domingo, 15 de maio de 2022

POEMA: O MARRUÊRO - CATULO DA PAIXÃO CEARENSE - VARIEDADE LINGUÍSTICA - COM GABARITO

 Poema: O Marruêro

         Catulo da Paixão Cearense

[...]


Lá, pras banda onde eu nasci,

Já se falava do amô:

todas as boca dizia

que era farso e matadô!

[...]

Nas marvadage do Amô

não hay cabra que não caia,

quando o diabo tira a roupa,

tira o chifre e tira o rabo

pra se visti c’uma saia!

 

Se adisfoiando no samba,

cantando uma alouvação,

eu vi a frô dos caborge

das morena do sertão!

 

Trazia dento dos oio

istrepe e mé, cumo a abeia!

Oiou-me cumo uma onça!...

E, ao despois, cumo uma oveia!

 

Aqueles oio xingoso,

eu confesso a vasmincê,

ruía a gente pru dento

que nem dois caxinguelê!

[...]

Pru mode daqueles oio,

dois marvado mucuim,

um violero, afulemado,

partiu pra riba de mim!

 

Temperei minha viola,

intrei logo a puntiá,

e ambos os dois se peguemo,

n’um disafio, ao luá!

[...]

Só despois que nestas corda

fiz pinto cessá xerém,

vi que o bichão se chamava:

— Manué Joaquim do Muquém!

 

Manué Joaquim era um cabra

naturá de Piancó!...

Quando gimia no pinho,

chorava, cumo um jaó!

 

Eu, marruêro, arrespundia

nestas corda de quandu,

e os acalanto se abria,

cumo as frô do imbiruçu!

 

Foi despois do disafio,

quando eu saí vencedô,

que os canto e os gemê dos pinho

n’um turumbamba acabou!!

 

Inquanto nós dois cantava,

sem ninguém tê dado fé,

tinha fugido a caboca

cum o Pedro Cachitoré!!!

[...]

Tinha fugido, marruêro,

aquela frô dos meus ai,

cumo uma istrela que foge,

sem se sabê pra onde vai!!!

[...]

Alegre, passava um bando

das verde maracanã!...

Fermosa, cumo a caboca,

vinha rompendo a minhã!

[...]

Eu tinha o corpo fechado

pra tudo o que é marvadez!

Só de surucucutinga

eu fui murdido três vez!...

 

Tando cum o corpo fechado,

pras feitiçage do Amô,

pensei que eu tava curado!

[...]

Pra riba de mim, Deus pode

mandá o que ele quizé!

O mundo é grande, marruêro!...

Grande é o amô!... Grande é a fé!...

 

Grande ó o pudê de Maria,

isposa de São José!...

O Diabo, o Anjo mardito,

foi grande!... Cumo inda é!!

 

Mas porém, nada é mais grande,

mais grande que Deus inté,

que uma chifrada, marruêro,

dos oio d’uma muié!!!

                CEARENSE, Catulo da Paixão. Meu sertão. 15. ed. Rio de Janeiro: A Casa do Livro, 1967. p. 61-71.

Fonte: Livro – Viva Português 1° – Ensino médio – Língua portuguesa – 2ª edição 1ª impressão – São Paulo – 2014. p. 79-81.

Entendendo o poema:

01 – No caderno, responda: Qual é o assunto do texto lido?

      Sofrimento por um amor não correspondido.

02 – Considerando apenas o eu lírico desse texto, explique como ele é?

      O eu lírico é um homem, um violeiro apaixonado.

03 – O eu lírico do texto poético de Catulo da Paixão Cearense se dirige a um amigo usando qual pessoa gramatical? Justifique com palavras do texto.

      Usa a 2ª pessoa do plural – vasmincê.

04 – Ao dirigir-se a seu interlocutor, o eu lírico do texto lido faz uma evocação. Escreva as palavras, ou a expressão, usadas para fazê-la em cada texto.

      Senhor Fremosa, Marruêro, vasmincê.

05 – Há no texto palavras que são grafadas de acordo com o modo como são faladas em diferentes regiões do país. O autor rima-as entre si ou com palavras grafadas tal qual a variedade-padrão da língua. Cite pelo menos três casos dessas ocorrências.

      Amô/matado; abeia/oveia; vasmincê/caxinguelê; puntiá/luá; malvadez/vez; quizé/fé; inté/muié.

06 – O texto poético de Catulo da Paixão Cearense, escrito no século XX, tem semelhanças com as cantigas do século XIII, ligando-se a elas por diversas tradições populares. Você diria que a linguagem usada nele pode ser vista apenas como uma forma incorreta de se escrever? Explique a importância dessas questões para o texto poético.

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: A linguagem de Catulo é bastante rica e adequada ao contexto em que é utilizada. Sua ligação com as cantigas demonstra um grande valor cultural não desfeito pelo tempo. A relação entre a grafia das palavras do poema e as normas urbanas de prestígio tem pouco ou nenhum valor, pois o uso dessa grafia no texto é adequado e significativo como recurso sonoro e lírico, elementos característicos dessa poesia popular, mostrando a riqueza expressiva com que o tema é tratado.

 

 

 

POEMA: O HAICAI - MATSUO BASHÔ - COM GABARITO

 Poema: O Haicai   

      O Haicai é uma forma fixa de poema surgida no Japão a partir de uma longa tradição, que remonta ao século VII. Em sua forma mais antiga, era a estrofe inicial de uma forma poética mais longa, mas, com o tempo, passou a ser conhecido como estrutura autônoma, independente. Na cultura japonesa, essa composição poética teve seu auge com Matsuo Bashô, poeta que viveu no século XVII e infundiu ao texto a importância da simplicidade e o olhar atento sobre a natureza.

        O Haicai japonês é constituído por três segmentos e 17 fonemas. No Brasil, tornou-se consagrada a forma proposta pelo poeta Guilherme de Almeida nos anos 1940: um poema de uma estrofe com três versos, sendo o primeiro e o terceiro compostos por cinco sílabas e rimados entre si, e o segundo verso composto por sete sílabas poéticas e rima interna entre a segunda e a sétima sílaba. Dentro de uma forma tão estrita, o haicai deve registrar a impressão de um momento e toda a reflexão que pode estar contida nele. Difícil? Veja como se saíram os poetas a seguir na elaboração de seus haicais.      

                                O ocaso

                                          Abel Pereira

                  No rio profundo

                  O sol parece outro sol

                  A emergir do fundo.

                                          PEREIRA, Abel. In: GUTTILLA, R. W.; op. cit.

                                Infância

                                          Guilherme de Almeida

                  Um gosto de amora

                  Comida ao sol. A vida

                  Chamava-se “Agora”.

                                          ALMEIDA, Guilherme de. In: GUTTILLA, R. W., op. cit.

                                O Haicai

                                           Guilherme de Almeida

                  Lava, escorre, agita

                  A areia. E enfim, na bateia,

                  Fica uma pepita.

                                           ALMEIDA, Guilherme de. op. cit.

Fonte: Livro – Viva Português 2° – Ensino médio – Língua portuguesa – 1ª edição 1ª impressão – São Paulo – 2011. Ed. Ática. p. 161-3.

Entendendo o poema:

01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo:

·        Bateia: recipiente com fundo em formato de cone, utilizado na exploração de pedras preciosas.

·        Emergir: aparecer, vir à tona.

·        Pepita: fragmento de metal (em geral, de ouro).

·        Ocaso: 1 – O aparente declínio de um astro no horizonte, do lado oeste; poente. 2 – O lado do horizonte onde o sol parece esconder-se; ocidente. 3 – Fim, final, limite. 4 – Que se encaminha para a ruína, queda, decadência.

02 – Que movimento aparente do sol o poema apresenta?

      O poema apresenta o pôr do sol.

03 – Como o sol é observado pelo eu lírico? De forma direta ou indireta?

      Indireta, pois ele o observa por meio de sua imagem refletida no rio.

04 – A palavra responsável pela ideia de movimento do poema é o verbo emergir. Considere o seu significado e explique o que o eu lírico vê exatamente.

      O eu lírico vê o movimento do sol refletido na água do rio, o que lhe dá a impressão de que o astro, em lugar de se pôr, surge, vem à tona de dentro da água.

05 – A visão espelhada do sol aparece na composição do poema, ou seja, ele está também presente na forma. Identifique o recurso usado pelo poeta para construir essa imagem.

      No segundo verso, a palavra sol aparece duas vezes: quase no seu início e no seu fim – “o sol parece outro sol”.

06 – Um dos sentidos da palavra ocaso, de acordo com o dicionários, refere-se a fim, final, limite, significado conotativo que enfatiza a ideia de término, normalmente atribuída a pôr do sol. Ao enxergar o sol a emergir do rio profundo, que nova interpretação o eu lírico propõe para o ocaso?

      Dependendo do ponto de vista, é possível alimentar a ilusão de que o final pode também representar um começo.

07 – Releia o poema “Infância”, de Guilherme de Almeida, observando como a intensidade das experiências da infância foi representada nesse haicai.

a)   O eu lírico destaca três dos cinco sentidos. Quais são eles? Que termos os representam?

Paladar (gosto de amora); visão (sol). Tato (ao sol).

b)   Essa intensidade é reforçada, ainda, por uma marca temporal no texto. Identifique-a e dê o significado que ela adquire no contexto.

Trata-se da palavra “Agora”, representando a despreocupação com o futuro e o envolvimento com as experiências do momento presente.

c)   O último verso apresenta um verbo no pretérito imperfeito: “chamava-se”, referindo-se à vida. Se a vida chamava-se “Agora” durante a infância do eu lírico, o que pode fazer parte do seu tempo presente?

As preocupações com o futuro, talvez a incapacidade de viver intensamente cada momento, de entregar-se de corpo aberto às experiências.

08 – Releia o poema “O Haicai”, de Guilherme de Almeida. Observe que ele compara a elaboração de um haicai à busca por uma pedra preciosa. Considere o conteúdo desse poema e a estrutura dos demais haicais deste estudo e responda: segundo o eu lírico de “O Haicai”, em que consistiria a elaboração desse pequeno poema?

      Resposta pessoal do aluno.

 

TEXTO: CRISE EXISTENCIAL - PHILIPPE VAN DEN BOSCH - COM GABARITO

 Texto: Crise existencial

         Philippe Van Den Bosch

        Há várias maneiras de vir a interrogar-se sobre a felicidade e todas elas são crises existenciais. Oscar Wilde dizia basicamente que há duas tragédias na existência: não conseguir satisfazer todos os desejos e conseguir satisfazer todos os desejos.

      Em suma, a existência é sempre trágica para Wilde, que é um grande otimista. O primeiro caso é tristemente corriqueiro: tendo chegado a certa fase da vida, percebe-se que não se consegue obter aquilo de que se precisa para ser feliz. Um abatimento, mesmo um desespero pode suceder a essa tomada de consciência, e isso pode levar à reflexão filosófica porquanto temos de encontrar uma outra via para atingir a felicidade. O segundo caso é mais raro. É do homem maduro que venceu em tudo na vida, que obteve tudo o que projetara ter, portanto tem "tudo para ser feliz", como se diz, porque precisamente não o é. Seu transtorno é maior ainda: que é que lhe pode então dar a felicidade? Já tem tudo o que se pode desejar. O mundo lhe parece vazio e tedioso. Para alcançar a felicidade, a meditação filosófica é, portanto, seu último recurso. É possível que a filosofia tenha sido inventada por homens assim. Mas não é necessário atingir uma idade madura para conhecer crises existenciais. O adolescente pode revoltar-se contra o modo de vida padronizado que a sociedade lhe propõe. Bem pressente que ele não lhe trará satisfação. Mas não sabe o que lhe propiciará a felicidade. Portanto, também ele deve começar a refletir para o saber e assim já tornar-se um pouco filósofo.

        Fica claro desde então que para encontrar a felicidade não podemos fazer economia de uma investigação filosófica, nem nos privar das luzes dos grandes pensadores.

Phillipe van den Bosch. A filosofia e a felicidade. São Paulo: Martins Fontes, 1998.

Fonte: Livro – Viva Português 1° – Ensino médio – Língua portuguesa – 2ª edição 1ª impressão – São Paulo – 2014. p. 28.

Entendendo o texto:

01 – Com que finalidade, provavelmente, esse texto foi escrito?

      Na leitura do texto podemos perceber que o autor defende uma opinião: a investigação filosófica como meio para encontrar a felicidade.

02 – Para escrever seu texto e atingir essa finalidade, o autor parte de temas que são importantes na vida de pessoas de todas as sociedades, em todos os tempos. Que temas são esses?

      A insatisfação com a própria vida, as crises existenciais, a busca da felicidade.

03 – A forma usada para comunicar as ideias do texto (a seleção de palavras, a construção das frases, a organização das informações) é direta, objetiva? Ou o texto é construído de tal forma que permite interpretações diferentes do que está explícito?

      A forma de construção do texto é direta, objetiva.

                                                                         

 

TIRA: CALVIN ÁGUA - VERBOS - COM GABARITO

 Tira: Calvin água

 

Fonte da imagem -https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgp0aXvWnrpBI9IL3KhbeRENhCdocUC78Ocg3FeasV_xd_E_pVS1uJTPy9KJ4kOU4kbB6OMT8Rli7Cwqp8BoTFFwrisOltf4lAT_W7mSCpqHOHRp2Ru96oR2yaWc-5E55RGtNPXkTHZW2852euqglT-3RBbrAsIkrdY8mePGsnYy44I2QPW3qJwFJ73/w382-h195/CALVIN%20AGUA.jpg

Fonte: Livro – Tecendo Linguagens – Língua Portuguesa – 8º ano – Ensino Fundamental – IBEP – 4ª edição. São Paulo. 2015. p. 93.

Entendendo a tira:

01 – Em seu caderno, explique como pode ser caracterizada a atitude de Calvin em relação às flores, nos três primeiros quadrinhos.

      Calvin age de forma ameaçadora. O fato de ele possuir um regador cheio de água, algo de que as flores precisam, faz com que ele se posicione como se fosse superior a elas.

02 – Podemos afirmar que ocorre uma quebra de expectativa no último quadrinho. Em seu caderno, explique qual é ele?

      No último quadrinho, começa a chover. Esse fato frustra a intensão de Calvin de ser o único a ter a posse de que as flores precisavam.

03 – Em sua opinião, que tipo de crítica está presente nessa tirinha?

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: A ambição do ser humano de controlar a natureza leva-o a desrespeitá-la.

04 – Em seu caderno, transcreva apenas os verbos que aparecem nas frases do primeiro quadrinho.

      “Querem” e “tenho”.

05 – Agora, transcreva em seu caderno as expressões que complementam o sentido de cada um desses verbos.

      “Um pouco de água” e “bastante (água) aqui”.

06 – Se as expressões que complementam esses verbos fossem retiradas, o sentido seria mantido? Explique a importância desses complementos.

      Não haveria sentido, porque ambos precisam de complemento quem quer, quer algo; quem tem, também tem algo.

07 – Em seu caderno, crie outros complementos para cada um desses verbos.

      Resposta pessoal do aluno.

TIRA: CALVIN PERDIDOS - BILL WATTERSON - TIPOS DE FRASES - COM GABARITO

 Tira: Calvin perdidos       

 

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WATTERSON, Bill. Calvin e Haroldo: e foi assim que tudo começou. São Paulo: Conrad, 2007.

Fonte: Livro – Viva Português 1° – Ensino médio – Língua portuguesa – 2ª edição 1ª impressão – São Paulo – 2014. p. 100-1.

Entendendo a tira:

01 – Quais são os tipos de frases observados na tira? Exemplifique com trechos que aparecem nos quadrinhos.

      Frase declarativa: “A palavra ‘perdidos’ nem existe no nosso vocabulário.” / “Estamos perdidos de novo.”; Frase interrogativa: “Que tal a palavra ‘mamãe’?”; Frase exclamativas: “Rá! Somos exploradores corajosos!”; “Mamãããeee!!”.

02 – No segundo quadrinho, Calvin produz uma frase. Atente ao que ele diz e à sua imagem, depois responda:

a)   O que essa imagem nos informa a respeito de Calvin?

Essa frase indica que ele é corajoso.

b)   Ao lermos o terceiro e o quarto quadrinhos, o sentido das falas de Calvin nos dois primeiros é alterado. Explique como isso acontece.

Calvin quer parecer corajoso, usando frases de impacto nos primeiros quadrinhos, mas, na verdade, está com medo e acaba se rendendo à sugestão do amigo Haroldo de chamar por sua mãe.

03 – No último quadrinho há só uma palavra, mas podemos dizer que temos uma frase por causa do contexto, já que é possível deduzir que por trás do significado literal da palavra “Mãããeee!!” há outro. No caderno, escreva a(s) frase(s) que, em sua opinião, melhor traduz(em) o que sente a personagem nesse quadrinho. Elabore argumentos que justifiquem sua resposta.

·        Olá, estamos aqui!

·        Precisamos de ajuda!

·        Estamos perdidos!

·        Socorro!

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: As quatros alternativas são possíveis.

TIRA: HAGAR FILHOTES - TRANSITIVIDADE VERBAL - COM GABARITO

 Tira: Hagar filhotes

      

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Fonte: Livro – Viva Português 1° – Ensino médio – Língua portuguesa – 2ª edição 1ª impressão – São Paulo – 2014. p. 280.

Entendendo a tira:

01 – Na fala de Helga, classifique, quanto à transitividade, os verbos caiu, começou, converteu, saquearam e teve, identificando os objetos diretos e/ou indiretos e um adjunto adverbial de tempo.

      Cair e começar: intransitivos; Converter, saquear e ter: transitivos diretos; os francos, a nossa aldeia, filhotes: objetos diretos; Em junho: adjunto adverbial de tempo.

02 – Identifique o objeto responsável pelo humor do texto.

      Filhotes.

03 – Dentro da ideia geral do texto, por que esse termo é o responsável pelo humor?

      Porque os demais itens enumerados tinham importância social, política e histórica em oposição a um fato prosaico, cotidiano, que era o nascimento de filhotes, e para o qual Hagar deu mais importância.

QUADRO: IDÍLIO - TARSILA DO AMARAL - COM GABARITO

Quadro: Idílio

          

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           Tarsila do Amaral. Idílio (1929). Óleo sobre tela.

Fonte: Livro – Tecendo Linguagens – Língua Portuguesa – 9º ano – Ensino Fundamental – IBEP – 4ª edição. São Paulo 2015. p. 148-9.

Entendendo o quadro:

01 – Que sentimentos a imagem desperta em você?

      Resposta pessoal do aluno.

02 – Essa tela de Tarsila do Amaral é intitulada Idílio. Leia alguns significados dessa palavra.

        – Poesia de assunto pastoril. Amor simples e puro. Sonho, utopia.

a)   Que elemento da pintura está diretamente relacionado ao nome da tela? Comente.

O casal de namorados abraçados, sentados admirando a paisagem em um lugar simples.

b)   A simplicidade e a pureza são retratadas na pintura. Em sua opinião, como a autora expressou esses sentimentos?

Resposta pessoal do aluno. Sugestão: A paisagem é bastante simples, com montanhas, um lago e uma casinha humilde. O casal demonstra amor e está envolvido na paisagem, como se fizesse parte dela.

03 – Em muitas de suas obras, Tarsila do Amaral retoma elementos ligados ao Brasil. Nessa obra, que elementos podem ser relacionadas ao nosso país?

      Percebe-se que o verde e o amarelo, cores da bandeira, são predominantes na obra e há a presença da vegetação típica: palmeiras, bananeiras e cactos.

04 – A autora pintou o casal utilizando as mesmas cores que aparecem na paisagem. Levante uma hipótese que explique esse fato.

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Ao utilizar as mesmas cores para retratar o casal e a paisagem, a pintora integra as pessoas à natureza, mostra que são parte dela.

05 – Você já passou pela experiência de ter ido a algum lugar bonito e, tempos depois, ao ter retornado a esse espaço, tê-lo encontrado destruído ou deteriorado? Comente com seus colegas.

      Resposta pessoal do aluno.

06 – Você conhece algum movimento voltado à defesa do meio ambiente e do futuro do planeta?

      Resposta pessoal do aluno.


QUADRO: O BEIJO - GUSTAV KLIMT - COM GABARITO

 Quadro: O beijo


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Gustav Klimt. O beijo (1907-1908). Óleo sobre tela.

Fonte: Livro – Tecendo Linguagens – Língua Portuguesa – 9º ano – Ensino Fundamental – IBEP – 4ª edição. São Paulo 2015. p. 54-5.

Entendendo o quadro:

01 – O que mais chama sua atenção nessa tela?

      Resposta pessoal do aluno.

02 – Que sensações e sentimentos essa tela provoca em você?

      Resposta pessoal do aluno.

03 – Que diferença você observa entre os elementos que compõem as vestimentas das pessoas retratadas? O que você acha dessa forma de caracterizar os dois sexos?

      A vestimenta masculina é marcada por formas geométricas (retângulos e pequenos quadrados), enquanto a feminina é marcada por círculos com flores no seu interior.

04 – Os itens a seguir podem ou não se referir à tela de Klimt. Copie no caderno apenas os pertinentes à tela.

   Tema da violência.

·        Tema do amor romântico.

·        Flores de cores viçosas.

·        Presença de tons muito escuros representando a dor.

·        Elementos visuais que remetem à atmosfera de um sonho.

·        Elementos visuais que remetem à realidade urbana.

·        Representação de elementos da natureza misturados ao humano.

·        Predominância de tons dourados e amarelados.

·        Predominância de tons azulados e esverdeados.

05 – Com que adjetivos você caracterizaria a tela O beijo, de Klimt?

      Resposta pessoal do aluno.

06 – Você gostou da tela?

      Resposta pessoal do aluno.

 

ROMANCE (FRAGMENTO): SINHÁ-MOÇA - COM GABARITO

 ROMANCE(FRAGMENTO): Sinhá-Moça

        [...]

        Na fazenda de Araruna os preparativos para o casamento de Sinhá-Moça e Rodolfo iam adiantados. Os cativos que tinham saído da prisão e voltado à casa-grande trabalhavam felizes por amor de sua sinhazinha. Naquela tarde, chegando à fazenda, Frei José observou a mudança e isso ainda lhe deu maiores forças para trabalhar em prol da abolição.

        Nesse mesmo dia, chegou o vestido para os esponsais. Era de gaze todo trabalhado, com uma roda de muitos, muitos metros, todo forrado de tafetá. O véu era de rendas de Bruxelas, e presente da mãe de Rodolfo. Fora seu. Parecia um sonho de rendas. Ao ver a “toilette” nupcial, o próprio Frei José se deslumbrou...

        – Como Sinhá-Moça ficará linda no grande dia!

        Afinal a manhã esperada surgiu tocada de poesia, trescalante de flores de laranjeira. Fazia um grande sol. As andorinhas trissavam no azul, sobre o terreiro. Frei José, paramentado com as roupas de seda e brocados, estava ajoelhado na capelinha da fazenda. Rezava pela felicidade de Sinhá-Moça, o anjo bom dos escravos. No terreiro, nas senzalas, por todos os cantos da fazenda de Araruna só se ouviam os escravos a abençoarem Sinhá-Moça. A noiva, auxiliada por D. Cândida, pela mãe de Rodolfo e pela mucama Virgínia, começou a preparar-se. Puseram-lhe sobre os cabelos cor de ouro a grinalda de flores de laranjeira. O véu de renda, envolvendo-a, era como uma imensa promessa de felicidade.

        No entanto, seu coração era como uma rola assustada. No meio daquela alegria, a moça pensava no sofrimento de Justino. Por isso, não podia ser inteiramente feliz. Por que motivo Rodolfo, que se dizia tão seu amigo, a iludira até à última hora? Por que a fizera crer que o escravo seria posto em liberdade antes do casamento? Quem sabe se o pobre Rodolfo estaria sofrendo a sua decepção?

        Aproximava-se a hora marcada para o casamento. Neste momento, porém, na sala de visitas, o Dr. Fontes recebia a visita do Juiz de Direito... Os dois homens se encontravam com visível agrado. Pouco depois, transbordando de alegria, o pai de Rodolfo dirigia-se ao quarto de Sinhá-Moça...

        – Vejam! Leiam! Justino foi perdoado! Justino foi perdoado!

        – Virgínia, Justino... Justino foi perdoado!

        – Bendito seja Nosso Sinhô! É milagre, sinhazinha! Milagre que Nosso Sinhô feis pru mode primiá a santinha dus escravo! Agora, sim, posso morrê feliz...

        O órgão da fazenda, depois de dormir tantos anos num canto da capela, acordara, de repente, para se fazer ouvir numa dulcíssima “Ave-Maria”. O pequeno templo familiar estava à cunha. Fora, estavam os escravos, numa alegria profunda e sincera. A cerimônia prosseguia. Depois de uni-los perante Deus, Frei José, como é costume em tais casos, proferiu algumas palavras...

        – Aqui está a bondade. É a bondade que Deus quis premiar. Esta moça tão simples, que eu conheci pequenina, que tive a felicidade de preparar para a primeira comunhão, que acompanhei ao longo da adolescência e que hoje tenho a graça de unir ao homem digno e probo que é o Doutor Rodolfo Fontes. Com a realização de seu casamento assiste ela mesma à recompensa dos benefícios que tem espalhado entre os humildes. Nunca fez distinção entre grandes e pequenos; entre pobres de espírito e homens de inteligência. A todos estende a sua mão protetora, desanuviando os semblantes, alegrando os corações...

        D. Cândida, consternava, pensava no seu infeliz marido; ele bem poderia estar ao seu lado, compartilhando a ventura da filha.

        Terminada a solenidade do casamento, Rodolfo beijou ternamente Sinhá-Moça. Pouco a pouco foi-se desfazendo o ajuntamento da capela. O órgão calou-se no seu canto. A “Ave-Maria” dissolveu-se no silêncio.

        Dali a pouco, estavam sós. Desceram a escada de pedra e entraram no jardim. Sobre ele, havia uma janela. Lá dentro erguiam-se vozes. Brindes, risos álacres, trinclidos de taças.

        – Que ideia foi essa de visitar o jardim antes de nossa partida?

        – Quero que as roseiras, os jasmineiros e os heliotrópios fiquem com inveja de mim. Eu vou levar comigo a mais linda flor que eles possuíam!

        – Repare como tudo o que nos cerca parece estar contente! Como se tornou mais suave, mais harmonioso o murmúrio das águas do regato! As borboletas insistem em aprisionar-se nas volutas do seu véu ne noiva! Querem conhecer, por certo, os segredos do seu coração!

        – Lá estão eles!

        – Os fujões! Depressa, Sinhá-Moça! Venha cortar o bolo! Nós todos estamos aqui à sua espera!

        Na cocheira, Bastião ajudava Dr. Fontes a preparar o trole em que o jovem casal deveria partir dentro de pouco para São Paulo. Sinhá-Moça e Rodolfo passariam a lua-de-mel na chácara dos Buenos, velhos amigos da família.

        – Minha amada... Três horas da tarde. Meu pai já me fez sinal de que devemos partir. Despeça-se apenas dos nossos, de Virgínia, e fujamos, como pássaros livres. Vá se preparar. Guardarei eternamente na retina sua imagem neste vestido... Quero tê-lo como relíquia. Em nossa velhice recordará este dia solene em que me oferece sua mão de esposa!

        Num instante Sinhá-Moça voltava para a companhia de Rodolfo, mas já de roupa mudada.

        – Você está lida, minha mulher! Quanta elegância nesta simplicidade. Que lindo verde! Lembra esmeraldas irisadas de sol e parece ter roubado a cor de seus olhos tão belos...

        – Vassunceis ainda tão ansim? Cunversano? As famia tão tudo esperano, pru mode adispidi... Seu Dotô tá dizeno: “A viagem é cumprida”.

        Finalmente chegou o momento das despedidas. Ao entrarem na grande sala, toda enfeitada de flores, cheia de gente, numa tagarelice de papagaios, como enxames de abelhas, moças e rapazes se puseram a atirar arroz em profusão sobre o casal de noivos. Dentro em pouco não se via mais o lencinho branco de Sinhá-Moça, que se agitava no ar, numa despedida cheia de saudades... Lá se iam, muito longe, quase a perder de vista, venturosos, no seu sonho de amor.

        Cortando estradas, daqui, dali, em busca de melhores caminhos, repousando de quando em vez à beira de um regato amável, ou descansando às vezes num pouso mais convidativo, – sempre encantados com a sua paixão e com a poesia simples e despretensiosa da paisagem – confundiam seu amor, sua paixão, com o amor e a paixão que os pássaros nas ramadas, as cigarras enlouquecidas de prazer, celebravam em meio à natureza virgem despida de preconceitos e de maldade. Enleados, nesse sagrado ambiente, realizavam, eles também, seus mais ardentes anelos... E assim, depois de vários dias, numa troca mútua de desejos e promessas, venceram a jornada.

        [...]

O romance Sinhá-Moça foi quadrinizado, em 1957, pela Editora Brasil-América (revista Edição Maravilhosa, n° 144), com desenhos de André Le Blanc e reeditada em 1986.

Fonte:  Livro – Coleção ALET – Língua Portuguesa – Kátia P. G. Sanches & Sebastião Andreu – 6ª Série – 1ª edição – São Paulo. Ediouro, 2002 – p. 273-7.

Entendendo o texto:

01 – Quais as personagens que aparecem no trecho lido? Quais as características de cada uma?

      Sinhá-Moça: moça que lutava pelo direito dos escravos;

      Dr. Rodolfo Fontes: noivo de Sinhá-Moça;

      Frei José: frei do local, que trabalhava em prol da abolição;

      D. Cândida: mãe de Sinhá-Moça;

      Virgínia: mucama de Sinhá-Moça;

      Justino: escravo;

      Pai de Rodolfo (Dr. Fontes): aparece uma única vez no texto;

      Mãe de Rodolfo, Juiz de Direito e Bastião: foram apenas citados no texto.

02 – Como é a linguagem de Virgínia? Por que é diferente?

      É muito simples. É uma linguagem diferente, pois ela, por ser mucama, provavelmente não teve nenhuma instrução escolar, não sabendo assim ler nem escrever.

03 – Utilizando a lógica e dedução, cite alguns fatos que você acha que ocorreram antes dos acontecimentos narrados no trecho.

      Os escravos passaram por várias situações de injustiça e Sinhá-Moça fez o que pôde para defende-los. Percebe-se que tal injustiça aconteceu com Justino, que foi condenado, porém com o pedido de Sinhá ao seu noivo Rodolfo, foi liberto, bem no dia do seu casamento.

04 – Em que época ocorreu a história? Como você chegou a essa conclusão? Cite alguns exemplos de palavras que comprovam a época.

      A história ocorreu na época da escravidão, porque além do vocabulário, nota-se em alguns trechos a questão da abolição da escravatura. Ex.: “Os cativos que tinham saído da prisão (...). (...) lhe deu maiores forças para trabalhar em prol da abolição”. E, quanto ao vocabulário temos como exemplo: “Milagre que Nosso Sinhô feis pru mode primiá a santinha dus escravo!...”

05 – Quais as características do Romantismo presentes na história em quadrinhos?

      As características são: o sentimentalismo de Sinhá pelos escravos; e a valorização da mulher, já que Sinhá era exaltada e valorizada pelos escravos, devido às suas atitudes em prol deles; o amor vencendo os conflitos e um final feliz.

06 – Qual sua opinião sobre essa história e sobre essa forma de apresentação?

      Resposta pessoal do aluno.  

FOTOGRAFIA: BRASILEIROS - COM GABARITO

 Fotografia: Brasileiros

 

Fonte da imagem -https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhYraNgrqFlNBLtAGQzzCpvaOP_oswoVgSccCsV4RFinm-7UmNfuP3tndMiWkDWxxmcZxLsKVWrpQDTF0Up-WvyJwK6f2JuxnrnHJj3Z_1DNUGAcMZ7-AQxVCY4vU8uvkTm4JP-HGcOXWn1mBcuB1AG3eJtk6hiufXVX8RlPljO-or5ng5PBHRnkCxq/w279-h354/FOTO.jpg

ALCÂNTARA, Araquém. Brasileiros. São Paulo: Terrabrasil, 2004.

Fonte: Livro – Tecendo Linguagens – Língua Portuguesa – 9º ano – Ensino Fundamental – IBEP – 4ª edição. São Paulo 2015. p. 27-8.

Entendendo a fotografia:

01 – Observe a imagem retratada em primeiro plano na fotografia e, em seu caderno, escreva um parágrafo que a descreva objetivamente com o maior número de detalhes possível.

      A mulher da imagem é uma senhora idosa de olhos claros cansado. Seu rosto e mãos são bastante enrugados, evidenciando a idade avançada. Ela usa lenço branco com bordado envolvendo seus cabelos brancos.

02 – Quantos anos você supõe que a senhora da fotografia tenha? Que elementos da imagem lhe sugerem essa resposta?

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: As rugas do rosto e da mão são indícios de idade avançadas.

03 – Onde você imagina que esta senhora mora e como deve ser a vida dela? O que você percebe na expressão de seu olhar? Justifique sua resposta.

      Resposta pessoal do aluno.

04 – Por que a luz foi importante para garantir o contraste da foto?

      A luz foi responsável pelo efeito de claro e escuro, que destaca a imagem da mulher.

05 – O que pode significar o fato da mulher estar cobrindo parte do rosto com as mãos?

      Existe vários motivos, mas, principalmente a timidez, recato, etc.