quarta-feira, 17 de maio de 2017

POEMA: ODE AO BURGUÊS - MÁRIO DE ANDRADE - COM GABARITO

POEMA: ODE AO BURGUÊS
                 Mário de Andrade

Eu insulto o burguês! O burguês-níquel,
O burguês-burguês!
A digestão bem-feita de São Paulo!
O homem-curva! O homem-nádegas!
O homem que sendo francês, brasileiro, italiano,
É sempre um cauteloso pouco a pouco!



Eu insulto as aristocracias cautelosas!
Os barões lampiões! Os condes Joões! Os duques zurros!
Que vivem dentro de muros sem pulos,
E gemem sangue de alguns mil-réis fracos
Para dizerem que as filhas da senhora falam o francês
E tocam os “Printemps” com as unhas!

                                        Mário de Andrade. In: Poesias completas. São Paulo:
                                                                               Círculo do Livro, 1976, p. 45-7.

1 – O texto é modernista. Só NÃO o comprova:
a)     A utilização poética de imagens consideradas antipoéticas pela tradição.
b)    O repúdio ao comportamento conservador da burguesia.
c)     A referência a situações cotidianas.
d)    A permanência da temática tradicional.
e)     O uso da liberdade métrica.

2 – O texto, realmente, compõe o Discurso do Insulto. Que elementos formais comprovam tal afirmação?
       O uso de substantivos e adjetivos fortes na caracterização do burguês e as metáforas caricaturais.

3 – Em que passagem a crítica socioeconômica se encontra mais evidente? Transcreva-a.
        Na 2ª estrofe.

4 – Que interpretação podemos dar à expressão “burguês-burguês”?
       É a imagem do burguês autêntico, com toda as suas características exemplares de dominador capitalista.


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