sábado, 19 de setembro de 2020

REPORTAGEM: A VOLTA DOS DIRIGÍVEIS - SOLANGE BARREIRA/REVISTA GALILEU - COM GABARITO

REPORTAGEM: A volta dos dirigíveis


      
Solange Barreira

          Os charutos voadores retornam aos céus como anúncios ambulantes e prometem tornar-se uma valiosa opção de transporte.

        Metro a metro ele avança sobre São Paulo. A bordo, a paisagem passa pelas janelas como um filme em câmera lenta. Com placidez, vence o congestionamento da avenida Marginal Pinheiros, contorna os arranha-céus e segue em direção ao verde do Parque do Ibirapuera. Em todo o percurso, cria rebuliço: executivos apontam-no pelas janelas dos escritórios, crianças esticam o pescoço para acompanhá-lo e os mais velhos, saudosos, logo se perguntam: será mesmo um dirigível? Sim, os charutos voadores estão de volta.

        Nos últimos anos, eles reapareceram nas principais cidades do mundo, fazendo propaganda. Como na capital paulista, onde, desde maio, o Spirit of The Americas sobrevoa a cidade exibindo a marca de pneus Goodyear e gerando imagens de eventos para a TV Globo. Mais do que isso: os dirigíveis também estão de volta às pranchetas dos projetistas, empenhados em reativá-los como meio de transporte de passageiros e carga. Remodeladas e modernizadas, essas centenárias máquinas voadoras – o primeiro protótipo de Santos Dumont acaba de completar 100 anos – prometem invadir os céus do próximo século.

          Ele se consagrou cruzando o Atlântico, mas uma tragédia interrompeu sua evolução.

        Até pouco tempo, a ideia de construir um dirigível restringia-se ao campo das excentricidades. Afinal, em 6 maio de 1937, o Hindenburg, fabricado pela empresa alemã Zeppelin, ardeu diante de uma multidão, em Nova Jérsei, Estados Unidos. A notícia da morte de 36 pessoas e as imagens do incêndio correram o mundo. O irmão mais velho do Hindenburg, o Graf Zeppelin, estava sobre o Atlântico. Pousou na Alemanha dois dias depois do acidente e nunca mais teve uso comercial.

        Os poucos privilegiados que podiam desfrutar de tal luxo sentiram-se desamparados. A aviação comercial ainda não tinha se desenvolvido, por isso, os dirigíveis representavam a maneira mais rápida e charmosa de cruzar o Atlântico: três dias e meio de viagem, contra dez dos navios, em instalações confortáveis e luxuosas. Para uma nata de felizardos passageiros, zepelim era mais que sinônimo de dirigível, representava o prazer de voar.

        Poucos anos antes, esse era o maior desafio do homem. Um autêntico sonho conquistado em etapas: primeiro com os balões, depois com os dirigíveis e só então com os aviões. Nessa história, dois brasileiros escreveram capítulos importantes.

          Invenção brasileira

        O primeiro foi o jesuíta Bartolomeu de Gusmão, que demonstrou, em 1709, que um balão cheio de ar quente poderia alçar voo. Como a experiência quase acabou em incêndio, passou despercebida. O outro foi Alberto Santos Dumont. "Antes de conceber o legendário 14 Bis, Santos Dumont procurou resolver o problema da dirigibilidade dos balões", conta o físico Henrique Lins de Barros, diretor do Museu de Astronomia do Rio de Janeiro, estudioso da vida do inventor. "Seu primeiro dirigível data de setembro de1898, mas só em 1901ele se consagrou pioneiro no domínio dessa tecnologia." A outra figura que gravou seu nome nessa galeria foi o conde alemão Ferdinand von Zeppelin. Contemporâneo de Santos Dumont, Zeppelin era um visionário.

        Gastou sua fortuna na criação de dirigíveis com estrutura rígida para transporte de passageiros. Em 2 de julho de 1900, fez o voo inaugural do LZ-1, às margens do lago Constança, no sudoeste da Alemanha. Mas a glória durou pouco: o tecido que cobria a estrutura de alumínio do balão se rompeu no pouso. Nem por isso o milionário desistiu. Já estava na bancarrota quando, em 1908, ganhou fama com o LZ-4, ao cruzar os Alpes, numa viagem de 12 horas, sem escalas. Daí por diante, Zeppelin pôde contar com o dinheiro do governo alemão em suas façanhas e seus dirigíveis se transformaram em orgulho nacional. Em 1910, ele inaugurou linhas regulares na Europa. Mas só em 1928 o Graf Zepelin ficou pronto e partiu para uma volta ao mundo. Daí até a tragédia do Hindenburg, em 1937, foi quase uma década de absoluto sucesso. Como o conde morreu em 1917, não viu seus veículos cruzando oceanos.

          Várias empresas no mundo gastam milhões de dólares para reviver os áureos tempos.

        Os novos projetos (de dirigíveis), tocados em várias partes do mundo, também herdaram características dos modelos originais. Mas são, de longe, máquinas muito mais avançadas, dignas do próximo milênio. A primeira providência que todas as empresas tomam é usar hélio no lugar de hidrogênio. A outra é incorporar os avanços tecnológicos dos aviões, como os modernos instrumentos computadorizados de orientação de voo. "Os dirigíveis dessa nova geração são verdadeiros extintores de incêndio voadores", afirma John Walker, presidente da Airship Technologies, empresa britânica que está construindo dois modelos para transporte de passageiros, um para 5 e outro para 52 pessoas.

        A própria Zeppelin também resolveu investir numa nova linha de dirigíveis no início dos anos 90. Em setembro do ano passado, realizou o voo de seu primeiro protótipo, o LZ N07. Seguindo a tradição da fábrica, o corpo do balão tem estrutura rígida, que combina tubos de alumínio com fibra de carbono, mas é bem menor que os do passado, com 68 metros de comprimento. A cobertura foi concebida com a ajuda de um computador e a gôndola de passageiros lembra a cabine de um jatinho, mas com muito mais espaço entre as 12 poltronas de passageiros.

        Transporte pesado

        Mas o projeto mais ambicioso é, sem dúvida, o do Cargolifter CL 160. Com 242 metros de comprimento, ele poderá carregar 160 toneladas e peças de até 50 metros de comprimento, numa imensa gôndola de carga. Com isso, resolverá problemas como o transporte de uma turbina de hidroelétrica, sem paralisar o tráfego nas rodovias. O alemão Carl von Gablenz, de 46 anos, é o mentor desse megaprojeto. Especialista em logística e professor na universidade da Carolina do Norte, Estados Unidos, Gablenz percebeu há alguns anos a necessidade de uma alternativa para o transporte pesado. Ele mostra, por exemplo, que para carregar um gerador de 160 toneladas da Alemanha para a Índia um dirigível pode levar cinco dias, ao custo de 650 mil reais. O velho sistema caminhão-navio-caminhão consome a mesma soma, em 74 dias de viagem. O CL160 oferece, ainda, outras vantagens.

        Impulsionado por cinco motores diesel, consome a quarta parte do combustível de um jato de carga. É claro que os jatos superam em muito sua velocidade de cruzeiro, que varia de 80 a 135 km/h. Mas nenhum transporte termina no aeroporto. Então, computando-se o tempo de retirada da carga para embarcar num caminhão ou trem, o CL 160 ganha a corrida. "Ele pode descarregar seus volumes com um guindaste, no espaço de um campo de futebol, pairando a 100 metros de altura", observa Gablenz.

        [Se esses grandes projetos de dirigíveis forem em frente], o céu do século XXI não terá discos voadores, como previam os escritores de ficção científica, mas fantásticos charutos voadores.

       Revista Galileu. São Paulo, Globo, dezembro de 1998.

Fonte: Língua Portuguesa. Entre palavras – Edição renovada. Mauro Ferreira. 5ª série. Ed. FTD – São Paulo – 1ª edição – 2002. P. 104-8.

Entendendo o texto:

01 – Esse texto, publicado em uma revista, é constituído por três partes, cada uma iniciada por uma frase apresentada em letras azuis.

a)   Do ponto de vista do conteúdo informativo do texto, para que servem essas frases?

Servem para resumir o conteúdo do parágrafo que aparece depois dela.

b)   Do ponto de vista do aspecto visual do texto, para que elas servem?

Esse recurso gráfico visa a tornar mais leve e mais atrativa a apresentação visual do texto na página. Além disso, serve para que o leitor descanse um pouco entre uma parte e outra da leitura.

c)   Há, no texto, outro recurso gráfico que também tenha função semelhante à referida nos itens anteriores?

São “Invenção brasileira” e “Transporte pesado”.

02 – Depois de ler o primeiro parágrafo, você sentiu mais vontade de continuar ou de parar a leitura do texto? Por quê?

      Resposta pessoal do aluno.

03 – No primeiro parágrafo da primeira parte, que palavras ou expressões permitem ao leitor antecipar que o texto vai tratar de algo que já existiu em outros tempos?

      “Saudosos” (alguém só pode ter saudade de algo que já existiu) e “estão de volta” (voltar pressupõe ter estado em um lugar e depois estar novamente no mesmo lugar).

04 – A segunda parte do texto é formada por quatro parágrafos separados por um intertítulo.

a)   Identifique o intertítulo e explique a que fato ele se refere.

“Invenção brasileira”. Refere-se ao fato de ter sido o brasileiro Santos Dumont quem solucionou o problema da dirigibilidade dos balões.

b)   Você acha que o fato de a reportagem ser destinada a leitores brasileiros influenciou na escolha desse intertítulo? Por quê?

Sim, porque é um recurso sutil, que explora o patriotismo do leitor, estimulando seu interesse em continuar a leitura.

TEXTO: CEDRO - MADEIRA NOBRE DA MATA ATLÂNTICA - CÉLIA DE ASSIS - COM GABARITO

 Texto: Cedromadeira nobre da mata Atlântica

            Célia de Assis

        Ao longo de uma parte do litoral brasileiro, há uma belíssima floresta conhecida como mata Atlântica.

        Antigamente, a mata Atlântica existia em todo o litoral do Brasil, do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul, mas, hoje em dia, ela só existe realmente em seis estados: Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina, e, mesmo nesses estados, ela já está bastante destruída.

        A destruição da floresta acontece principalmente por causa das queimadas e da extração de madeira. Uma das madeiras mais valiosas e cobiçadas da mata Atlântica é o cedro. Essa árvore alcança até trinta metros de altura, tem a casca bastante áspera e seus galhos altos formam uma copa meio comprida.

        A madeira do cedro, que é muito durável e macia, é empregada na fabricação de madeira compensada, em trabalhos artesanais (esculturas, por exemplo), na fabricação de janelas e na construção de barcos. Além disso, do cedro é extraído um óleo muito usado na indústria de cosméticos.

        Apesar de ser uma planta do interior das matas, o cedro pode ser usado para reflorestamento, porque se desenvolve muito bem em áreas abertas, onde a luz do sol é mais intensa. Nesses locais, torna-se ainda mais vigoroso, cresce bastante e de forma rápida, transformando-se em árvores imensas e muito bonitas.

   In: Célia de Assis, Cibele Boni de Toledo, Sérgio Romaniuc Neto e Inês Cordeiro. Baseado em Nossas plantas: mata Atlântica. São Paulo, FTD, 1994.

Fonte: Língua Portuguesa. Entre palavras – Edição renovada. Mauro Ferreira. 5ª série. Ed. FTD – São Paulo – 1ª edição – 2002. P. 42-3.

Entendendo o texto:

01 – De acordo com o texto, quais os estados que ainda possuem a mata Atlântica?

      São seis estados: Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina.

02 – Segundo o texto, que fatores têm contribuído muito para a destruição da mata Atlântica?

      As queimadas e a extração de madeira.

03 – Que informações o texto apresenta a respeito do cedro?

      O cedro pode atingir 30 metros, tem casca áspera, madeira resistente e macia. É utilizada na produção de compensados, em artesanato, na fabricação de janelas e na construção de barcos.

04 – Na sua opinião, a possibilidade de encontrar um pé de cedro em uma mata nativa (natural) da região em que você mora é grande ou pequena?

      Resposta pessoal do aluno.

05 – Se no quintal de sua casa ou perto dela houvesse um pé de cedro bem bonito e alguém resolvesse derrubá-lo, o que você faria para evitar que a árvore fosse destruída?

      Resposta pessoal do aluno.

 

QUADRO: PRANTO - CÂNDIDO PORTINARI - COM GABARITO

 Quadro: Pranto

             


Cândido Portinari


            PORTINARI, Cândido. Pranto. Óleo sobre tela: color. Coleção particular.

       Fonte: Língua Portuguesa. Linguagens no Século XXI. 5ª série. Heloísa Harue Takazaki. Ed. IBEP. 1ª edição, 2002. p. 93-4.

Entendendo o quadro:

01 – Comece observando os efeitos de luz. Em que parte do quadro parece haver maior incidência de luz?

      Sobre o rosto e sobre as mãos.

02 – Qual a cor que mais chama a atenção?

      O roxo da blusa.

03 – O que a expressão do rosto da mulher sugere?

      Tristeza, desespero, desalento, desolação.

04 – Que recursos o artista usou para representar os sentimentos do personagem?

      Linhas retas (na testa, nos braços e nas mãos); olhos enormes que parecem saltar da testa; as mãos na cabeça e no rosto.

05 – Observe que as linhas internas do braço formam ângulos de aproximadamente 90° em relação à base da pintura. Em que outras partes do quadro esse ângulo se repete?

      Na parte superior da cabeça, nos reflexos de luz na blusa, nos dedos da mão que parecem enxugar as lágrimas.

06 – O que as linhas retas e angulosas sugerem?

      Sofrimento, dureza, rigidez, dor, desespero.


CARTA: DE SOLICITAÇÃO - LUCIANA KOJAK - COM GABARITO

Carta: de solicitação

            Luciana Kojak

Goiânia, 1° de abril de 2002

Ilmo. Sr.

Diretor da Agência Central de Correios

Nesta Capital

 

Prezado Senhor

        Venho, por meio desta, solicitar autorização para uma visita dos alunos da 5ª série a essa agência da Empresa de Correios e Telégrafos no próximo dia 18, às 10 horas, a fim de que eles possam conhecer as atividades, o funcionamento e os serviços oferecidos pela agência.

        Esclareço que contatos telefônicos anteriores já foram feitos, e a referida data já deve estar agendada.

 

 

Atenciosamente.

Luciana Kojak

Professora de língua Portuguesa

Colégio Emílio de Menezes.

 

       Fonte: Língua Portuguesa. Linguagens no Século XXI. 5ª série. Heloísa Harue Takazaki. Ed. IBEP. 1ª edição, 2002. p. 36-7.

Entendendo a carta:

01 – Quando essa carta foi escrita?

      Em abril de 2002.

02 – Quem a escreveu?

      A professora de Língua Portuguesa, Luciana Kojak.

03 – Para quem ela foi enviada?

      Para o Diretor da Agência dos Correios de Goiânia.

04 – Qual é o objetivo dessa carta?

      Solicitar autorização para uma visita dos alunos à agência.

05 – A remetente da carta justifica a solicitação? Explique.

      Sim. A visita tem como finalidade dar a conhecer o funcionamento, as atividades e os serviços oferecidos pela agência de Correios.

06 – A linguagem usada é formal ou informal? Justifique.

      Formal. Foi escrita pela professora da escola.

sexta-feira, 18 de setembro de 2020

ARTIGO: OBSOLESCÊNCIA PROGRAMADA: INIMIGA OU PARCEIRA DO CONSUMIDOR? RAMALHO, N. - COM GABARITO

             Artigo: Obsolescência programada: inimiga ou parceira do consumidor?

         Obsolescência programada é exercida quando um produto tem vida útil menor do que a tecnologia permitiria, motivando a compra de um novo modelo — eletrônicos, eletrodomésticos e automóveis são exemplos evidentes dessa prática. Uma câmera com uma resolução melhor pode motivar a compra de um novo celular, ainda que o modelo anterior funcione perfeitamente bem. Essa estratégia da indústria pode ser vista como inimiga do consumidor, uma vez que o incentiva a adquirir mais produtos sem realmente necessitar deles. No entanto, traz benefícios, como o acesso às novidades.

          Planejar inovação é extremamente importante para melhoria e aumento da capacidade técnica de um produto num mercado altamente competitivo. Já imaginou se um carro de hoje fosse igual a um carro dos anos 1970? O desafio é buscar um equilíbrio entre a inovação e a durabilidade. Do ponto de vista técnico, quando as empresas planejam um produto, já tem equipes trabalhando na sucessão dele, pois se trata de uma necessidade de sobrevivência no mercado.

         Sintomas de obsolescência são facilmente percebidos quando um novo produto oferece características que os anteriores não tinham, como o uso de reconhecimento facial; ou a queda de desempenho do produto com relação ao atual padrão de mercado, como um smartphone que não roda bem os aplicativos atualizados. Outro sinal é detectado quando não é possível repor acessórios, como carregadores compatíveis, ou mesmo novos padrões, como tipo de bateria, conector de carregamento ou tipos de cartão de um celular, por exemplo.

         Isso não significa que o consumidor está refém de trocas constantes de equipamento: é possível adiar a substituição de um produto, por meio de upgrades de hardware, como inclusão de mais memória, baterias e acessórios de expansão, pelo menos até o momento em que essa troca não compense financeiramente. Quanto à legalidade, o que se deve garantir é que os produtos mais modernos mantenham a compatibilidade com os anteriores, a fim de que o antigo usuário não seja forçado constantemente à compra de um produto mais novo se não quiser. É importante diferenciá-la da obsolescência perceptiva, que ocorre quando atualizações cosméticas, como um novo design, fazem o produto parecer sem condições de uso, quando não está.

         É preciso lembrar também que a obsolescência programada se dá de forma diferente em cada tipo de equipamento. Um controle eletrônico de portão tem uma única função e pode ser usado por anos e anos sem alterações ou troca. Já um celular tem maior taxa de obsolescência e pode ter de ser substituído em um ano ou dois, dependendo das necessidades do usuário, que pode desejar fotos de maior resolução ou tela mais brilhante.

         Essa estratégia traz desafios, como geração do lixo eletrônico. Ao mesmo tempo, a obsolescência deve ser combatida na restrição que possa causar ao usuário, como, por exemplo, uma empresa não mais disponibilizar determinada função que era disponível pelo simples upgrade do sistema operacional, forçando a compra de um aparelho novo. O saldo geral é que as atualizações trazidas pela obsolescência programada trazem benefícios à sociedade, como itens de segurança mais eficientes em carros e conectabilidade imediata e de alta qualidade entre pessoas. É por conta disso que membros de uma mesma família que moram em países diferentes podem conversar diariamente, com um custo relativamente baixo, por voz ou vídeo. Além disso, funcionários podem trabalhar remotamente, com mais qualidade de vida, com ajuda de dispositivos móveis.

 RAMALHO, N. Obsolescência programada: inimiga ou parceira do consumidor? Disponível em: . Acesso em: 23 jul. 2019. Adaptado.

 ENTENDENDO O ARTIGO

1) Considere a oração em destaque no seguinte trecho do Texto: “Obsolescência programada é exercida quando um produto tem vida útil menor do que a tecnologia permitiria, motivando a compra de um novo modelo”. A reescrita que mantém o mesmo valor semântico dessa oração é:

(A) à medida que motive a compra de um novo modelo.

(B) a menos que motive a compra de um novo modelo.

(C) ainda que motive a compra de um novo modelo.

(D) para que motive a compra de um novo modelo.

(E) embora motive a compra de um novo modelo.


2) No Texto, no período “Essa estratégia da indústria pode ser vista como inimiga do consumidor, uma vez que o incentiva a adquirir mais produtos sem realmente necessitar deles.”, o conector uma vez que poderia ser substituído, sem alteração do sentido, por

(A) conforme

(B) quando

(C) como

(D) pois

(E) se

 

3) A frase em que a vírgula está empregada adequadamente é:

(A) A tela do computador, é a janela que descortina o mundo.

(B) O investimento deve ser feito na área que, pode salvar vidas.

(C) A vaga é para programador, que tem salário acima da média.

(D) Concluíram, que não há mais como parar o avanço tecnológico.

(E) É muito importante, que os investimentos na área tecnológica continuem.


4) O Texto, que aborda a obsolescência programada, busca

(A) condenar a produção excessiva de lixo eletrônico.

(B) denunciar o preço exorbitante das mercadorias modernas.

(C) alertar sobre o consumo desenfreado de novas tecnologias.

(D) destacar a queda vertiginosa na qualidade dos itens à venda.

(E) analisar a suplantação dos produtos disponibilizados ao consumidor.


5) No Texto, a tese defendida pelo autor pode ser resumida no seguinte trecho:

(A) “Obsolescência programada: inimiga ou parceira do consumidor?” (título).

(B) “Essa estratégia da indústria pode ser vista como inimiga do consumidor”.

(C) “Planejar inovação é extremamente importante para melhoria e aumento da capacidade técnica de um produto”.

(D) “Isso não significa que o consumidor está refém de trocas constantes de equipamento”.

(E) “O saldo geral é que as atualizações trazidas pela obsolescência programada trazem benefícios à sociedade”.


6)  O fragmento do Texto que comprova a estratégia argumentativa usada pelo autor para aproximar-se do leitor, buscando persuadi-lo, é:

(A) “Uma câmera com uma resolução melhor pode motivar a compra de um novo celular”.

(B) “Já imaginou se um carro de hoje fosse igual a um carro dos anos 1970?”  

(C) “Outro sinal é detectado quando não é possível repor acessórios como carregadores compatíveis”.

(D) “É preciso lembrar também que a obsolescência programada se dá de forma diferente em cada tipo de equipamento.”

(E) “É por conta disso que membros de uma mesma família que moram em países diferentes podem conversar diariamente”.

 

7) No Texto, em “Isso não significa que o consumidor está refém de trocas constantes de equipamento: é possível adiar a substituição de um produto”, a oração depois dos dois pontos acrescenta, ao trecho anterior, uma ideia de

(A) modo

(B) concessão

(C) explicação

(D) comparação

(E) consequência


 8) No Texto, em “Já um celular tem maior taxa de obsolescência e pode ter de ser substituído em um ano ou dois”, a palavra Já apresenta o sentido de

(A) tempo

(B) exclusão

(C) oposição

(D) intensidade

(E) conformidade


9)  Nas seguintes passagens do Texto, a oração que apresenta estrutura de sujeito indeterminado é:

(A) “No entanto, traz benefícios, como o acesso às novidades.”

(B) “se trata de uma necessidade de sobrevivência no mercado.”

(C) “se não quiser.”

(D) “a obsolescência programada se dá de forma diferente”

(E) “que pode desejar fotos de maior resolução ou tela mais brilhante.”


10) De acordo com o Texto, obsolescência perceptiva é aquela que é caracterizada pelo(a)

(A) aumento da vida útil dos produtos eletrônicos

(B) ampliação da capacidade técnica dos produtos

(C) necessidade de compra de produto recém-lançado

(D) renovação do modelo estético dos produtos

(E) queda de desempenho do produto antigo

CRÔNICA: ESTOJO ESCOLAR - CARLOS HEITOR CONY - COM GABARITO

 Crônica: Estojo escolar

                    Carlos Heitor Cony

     Noite dessas, ciscando num desses canais a cabo, vi uns caras oferecendo maravilhas eletrônicas, bastava telefonar e eu receberia um notebook capaz de me ajudar a fabricar um navio, uma estação espacial.

      Minhas necessidades são mais modestas: tenho um PC mastodôntico, contemporâneo das cavernas da informática. E um laptop da mesma época que começa a me deixar na mão. Como pretendo viajar esses dias, habilitei-me a comprar aquilo que os caras anunciavam como o top do top em matéria de computador portátil.

         No sábado, recebi um embrulho complicado que necessitava de um manual de instruções para ser aberto. Depois de mil operações sofisticadas para minhas limitações, retirei das entranhas de isopor o novo notebook e coloquei-o em cima da mesa. De repente, como vem acontecendo nos últimos tempos, houve um corte na memória e vi diante de mim o meu primeiro estojo escolar. Tinha 5 anos e ia para o jardim de infância.

         Era uma caixinha comprida, envernizada, com uma tampa que corria nas bordas do corpo principal. Dentro, arrumados em divisões, havia lápis coloridos, um apontador, uma lapiseira cromada, uma régua de 20 cm e uma borracha para apagar meus erros.

         Da caixinha vinha um cheiro gostoso, cheiro que nunca esqueci e que me tonteava de prazer. Fechei o estojo para proteger aquele cheiro, que ele ficasse ali para sempre, prometi-me economizá-lo. Com avareza, só o cheirava em momentos especiais.

        Na tampa que protegia estojo e cheiro havia gravado um ramo de rosas muito vermelhas que se destacavam do fundo creme. Amei aquele ramalhete – olhava aquelas rosas e achava que nada podia ser mais bonito.

       O notebook que agora abro é negro, não tem rosas na tampa e, em matéria de cheiro, é abominável. Cheira vilmente a telefone celular, a cabine de avião, ao aparelho de ultrassonografia onde outro dia uma moça veio ver como sou por dentro. Acho que piorei de estojo e de vida.

 CONY, C. H. Crônicas para ler na escola. São Paulo: Objetiva, 2009. Disponível em: . Acesso em: 23 jul. 2019.

ENTENDENDO A CRÔNICA

1) No Texto, o sentido denotativo e o sentido conotativo convivem. O trecho do texto em que há somente denotação é:

(A) “Noite dessas, ciscando num desses canais a cabo, vi uns caras oferecendo maravilhas eletrônicas”.

(B) “Minhas necessidades são mais modestas”.

(C) “contemporâneo das cavernas da informática”.

(D) “retirei das entranhas de isopor o novo notebook e coloquei-o em cima da mesa.”

(E) “houve um corte na memória e vi diante de mim o meu primeiro estojo escolar.”

2) Com base na leitura de todo o Texto, entende-se que ele tem como foco a contraposição entre

(A) cheiro de notebook e cheiro de estojo

(B) requinte e simplicidade

(C) sociedade e indivíduo

(D) presente e passado

(E) trabalho e lazer

3) A partir da frase que finaliza o Texto – “Acho que piorei de estojo e de vida” –, constata-se que o autor

(A) comportava-se de modo nostálgico.

(B) era fortemente apegado ao objeto.

(C) carregava consigo objetos inusitados.

(D) tinha muito cuidado com seus pertences.

(E) apresentava um perfil marcado pelo egoísmo.

 

4) O termo mastodôntico, em “tenho um PC mastodôntico, contemporâneo das cavernas da informática”, pode ser substituído, sem prejuízo do sentido do trecho, por

(A) enorme

(B) potente

(C) grotesco

(D) funcional

(E) imponente

 

5) No que diz respeito à norma-padrão da língua, a frase cujo verbo em destaque apresenta regência adequada é:

(A) A lembrança da infância implica na volta de bons momentos.

(B) Estojos de madeira e lápis coloridos eram os objetos que os alunos mais gostavam.

(C) As minhas mais marcantes lembranças sempre chegam aonde vou.

(D) Quando necessário, os instrutores assistem aos usuários da nova tecnologia, e essa ajuda é fundamental para muitos.

(E) Os alunos de hoje preferem mais o laptop do que lápis e canetas.

 

6) Releia o trecho abaixo.

    Tenho um PC mastodôntico, contemporâneo das cavernas da informática.

a)   Considerando o contexto, qual é o sentido da palavra destacada?

Gigantesco.

b)   Ainda nesse mesmo contexto, por que o cronista diz que seu “PC mastodôntico” é “contemporâneo das cavernas da informática”?

Porque ele é muito antigo. O cronista usa a expressão “cavernas da informática” para sugerir um tempo muito antigo, o tempo das cavernas.

7)   Em relação ao trecho transcrito na questão anterior, responda às questões.

a)   Trata-se de uma oração? Por quê?

Identifique os elementos que justificam sua resposta.

Sim, é uma oração porque é um enunciado organizado em torno de um verbo, tenho.

O sujeito é eu, sujeito oculto (ou desinencial) e o predicado é “tenho um PC mastodôntico contemporâneo das cavernas da informática”.

 

b)   Em que pessoa verbal o trecho está escrito? A mesma pessoa se mantém no restante do texto? Justifique com mais dois exemplos.

Está escrito na 1ª pessoa, que se mantém em todo o texto.

Exemplos: vi, eu receberia, me (ajudar), minhas (necessidades), etc.

 

c)   Que efeito de sentido o uso dessa pessoa verbal produz no texto? De que forma isso se relaciona aos assuntos tratados?

O efeito é de subjetividade. O autor conta alguma coisa que lhe aconteceu recentemente, mas também narra lembranças.

Todo os acontecimentos são observados de acordo com seu próprio ponto de vista.

8)   Para responder às questões a seguir, releia o terceiro parágrafo do texto.

a)   Reconstitua a sucessão de acontecimentos do parágrafo, indicando o aconteceu em cada um dos três momentos seguintes.

·        O que o cronista recebeu no sábado?

Recebeu um embrulho.

·        O que ele fez?

Depois de muito lutar com o pacote, abriu a caixa e retirou seu novo notebook.

·        O que aconteceu de repente?

De repente, houve um corte em sua memória e ele se viu com 5 anos, diante de seu estojo escolar.

 

b)   Essa sucessão de acontecimentos caracteriza que tipo de sequência?

Narrativa.

c)   Quais foram os três marcos temporais usados para assinalar a sucessão dos acontecimentos?

“No sábado”, “depois” e “de repente”.

         9) Releia a última frase da crônica.

              Por que, em sua opinião, o autor diz que piorou de estojo e de vida?” Associe sua resposta à compreensão dos parágrafos anteriores.

Resposta pessoal.

Sugestão: A crônica faz uma comparação entre sua vida no passado e no presente, valorizando positivamente o que ele tinha no passado.  Ao relembrar o estojo, ele o compara ao notebook impessoal que comprou e considera que o estojo tinha suas qualidades. Da mesma forma, sua vida era mais simples e feliz.

10)Entre as características a seguir, quais caracterizam o texto lido como uma crônica? Assinale-as.

a)   Relata um fato atual, apresentando dados objetivos e depoimentos dos envolvidos.

b)   Usa um fato trivial, comum, para falar de emoções, sentimentos e impressões pessoais.

c)   Serve-se de comparações e outros recursos expressivos de valor literário, ainda que utilizando o registro informal.

d)   Dirige-se ao leitor para relembrar acontecimentos e comprovar um ponto de vista usando linguagem formal e culta.

 

quinta-feira, 17 de setembro de 2020

MÚSICA(ATIVIDADES): NÃO PERCA AS CRIANÇAS DE VISTA - O RAPPA - COM GABARITO

 MÚSICA(Atividades):  NÃO PERCA AS CRIANÇAS DE VISTA

                                                                                   O RAPPA

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Pra enxergar o infinito
Debaixo dos meus pés
Não basta olhar de cima
E buscar no escuro, no obscuro
A sombra que me segue todo dia

Deixo quieto
e seguro as páginas dos sonhos que não li
E outra vez não me impeço de dormir

Os jornais não informam mais
E as imagens nunca são tão claras
Como a vida
Vou aliviar a dor e não perder
As crianças de vista

Eo, Eo, Não perca as crianças de vista
Eo, Eo, Não perca as crianças de vista
Eo, Eo, Não perca as crianças de vista

Família, um sonho ter uma família
Família, um sonho de todo dia

Família é quem você escolhe pra viver
Família é quem você escolhe pra você
Não precisa ter conta sanguínea
É preciso ter sempre um pouco mais de sintonia

Esta letra foi retirada do site- http://letras.terra.com.br/o-rappa/346271/ e tambémhttp://www.youtube.com/watch?v=PUgmD8WNGVQ&feature=player_embedded

 

ENTENDENDO A CANÇÃO

1)   O título da canção do Rappa indica que tipo de sentimento?

O sentimento de proteção às crianças de tê-las sempre por perto para vigiá-las, cuidar e proteger.

 

2)   Qual o significado do trecho “Deixo quieto/E seguro as páginas dos sonhos que não li.”?

Ele relaxa um pouco, não se preocupa com a realidade e se apega em seus sonhos.

 

3)   Qual a mensagem que a canção nos mostra sobre a família?

A família é quem você escolhe para viver e não precisa ter laços sanguíneos, é preciso haver sintonia.

 

4)   O título desta canção nos serve de alerta, por quê?

Porque esquecemos de olhar a parte frágil da família que são as crianças, pois elas assimilam o que acontece na casa.