TEXTO - Sólido
Quase quatro anos atrás,
estava eu escolhendo em que instituição cursar o 3º ano do Ensino Médio. À
época, eu já era conhecida entre os colégios da cidade pelo bom desempenho
escolar, além de pelo hábito de “mudar de escola como se trocasse de meias”. Fiz
listas comparando um colégio com o outro, tentando matematicamente acertar na
minha escolha – afinal, os vestibulares ao fim do 3º ano representavam uma
etapa decisiva na minha vida, e eu precisava me preparar da melhor forma
possível. Foi então que resolvi abandonar meus algoritmos, que mais me
atrapalhavam do que me ajudavam a decidir, e passei a considerar o convite de
um grande amigo, me matriculando no novo colégio da cidade: o Sólido. Ao
primeiro momento, a ideia, antagonicamente, pareceu-me muito “Gasosa”, conforme
a piada da época. Era uma concepção diferente de ensino, que prometia tanto o
suporte teórico necessário para as provas, quanto também um apoio emocional –
este colocado tão em primeiro plano quanto a teoria ministrada em sala de aula.
Os primeiros dias de aula foram um pouco tensos. Professores de quem já havia
ouvido falar muito, apesar de nunca ter tido aula com eles antes. Poucos
colegas conhecidos. O sinal para a troca de horários tocava uma marchinha de
carnaval, a princípio, muito assustadora. A carga horária do 3º Federal
relativamente puxada, e as minhas incertezas: será que esse esquema de rever a
matéria dos anos anteriores e ainda a deste ano vai prestar? Aos poucos, o medo
foi se dissipando, e o aconchego que consegui encontrar em sala de aula
realmente “solidificou” as minhas ideias, reestruturou minha confiança em mim
mesma. Encontrei, naquela sala no Ibituruna Center, uma extensão da minha
família, a qual eu alegremente adicionei ao meu “genograma”. Conheci pessoas
que acrescentaram a mim novas experiências de vida, e que entendiam a minha
apreensão sobre o futuro, mas que sabiam me aconselhar sem que eu me sentisse
pressionada. Por fim, o caminho para a faculdade de medicina na Unimontes, tão
almejado pela maioria dos estudantes do nível médio, tornou-se muito mais
natural, ao menos mais confortável de ser percorrido. Hoje, sinto-me feliz por
ainda ser lembrada pela equipe do Sólido, e gostaria de expressar que essa
consideração é recíproca. Um dia – dependendo dos rumos que a profissão médica
tomar neste país –, retribuirei a vocês todo o carinho na forma de assistência
à saúde. Só não prometo à professora Eva que a letra continuará legível; o
apreço, porém, esse os anos não alteram.
Grande abraço!
Dâmaris Versiani Caldeira Gonçalves.
QUESTÃO 01
De acordo com o texto, pode-se afirmar quanto
à decisão da autora de vir estudar no Sólido, EXCETO:
A) teve a influência do convite de um grande
amigo.
B) chegou a cogitar que a escola poderia ser
adversa ao significado de seu próprio nome e à modalidade de ensino proposta.
C) fez comparações entre várias escolas, pois
sua decisão não devia ir de encontro às expectativas já bem delineadas para o
fim do seu 3º ano.
D) fez uma escolha
imediata e imponderada.
QUESTÃO
02
Depreende-se do texto que a
autora não só encontrou no Sólido o respaldo para suas expectativas em relação
a resultados em vestibulares, mas também valores que foram somados à sua
formação. Qual o trecho que endossa a afirmação?
A) “... o aconchego que consegui encontrar em
sala de aula realmente ‘solidificou’ as minhas ideias...”
B) “Hoje, sinto-me feliz por ainda ser
lembrada pela equipe do Sólido...”
C) “Encontrei, naquela sala do Ibituruna
Center, uma extensão da minha família...”
D) “Conheci pessoas
que acrescentaram a mim novas experiências de vida, e que entendiam a apreensão
sobre o meu futuro, mas que sabiam me aconselhar sem que eu me sentisse
pressionada.”
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