Crônica: Tchau (Fragmento)
Lygia Bojunga
[...]
De repente a Mãe ficou de joelhos,
agarrou as duas mãos da Rebeca e foi despejando a fala:
— Eu me apaixonei por um outro homem,
Rebeca. Eu estou sentindo por ele uma coisa que nunca! nunca eu tinha sentido
antes. Quando eu conheci o teu pai eu fui gostando cada dia mais um pouco dele,
me acostumando, ficando amiga, querendo bem. A gente construiu na calma um amor
gostoso e foi feliz uma porção de anos. E mesmo quando eu reclamava que ele
gostava mais da música do que de mim, eu era feliz...
— O pai adora você! você não pode...
—... e mesmo no tempo que o dinheiro
era super apertado a gente era feliz...
— Ele gosta de você! ele gosta demais
de você.
—... mas este último ano a gente tá
sempre discutindo, a gente briga a toda hora.
— Por quê?
— Não sei; quer dizer, eu sei; eu sei
mais ou menos, essas coisas a gente nunca sabe direito, mas eu sei que eu fui
me sentindo sozinha.
[...].
NUNES, L. B. Tchau.
In: Tchau. 3. ed. Rio de Janeiro: Agir, 1987. p. 10 – 21.
Entendendo a crônica:
01 – O uso de reticências
durante o diálogo entre a mãe e a filha, permite inferir que as personagens:
a)
Interrompem a fala uma da outra.
b)
Brigam porque a mãe ficou de joelho.
c)
Usam pausas reflexivas no diálogo.
d)
Tranquilizam-se durante a conversa.
e)
Conversam coisas sem conexão.
02 – No trecho do texto, percebe-se
uma:
a)
Lembrança do encontro inicial do casal.
b)
Demonstração de diálogo entre as amigas.
c)
Experiência vivida pela filha com um novo
namorado.
d)
Discussão sobre o relacionamento de mãe e
filha.
e)
Tentativa da filha em reestabelecer
o casamento dos pais.
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