sábado, 12 de março de 2022

QUADRO: BOLINHA DE GUDE - NORMAN ROCKWWELL - COM GABARITO

 Quadro: Bolinha de gude


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Quadro Campeão de bolinha de gude (1939), de Norman Rockwell.

Fonte: Livro- PORTUGUÊS: Linguagens – Willian R. Cereja/Thereza C. Magalhães – 6ª Série – 2ª edição - Atual Editora – 2002 – p. 132-3.

Entendendo o quadro:

01 – Nesse quadro, três crianças estão brincando.

a)   Do que elas estão brincando?

De bolinha de gude.

b)   Esse jogo normalmente é jogado por meninos ou meninas?

Por meninos.

c)   Se você já jogou esse jogo, conte para os colegas como são as regras dele e como se faz para vencer.

Resposta pessoal do aluno.

02 – Cada um dos jogadores tem um saquinho de bolinhas de gude. Como está o saquinho:

a)   Do menino de camiseta listrada?

Vazio.

b)   Que está no bolso do menino de camisa branca?

Vazio.

c)   Ao lado da menina?

Completamente cheio.

03 – Pelos saquinhos de bolinhas de gude, é possível tirar algumas conclusões.

a)   O jogo começou nesse momento ou já faz algum tempo que as crianças estão jogando? Por quê?

Deve ter começado a algum tempo, pois os meninos deviam ter bolinhas quando começou a partida.

b)   Quem está ganhando o jogo? Por quê?

A menina, pois tem várias bolinhas ao seu lado, no chão, além do saco cheio de bolinhas.

04 – Observe a expressão do rosto das três crianças.

a)   O que os meninos parecem estar sentindo?

Eles parecem estar ansiosos e preocupados com o resultado da jogada da menina.

b)   E a menina, o que ela deve estar pensando e sentindo?

Ela também parece estar ansiosa e pensando algo como “Não posso errar esta jogada”.

05 – Observe a localização das bolinhas de gude no quadro.

a)   Existe alguma bolinha perto dos meninos?

Não.

b)   O que você acha que vai acontecer se a menina acertar a jogada?

Provavelmente, vai terminar a partida, pois os meninos não terão mais como jogar.

c)   O título do quadro é Campeão de bolinha de gude. Qual das crianças você acha que merecerá esse título? Por quê?

O título certamente caberá a menina, pois ela tem maior possibilidade de ganhar o jogo.

06 – Existem certos jogos e brincadeiras que são praticados geralmente por meninos, e outros, por meninas.

a)   Que esportes, jogos e brincadeiras são mais praticados por meninos?

Resposta pessoal do aluno. Sugestões: futebol, baseboll (taco), judô, bolinha de gude, figurinha, pião, soltar pipa, etc.

b)   E quais são mais praticados por meninas?

Resposta pessoal do aluno. Sugestões: ginástica olímpica, balé, brincar de roda ou de boneca, etc.

c)   Na sua opinião, existe preconceito de sexo nas brincadeiras e nos jogos? Por quê?

Resposta pessoal do aluno.

d)   Você conhece alguém que se destaca num jogo ou esporte que geralmente é praticado pelo sexo oposto? Essa pessoa sofre ou sofreu preconceitos? Conte para os colegas.

Resposta pessoal do aluno.

ANÚNCIO PUBLICITÁRIO: A VIDA DE MARGARIDA NÃO É UMA NOVELA - ÉPOCA - COM GABARITO

 Anúncio publicitário: A vida de Margarida não é uma novela

Fonte da imagem - https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhpRtgtGQB3un2AW9kWafSAc_oAtpjaaKdTJ9ElYJsG9mcNelkgcwSxqvhkGV7PwSk6XRz_w2TiJf9Vdl6PJIX-YFlJNhqAa9cmifiLvowoNiIF1ZGRkN5Shd0ztcxSt4OCxDN-aPZMqXiHi2VRcUpBKTB7bTlG0dPPgfxm1lFd2o5x4Nzr2SZgTsmQ=s268

        A VIDA DE MARGARIDA NÃO É UMA NOVELA.

        Essa é Margarida. Ela não é uma atriz. Não foi escolhida para esta foto porque sabia interpretar, nem porque seu rosto é fotogênico. Ela está aqui porque aos 13 anos descobriu que tinha câncer. Foi aí que se hospedou na Casa Hope para poder começar seu tratamento. Hoje, dois anos depois, está curada. A Margarida não é uma personagem. A Margarida é estatística. 70% dos casos de câncer infantil têm cura. Ajude a Hope a continuar o seu trabalho.

Época, 12/2/2001.

Fonte: Livro- PORTUGUÊS: Linguagens – Willian R. Cereja/Thereza C. Magalhães – 6ª Série – 2ª edição - Atual Editora – 2002 – p. 131.

Entendendo o anúncio publicitário:

01 – Os anúncios publicitários geralmente promovem algum tipo de produto. Esse anúncio, entretanto, apresenta outra finalidade. Qual é a sua finalidade?

      Arrecadar fundos para continuar o trabalho de combate ao câncer infantil.

02 – Na oração “A vida de Margarida não é uma novela.”:

a)   Identifique o sujeito e o predicado.

Sujeito: A vida de Margarida; Predicado: não é uma novela.

b)   Identifique o tipo de verbo que une o sujeito ao predicado.

Verbo de ligação (é). 

c)   Indique a função sintática do termo uma novela.

Predicativo do sujeito.

03 – Identifique no texto uma oração com sujeito desinencial.

      (Ela) Não foi escolhida para essa foto / (ela) sabia interpretar / Hoje, dois anos depois, (ela) está curada.

04 – O anúncio apresenta orações com estrutura sintática semelhante. Observe:

“A vida da Margarida não é uma novela”.

“Ela não é uma atriz.”

“A Margarida não é uma personagem”.

“A Margarida é estatística”.

        Considerando a finalidade do anúncio:

a)   Por que ele reforça o que Margarida não é?

O anunciante dá a entender que pessoas como Margarida não existem apenas em novelas ou em fotografias feitas com modelos; pessoas como ela são reais e, por isso, precisam de ajuda.

b)   O que o anunciante pretende dizer com a oração “A Margarida é estatística.”?

Pretende mostrar de forma concreta que é possível combater o câncer e salvar pessoas doentes, como Margarida. A estatística é uma espécie de prova dessa possibilidade.

05 – O anúncio foi publicado em Época, uma revista semanal lida geralmente por pessoas da classe média. Considerando a finalidade do anúncio, você acha que o tipo de publicação escolhido para divulgá-lo é adequado? Por quê?

      Sim, pois, se os leitores são da classe média e têm poder aquisitivo, então existe possibilidade de colaborarem com a campanha.

 

quinta-feira, 10 de março de 2022

TIRA: PERNA-DE-PAU - LAERTE - COM GABARITO

 Tira: Perna-de-pau

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Laerte. Suriá, a garota do circo. São Paulo: Devir/Jacaranda, 2000. p. 30.

Fonte: Livro- PORTUGUÊS: Linguagens – Willian R. Cereja/Thereza C. Magalhães – 6ª Série – 2ª edição - Atual Editora – 2002 – p. 226.

Entendendo a tira:

01 – De que se trata esta tira? E onde passa?

      Provavelmente, de um número do show que é apresentado. No circo.

02 – Quem são as personagens do texto?

      A mãe e seu filho.

03 – De acordo com a imagem, a “perna-de-pau” tem um significado. Você sabe um outro significado?

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Um péssimo jogador de futebol.

04 – Identifique na tira um substantivo composto.

      Perna-de-pau.

05 – Sabendo que o plural dos substantivos compostos peroba-do-campo e pé-de-moleque é, respectivamente, perobas-do-campo e pés-de-moleque, responda:

a)   Qual deve ser o plural do substantivo composto que aparece na tira?

Pernas-de-pau.

b)   A que conclusão é possível chegar a respeito do plural desse tipo de substantivo composto?

Quando as palavras que compõem o substantivo composto se ligam por de, só se pluraliza a primeira palavra.

TIRA: NÁUSEA, OS RATOS TAMBÉM CHORAM - FERNANDO GONSALES - SUJEITO E PREDICADO - COM GABARITO

 Tira: Náusea, Os ratos também choram

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                    Fernando Gonsales. Níquel Náusea – Os ratos também choram. São Paulo: Bookmakers, 1999. p. 41.

Fonte: Livro- PORTUGUÊS: Linguagens – Willian R. Cereja/Thereza C. Magalhães – 6ª Série – 2ª edição - Atual Editora – 2002 – p. 214.

Entendendo a tira:

01 – Na oração “seu pelo é sujo e pegajoso!”:

a)   Identifique o sujeito e o predicado.

Sujeito: seu pelo; Predicado: é sujo e pegajoso.

b)   Identifique o verbo e classifique-o quanto à predicação.

Verbo ser, de ligação.

c)   Qual é a função sintática de sujo e pegajoso?

Predicativo do sujeito.

02 – Na oração “Como você arruma tantas garotas?”:

a)   Identifique o sujeito e o predicado.

Sujeito: você; Predicado: como arruma tantas garotas.

b)   O verbo arrumar é significativo ou é de ligação?

Significativo.

c)   Qual é a predicação desse verbo? Se tiver objetos, identifique-os.

Verbo transitivo direto; Objeto direto: tantas garotas.

03 – Qual é o nome do rato sujo e pegajoso?

      Rato Ruter.

04 – Por que o título diz que “Os ratos também choram”?

      Porque ele ficou triste por não conseguir nenhuma garota.

TIRA: OZZY EM VÁRIOS LOCAIS - FOLHA DE S.PAULO - ADJUNTO ADVERBIAL - COM GABARITO

 Tira: Ozzy em vários locais

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Folha de S. Paulo, 3/5/1996. Folhinha.

Fonte: Livro- PORTUGUÊS: Linguagens – Willian R. Cereja/Thereza C. Magalhães – 6ª Série – 2ª edição - Atual Editora – 2002 – p. 245.

Entendendo a tira:

01 – A tira apresenta cinco quadrinhos, cada um mostrando uma situação. Na parte superior de cada quadrinho, o narrador nos dá algumas informações sobre Ozzy:

        Ozzy na escola – Ozzy no clube – Ozzy nas festinhas – Ozzy no condomínio – Ozzy em casa.

        Essas informações são completadas pelas imagens, que retratam as ações de Ozzy.

a)   O que Ozzy está fazendo em cada uma das situações retratadas?

Ozzy sempre ameaça jogar o gato: do alto do prédio, do trampolim, na panela com água fervendo, no vaso sanitário; no último quadrinho, contudo, ele é que é jogado pela mãe na água da banheira.

b)   Que tipo de informação os termos na escola, no clube, nas festinhas, no condomínio, em casa dão sobre as ações de Ozzy?

Indicam o lugar em que ele está.

02 – Compare o último quadrinho com os demais.

a)   O que essencialmente muda nele?

Antes era Ozzy que agia com violência com os gatos; agora ele é vítima de um banho dado pela mãe.

b)   Qual dos seguintes ditos populares ilustra as ações retratadas nos quadrinhos?

·        Mais vale um pássaro na mão do que dois voando.

·        Antes tarde do que nunca.

·        O mundo é dos mais fortes.

c)   Levando em conta o último quadrinho, a ação de pegar gatos pelo rabo praticada por Ozzy inspira-se em que situação? Por quê?

Na situação do banho ao qual Ozzy é submetido em casa. Ele faz com os gatos exatamente o que a mãe faz com ele.

03 – Conforme os adjuntos adverbiais podemos ter; tempo, modo, causa. Diga a qual pertence as frases abaixo:

a)   Ozzy sempre maltratava os gatos.

Adjunto adverbial de tempo.

b)   Ozzy tratava mal os animais.

Adjunto adverbial de modo.

c)   Ozzy agia assim de raiva.

Adjunto adverbial de causa.

ANÚNCIO: HELP! JORNAL O ESTADO DE S.PAULO - ADJUNTO ADVERBIAL - COM GABARITO

 Anúncio: Help!

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Jornal O Estado de S. Paulo.

Fonte: Livro- PORTUGUÊS: Linguagens – Willian R. Cereja/Thereza C. Magalhães – 6ª Série – 2ª edição - Atual Editora – 2002 – p. 247.

Entendendo o anúncio:

01 – O anúncio é engraçado porque apresenta ambiguidade e quebra de expectativa. A palavra polêmica significa “debate, controvérsia, discussão”. O que inicialmente imaginamos quando lemos “assuntos polêmicos e delicados”?

      Que será sugerido que os pais tratem com os filhos de problemas sérios e difíceis de conversar: notas na escola, namoro, sexualidade, regras domésticas, etc.

02 – Help! É uma enciclopédia gramatical, que foi publicada em fascículos nas edições de domingo do jornal. Sabendo disso, responda: O adjunto adverbial é, normalmente, um assunto polêmico e delicado par a maioria dos pais? Por quê?

      Sim, principalmente porque os pais já estudaram esse assunto na escola há muito tempo – isso quando o estudaram –, o que torna o tema delicado para eles. Contudo, vale ressaltar a intenção do anúncio de provocar ambiguidade.

03 – No anúncio se lê:

        Converse com seus filhos sobre assuntos polêmicos e delicados”.

        No trecho destacado na oração, há dois termos preposicionados: um deles é adjunto adverbial e o outro, objeto indireto.

a)   Identifique-os.

Com seus filhos: objeto indireto; sobre assuntos...: adjunto adverbial.

b)   Classifique o adjunto adverbial.

Adjunto adverbial de assunto.

CRÔNICA: AQUI NÃO FALTA NADA - MARCOS REY - COM GABARITO

 Crônica: AQUI NÃO FALTA NADA

            Marcos Rey

        Carta

        TCHAU, MÃE:

        Estou me mandando.

        Vou pra São Paulo mas não esquente não. Já sei me virar e estou levando todo o dinheiro que guardei.

        Vila Grande não dá mais pé pra mim. Não pela cidade, que é bacana, mas por tudo que anda acontecendo. Você sabe, eu e o padrasto, a gente não se dá muito bem. Aquilo de estudar contabilidade podia ser bom pra empresa dele, pra sua frota de caminhões, não pra mim. Não nasci pra fazer contas. E um cano.

        Outro que me enche é o filho dele, o Silvano. Um chato, vive implicando comigo, provocando. Quem ele pensa que é?

        O jeito que encontrei pra me livrar disso tudo foi esse: dar o fora daqui, cair no mundo.

        Sei que você vai chorar, mas logo passa.

        Papai vai ser meu anjo da guarda, sempre por perto, aconselhando. E tudo acabará numa boa, como nos filmes de cinema.

Tchau, mãe!

Toni

Texto

        Dona Amélia entrou no quarto do filho, viu a carta sobre o travesseiro e adivinhou do que se tratava. As coisas em casa andavam tensas. Depois de ler o que Toni havia escrito, ela foi abrir o guarda-roupa do rapaz. Felizmente, ele levara as roupas de inverno. São Paulo é uma cidade fria.

        Na sala, fez uma ligação telefônica:

        — Me chamem o Antero, urgente.

        Um segundo e ouviu a voz do marido, sempre bronqueado, como Toni dizia.

        — Que aconteceu?

        — O Toni...

        — O que foi desta vez?

        — Fugiu de casa.

        — Ah...

        — Meu filho foge de casa e você só diz “ah...”?

        — O que quer que eu diga? Juízo ele nunca teve mesmo. Mas não se aflija, ele volta.

        — Acha que volta?

        — Acho sim. Vai ser uma lição para ele. Voltará dando mais valor ao que tinha aqui. Depois a gente conversa. Preciso despachar um caminhão.

        Dona Amélia saía da sala quando entrou o enteado, Silvano, recém-formado em administração de empresas, sempre bem-vestido e um tanto pretensioso. Com a madrasta era apenas educado e mais nada.

        — Toni fugiu — ela disse.

        Silvano não esboçou a menor reação. Com cara de quem um dia ia ser patrão, nunca se surpreendia.

        — Deve ter ido atrás de sua garota.

        — Garota? Que garota?

        — Lembra aquela que morava na esquina?

        — Uma que o pai trabalhava numa firma estrangeira?

        — Ele foi transferido e se mudou com a família pra São Paulo.

        — Toni não fugiria de casa por causa duma namorada — replicou dona Amélia, como se tivesse acabado de ouvir um absurdo.

        Silvano sentiu que poderia complicar a situação de Toni. Não suportava o meio-irmão nem à distância.

        — Que outro motivo Toni poderia ter, dona Amélia? Ele tinha a vida que pediu a Deus. Por acaso falta alguma coisa aqui?

        Era verdade, admitiu dona Amélia para si mesma. Durante o primeiro casamento e, depois, quando viúva, ela e o filho só conheceram aperturas. José, o falecido, jornalista de cidade pequena, nunca pôde dar conforto à família e, ao morrer, deixara uma sequência de zeros na conta bancária. Dona Amélia reconhecia que, com o segundo marido, Antero, próspero comerciante, a situação era outra, muito melhor.

        — Não, Silvano, aqui não falta nada — respondeu, dando as costas para o rapaz. Ela queria ficar sozinha para reler a carta de Toni. 

Marcos Rey. Na rota do perigo. São Paulo, Ática, 1993. p. 9-11.

Fonte: Português – Linguagem & Participação, 6ª Série – MESQUITA, Roberto Melo/Martos, Cloder Rivas – Ed. Saraiva, 1ª edição – 1998, p. 77-80.

Entendendo a crônica:

01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo:

·        Afligir-se: preocupar-se.

·        Despachar: enviar.

·        Pretencioso: vaidoso, convencido, presunçoso.

·        Esboçar: entremostrar, manifestar.

·        Absurdo: algo sem sentido, que não se compreende.

·        Sequência: série, sucessão.

·        Próspero: bem-sucedido, afortunado.

02 – Toni é um adolescente e por isso usa uma linguagem cheia de gírias em sua carta. Além disso, como escreve para a mãe, usa a linguagem informal, um tratamento bem coloquial. Vamos transferir sua fala para a norma culta, formal.

a)   Estou me mandando.

Estou indo embora.

b)   Vou pra São Paulo mas não esquenta não.

Vou para São Paulo, mas não precisa se preocupar.

c)   Vila Grande não dá mais pé pra mim.

Não dá mais para ficar em Vila Grande / Não me e possível viver mais em Vila Grande.

d)   E tudo acabará numa boa, como nos filmes de cinema.

E tudo acabará bem, como nos filmes do cinema.

e)   A gente não se dá muito bem.

Nós não nos damos bem.

f)    Vou dar o fora daqui, cair no mundo.

Vou embora daqui, procurar novos lugares.

03 – O texto pode ser dividido em duas partes. Justifique.

      A primeira parte do texto é a carta de despedida da personagem Toni. A segunda é a narração da história.

04 – Quais as razões que levaram Toni a deixar a casa da mãe?

      Toni tem um relacionamento problemático com o padrasto e também com o filho deste. Silvano. Querem que ele estude contabilidade, e o rapaz não quer.

05 – Como é Antero, o padrasto de Toni?

      Seu Antero, segundo marido de D. Amélia, é dono de uma empresa de transporte. É uma pessoa que revela apenas interesses materiais, como preocupação em ganhar dinheiro, em manter a firma, etc.

06 – Explique esta afirmação, com relação ao texto: “Aqui não falta nada”:

      Silvano quis dizer que não faltava nada de material na casa. Isso soa como ironia, pois ali não havia amor, tranquilidade, respeito pelas pessoas.

07 – Qual a situação econômica de Dona Amélia?

      Dona Amélia passou por muitas dificuldades econômicas durante o primeiro casamento. Agora, economicamente, sua situação melhorou.

08 – O que podemos inferir do diálogo entre Dona Amélia e Antero?

      Pelo diálogo, percebe-se que Antero não gosta de Toni e não dá grande importância a Amélia. Para ele, o importante é despachar o caminhão, ganhar dinheiro.

09 – A personagem Toni é apresentada ao leitor do ponto de vista de Antero e de Silvano. O que ambos pensam dele?

      Antero acha que Toni não tem juízo, que não dá valor ao que te. Silvano não suportava o meio-irmão.

10 – Seu Antero quer que o enteado estude contabilidade para trabalhar na firma dele. Qual sua opinião sobre essa atitude?

      Resposta pessoal do aluno.

CRÔNICA: A CIDADEZINHA - RAQUEL DE QUEIROZ - COM GABARITO

 Crônica: A cidadezinha

               Raquel de Queiroz

        Era uma vez uma cidadezinha, dessas muito antigas. Pequena, mal tinha umas cinco ruas meio tortas e desencontradas. As casas, nessas ruas, eram quase todas baixinhas. No meio delas uns dois sobrados, o casarão da escola e o outro casarão muito feio, com janelas gradeadas, onde ficava a cadeia.

        Mas a graça daquela cidadezinha era a igreja, que a gente até poderia chamar de igrejinha. Ficava no alto do morro, toda branca, de portas azuis, parecia leve, muito linda. Talvez por causa da igrejinha no morro, a cidadezinha ganhou o nome de Morro Lindo. A igrejinha é que era linda, mas o morro ficou com a fama.  E não era dessas igrejas importantes, paredes de pedra, com as torres apontando para o céu. Tinha as paredes muito simples, era quadradinha, com uma torre também quadrada. E bem debaixo do telhado da torre, ficava o sino.

Raquel de Queiroz. Andira. São Paulo: Siciliano, 1992. p. 3.

Fonte: Livro- PORTUGUÊS: Linguagens – Willian R. Cereja/Thereza C. Magalhães – 6ª Série – 2ª edição - Atual Editora – 2002 – p. 123-4.

Entendendo a crônica:

01 – O texto está organizado em dois parágrafos. No 1°, há uma descrição da cidade; no 2°, uma descrição da igrejinha.

a)   Como era a cidade, suas ruas e casas?

Era muito antiga e pequena. Suas ruas eram meio tortas e desencontradas. Quase todas as casas eram baixinhas.

b)   Como era a igrejinha?

Era branca, de portas azuis e parecia leve, muito linda.

02 – Para ressaltar ainda mais as qualidades da igrejinha, o narrador cita alguns elementos das igrejas importantes: as paredes e a torre.

a)   Como são normalmente as paredes de uma igreja importante? E as da igrejinha, como eram?

As paredes de uma igreja importante são de pedra. As da igrejinha eram caiadas.

b)   Como são as torres de uma igreja importante? E a torre da igrejinha, como era?

As torres de uma igreja importante apontam para o céu. A torre da igrejinha era quadrada.

c)   O narrador afirma: “não era dessa igrejas importantes”. Que característica da igrejinha se contrapõe a importante?

Simples.

03 – No 2° parágrafo, o narrador afirma que a igrejinha “parecia leve”. Qual é o sentido desse adjetivo no contexto?

      Delicada, simples, de formas suaves.

04 – O narrador manifesta descontentamento em relação ao nome da cidade.

a)   Por quê?

Porque a igrejinha era o que a cidade tinha de mais bonito, e não o morro.

b)   Imagine para essa cidade um nome que fosse mais adequado à descrição que lemos.

Resposta pessoal do aluno.