quarta-feira, 3 de outubro de 2018

POEMA: O VENTO - MANOEL DE BARROS - COM GABARITO

Poema: O VENTO
          Manoel de Barros

        Queria transformar o vento.
     Dar ao vento uma forma concreta e apta a foto.
      Eu precisava pelo menos de enxergar uma parte física do vento: uma costela, o olho...
     Mas a forma do vento me fugia que nem as formas de uma voz.
     Quando se disse que o vento empurrava a canoa do índio para o barranco.
        Imaginei um vento pintado de urucum a empurrar a canoa do índio para o barranco.
        Mas essa imagem me pareceu imprecisa ainda.
       Estava quase a desistir quando me lembrei do menino montado no cavalo do vento – que lera em Shakespeare.
        Imaginei as crinas soltas do vento a disparar pelos prados com o menino.
        Fotografei aquele vento de crinas soltas.

BARROS, Manoel de. Ensaios Fotográficos.
Rio de Janeiro: Record, 2000.
Entendendo o poema:
01 – O eu poético expressa um desejo que tinha em relação ao vento. Que desejo era esse?
      Transformar o vento dando a ele uma forma concreta e apta a foto.

02 – Que função têm as reticências, no verso 4?
      Significa que tinha mais palavras para escrever.

03 – Que comparação o eu poético faz nos versos 5/6? Destaque o termo que estabelece essa comparação.
      Fugia e empurrava.

04 – Que relação o eu poético estabelece ao imaginar “um vento pintado de urucum” (verso 9)?
      Imagina um índio a empurrar a canoa.

05 – Transcreva do poema o verso que expressa uma opinião do eu poético sobre algo que ele imaginou.
      “Imaginei um vento pintado de urucum a empurrar a canoa do índio para o barranco.”

06 – Os três verso finais do poema permitem entender que o eu poético realizou poeticamente seu desejo de transformar o vento.
a)   A partir de que lembrança ele conseguiu isso?
Através da lembrança do menino montado no cavalo do vento, que leu em Shakespeare.

b)   Em sua imaginação, o eu poético transformou o vento em quê?
Em um cavalo.

c)   Com que sentido foi usada a forma verbal “Fotografei”, no verso final?
No sentido de que “guardei na memória”.


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