sexta-feira, 14 de maio de 2021

RELATO: CORTONA, NOBRE CIDADE - FRANCES MAYES - COM GABARITO

 RELATO: CORTONA, NOBRE CIDADE

                Frances Mayes

Cortona merece quase sete páginas no excelente Blue Guide: Northern Italy. O autor conduz meticulosamente o turista ao longo de cada rua, salientando os pontos de interesse. A partir dos portões da cidade, são recomendadas outras excursões pelos campos da vizinhança. Cada altar lateral do duomo é descrito de acordo com sua orientação relativa aos pontos cardeais; de tal modo que, se por acaso a pessoa souber onde fica o leste, depois de viajar pelas estradas sinuosas, poderá saber sua localização e se guiar sozinha por todos os cantos. O autor chegou a identificar todos os quadros escurecidos na área do coro. Ao ler esse guia, mais uma vez fico assombrada com toda a arte, a arquitetura, a história em uma única cidadezinha no alto de um morro. Esta é apenas uma de centenas de antigas atalaias contra saqueadores, empoleiradas para os passeios pitorescos de hoje.

Agora que conheço um pouco este lugar, leio com percepção redobrada. O guia me leva à trilha à sombra de acácias ao longo da muralha interior da cidade, e me lembro imediatamente das modestas casas de pedra de um lado, da vista para o Val di Chiana, do outro. Vejo, também, o cachorro de três pernas que mora na casa que sempre tem cuecas enormes secando no varal. Vejo as cadeiras de assento de palhinha que todos os moradores desse esplêndido trecho da muralha trazem para fora quando vêm olhar o pôr do sol e marcar o ponto com as estrelas. Ontem, num passeio por lá, quase pisei num rato morto ainda mole. No interior de um dos portais que dá direto para a rua estreita, vi de relance uma mulher segurando a cabeça nas mãos, sentada à mesa da cozinha. Se estava chorando ou tirando um cochilo, não sei.

MAYES, Frances. Sob o sol da Toscana. Rio de Janeiro: Rocco, 1999. p. 169-170.

Fonte: Livro: Língua Portuguesa: linguagem e interação/ Faraco, Moura, Maruxo Jr. – 3.ed. São Paulo: Ática, 2016. p. 175. 

Entendendo o texto

1.Que impressões você tem de Cortona depois de ter lido o relato de Frances Mayes?

Resposta pessoal.

2.Podemos afirmar que o segundo parágrafo do texto de Frances Mayes só podia ter sido escrito por alguém que visitou Cortona e a conhece bem. Por quê?

A autora afirma que já conhece o lugar e relembra o que viu, dando detalhes.

3.Se você fosse o autor de um relato sobre sua cidade, o que contaria sobre ela para incentivar o turismo?

Resposta pessoal.

4. Reflita: na sua opinião o que levaria as pessoas a terem impressões diferentes sobre um mesmo lugar?

Resposta pessoal.

Sugestão: Por diversos motivos, como a preferência pessoal por certos tipos de lugares; os objetivos de cada um ao visitar um determinado lugar; a experiência bem-sucedida ou não que possa ter tido durante a visitação; entre outros.

 

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