domingo, 24 de março de 2019

POESIA: SONETO DE CARNAVAL - VINÍCIUS DE MORAES - COM GABARITO

Poesia: SONETO DE CARNAVAL
          Vinícius de Moraes
     
        
Distante o meu amor, se me afigura
O amor como um patético tormento
Pensar nele é morrer de desventura
Não pensar é matar meu pensamento.

Seu mais doce desejo se amargura
Todo o instante perdido é um sofrimento 

Cada beijo lembrado uma tortura
Um ciúme do próprio ciumento.

E vivemos partindo, ela de mim
E eu dela, enquanto breves vão-se os anos
Para a grande partida que há no fim

De toda a vida e todo o amor humanos:
Mas tranquila ela sabe, e eu sei tranquilo.
Que se um fica o outro parte a redimi-lo.

Oxford, carnaval de 1939. Vinícius de Moraes. Livro de sonetos.
São Paulo: Companhia das Letras, 1991.
Entendendo o soneto:

01 – Caracterize o amor descrito pelo eu lírico nesse poema.
      Trata-se de um amor feito de lembranças, que causam tormento e angustia, mas que o eu lírico não pode nem quer tirar do pensamento.

02 – Explique a razão do título “Soneto de carnaval”.
      O poema é um soneto, porque tem dois quartetos e dois tercetos. Foi criado no Carnaval de 1939 quando o autor se encontrava em Oxford, segundo a informação abaixo do poema.

03 – Interprete estes versos:
        “Cada beijo lembrado uma tortura
         Um ciúme do próprio ciumento.”
      O eu lírico sente ciúme dele próprio, ou melhor, dele quando viveu momentos de intensa felicidade junto à amada.

04 – Considerando que o artigo, o pronome, o adjetivo e o numeral concordam com o substantivo ao qual se referem, que palavras estão concordando com o substantivo amor, no verso a seguir? Classifique-as morfologicamente.
        “Distante o meu amor, se me afigura”.
      Distante: adjetivo; O: artigo; Meu e me: pronomes.

05 – Com que palavra está concordando o adjetivo breves, na terceira estrofe?
      Com o substantivo anos.

06 – Considerando que o verbo concorda em número e pessoa com o seu sujeito, explique a flexão do verbo saber neste verso:
        “Mas tranquila ela sabe, e eu sei tranquilo.”
      Nos dois casos, o verbo saber concorda em número e pessoa com o seu sujeito simples (ela e eu).



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