Poema: Saudades
Casimiro de Abreu
Nas horas mortas da noite
Como é doce o meditar
Quando as estrelas cintilam
Nas ondas quietas do mar;
Quando a lua majestosa
Surgindo linda e formosa,
Como donzela vaidosa
Nas águas se vai mirar!
Como é doce o meditar
Quando as estrelas cintilam
Nas ondas quietas do mar;
Quando a lua majestosa
Surgindo linda e formosa,
Como donzela vaidosa
Nas águas se vai mirar!
Nessas horas de silêncio
De tristezas e de amor,
Eu gosto de ouvir ao longe,
Cheio de mágoa e de dor,
O sino do campanário
Que fala tão solitário
Com esse som mortuário
Que nos enche de pavor.
De tristezas e de amor,
Eu gosto de ouvir ao longe,
Cheio de mágoa e de dor,
O sino do campanário
Que fala tão solitário
Com esse som mortuário
Que nos enche de pavor.
Então — Proscrito e sozinho —
Eu solto aos ecos da serra
Suspiros dessa saudade
Que no meu peito se encerra
Esses prantos de amargores
São prantos cheios de dores:
— Saudades — Dos meus amores
— Saudades — Da minha terra!
Eu solto aos ecos da serra
Suspiros dessa saudade
Que no meu peito se encerra
Esses prantos de amargores
São prantos cheios de dores:
— Saudades — Dos meus amores
— Saudades — Da minha terra!
ABREU,
Casimiro de. As primaveras. Rio de Janeiro: Ediouro.
Entendendo o poema:
01 – As estrofes desse texto são compostas de:
a) Versos
de cinco sílabas (redondilhas menores).
b) Versos
de seis sílabas.
c) Versos de sete sílabas (redondilhas maiores).
d) Versos
de oito sílabas.
e) Versos
de dez sílabas (decassílabos).
02 – Na primeira estrofe, o eu lírico:
a)
Descreve a beleza do mar à noite, que o
estimula a buscar os prazeres do amor.
b)
Destaca a beleza do mar e da lua para realçar
a formosura e a vaidade da mulher amada.
c)
Expressa a atração que sente pela
noite enluarada à beira do mar, que convida à meditação.
d)
Descreve uma paisagem noturna à beira do mar,
que o estimula a meditar na beleza da natureza.
03 – Na segunda estrofe:
a)
O eu lírico faz referência ao sino do
campanário para destacar que ele quebra a beleza da noite silenciosa.
b)
O som do sino parece ao eu lírico
uma voz solitária que se lamenta no meio da noite.
c)
O eu lírico diz que gosta de ouvir o som do
sino, porque ele o enche de mágoa e pavor.
d)
O eu lírico sente-se atraído pelo som do
sino, embora esteja tão solitário naquelas horas de silêncio.
04 – Na última estrofe:
a)
A “voz” lamentosa do sino estimula
o eu lírico a desabafar seu pranto de saudades dos seus amores e da sua terra.
b)
A “voz” do sino, cheia de mágoa e de dor,
acalma as saudades que o eu lírico sente dos seus amores e da sua terra.
c)
A “voz” do sino traz ao eu lírico a lembrança
dos dias infelizes, fazendo-o chorar “prantos cheios de dores”.
d)
A “voz” lamentosa e longínqua do sino
angustia o eu lírico, que evita pensar nas saudades que sente dos seus amores e
da sua terra.
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