Conto: Uma aventura na selva (Fragmento)
Fernando Sabino
[...]
Enquanto os demais escoteiros cumpriam
cada um sua missão armando o acampamento, a patrulha do Lobo, chefiada pelo
Toninho, foi encarregada de catar galhos secos na mata, que servissem de lenha
para cozinhar e para o Fogo do Conselho, depois do jantar. Fui com os oito
escoteiros, pois ficara mais ou menos agregado a eles, adotado por aquela
patrulha como uma espécie de mascote.
Usando suas machadinhas e facões, os
escoteiros se espalharam entre as árvores, cortando galhos aqui e ali. Também
eu levava, com orgulho, dependurada ao cinto, a minha faca de campanha. Mas não
precisei de usá-la, pois, de acordo com as instruções do comandante da
patrulha, minha missão se limitava a recolher do chão todo graveto que
encontrasse.
Distraído com a tarefa, não reparei que
me distanciava dos outros, embrenhando-me cada vez mais no meio do mato. Quando
percebi que já não mais os via, nem mesmo ouvia suas vozes, procurei regressar,
mas não sabia por onde, tantas eram as voltas que havia dado. O mato era denso
ao redor, impedindo que eu visse qualquer coisa à distância de uns poucos
metros. Mesmo a luz do dia mal chegava onde eu tinha ido parar, impedida pela
copa das árvores que se fechavam como um telhado sobre minha cabeça. E o pior é
que já começava a anoitecer.
Procurei prestar atenção, aguçando os
ouvidos, para ver se escutava alguma coisa. Realmente deu para captar, ao
longe, uns farrapos de conversas e risadas cada vez mais fracas, à medida que
se afastavam, eu não conseguia distinguir em que direção. Gritei, gritei, mas
não deviam ter me ouvido, pois fiquei esperando um tempão e ninguém apareceu.
Senti vontade de chorar, mas resisti: um escoteiro não chora.
Dava para perceber em que lado o sol se
afundava no horizonte, pois seus últimos raios conseguiam varar a parede de
árvores, deixando no ar uma cortina de luz. Eu sabia me orientar pelo sol.
Bastava virar à esquerda para o poente, e tinha à minha frente o norte, às
costas o sul e â direita o leste. Mas de que adiantava? Eu não sabia se o nosso
acampamento estava na direção do norte, do sul, do leste ou do oeste. Distraído
em olhar o chão à procura de gravetos, eu não havia prestado atenção a nada, e
muito menos por onde ia. O que era imperdoável num escoteiro, que deve estar
sempre alerta.
Agora eu descobria que estava
completamente perdido, e em breve seria noite. Sabia que tinha ido parar bem
longe do acampamento. Devia ter me afastado dos outros uma longa distância,
andando sem rumo pela floresta. Era inútil tentar voltar. Eu ia acabar me
perdendo de vez, e quando viessem à minha procura, jamais me achariam.
[...].
Fernando Sabino. O menino no
espelho. Rio de Janeiro: Record, 1986.
Fonte: Português –
Palavra Aberta – 5ª série – Isabel Cabral – Atual Editora – São Paulo, 1995. p.
02-05.
Fonte da imagem: https://www.google.com/url?sa=i&url=http%3A%2F%2Fpatrulha-lobo23rn.blogspot.com%2F2011%2F01%2Fpatrulha-lobo.html&psig=AOvVaw3jiQYVFp__HoTEBAj0W5FS&ust=1608335567636000&source=images&cd=vfe&ved=0CAIQjRxqFwoTCJiw2ZKb1u0CFQAAAAAdAAAAABAP
Entendendo o conto:
01 – Vamos observar os
elementos dessa narrativa.
a)
Quais são as personagens dessa história?
O menino e o grupo de escoteiros.
b)
O narrador é uma personagem?
Sim.
c)
Onde acontece a história?
No meio da mata.
d)
Quando acontece a história?
Quando os escoteiros cumpriam suas missões.
02 – Vamos relembrar o que
acontece nessa história:
a)
Em primeiro lugar, vamos dividi-la em quatro
partes, destacando os fatos principais. Os primeiros fatos já foram destacados.
Observe:
1 –
Em um acampamento de escoteiros, um grupo de meninos é encarregado de recolher
galhos secos na mata.
2 –
Um dos meninos, considerado como mascote, distrai-se recolhendo gravetos e
distancia-se dos demais.
Escreva
o que aconteceu de importante nas outras duas partes.
Resposta pessoal do aluno. Sugestão: 3 – O menino percebe que está
sozinho e grita pelos companheiros. 4 – Quase noite, completamente só,
permanece quieto, esperando que o busquem no meio do mato.
b)
Agora, reconte a história em forma de
desenho. Em seu caderno, faça quatro quadrinhos e desenhe em cada um deles uma
parte importante da história. Dê um título para cada quadrinho.
Resposta pessoal do aluno.
03 – Você deve ter notado
que quem conta essa história é a personagem menino. Em um momento do texto, o
menino diz o seguinte: “Também eu
levava, com orgulho, dependurada ao cinto, a minha faca de campanha”.
a)
Para que os escoteiros usavam facas,
machadinhas e facões?
Para cortar os galhos secos das árvores.
b)
Por que o menino tinha orgulho de carregar
uma faca?
Possuir uma faca significava já ser um escoteiro, ser grande.
c)
Ele usou a faca? Por quê?
Não. O comandante da patrulha deu-lhe como missão apenas recolher os
gravetos que já estavam no chão. Tudo indica que era pequeno para usar uma
faca.
04 – “Eu sabia me orientar pelo sol. Bastava virar à esquerda para o poente,
e tinha à minha frente o norte, às costas o sul e à direita o leste.”. Você
também sabe se orientar pelo sol? Descubra onde estão norte, sul, leste e oeste
em sua classe.
Resposta pessoal
do aluno.
05 – Podemos afirmar que o
menino teve medo? Procure no texto e escreva em seu caderno um trecho que
comprove a sua resposta.
Provavelmente,
sim. “Senti vontade de chorar.”
06 – Como você se sentiria
se estivesse no lugar do menino? O que você faria?
Resposta pessoal
do aluno.
07 – O que você acha que
aconteceu ao menino, durante a noite, sozinho, perdido na mata? Imagine que
você é o escoteiro perdido e escreva um final para a história.
Resposta pessoal do aluno.
Obg pela resposta da aula 🤩🤩😘😘😘😘🥰🥰🥰🥰🥰🥰
ResponderExcluirO trecho que está no desfecho do texto acima é
ResponderExcluirobrigada pelas respostas 💜
ResponderExcluirObrigada pela a resposta ☺️😃❤️❣️
ResponderExcluirKkkkkkkk parabens a e obrigada pelas respostas
ResponderExcluirHihihi valeu pelas respostas
ResponderExcluir