Poema: Desastre no poema
MACHADO, Aníbal.
Cadernos de João. 3. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2002. p. 140.
Fonte: Livro Língua Portuguesa –
Trilhas e Tramas – Volume 1 – Leya – São Paulo – 2ª edição – 2016. p. 161-2.
"Destroços de uma estrofe catastrófica descarrilhada à margem da
linha ruínas de poema escombros do nada."
Entendendo o poema:
01 – No sentido gráfico,
isto é, da reprodução do poema no papel, o que mais chama a sua atenção?
Resposta pessoal do aluno. Sugestão: O
poema foi manuscrito, escrito à mão. Posteriormente, ele foi reproduzido
graficamente na página de um livro.
02 – Em geral, costumamos
ler os textos no sentido horizontal. Como esse poema deve ser lido?
No sentido vertical.
03 – O que essa disposição
das palavras no espaço da página sugere?
Queda,
descarrilamento, desmoronamento.
04 – A que podem ser
associadas as palavras destroços,
escombros, ruínas, descarrilhada, nada?
A um desastre. A palavra descarrilhada sugere a metáfora de um
trem de ferro ou de uma locomotiva desgovernada, que saiu dos trilhos.
05 – A que se referem as
palavras poema e estrofe?
Ao gênero poema.
06 – Baseando-se na forma,
na escolha do vocabulário e na decomposição das palavras, o que se pode concluir
a respeito do tema do poema?
O tema é a crise
na poesia. O poema provavelmente ironiza ou brinca com o Concretismo, tendência
que se instala na época (1957). Sugere que, por usar técnicas de decomposição
do poema tradicional ou de decomposição das palavras, o Concretismo pode ser
uma arte baseada em destroços, ruínas, como uma locomotiva de palavras
desgovernadas, sem rumo, sem sentido.
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