Reportagem: Nº
de refugiados e deslocados cresce em 2016 e é o maior já registrado, diz
relatório
65,6 milhões de pessoas
passaram por deslocamento devido a conflitos, guerra e/ou fome, segundo a
Acnur. Países em desenvolvimento acolhem 84% dos refugiados e deslocados, e
metade é criança.
Por Viviane Sousa, GloboNews
19/06/2017 02h00
Conflitos locais, guerra civil e fome
fizeram com que o número de refugiados e deslocados no mundo aumentasse ainda
mais em 2016, segundo relatório divulgado nesta segunda-feira (19), tornando a
atual crise humanitária a mais grave desde a fundação da ONU, em 1945.
Os países com maior número de
refugiados são Síria, Afeganistão, Sudão do Sul e Somália, e os países que mais
os recebem são Turquia, Paquistão, Líbano, Irã, Uganda, Etiópia e Jordânia, não
países desenvolvidos (veja mais abaixo).
O número de refugiados e deslocados no
mundo atingiu 65,6 milhões de pessoas no ano passado, um crescimento de 300 mil
na comparação com 2015, segundo o Relatório Global Sobre Deslocamento Forçado
em 2016, divulgado pelo Alto Comissariado da ONU para Refugiados (Acnur).
Desse total, 10,3 milhões foram
forçadas a deixarem seus lares pela primeira vez (15,7%) e metade são crianças.
Crianças que viajavam sozinhas ou separadas de seus pais pediram cerca 75 mil
solicitações de refúgio só no ano passado.
A guerra na Síria, que já dura 6 anos,
é a causa do maior fluxo de refugiados do planeta. São 5,5 milhões de pessoas
que deixaram o país em busca de um local mais seguro, segundo o relatório do
Alto Comissariado da ONU para Refugiados (Acnur).
Países de origem dos refugiados em 2016:
·
Síria: 5,5 milhões
·
Afeganistão: 2,5 milhões
·
Sudão do Sul: 1,4 milhão
·
Somália: 1,0 milhão.
Mas, durante 2016, os conflitos entre o
governo do Sudão do Sul e grupos rebeldes trouxeram um novo elemento à crise
humanitária. Aproximadamente 740 mil sul-sudaneses foram forçados a se deslocar
no ano passado devido à guerra civil, e o número de refugiados do país subiu
para 1,87 milhão.
No início deste ano, ONU e o Sudão do
Sul declararam estado de fome no país, com cem mil pessoas em risco de
inanição. A falta de comida e o colapso econômico são provocados pela guerra
civil iniciada há 3 anos.
Refugiados acolhidos
Países em desenvolvimento foram os que
mais acolheram os refugiados em 2016. Dos 65,6 milhões de refugiados ou
deslocados, 84% estão em países de renda média a baixa, sendo que 4,9 milhões
foram recebidos pelos países menos desenvolvidos. Uganda, Etiópia e Quênia, que
são vizinhos do Sudão do Sul, receberam cerca 700 mil refugiados.
O número mostra falta de consenso
internacional quando se trata de acolhimento, segundo o relatório do Acnur, e
desmitifica a ideia de são os países mais desenvolvidos que mais prestam
assistência aos refugiados, afirma o porta-voz do Acnur no Brasil, Luiz
Fernando Godinho. “Isso mostra a necessidade de que esses países de renda média
ou baixa sejam melhor assistidos pela comunidade internacional”
Países
que mais receberam refugiados:
·
Turquia: 2,9 milhões
·
Paquistão: 1,4 milhão
·
Líbano: 1 milhão
·
Irã: 979,4 mil
·
Uganda: 940,8 mil
·
Etiópia: 791,6 mil
·
Jordânia: 685,2 mil
O relatório também faz um alerta para o
elevado número deslocamentos internos: 6,9 milhões de pessoas forçadas a se
deslocar dentro dos seus próprios países. A Síria, Iraque e Colômbia são os
países com maior número de refugiados internos.
Segundo o porta-voz do Acnur no Brasil,
os dados podem indicar uma tendência de aumento do fluxo de refugiados no
futuro, pois esses deslocamentos internos mostram que as pessoas tentam ficar
nos países onde nasceram antes de se refugiar em outros países.
SOUSA, Viviane. N° de
refugiados e deslocados cresce em 2016 e é o maior já registrado, diz
relatório. G1, São Paulo, 19 jun. 2017. Disponível em: https://glo.bo/2J2VP1T.
Acesso em: 28 set. 2018.
Fonte: Livro – Tecendo Linguagens – Língua Portuguesa – 7º
ano – Ensino Fundamental – IBEP 5ª edição – São Paulo, 2018, p. 55-9.
Entendendo a reportagem:
01 – Qual o fato originou a reportagem?
O aumento no número de pessoas refugiadas e
deslocadas no mundo em 2016.
02 – Releia o título da reportagem.
“N° de refugiados e deslocados cresce em 2016 e é o maior já
registrado, diz relatório”.
a)
O que mais
chama atenção no título da reportagem?
Em 2016, o número de refugiados e deslocados é o
maior já registrado.
b)
Em que tempo
encontram-se os verbos presentes no título?
No presente do indicativo.
c)
Por que a
autora do texto escolheu esse tempo verbal para o título da reportagem?
Para produzir efeito de atualidade aos fatos e
temas abordados na reportagem.
d)
A reportagem
trata de dados de 2016. Teça suas considerações: Como seria o título se a
reportagem fosse publicada hoje? Você acha que houve mudanças? Explique.
Resposta pessoal do aluno.
e)
Pesquise os
significados de refugiado e deslocado.
Refugiado: indivíduo que se desloca para outro país
ou para outra região dentro de seu próprio país, devido a problemas
relacionados a guerras, conflitos, violência ou crises humanitárias.
Deslocado: tirado de um lugar, removido.
03 – Agora releia o subtítulo (linha fina) da reportagem:
“65,6 milhões de pessoas
passaram por deslocamento devido a conflitos, guerra e/ou fome, segundo a
Acnur. Países em desenvolvimento acolhem 84% dos refugiados e deslocados, e
metade é criança.”
a)
O que o subtítulo apresenta em relação ao
título?
Explicação e complementação da informação apresentada no título.
b)
Quais informações chamam mais a atenção das
pessoas e mostram a grande dimensão do problema?
O grande número de pessoas que passaram por isso, sendo metade
crianças.
c)
Em quais tempos estão os verbos do subtítulo?
Passaram (pretérito perfeito), acolhem (presente do indicativo), é
(presente do indicativo).
d)
Por que a autora do texto utiliza esses
tempos verbais?
O tempo pretérito perfeito (passaram) indica uma ação concluída no
passado, ou seja, 65,6 milhões de pessoas já passaram por deslocamento. O tempo
presente (acolhem, é) indica atualidade nos dados apresentados pela reportagem.
04 – O primeiro parágrafo da
reportagem pode ser o lide, que consiste na síntese das informações relatadas.
Releia o primeiro parágrafo e identifique:
a)
Qual foi o acontecimento?
Aumento no número de refugiados e deslocados no mundo.
b)
Onde ocorreu?
Em países em conflito, guerra civil ou assolados pela fome.
c)
Quando ocorreu?
Em 2016.
d)
Por que aconteceu?
Por causa de conflitos locais, guerra civil e fome nesses países.
e)
Como aconteceu?
Um grande número de pessoas se refugiou/deslocou para fugir de
conflitos, guerras e fome.
05 – Leia as informações do
quadro a seguir sobre o gênero reportagem:
A reportagem
é o resultado de uma atividade jornalística que consiste em fazer a cobertura
de fatos, pesquisar e selecionar dados e tratar a informação para o leitor
compreender e formar sua opinião sobre um tema da atualidade. Dessa forma, a
reportagem amplia a discussão originada por fatos e acontecimentos relatados em
notícias anteriormente publicadas.
a)
Qual é, atualmente, a causa de maior fluxo de
refugiados no mundo? Como a jornalista aferiu essa informação?
A guerra na Síria, em decorrência da crise humanitária criada pelo
conflito e pelos ataques entre grupos inimigos.
b)
Quais países acolhem mais refugiados e
deslocados, de acordo com os dados da reportagem? Qual é a fonte dessa
informação? É confiável?
Turquia: 2,9 milhões; Paquistão: 1,4 milhão; Líbano: 1 milhão; Irã:
979,4 mil; Uganda: 940,8 mil; Etiópia: 791,6 mil; Jordânia: 685,2 mil. Essa
informação é do Acnur.
c)
O que esses dados possibilitam informar às
pessoas sobre o acolhimento aos refugiados e deslocados? Podem construir novas
opiniões?
Esses dados desmitificam a ideia de que são os países mais
desenvolvidos que mais prestam assistência aos refugiados.
d)
Quais informações a reportagem apresenta
sobre os deslocamentos internos? Por que eles ocorrem?
A reportagem apresenta o elevado número de deslocamento internos,
segundo o relatório do Acnur, cita os três países com maior número de
refugiados internos (Síria, Iraque e Colômbia) e comenta que, de acordo com o
porta-voz do Acnur no Brasil, esses dados podem indicar aumento no número de
refugiados no futuro. De acordo com a reportagem, os deslocamentos internos
ocorrem por causa de conflitos, guerras e fome.
e)
Teça suas considerações: Por que o tratamento
dos dados na reportagem é relevante para a cobertura de um tema?
Resposta pessoal do aluno.
06 – Releia o trecho a
seguir:
“O número mostra falta de consenso
internacional quando se trata de acolhimento, segundo o relatório do Acnur, e
desmitifica a ideia de são os países mais desenvolvidos que mais prestam
assistência aos refugiados”, afirma o porta-voz do Acnur no Brasil, Luiz
Fernando Godinho. “Isso mostra a necessidade de que esses países de renda média
ou baixa sejam melhor assistidos pela comunidade internacional”.
a)
Faça a distinção nos segmentos do trecho
acima entre fato e opinião.
Fato: “O número [...] desmitifica a ideia de que são os países mais
desenvolvidos que mais prestam assistência aos refugiados”.
Opinião: “Isso [esses dados] mostra a necessidade de que esses
países de renda média ou baixa sejam melhor assistidos pela comunidade internacional.”
b)
De quem é o depoimento no trecho? Qual cargo
ocupa?
De Luiz Fernando Godinho, porta-voz do Acnur no Brasil.
c)
Qual é a opinião expressa por ele?
De que os países menos desenvolvidos que recebem esses refugiados
precisam ser melhor assistidos pela comunidade internacional.
d)
Você concorda com ele? Explique.
Resposta pessoal do aluno.
07 – Leia no quadro a seguir
o título de uma reportagem sobre refugiados venezuelanos:
Refugiados
venezuelanos: “Já não bastam nossos bandidos?”
GRYZINSKI, Wilma. Refugiados
venezuelanos: “Já não bastam nossos bandidos?”. Veja, São Paulo, 20 ago. 2018.
Disponível em: https://abr.ai/2qpD5BQ.
Acesso em: 21 ago. 2018.
a)
Quais são as convergências e as divergências entre
a reportagem “N° de refugiados e deslocados cresce em 2016 e é o maior já
registrado, diz relatório”, do G1, e o título da reportagem da revista Veja?
Ambas tratam dos refugiados no mundo. A reportagem do G1 apresenta
uma pesquisa na qual evidencia que países menos desenvolvidos estão acolhendo
mais refugiados e que esses países deveriam ser melhor assistidos pela
comunidade internacional. Na reportagem da revista Veja, é possível verificar
pelo título que trata dos refugiados venezuelanos no Brasil e os conflitos
decorrentes dessa situação.
b)
Ao ler os dois títulos das reportagens, qual
dos dois parece mais confiável para você? Explique.
Resposta pessoal do aluno.
c)
Em sua opinião, qual dos dois títulos das
reportagens choca mais o leitor? Explique.
Resposta pessoal do aluno.
d)
Na reportagem da revista Veja, a oração
destacada entre aspas marca uma opinião ou um discurso de ódio? Explique.
Discurso de ódio, pois carrega em si um alto grau de discriminação,
preconceito e incitação à xenofobia.”