HISTÓRIA: O JEGUE CEGO
Na Serra de Ibiapaba, numa
das encostas mais altas, encontrei um jegue. Estava voltado para o lado leste e
me pareceu que descortinava o panorama. Mas quando me aproximei, percebi que era
cego!
Perguntei-lhe o que fazia
nas encostas daquela serra. Ele me respondeu
que sempre tivera vontade de ficar ali, parado, descortinando o panorama árido.
Mas o homem não permitia que ele abandonasse o trabalho e se dirigisse àquele
sítio. Só houve um meio de o homem deixá-lo ir: era tornando-se inútil. E ele
se tornou cego e ali estava.
— Mas você não pode ver o panorama — eu lhe disse.
— Não tem importância — ele respondeu—, eu posso
imaginá-lo.
FRANÇA JÚNIOR, Oswaldo. As laranjas iguais. Rio de Janeiro:
Nova Fronteira, 1985. p. 67.
Fonte: Livro: Língua Portuguesa: linguagem e interação/ Faraco, Moura, Maruxo Jr. – 3.ed. São Paulo: Ática, 2016. p.51.
Responda:
a) A história lida é real ou inventada? Justifique.
Trata-se de uma história
inventada, pois no mundo real bichos não falam.
Resposta pessoal. Nossa leitura aponta para uma ironia na
escolha do animal, que se mostra bastante perspicaz.
c) Que sentimento a última fala do jegue despertou em você?
Resposta pessoal.
Resposta pessoal.
2. Em certa passagem do
conto, o narrador promove uma “aceleração” no ritmo da história. localize-a e
indique onde começa e termina.
Trata-se do
trecho que começa em “sempre tivera” e termina em “ali estava”.
3. Identifique
as formas verbais do texto. Que tempo predomina: o presente, o passado ou o futuro?
Por que isso ocorre, em sua opinião?
Predomina o
passado, já que o texto conta um fato passado, já acontecido.
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