CRÔNICA - O "S" DO PROBLEMA
Paulo Mendes Campos
O jovem engenheiro,
desde estudante, dividira o tempo entre os livros e os exercícios atléticos, do
gênero força e saúde. Assim, quando viu que o encarregado da obra era um
português que não tinha mais tamanho, gostou. Gostou porque os fortes se
entendem e só confiam na força. Mas uma soturna rivalidade foi também se
criando entre os dois. Que, entre dois fortes, fica infalivelmente suspensa no
ar a tentação de saber quem é o mais forte. Um dia, o engenheiro chamou o
encarregado:
– Mande dois homens para arrancar a moldura do concreto da laje.
O português sorriu com menoscabo:
– Dois homens, doutor?! Eu cá num abrir de olhos faço a coisa.
E zás-trás, plac-ploc, o encarregado foi arrancando com violência as peças de madeira que protegiam o concreto, enquanto o doutor o contemplava na faina hercúlea, entre embevecido e safado da vida. Aquilo lhe chegava como um desafio pessoal e ameaça à autoridade.
Três dias depois, parte-se a peça de ferro que prende a caçamba ao guincho. O engenheiro arranjou um bom pedaço de ferro retilíneo e foi ao português:
– Faça um S com este ferro.
O homem foi saindo com a barra na mão.
– Ei, onde você vai?
– Vou fazer o S no torno.
O engenheiro tomou-lhe a barra.
– Torno? Pra que torno?
Zás-trás, plac-ploc, sob o olhar pasmado do português, nosso amigo fez da peça de ferro um S perfeito.
– Tome isto. E fique sabendo que quem manda aqui sou eu! Tá?
– Mande dois homens para arrancar a moldura do concreto da laje.
O português sorriu com menoscabo:
– Dois homens, doutor?! Eu cá num abrir de olhos faço a coisa.
E zás-trás, plac-ploc, o encarregado foi arrancando com violência as peças de madeira que protegiam o concreto, enquanto o doutor o contemplava na faina hercúlea, entre embevecido e safado da vida. Aquilo lhe chegava como um desafio pessoal e ameaça à autoridade.
Três dias depois, parte-se a peça de ferro que prende a caçamba ao guincho. O engenheiro arranjou um bom pedaço de ferro retilíneo e foi ao português:
– Faça um S com este ferro.
O homem foi saindo com a barra na mão.
– Ei, onde você vai?
– Vou fazer o S no torno.
O engenheiro tomou-lhe a barra.
– Torno? Pra que torno?
Zás-trás, plac-ploc, sob o olhar pasmado do português, nosso amigo fez da peça de ferro um S perfeito.
– Tome isto. E fique sabendo que quem manda aqui sou eu! Tá?
(Paulo Mendes
Campos)
1. “O jovem
engenheiro, desde estudante, dividira o tempo entre os livros e os exercícios
atléticos, do gênero força e saúde.” Nesta passagem, o narrador nos leva a
concluir que ele:
a.( ) critica o jovem engenheiro porque, como estudante, ele só devia estudar.
b.( ) ridiculariza o jovem engenheiro, porque força bruta não vai bem com capacidade intelectual.
c.( ) elogia o jovem engenheiro por fazer a união entre competência profissional e força física.
d.( ) louva o jovem por aproveitar o tempo livre em exercícios atléticos, ao invés de ficar sem fazer nada.
e.( ) considera irrelevante o fato de o jovem engenheiro ter-se dedicado também a exercícios atléticos.
a.( ) critica o jovem engenheiro porque, como estudante, ele só devia estudar.
b.( ) ridiculariza o jovem engenheiro, porque força bruta não vai bem com capacidade intelectual.
c.( ) elogia o jovem engenheiro por fazer a união entre competência profissional e força física.
d.( ) louva o jovem por aproveitar o tempo livre em exercícios atléticos, ao invés de ficar sem fazer nada.
e.( ) considera irrelevante o fato de o jovem engenheiro ter-se dedicado também a exercícios atléticos.
2. “Soturna
rivalidade” é o mesmo que rivalidade:
a.( ) permanente
b.( ) aparente
c.( ) ostensiva
d.( ) irracional
e.( ) dissimulada
a.( ) permanente
b.( ) aparente
c.( ) ostensiva
d.( ) irracional
e.( ) dissimulada
3. Com a resposta:
“… Eu cá num abrir de olhos faço a coisa”, o português revela-se:
a.( ) insubordinado
b.( ) competente
c.( ) orgulhoso
d.( ) prestativo
e.( ) ofendido
a.( ) insubordinado
b.( ) competente
c.( ) orgulhoso
d.( ) prestativo
e.( ) ofendido
4. “Zás-trás,
plac-ploc”, a onomatopeia dá ideia de:
a.( ) força
b.( ) rapidez
c.( ) concentração
d.( ) falta de jeito
e.( ) cautela
a.( ) força
b.( ) rapidez
c.( ) concentração
d.( ) falta de jeito
e.( ) cautela
5. “Tá?”, esta
expressão final, típica da linguagem popular, dá a entender que o engenheiro:
a.( ) fazia uma pergunta
b.( ) mostrava dúvidas
c.( ) afirmava categoricamente
d.( ) exclamava contente
e.( ) queria ouvir a opinião de outra pessoa.
a.( ) fazia uma pergunta
b.( ) mostrava dúvidas
c.( ) afirmava categoricamente
d.( ) exclamava contente
e.( ) queria ouvir a opinião de outra pessoa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário