quinta-feira, 6 de agosto de 2020

TEATRO: A VIDA NO PALCO - HILDEGARD FEIST - COM GABARITO

Teatro: A vida no palco

              Hildegard Feist

        A literatura conta histórias. Quando lê um romance, você viaja pelo mundo do autor: imagina aquelas pessoas que ele descreve, as paisagens, os ambientes... Já o teatro mostra histórias. Quando você assiste a uma peça, não precisa imaginar nada. As personagens e os cenários estão materializados diante da plateia.

      O texto no teatro é essencial, mesmo que os atores não abram a boca (nesse caso eles estariam representando com gestos uma história que teve de ser escrita por alguém).

        Mas no teatro o texto não é tudo, como acontece com a literatura. Você pode muito bem ler um livro, sozinho num canto, e imaginar à vontade. Também pode ler uma peça, sozinho do mesmo jeito, porém essa leitura solitária vai lhe dar apenas uma vaga ideia do que você veria no teatro. Porque uma peça só se realiza, só ganha vida, quando chega ao palco.

        Quando escreve para o teatro, o autor já está pensando em todas as pessoas que serão necessárias para dar vida ao seu texto. Seu trabalho de criação não termina no final da história, como no caso de um romance. O autor de um romance precisa de um editor para publicá-lo, de um livreiro para vende-lo e de um leitor para lê-lo, porém o que ele apresenta é uma obra acabada.

        O autor teatral, também chamado dramaturgo, precisa de muito mais gente: na verdade precisa de todo um batalhão de profissionais para mostrar o que escreveu. São atores, diretor, produtor, cenógrafo, figurinista, iluminador... sem falar no público.

        Vamos por parte.

          Os passos do processo

        Depois de escrever uma peça, o dramaturgo a leva para uma pessoa ligada ao teatro, geralmente um ator de prestígio ou um diretor.

        (...)

        Digamos que tudo corre às mil maravilhas. Os atores adoram o texto, identificam-se com suas personagens e no momento não têm nenhum compromisso que os impeça de participar do projeto.

        Agora precisam de um produtor, de alguém que banque o espetáculo, ou seja, que forneça o dinheiro para adquirir móveis, tecidos, roupas, acessórios – enfim, todo o material necessário para a montagem –, além de pagar despesas como o aluguel do teatro, a contratação de carpinteiros, eletricistas, costureiras e outros profissionais indispensáveis, a compra de espaço para publicidade nos jornais, revistas e TV...

        Mais uma vez dá tudo certo, e o trabalho pode começar. Primeiro se faz uma leitura dramática: todo o elenco se reúne, de preferência sentado em torno de uma mesa, e cada ator lê sua parte, já representado com a entonação de voz que pretende dar à personagem.

        O diretor vi corrigindo, vai mostrando a cada um como deve falar. Por exemplo, um simples “Eu te amo” pode ser dito com alegria, com tristeza, com fingimento, com desespero... depende da situação e também da maneira como o diretor imagina a cena.

        O diretor tem a visão geral do espetáculo e sabe qual é o resultado que quer conseguir. Alguns diretores simplesmente impõem sua opinião, porém a maioria conversa com os atores, explica o que tem em mente, escuta o que eles acham e todos chegam a um acordo (ou pelo menos é o que se espera).

        Não é só com os atores que o diretor dialoga. Ele também expõe seus objetivos aos demais membros da equipe, explicando o que espera de cada um. E, como cada um tem uma maneira de ver o espetáculo, seguem-se as discussões e as trocas de ideias. Tudo acertado, o cenógrafo trata de criar os cenários adequados; o iluminador estuda as várias formas de usar a luz; o figurinista concebe as roupas que cada personagem terá de vestir; e assim por diante.

        Depois de muito ensaio e muito trabalho, a peça está pronta para ser apresentada ao público. O dinheiro resultante da venda dos ingressos paga o salário do pessoal envolvido no espetáculo.

        Lance uma ideia em sua escola. Reúna uma turma para montar uma peça. É uma ótima experiência, pois, colocando-se na pele de uma personagem, você sai de si mesmo, esquece seus problemas e aprende a entender melhor essa complicada e maravilhosa criatura humana. Experimente.

    Pequena viagem pelo mundo da arte, Hildegard Feist.

                             Fonte: Livro – Encontro e Reencontro em Língua Portuguesa – 8ª Série – Marilda Prates – Ed. Moderna, 2005 – p. 171/3.

Entendendo o teatro:

01 – Qual é a diferença entre um romance e o texto dramático (texto para ser representado)?

      1° parágrafo. “Quando lê um romance, você viaja pelo mundo do autor: imagina aquelas pessoas que ele descreve, as paisagens, os ambientes... Já o teatro mostra histórias.”

02 – Quando o teatro ganha realmente vida? Por quê? Justifique a partir do texto e de suas experiências e conhecimentos.

      Resposta pessoal do aluno.

03 – Qual é a diferença entre um autor de um romance e um autor de peças teatrais? Por quê? Argumente a partir do texto.

      “O autor de um romance precisa de um editor para publicá-lo, de um livreiro para vende-lo e de um leitor para lê-lo, porém o que ele apresenta é uma obra acabada.”

      “O autor teatral, também chamado dramaturgo, precisa de muito mais gente: na verdade precisa de todo um batalhão de profissionais para mostrar o que escreveu. São atores, diretor, produtor, cenógrafo, figurinista, iluminador... sem falar no público.”

04 – Do que precisa um romancista para que seu livro fique pronto?

      O romancista precisa de um editor para publicar seu livro.

05 – O que é necessário para o autor teatral, também chamado de dramaturgo, expor sua obra?

      O autor teatral precisa de atores, diretor, produtor, cenógrafo, figurinista, iluminador e público.

06 – Fale sobre os passos do processo: desde a criação da peça teatral até sua representação no palco.

      Resumo do texto “Os passos do processo”.

07 – Produtor, material, publicidade são essenciais no teatro. E por quê?

      Resposta pessoal do aluno.

08 – Na região em que você vive, a atividade teatral é comum? Existem escolas de teatro, arte dramática? E a comunidade tem o hábito de frequentar o teatro? Fale a partir da sua realidade de vida e justifique suas respostas.

      Resposta pessoal do aluno.

            

 


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