LENDA:
A
MOÇA QUE DANÇOU DEPOIS DE MORTA
Bruno Caldeira
Esta lenda é muito popular em Porto
Alegre.
Conta-se que um rapaz foi a um baile,
no bairro Glória, numa noite de sábado.
Lá conheceu uma moça muito bonita, mas
triste...e sozinha, o que era coisa incomum, para a época. Intrigado, convidou
a moça para dançar. Perguntou-lhe então a razão de tanta tristeza, mas a moça
de poucas palavras, não deu nenhuma explicação plausível. Para não a incomodar
mais, desistiu do interrogatório.
Dançou com ela o que deu, até que "a meia-noite" ela disse que
precisaria voltar para casa. O moço, nesse momento, até pensou estar
vivenciando um flerte com uma real Cinderela, pois essa também precisava sumir
nesse preciso momento.
Ofuscado com sua beleza e admirado com seu comportamento, o moço decidiu
acompanhá-la, até por que era muito perigoso uma moça sozinha tão tarde andar
pelas ruas.
Ao saírem, o ar da noite à fez estremecer e abraçou o jovem arrepiada.
Então o rapaz, muito educado, ofereceu-lhe a capa, na qual ela se enrolou
agradecida.
Os dois atravessaram o morro da Glória, onde fica o cemitério e desceram
um pouco a lomba, como quem vai para o centro. Diante de uma casa a moça parou
e disse:
-- "Eu moro aqui." Quis devolver, então a capa, mas o rapaz
não aceitou, pensando em uma desculpa para ver a moça ao meio-dia de domingo...
Ela sorriu, mas nada falou, entrando na casa.
No domingo, como havia combinado, perto do meio-dia, o moço voltou
"a casa, teoricamente para reaver a capa, mas na realidade esperando
um convite para almoçar e, quem sabe, iniciar um romance. Foi então recebido
por um homem maduro e muito triste. Só neste momento então, o rapaz percebeu
que não havia perguntado o nome da moça, na noite anterior. Daí só lhe restava
perguntar:
-- "O senhor é o pai da moça que mora aqui?"
-- "Aqui não mora moça nenhuma". Disse o homem triste.
-- "Mora sim. Eu vim com ela ontem de um baile e entrou aqui
dizendo ser sua casa. Emprestei minha capa para ela, porque estava frio e
fiquei de vir buscar hoje. ..."
-- "É engano seu, deve ter sido em outra casa." Contestou o
velho.
E, ao abrir um pouco mais a porta, o rapaz pode olhar para dentro e viu
o retrato da moça na parede. Alegrou-se, apontando:
-- "Olhe, lá está ela, é aquela do retrato!"
--"Aquela é minha filha, que morreu faz um ano!"
O rapaz ficou surpreso e sem saber em que acreditar. Era tão sincera sua
surpresa, que o velho se ofereceu para levá-lo ao túmulo da filha, no cemitério
mais acima.
Foram...e lá estava mesmo o túmulo da moça, com seu retrato e em cima do
túmulo, a capa do rapaz...
Bruno Caldeira nº4 6ºJ
Entendendo o texto:
01 – Quando você viu o título do texto pela primeira vez
sentiu medo?
Resposta pessoal do aluno.
02 – O texto “A moça que dançou depois de morta”, é do
tipo:
a) Poesia.
b) Fábula.
c) Lenda.
d) Conto.
03 – O que você achou do texto?
Resposta pessoal do aluno.
04 – O que mais gostou e o que menos gostou nesta
história?
Resposta pessoal do aluno.
05 – Em que bairro aconteceu o baile na noite de sábado?
No bairro Glória.
06 – Ao sair do baile, o que o rapaz ofereceu pra moça? Por
que?
Ofereceu sua capa. Porque estava frio.
07 – No domingo ele foi à
casa da moça buscar a capa. O que aconteceu?
Ele descobriu que
aquela moça com quem tinha dançado estava morta a um ano.
08 – Diante da surpresa do
rapaz, qual foi a atitude do pai da moça?
Levou o rapaz até
o cemitério e provar o que tinha dito.
09 – O que tinha no túmulo
que provava ser da moça?
Tinha o retrato
dela e a capa que ele tinha emprestado a ela.
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