Reportagem: “Diálogos na USP” discute as mudanças climáticas e possíveis soluções
As mudanças climáticas estão acontecendo agora e não precisamos esperar o futuro para ver os efeitos. Especialistas garantem que a solução passaria por medidas de Estado
Por André
Netto
A Organização das Nações Unidas vem
alertando que a meta do Acordo de Paris, assinado em 2015, de limitar o aumento
da temperatura média global “abaixo de 2°C em relação aos níveis
pré-industriais”, corre o sério risco de não ser alcançada. Isso porque as
principais economias, incluindo os Estados Unidos e a União Europeia, estão
aquém de suas promessas. O planeta está agora quase um grau mais quente do que
estava antes do processo de industrialização, de acordo com a Organização
Meteorológica Mundial (OMM). Os 20 anos mais quentes da história foram
registrados nos últimos 22 anos, sendo que os anos de 2015 a 2018 ocupam os
quatro primeiros lugares do ranking, diz a OMM. O ano passado, por exemplo,
bateu todos os recordes. Se essa tendência continuar, as temperaturas poderão
subir de 3 a 5 graus até 2100.
Mas, afinal, o quão quente o planeta
ficou e o que podemos fazer em relação a isso?
Para falar sobre mudanças climáticas e
as possíveis soluções, o Diálogos na USP recebeu os
professores Emerson Galvani, do Departamento de Geografia da Faculdade de
Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, presidente da Associação
Brasileira de Climatologia entre 2008 e 2010, e Marcelo Marini Pereira de
Souza, titular da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto
da Universidade de São Paulo e presidente da Associação Brasileira de Avaliação
de Impacto.
Marcelo Marini alerta para o fato de
que as mudanças climáticas já estão ocorrendo, não é algo que ocorrerá no
futuro. “Não é um clique para daqui a pouco, esse clique já aconteceu”,
comenta. Segundo o professor, os problemas não têm apenas viés econômico, mas
também um grande impacto ambiental, sendo que “o grande problema ambiental hoje
é a perda de biodiversidade”, causada principalmente pela ação humana e por
essas mudanças no clima. “O ser humano insiste em contribuir com esse processo
e não atender às questões globais, atendendo apenas aos interesses econômicos”,
afirma.
Emerson Galvani destaca que não há mais
dúvidas de que o planeta está esquentando: “Hoje já é consenso que a
temperatura está aumentando, tanto em áreas urbanizadas quanto não
urbanizadas”. De acordo com o professor, a causa seria “uma força natural,
associada aos ciclos geológicos, e uma força humana”. Ele cita como exemplo de
força humana os veículos que utilizamos no dia a dia e que liberam gases
estufa.
Governo do Estado
de São Paulo. Aprender sempre. 9° ano do ensino fundamental. Língua Portuguesa.
Entendendo a reportagem:
01 – Do que o texto fala?
Fala do aumento
da temperatura no planeta e as implicações desse fato.
02 – Releia este trecho:
“A
Organização das Nações Unidas vem alertando que a meta do Acordo de Paris,
assinado em 2015, de limitar o aumento da temperatura média global “abaixo de
2°C em relação aos níveis pré-industriais”, corre o sério risco de não ser
alcançada.” Como essa afirmação é sustentada no texto?
Essa afirmação se
sustenta pela citação de fatos e dados, comprovado cientificamente. Caso não o
fosse, ela não teria a possibilidade de ganhar a credibilidade do leitor.
03 – Que causas são
atribuídas a esse fato?
As causas de
ordem natural e aquelas advindas das ações humanas.
04 – Observando as causas
antrópicas, provocadas pelo homem, pense em três intervenções que você,
individualmente, poderia fazer para ajudar a diminuir a velocidade dessas
mudanças climáticas. Escreva um parágrafo expondo suas ideias.
Resposta pessoal
do aluno.
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