quinta-feira, 15 de outubro de 2020

TEXTO: EMBARGOS CULTURAIS - (FRAGMENTO)- ARNALDO SAMPAIO DE M. GODOY - COM GABARITO

 Texto: EMBARGOS CULTURAIS (Fragmento)

            Maquiavel, entre a astúcia, a hipocrisia e a crueldade

19 de janeiro de 2020, 8h00

Por Arnaldo Sampaio de Moraes Godoy

        Nicolau Maquiavel (1469-1527) afastou da teorização política a invenção da realidade. Não expôs nenhuma utopia. Mas também não legou nenhuma premonição de um mundo distópico. O futuro não é sombrio, e nem nirvânico, nem infernal, e também não é um paraíso. É apenas o resultado de nossa ação, pautado por nossos cálculos, e também influenciado por eventos externos, que fogem de nosso controle.

        A principal preocupação de Maquiavel consistia no esforço em influenciar a condução dos negócios públicos. Era um prático. Não teorizava. Intervinha na realidade.

        Nasceu em Florença. Seu pai chamava-se Bernardo; sua mãe, Bartolomea. O pai era advogado. Pouco conhecido, teria exercido a profissão sem nenhum brilho. Acrescentava aos poucos ganhos algum recurso que ganhava na administração de seus escassos bens. Parece também que Bernardo foi um rígido pai. Estudou latim, gramática e cálculo. Em 1497, com 28 anos, Maquiavel esteve em Roma. No fim daquele ano, 1498, foi nomeado secretário na Segunda Chancelaria de sua cidade de nascimento.

        [...]

        Maquiavel é personagem emblemática do Renascimento, época que se opunha ao misticismo, ao coletivismo, ao antinaturalismo, ao teocentrismo e ao geocentrismo. O Renascimento foi marcado por intensa defesa do racionalismo, do individualismo, do antropocentrismo, do heliocentrismo. O humanismo foi também um dos traços definidores daquele tempo, centrado na retomada dos valores greco-romanos, circunstância muito característica na obra de Maquiavel.

        O Príncipe, segundo Jacob Burckhardt, um dos maiores historiadores da Renascença, “representa a objetividade renascentista e a ideia de Estado como obra de arte”. O Príncipe não é um trabalho de ideologia e de proselitismo, é um livro de conselhos práticos. E embora nos pareça que Maquiavel tenha rompido com toda a tradição de pensamento político que o precedia, há também fortes motivos para supor que tenha retomado uma linhagem romana. Maquiavel seria o restaurador de uma tradição esquecida.

    Disponível em: https://www.conjur.com.br/2020-jan-19/embargos-culturais-maquiavel-entre-asstucia-hipocrisia-crueldade.

Acesso em 05 fev.2020.

Entendendo o texto:

01 – A síntese que apresenta a ideia central desse trecho do texto é a:

a)   Apresentação da obra completa “O Príncipe” e a ideologia trazida pelo autor do livro.

b)   Consideração sobre algumas concepções de Maquiavel e do contexto em que ele viveu.

c)   Exposição sobre o Renascimento e o humanismo inserido dentro desse período.

d)   Crítica aos pensamentos de Maquiavel e a política que se praticava no país.

e)   Descrição da vida acadêmica do filósofo e de sua passagem por Roma.

02 – De acordo com o texto, a preocupação principal de Maquiavel compreendia:

a)   Teorizações da política na invenção da realidade renascentista.

b)   Captações de recurso na administração de seus escassos bens.

c)   Esforços em influenciar a condução dos negócios públicos.

d)   Exposições da negação da utopia numa sociedade oprimida.

e)   Cuidados com um futuro que se mostrava muito tranquilo.

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