sábado, 13 de agosto de 2022

NOTÍCIA: A GRANDE ONDA DE KANAGAWA - JOÃO MONTANARO - COM GABARITO

 Notícia: A grande onda de Kanagawa

  

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MONTANARO, João. Folha de S. Paulo, 12 mar. 2011. Disponível em: www1.folha.uol.com.br/fsp/opinião/inde12032011.htm. Acesso em: 26 jan. 2016.

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A grande onda de Kanagawa, de Katsushika Hokusai, 1829-1833.

        Agora, leia algumas das cartas escritas pelos leitores da Folha de S. Paulo sobre a charge de João Montanaro e publicadas na seção “Painel do leitor” do jornal, em datas subsequentes.

Carta 1

        Impressionante, infeliz, impiedosa e sem nenhuma sensibilidade a charge editada por este jornal na pág. A2 de ontem. Como pode um jornal como a Folha permitir esta divulgação em um momento tão infeliz? O autor nem ao menos se identifica no desenho, uma vergonha. O momento pelo qual passam nossos irmãos japoneses não permite tamanha insensibilidade.

RUBENS MANOEL PARANHOS BELLO (Jandira, SP). Folha de S. Paulo, 13 mar. 2011. Caderno Opinião/Painel do Leitor, p. A3.

Carta 2

        Fico impressionada com os comentários maldosos contra o cartunista João Montanaro. Ao ver a charge, não a li como uma sátira. Meus olhos apenas a receberam como uma realidade. Quem imaginaria que a xilogravura do artista Hokusai serviria de base para reforçar uma tragédia que ocorreu no Japão? Que me conste, estamos no ano 2011 e a liberdade de expressão é direito de qualquer ser humano. João Montanaro apenas retratou o que acontece hoje no mundo em que vivemos, e nós, habitantes deste planeta, somos os responsáveis pelas tragédias que ocorrem e ocorrerão.

MARIA RITA MARINHO, gerente da Secretaria Geral da Fundação Bienal (São Paulo, SP). Idem. 18 mar. 2011.

Carta 3

        Como colega e admirador, quero dizer algo sobre o João Montanaro e sua charge na Folha de sábado (12/3). Talvez tenha havido pressa no julgamento que alguns leitores fizeram, condenando o trabalho por um suposto desrespeito à dor humana num momento de tragédia.

        No entanto, João revelou audácia, e não insensibilidade. Usando um ícone da cultura japonesa, ele nos remete a uma reflexão sobre contrastes: o milenar, permanente, sólido; e o instantâneo, devastador. A natureza e sua força imanente (presente na gravura de Hokusai), e a mesma natureza enquanto força agressiva. A beleza presente nos tufões e a beleza terrível do caos. Quem não experimentou esses sentimentos contraditórios vendo as imagens de carros e barcos boiando e se chocando como peças de Lego?

        Esses sentimentos estão reconhecíveis na charge. E o autor se preocupou em não colocar nenhuma figura humana no desenho, sinal de que percebeu a gravidade do tema e a necessidade de localizar o comentário na esfera da relação entre a cultura humana com o meio ambiente. Note-se ainda a presença de uma usina nuclear entre as edificações atingidas. Isso é um alerta, e não um sinal de zombaria.

LAERTE COUTINHO, cartunista (São Paulo, SP). Idem. 15 mar. 2011.

Carta 4

        Oportuna a manifestação do leitor Rubens M. Paranhos Bello (13/3) sobre a infeliz charge acerca da tragédia no Japão (12/3).

        Acredito que a publicação se deu pela imaturidade do chargista, de 14/15 anos. Não sei se a falta de sensibilidade dos jovens de hoje é característica dessa faixa etária, mas, coincidência ou não, após a divulgação do trágico acontecimento, tive a oportunidade de ouvir de um grupo de jovens da mesma idade manifestações desrespeitosas e piadas de mau gosto sobre o evento e os japoneses.

        Felizmente, no dia 13, a Folha, num ato de “remissão”, nos brindou com uma tocante charge do genial Jean.

CLAUDIO N. SHIMABUKURO (São Paulo, SP). Idem. 15 mar. 2011.

             Fonte: Livro Língua Portuguesa – Trilhas e Tramas – Volume 1 – Leya – São Paulo – 2ª edição – 2016. p. 328-330.

Entendendo a notícia:

01 – Você costuma ler cartas de leitor em jornais, revistas, sites etc.?

      Resposta pessoal do aluno.

02 – Em sua opinião, qual é a importância dessas cartas?

      Resposta pessoal do aluno.

03 – Os meios de comunicação são influenciados por essas manifestações dos leitores?

      Resposta pessoal do aluno.

04 – Que assuntos predominam nesse tipo de mensagem?

      A notícia de algum fato ocorrido.

05 – Com quais dessas opiniões você concorda? Com quais delas discorda? Justifique sua resposta.

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: O importante é que o posicionamento dos alunos seja sustentado por argumentação e defendido com respeito aos colegas.

06 – Em sua opinião, por que alguns leitores consideraram a charge de Montanaro agressiva e ofensiva ao povo japonês?

      Resposta pessoal do aluno.

07 – Releia a carta 1.

a)   Qual é o principal objetivo dessa carta?

Criticar o jornal por publicar a charge de João Montanaro.

b)   Que recursos linguísticos o autor empregou para expressar seu ponto de vista?

O autor utiliza várias palavras e expressões de sentido negativo: “impressionante, infeliz, impiedosa e sem nenhuma sensibilidade”, “uma vergonha”, “tamanha insensibilidade”.

08 – Releia a carta 2.

a)   Qual é o principal objetivo dessa carta?

Defender a publicação da charge e discordar dos leitores que a criticaram.

b)   Que argumentos o autor utilizou para defender seu posicionamento nessa carta?

O autor qualificou como “maldosos” os comentários dirigidos ao cartunista; defendeu que a charge apenas retratou a realidade; dirigiu-se aos leitores que criticaram a charge para questioná-los; negou que a charge tivesse sido usada como “sátira” a uma “tragédia”; defendeu a liberdade de expressão e considerou os “habitantes do planeta” como responsáveis pela tragédia.

09 – Explique o ponto de vista da autora da carta 3 e os argumentos usados por ela para sustentar esse posicionamento.

      Na introdução, Laerte, a autora da carta, identifica-se como cartunista e admiradora de João Montanaro, revelando seu posicionamento favorável à charge. Segundo ela, o autor da charge, por meio de uma obra secular, mostra a força agressiva da natureza. O fato de ter representado a usina em vez do Monte Fuji e de não ter incluído figuras humanas na charge pode revelar sua preocupação com a realidade. Laerte considera a charge audaciosa, não insensível, e a imagem da usina nuclear um alerta, não uma zombaria.

10 – Releia a carta 4.

a)   Nessa carta, o autor faz referência a outras duas publicações do mesmo jornal. Indique quais são elas.

A carta do leitor Rubens M. Paranhos Bello e a charge do cartunista Jean, publicadas dois dias antes.

b)   A partir dessas referências, o que é possível inferir sobre o autor da carta?

Que é um leitor que acompanha diariamente as publicações do jornal.

c)   Essa caracterização implícita ajuda a sustentar o posicionamento do autor da carta?

Sim. O fato de acompanhar o jornal diariamente faz com que o autor tenha autoridade para criticar a publicação da charge, já que conhece o conteúdo que é normalmente veiculado pela Folha de S. Paulo.

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