Reportagem: Êxodo millennial: jovens brasileiros querem abandonar o país
Pesquisa
revela ainda que entre adultos, o desejo atinge 43% da população
23/06/2018 5:12, Atualizado 23/06/2018
14:52
Em busca de uma nova realidade e com o
passaporte em mãos. É isso que boa parte da juventude brasileira idealiza em
2018. De acordo com pesquisa feita pelo Datafolha divulgada no dia 17 de junho,
o Brasil vive um verdadeiro êxodo de talentos.
O movimento de jovens que pretendem
deixar o país e tentar a vida fora das fronteiras vem aumentando há anos,
mas agora atinge um nível alarmante. Entre os entrevistados com idades entre 16
e 24 anos, 62% afirma que trocaria a nação se tivesse condições. Quando
consideram-se apenas pessoas com mais de 16 anos, a porcentagem é de 43%, o que
significaria cerca de 70 milhões de brasileiros prontos para deixar tudo para
trás.
A falta de esperança no cenário
político, a crise econômica que, desde 2014, não mostra sinais de melhora e o
baixo incentivo em educação e pesquisa são algumas das razões que têm levado o
jovem brasileiro a desistir do próprio país. E a vontade não fica apenas no
campo das intenções: em 2017, foram entregues 21,7 mil declarações de saída
definitiva do Brasil à Receita Federal (em 2011, o número foi de 8,1 mil
pessoas). [...]
Em primeiro lugar na lista de locais
preferidos, estão os Estados Unidos. Daniel Resenthal, diretor da InvestUS360
(plataforma que oferece ajuda a quem quer morar ou investir nos Estados Unidos),
firma que as famílias de jovens com filhos são os que mais procuram a empresa
por querer estabilidade, tranquilidade e esperança em um futuro mais promissor.
“Nossos clientes não suportam mais a
crise política e suas anuências, como corrupção, carga tributária e insegurança
jurídica. Esses pontos têm gerado uma instabilidade econômica que, por sua vez,
causa falta de perspectivas de dias melhores a curto prazo. O brasileiro está
cansado e jogando a toalha”, afirma. Rosenthal explica ainda que a maioria das
pessoas quer ir embora em definitivo, mas ainda planeja muito mal a mudança. E
sua empresa encaminha as demandas para parceiros especializados.
Fuga
de cérebros
A pesquisa do Datafolha afirma que 56%
das pessoas com ensino superior e 48% das que têm nível médio também optariam
por morar fora do país. E, segundo Rosenthal, alguns de seus clientes são
executivos, pesquisadores e profissionais qualificados. “Há falta de
investimento na área de pesquisa e desenvolvimento e, consequentemente, os
profissionais não conseguem realizar projetos, se frustram e acabam desistindo
ou do Brasil ou da carreira”, alerta.
Para ele, uma das preocupações mais
latentes é a de que até jovens que ainda não têm curso superior estão sem
esperança e querendo ir embora (o que ajuda a justificar a alta porcentagem da
pesquisa entre 16 e 24 anos). “Teremos uma perda irreparável de fuga de
cérebros que são importantes para o desenvolvimento e a reestruturação de um
novo Brasil”, diz. [...]
CONTAIFER, Juliana.
Êxodo millennial: jovens brasileiros querem abandonar o país. Metrópoles, 23
jun. 2018. Disponível em: https://bit.ly/2DQSBQN.
Acesso em: 29 set. 2018.
Fonte: Livro – Tecendo Linguagens – Língua Portuguesa – 8º
ano – Ensino Fundamental – IBEP 5ª edição – São Paulo, 2018, p. 73-4.
Entendendo a reportagem:
01 – Qual é o assunto central da reportagem?
A vontade de boa parte da juventude brasileira tem
de sair do país, em busca de melhores condições de vida.
02 – Releia a fala de um dos entrevistados:
“Nossos clientes não suportam mais a
crise política e suas anuências, como corrupção, carga tributária e insegurança
jurídica. Esses pontos têm gerado uma instabilidade econômica que, por sua vez,
causa falta de perspectivas de dias melhores a curto prazo.”
a) Houve alguma mudança no cenário político, econômico e social brasileiro de 2018, ano em que a reportagem foi escrita, até hoje? Dê sua opinião.
Resposta pessoal do aluno.
b) A perspectiva dos jovens de dias melhores a curto prazo aumentou ou diminuiu de lá para cá?
Resposta pessoal do aluno.
03 – Que relação o subtítulo “Fuga
de cérebros” estabelece com o assunto que é desenvolvido nos parágrafos que
vêm depois dele?
Conforme o que se coloca nesses parágrafos, a falta
de investimentos em educação e também a falta de esperança fazem com que 56%
das pessoas com ensino superior, 48% das que tem nível médio e até jovens que
ainda não têm curso superior queriam morar fora do país. Essas pessoas, segundo
o entrevistado Daniel Rosenthal, “são importantes para o desenvolvimento e a
reestruturação de um novo Brasil.”
04 – De que modo o assunto dessa reportagem se relaciona com o tema Adolescer desse capítulo?
A preocupação com o futuro profissional, um dos
assuntos abordados na reportagem, faz parte das questões que surgem na
adolescência.
05 – Releia a oração: “[...] o
Brasil vive um verdadeiro êxodo de talentos.”
a) O verbo viver, nessa oração, é transitivo direto ou indireto?
Transitivo direto.
b) Como se classifica o complemento verbal um verdadeiro êxodo de talentos?
Classifica-se como objeto direto.
06 – Releia esta oração: “Esses
pontos têm gerado uma instabilidade econômica [...]”.
a) Qual é o predicado dessa oração e como se classifica?
O predicado verbal é têm gerado uma instabilidade
econômica.
b) Qual é o núcleo do predicado?
O núcleo do predicado é têm gerado.
c) Esse núcleo constitui-se de uma perífrase verbal? Explique.
Sim. A forma verbal têm gerado é formada pelo verbo
auxiliar ter e pelo verbo principal gerar no particípio. Trata-se de uma
perífrase verbal ou locução verbal.
d) O que a locução verbal têm gerado expressa?
I – Uma ação passada concluída.
II – Uma ação passada e constante.
III – Uma ação presente e constante.
e) Para expressar uma ação acontecida no passado, de que modo a locução têm gerado deve ser escrita? Como ficará a oração destacada?
Tinham gerado – Esses pontos tinham gerado uma
instabilidade econômica [...].
Obrigada! Amei as respostas
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