Resolvo os meus conflitos pela escrita" Tanto na reportagem como na ficção começo a escrever dentro de mim. Sou intuitiva na minha escrita. Dificilmente tenho bloqueios, porque quando vou para o computador a história já está dentro de mim. O processo é como uma gestação. A reportagem começa em um movimento interno de esvaziamento - da visão de mundo, dos preconceitos, dos julgamentos. Sei que nunca vou me esvaziar por completo - não podemos esquecer que somos seres históricos. Volto preenchida pela voz que é do outro, pela história do outro. [...] Na ficção é outro processo: o de ser possuído pela própria voz, pelas vozes do seu subterrâneo que você nem sabia que tinha. Também é uma apuração - dos seus interiores. Ela também começa dentro de mim. É um processo totalmente solitário. É preciso aguentar a angústia. […]
 Texto 2
 Stella Florence
 "Escrever é cortar o ego do escritor. A técnica deve misturar-se à criação sem que percebamos". Há uma frase atribuída ao Rubem Fonseca que considero perfeita: "Escrever é um labirinto cuja dificuldade não é encontrar a saída, mas a entrada". Quando se encontra a entrada do texto, tem-se tudo - e não há como forçar esse encontro. Eu costumava organizar notas, blocos, cadernos, até perceber que eu jamais esquecia o que realmente iria virar texto. Agora eu deixo que a memória funcione como um filtro. [...] Não tenho manias ou necessidades externas. Preciso apenas de concentração (isso pode acontecer em casa, num aeroporto, num bar, desde que não falem comigo). [...]
 Texto 3
 Xico Sá
 Nessa correria de hoje está todo mundo com déficit de atenção. Uma boa abertura é fundamental para abrir a porta ao leitor. Sem um bom começo há mais dificuldade na leitura. Penso numa frase de maior impacto para prender o leitor. A linguagem com termos pouco usuais funciona, chama a atenção. No texto de internet, que é para o povo mais apressado ainda, jogo adiante dois ou três significados do termo, até brincando com ele. Para livros não tenho essa preocupação, pois imagino um leitor com mais reflexão, que possa ter o entendimento por ele mesmo. São expressões às vezes regionais, que eram usuais no português em desuso. [...] Inspiro-me tanto em Graciliano Ramos, pela secura do texto, como em Nelson Rodrigues, pelo contrário: por adjetivar, não ter medo do derramamento. [...] Há também a preocupação de fechar com boas frases. Não deixo o leitor sem uma satisfação final. [...]
Disponível em: http://www.controversia.com.br/index.php?act=textos&id=10533. Acesso em agosto de 2013. (Adaptado)


QUESTÃO 01.
 Cada escritor procura estratégias (especificidades linguísticas e estilísticas, etc) na hora de escrever um texto. Nos três excertos, identificamos uma característica comum entre eles:
A) a concentração no ato de escrita e reescrita do texto
B) o estilo, que é pessoal e intransferível no ato de escrita
C) a criatividade, como elemento importante no processo de escrita
D) o tempo, cujo trabalho é solitário e cheio de manias no processo de escrita

QUESTÃO 02.
Os autores citados apontam o tempo, a paciência e a técnica como elementos necessários no processo de criação de um texto.
 Assinale a alternativa CORRETA.
 A) Eliane Brum tem uma preparação emocional e afetiva anterior ao processo de escrita. Na produção de ficção, ela procura se envolver em questões que abarcam juízos de valores para, em seguida, empreender-se no processo solitário de escrita do texto.
 B) Stella Florence diz que o mais difícil na escritura de um texto não é a sua finalização, mas o início. Sistematizar os passos que antecedem o momento inicial é pré-requisito para que a memória funcione.
C) Xico Sá utiliza como estratégias para atrair a atenção do leitor frases boas e de impacto. Acredita que para cada tipo de texto, considerando sua circulação (internet, impresso, etc), é preciso atenção nas estratégias que deverá utilizar para prender o leitor.
D) Eliane Brum e Stella Florence apresentam pontos convergentes quando citam que o ofício da escrita deve se juntar à sua criação. Ademais, asseguram que a escrita é um ato de organização do raciocínio lógico.

QUESTÃO 03.
 A linguagem tem objetivos a alcançar: informar, exprimir emoções, interagir, convencer, entre outros.
 Assinale a alternativa CORRETA quanto à função da linguagem, utilizada pelos autores dos textos.
 A) O primeiro autor apresenta uma linguagem centrada no emissor e tem como objetivo explicar e persuadir o leitor de suas impressões pessoais a respeito do ato de escrever um bom texto.
 B) O segundo autor apresenta uma linguagem centrada na primeira pessoa. É apelativa e intenciona influenciar o leitor nos hábitos de escrita com o objetivo de comovê-lo para uma mudança.
C) O terceiro texto evidencia a subjetividade na forma de interagir com o leitor, ao recorrer a conceitos gerais sobre a composição de estratégias para atrair o leitor.
D) O primeiro e o segundo texto estão centrados na primeira pessoa. Têm como característica o uso de recursos expressivos para dar mais força e intensidade ao que se diz.

Texto para as questões de 04 a 08.

 Onde comprar estantes de livros?

1 Em 1970, voltando do meu doutoramento, comecei a montar casa no Rio de Janeiro. Logo notei que as lojas não ofereciam estantes de livros. Havia estantes de tudo, menos de livros. Diante do orçamento apertado, descobri uma solução. Por serem feitas em série, escadas de subir em postes de luz são muito baratas. Com elas e mais tábuas – para colocar os livros – resolvi o problema. Quando fui morar em Brasília, em 1980, foi a mesma coisa, pois nas lojas só havia estantes profundas, para jarras ou processos administrativos. Para livros, nem pensar. Comprei sólidas tábuas de mogno e fiz minha linda estante. Recentemente, com mudanças de escritório, precisei novamente de estantes. Debalde, peregrinei por Tok & Stok, Walmart e Leroy Merlin. Eram as mesmas de antes, para bibelôs e jarros. Para livros, ou são horrendas e mal-acabadas ou são os precários trilhos verticais, com mãos francesas de encaixe duvidoso. Acabei comprando gôndolas de quitanda, no mesmo gênero. Por desfastio, busquei também no site do Magazine Luiza, encontrando centenas de estantes, mas nem uma só para livros (a maioria era para TV).
 2 Como os donos dessas empresas não são tontos, é inevitável concluir que, se não oferecem boas estantes, é porque não há compradores. Ou seja, o brasileiro frequentador dessas lojas não possui o volume de livros que provocaria a demanda por elas. Os poucos que precisam de estantes mais avantajadas se entendem com seu marceneiro e pagam as contas, também mais avantajadas. Triste constatação, pois não? E como será no mundo mais rico? Apenas para ter uma ideia, abri o site do Ikea americano, uma cadeia multinacional de móveis baratos e de bom gosto. Digitando a palavra bookcase, aparecem 725 itens. Há um número para cada cor, aparecendo também acessórios e modelos menos apropriados para livros. Por seguro, digamos que existem mais de 300 modelos de estantes para livros. A comparação é escandalosa.
3 Falando de estantes de livros, em uma área rural da Islândia, uma casa de camponeses modestíssimos foi transformada em um museu sobre os hábitos e os estilos de vida locais. Mostra a casa como estaria por volta de 1920, austera e espartana, como tudo no país. Chamou atenção a biblioteca do dono. A estante, mais alta do que eu e com um bom metro e meio de largura, estava repleta de livros, com o desgaste que corresponde ao uso frequente. Quem já viu estante de livros nas aristocráticas fazendas brasileiras? Na realidade, os islandeses estão entre os leitores mais furiosos, comprando oito livros por pessoa/ano e os domicílios abrigando uma média de 338 livros. Na Austrália e na Nova Zelândia, mais da metade dos lares tem mais de 100 livros.
4 Como serão os hábitos de leitura dos brasileiros? Os resultados não são nada lisonjeiros. A média brasileira é de 1,8 livro lido por habitante/ano. Isso se compara com 2,4 para nossos vizinhos colombianos, cinco para os americanos e sete para os franceses.
5 Diriam os cínicos, e daí? Um passatempo como outro qualquer. Infelizmente, não é assim. Uma pesquisa em 27 países mostrou que a biblioteca familiar se correlaciona mais com bons resultados na educação do que a própria escolaridade dos pais. Uma biblioteca de 500 livros se associa a acréscimos de escolaridade que vão de três a sete anos. Segundo os autores, “uma casa onde os livros são valorizados fornece às crianças ferramentas que são diretamente úteis no aprendizado escolar...”. E tem mais, leitores mais assíduos visitam mais museus, fotografam mais e, surpresa, praticam mais esportes.
6 A revista The Economist inventou uma brincadeira que era avaliar o realismo das taxas de câmbio pela diferença de preço dos hambúrgueres no McDonald’s, já que em todos os países ele é o mesmo sanduíche detestável. Surpresa! O “índice do hambúrguer” revelou- se uma medida respeitável e tem vida longa. Quem sabe, além do Pisa, não poderíamos passar a medir educação e hábitos de leitura por uma simples pesquisa nos sites das lojas de móveis? Bastam alguns minutos. Isso é fácil, difícil será mudar essa triste situação.

 Cláudio de Moura Castro. Revista Veja. Edição 2251 (11/01/2012), p. 20 (com adaptações).
 QUESTÃO 04.
A afirmativa que traduz a ideia principal do texto está contida na alternativa
A) No Brasil, ainda faltam empresas especializadas que deem conta das necessidades de consumo da população.
B) Sozinho, o Pisa revela-se um instrumento precário na medição da educação e dos hábitos de leitura dos brasileiros.
 C) Atualmente, os islandeses costumam ler mais que os brasileiros, uma vez que os hábitos de leitura na Islândia surgiram com os camponeses, na década de 1920.
 D) Em geral, os brasileiros leem pouco e não possuem muitos livros em casa, o que pode estar correlacionado aos resultados insuficientes da educação do país.

 QUESTÃO 05.
Considerando os tipos textuais utilizados na sua composição, o texto apresenta, predominantemente, sequências
 A) interativas e narrativas.
 B) descritivas e dialogais.
C) argumentativas e narrativas.
D) expositivas e injuntivas.

QUESTÃO 06.
 Com base na leitura do texto, analise as afirmativas a seguir:
I.              O autor vem utilizando escadas e tábuas como estantes de livros desde 1970 até hoje, pois no Brasil essa é a solução mais barata para mobiliar uma biblioteca.
II.             As lojas de móveis brasileiras não costumam disponibilizar boas estantes de livros, porque aqui os clientes preferem comprar tais estantes em sites de multinacionais americanas.
III.           Uma pesquisa revelou que ter uma biblioteca em casa interfere direta e positivamente na educação escolar de uma criança.
IV.          Uma estante repleta de livros numa casa de modestos camponeses islandeses indica os bons hábitos de leitura dessa população já por volta de 1920.
V.            A taxa de câmbio ou o preço do hambúrguer poderiam ser usados para aferir os hábitos de leitura de um país.

 Está CORRETO o que se afirma em
A) I e II.
B) I e III.
C) II e IV.
D) III e IV.

QUESTÃO 07.
 Assinale a alternativa em que TODAS as palavras retiradas do texto seguem a mesma regra de acentuação gráfica.
A) Série – Brasília – domicílios – países
B) Gôndolas – modestíssimos – acréscimos – hambúrgueres
C) É – há – daí – três
D) inevitável – hábitos – fácil – difícil

 QUESTÃO 08. Na construção do texto, há o emprego de diferentes recursos linguísticos e expressivos que produzem certos efeitos de sentido. Sobre esse aspecto, analise as afirmativas a seguir:
I.              As frequentes perguntas ao longo do texto, a começar pelo seu próprio título, sinalizam opinião não formada, imparcialidade e ausência de defesa de ponto de vista.
II.            O questionamento “Quem já viu estante de livros nas aristocráticas fazendas brasileiras?” (3º parágrafo) funciona no texto como uma pergunta retórica.
III.           A intertextualidade explícita, marcada pelo recurso das aspas (5º parágrafo), corrobora as ideias promovidas no texto.
IV.          A ironia está presente no questionamento: “Quem sabe, além do Pisa, não poderíamos passar a medir educação e hábitos de leitura por uma simples pesquisa nos sites das lojas de móveis?” (6º parágrafo).
Está CORRETO o que se afirma em
A) I, II e III.
B) I, III e IV.
C) II, III e IV.
D) I, II e IV.

 Texto para as questões de 09 a 11

 Acredite no conhecimento

 "Vivemos numa era em que a informação é abundante como em nunca outra."
Taí um dos clichês mais repetidos da atualidade. Tão repetido que Eric Schmidt, ex-CEO do Google, até o transformou em número: a cada 48 horas, produzimos 5 bilhões de gigabytes. E isso é mais do que tudo que foi criado entre o começo do mundo e 2003. Uau. Muito bacana. Mas e daí? Daí que a realidade é um pouco diferente. Sim, vivemos numa era de abundância. Mas informação é uma coisa. Conhecimento é outra. Uma está para a outra como o tijolo para a casa. Uma pilha de tijolos tem potencial para fazer maravilhas. Mas sozinha ela é só uma pilha. Eis então um dos grandes desafios (e oportunidades) que temos adiante: transformar milhares de blocos, esses 5 bilhões de gigabytes de tijolos, em algo útil. Dá uma trabalheira, mas aqui, na SUPER, a gente se esforça para fazer nossa parte. Misturar cimento, construir as paredes, mostrar o contexto das coisas, dar sentido a elas, enfim, transformar informações em conhecimento. A gente se dedica obsessivamente a essa missão. Queremos mostrar, por exemplo, que não há previsão de fim do mundo no calendário maia. Essa é apenas uma das informações inúteis que somam no cálculo de Eric Schmidt. E que, maias ou não maias, o importante mesmo é entender que este planeta tem prazo de validade. É só uma questão de saber como ele vai desaparecer. Ou melhor: no que ele se transformará. Para descobrir é preciso investigar o sistema solar, a atmosfera, o interior do planeta, o ser humano. Essa busca é o tema da reportagem de capa. Um belo exemplo de quantos tijolos precisamos juntar para construir o conhecimento. Acredite no conhecimento. Levamos a ideia tão a sério que lançamos um curta-metragem com esse título no YouTube. Sucesso: mais de 320 mil pessoas assistiram em menos de um mês. É simplesmente o melhor viral do Brasil em 2011. Não viu? É só ir para abr.io/1WzP.
Um grande abraço.
 SÉRGIO GWERCMAN, Diretor de Redação. GWERCMAN, Sérgio. Acredite no conhecimento. Superinteressante. São Paulo, nº 298, p.10, Dez/2011. 8

QUESTÃO 09.
 Com a leitura do texto, depreendemos que a ideia principal é a seguinte:
 A) É preciso investigar quando será o fim do mundo.
 B) O fim do mundo não está previsto no calendário maia.
 C) Mesmo com tanta informação, temos grandes desafios.
 D) É preciso transformar informação em conhecimento.

QUESTÃO 10.
O propósito principal do autor desse texto é:
 A) discutir quando será o fim do mundo.
 B) relatar os últimos acontecimentos científicos.
 C) incentivar a busca por informações verdadeiras.
 D) defender seu ponto de vista em favor do conhecimento.

 QUESTÃO 11.
 Pela consideração do contexto, interpretamos que o autor revela ironia no seguinte trecho
 A) “Taí um dos clichês mais repetidos na atualidade.” (1º §).
 B) “Uau. Muito bacana.” (1º §).
 C) “A gente se dedica obsessivamente a essa missão.” (3º §).
 D) “Ou melhor: no que ele se transformará.” (3º §).

 Texto para as questões de 15 a 18.

ALBERT  EINSTEIN

Um gênio indecifrável Morto em 1955, aos 76 anos, Albert Einstein teve os olhos e o cérebro extraídos pelo médico Thomas Harvey. Dos olhos nunca mais se ouviu falar, mas o cérebro foi fotografado de todos os ângulos por Harvey com uma câmera Exakta de 35 milímetros e depois fatiado em 240 pedaços. Ele fez também 560 lâminas microscópicas. Distribuiu aleatoriamente o material a especialistas em todo o mundo, na esperança de que explicassem a mente mais brilhante do século XX. A mais recente análise, realizada pela antropóloga Dean Falk, da Universidade Estadual da Flórida, e divulgada em novembro do ano passado, baseou-se em fotografias feitas por Harvey que estavam desaparecidas. Falk foi a mais enfática pesquisadora a relacionar as habilidades intelectuais de Einstein com certas características físicas neuronais. Comparados com fotografias de outras dezenas de cérebros, o lobo parietal (responsável pela noção de espaço e pelo raciocínio matemático) e o córtex pré-frontal (sede do pensamento abstrato) de Einstein eram bem maiores. Mesmo assim, Falk é reticente quanto à existência de uma relação direta entre essas diferenças cerebrais e a genialidade: “Einstein tinha um cérebro extraordinário, mas os estímulos intelectuais ao longo da vida também foram determinantes”.
 Revista Veja, ano 46, n. 10, 06/03/2013
 QUESTÃO 12.
 Pela leitura do texto, é CORRETO afirmar que
 A) Albert Einstein deliberou antes de morrer a respeito de questões que diziam respeito à utilização de seu cérebro para pesquisas.
 B) o famoso cientista, autor da Teoria da Relatividade, distribuiu o material colhido a partir de fotografias de seu cérebro a especialistas renomados.
C) a relação de implicação direta – sem influência de outros fatores – entre áreas do cérebro de Einstein e sua capacidade intelectual é corroborada pelas pesquisas.
 D) a observação do cérebro de Einstein contribuiu para pesquisas sobre tamanho de regiões cerebrais e a capacidade intelectual, conquanto ainda não sejam possíveis conclusões definitivas a respeito.

QUESTÃO 13.
 Assinale a alternativa que NÃO apresenta recurso empregado no texto.
 A) Emprego de vocabulário técnico esmiuçado para o leitor.
 B) Predomínio de formas linguísticas que indiciam subjetividade.
 C) Conclusão que direciona o leitor para um determinado ponto de vista.
 D) Emprego da variedade padrão formal.

 QUESTÃO 14.
 Assinale a alternativa que NÃO apresenta palavra derivada por sufixação.
 A) esperança
B) aleatoriamente
C) lâminas
 D) habilidades

QUESTÃO 15.
 “Einstein tinha um cérebro extraordinário, mas os estímulos intelectuais ao longo da vida também foram determinantes.” Quanto às palavras retiradas do segmento acima, só NÃO se pode afirmar:
 A) cérebro e estímulo são palavras proparoxítonas.
 B) intelectuais e também apresentam ditongo decrescente.
 C) tinha e também apresentam dígrafo.
 D) determinantes tem 13 letras e 13 fonemas.

 Texto para a questão 16.

 Coitadinho, tão estressado [...]

O stress não vem com o número de horas de estudo ou com a dificuldade do assunto ou sua chatice – mas com a falta de preparação para lidar com isso. Um coreano pode passar 12 horas estudando, todos os dias, sem stress, pois é seu hábito. Um brasileiro que estuda 10 minutos por dia fica estressado se tiver de estudar meia hora. [...] Sofrer com o stress não é uma fatalidade. A solução é aprender a lidar com ele [...]. Achar que os alunos estão estressados porque estudam demais é parte do cacoete que explica nossos péssimos resultados nos testes internacionais. [...] Mesmo às vésperas do vestibular, as horas de preparação são poucas, até no ensino privado. Os números mostram: nossa educação combina uma jornada escolar curta com míseros minutos estudando em casa. É o pior dos mundos. [...] Coitadinho dos nossos alunos, tão estressados! Mas está errado, se há stress, não é por excesso de dedicação, por horas demais diante dos livros, mas por falta de hábito de estudar. Estressado é quem nunca estudou direito e, de repente, ouve dizer que para passar no vestibular é preciso mudar de vida. A solução não deve ser estudar pouco ou buscar um curso fácil, mas aprender a estudar e aprender a lidar produtivamente com o stress.
 Fragmentos do artigo de opinião de Claudio de Moura Castro Revista Veja, 24 de agosto, 2011.
QUESTÃO 16.
O título do texto e a expressão “coitadinhos dos nossos alunos, tão estressados” assumem, no texto, a função de uma figura de linguagem denominada
 A) ironia.
 B) metonímia
 C) metáfora.
 D) sinestesia.

 Texto para a questão 17.

Há escolas que são gaiolas e há escolas que são asas

Escolas que são gaiolas existem para que os pássaros desaprendam a arte do voo. Pássaros engaiolados são pássaros sob controle. Engaiolados, o seu dono pode levá-las para onde quiser. Pássaros engaiolados sempre têm um dono. Deixaram de ser pássaros. Porque a essência dos pássaros é o voo. Escolas que são asas não amam pássaros engaiolados. O que elas amam são os pássaros em voo. Existem para dar aos pássaros coragem para voar. Ensinar o voo, isso elas não podem fazer, porque o voo já nasce dentro dos pássaros. O voo não pode ser ensinado. Só pode ser encorajado.
 Rubem Alves
QUESTÃO 17.
Considerando o texto, aponte a opção CORRETA.
 A) As escolas que são gaiolas preparam melhor os alunos para que possam desenvolver melhor as competências e habilidades no aspecto profissional e pessoal.
B) As escolas que são gaiolas formam alunos para ser guiados, obedecerem, assim não darão prejuízo à sociedade.
 C) As escolas que são asas não amam os alunos, por isso incentivam à insubordinação.

D) As escolas que são asas preparam o aluno para autonomia, mediando o conhecimento prévio do aprendiz com o conhecimento formal.

Um comentário: